Os meus silêncios gritam marés à solta. Em praias desertas no meio dos olhares dos Homens. São passos firmes entre chagas e calores. Entre fogos e amores por onde os meus sonhos deslizam embriagados e solitários... Cada olhar. Cada mão. Cada cantar. Cada eterna inquietação dos meus silêncios morre-me por entre a pele de cheirar a viagens. São fontes puras e frescas à deriva no meu peito. São as cores das peregrinações perdidas nas imagens das flores. As noites que se estendem sobre o leito vazio. O espelho da lua pousado sobre mim. E tudo permanece enfim outra vez novamente. Entre a máscara e o embrião...
20 de junho de 2009
18 de junho de 2009
m0mEnToS
Dos silêncios somos carne, veias e grito
Carregamos o peso de memórias cada vez mais fundas
Voamos por entre o futuro e o interdito
Dos versos que vomitas e me inundas
Jardins de calor
E dor
Ao mar atirados
Viagens,
Passagens,
Canções, um doce travo a pele queimada
Sinto os sonhos vazios e cansados
De uma morte tão viva e anunciada
São apenas respirações, passos e regresso
Andorinha de ir e vir entre tanto sentir
Forte a ventania entre a brisa que te peço
Balada e beijo de ficar e de partir...
17 de junho de 2009
sAnGuEéSaUdAdE
Os silêncios que me deixaste fervem-me no sangue entre a corrente que de tempestade em tempestade turva o caminho. Os meus passos cansam-me nas memórias roucas da tua partida. O enorme olhar da paixão sobe-me pelo corpo arrepiando-me os versos nas trémulas vertigens que me devolvem a morte a cada novo dia. E depois perco-me. E aí sei que te encontro outra vez. Que entre cada ida e vinda há uma nova onda que se forma e que saberá adormecer no teu leito. Como uma praia que se eterniza na saudade...
16 de junho de 2009
rEgAnHaRf0rÇaS
Hoje escrevo sobre lágrimas de tanta tristeza. Sim, mesmo neste período de tanta ternura e amor, da mão dada e do punho fechado, da amizade e da solidariedade, fui outra vez atirado à parede. Por mim. Custa-me a desilusão. Acho que nunca vivi bem com isso e dificilmente conseguirei voltar atrás. A desilusão que os outros me provocam é tão funda e intensa como a dedicação que lhes tive. Tão forte como a entrega dos tempos vividos. Por isso, cada nova desilusão é um traço no meu desenho; uma cruz no meu calendário. Mas não me incomodarei. Ganharei seguramente forças para os que ficam. Longe da traição e perto do peito. Sou assim. Sobre mim. Em lágrimas ou em abraços. Desculpem o desabafo, mas hoje precisava de mil olhares dos nossos.
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(Nada do que disse se aplica aos habituais desta nossa casa. São outros carnavais...)
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(Nada do que disse se aplica aos habituais desta nossa casa. São outros carnavais...)
15 de junho de 2009
sErSoLiDáRi0éSeRf0nTeDeGeNtE
Quando se gosta, tudo é possível.
É com enorme prazer, orgulho e responsabilidade que participarei nesta iniciativa, que espero se possa repetir, para que a voz, o talento e a entrega do ROGÉRIO CHARRAZ tenham aquilo que ele tanto merece: o primeiro de muitos discos.
Será, sem dúvida, uma marca que ficará em todos nós.
(Não sei dizer melhor... o importante deixei mesmo em verso, no cartaz...)
Espero que mais pessoas se juntem a nós!
12 de junho de 2009
mArEmMiM
Saberei eu inventar-me em mar
E talvez uma tempestade nascesse
Arrancando do meu peito um novo amor
Cantando marés entre ternura e calor
Só para que tudo grite e regresse
Ao mais fundo do nosso olhar...
Saberei eu inventar-me livre em corrente
Como quem agarra o tempo e o areal
Arrancando em nós o tempo seguro
Cantanto as fontes de um rio mais que puro
Que desague no limiar do bem e do mal
E a noite adormeça finalmente...
Saberei eu ser-me solitário e poeta
Pelos trilhos da nossa peregrinação
Forte onda que se entrega no abraço
Sargaços, pegadas de amor e cansaço
Maresia eterna da minha mão
Que em mim, se faz madrugada inqueita
10 de junho de 2009
vIdA
Voltam-se as sombras dos meus passos
Carregadas de pequenos pedaços
De uma espécie de vida em estilhaços
Que me consome o tempo de mim...
Soltam-se os gritos todos dos cansaços
As memórias fecundas nos meus braços
Praia-onda de cheiro a sargaços
Que turvo em cores de jardim...
7 de junho de 2009
iReViR
No fundo da página em branco
No pesado toque de um punho em brasa
Tudo me corrói e me entrega
Este tempo feito poema que se atrasa
Soltam-se os versos embriagados e sôfregos
Os olhos arrepiam os minutos sedentos
E este peito arde, entre o céu e o inferno
De tudo ser apenas paisagem e momentos
Ser poeta nos labirintos da alma
Carregando o peso por onde me vou seguindo
Os pés secos, em chaga forte e silêncio
Que de tanto ser assim me vou consumindo...
4 de junho de 2009
c0nTrAdIçÃo
Danço a solidão de cada amante
Preso aos passos de ir sempre adiante
Em jeito firme, quente e possante
Que de todas as valsas se faz por dentro de nós...
Canto o riso e a saudade em forte maré
Canto o riso e a saudade em forte maré
Nos versos de quem sabe e de quem é
Nas lágrimas da ternura que nos deixamos ter
Como um rio que em nós se desagua para de novo nascer
Fundas são as linhas da paixão
Fundas são as linhas da paixão
O trilho livre de deixar ir o coração
Solto em tudo, em todos, na sua direcção
Que nos deixa em paz, nunca sós...
2 de junho de 2009
aPeNaS
A solidão que me deixasteTraz-me a vertigem de todas as falésiasGrita-me os silêncios das memóriasOs caminhos de todos os sonhosE não descanso...A minha voz é um moribundo rouco à procura de uma luz.E eu, apenas eu, sempre eu, fico-me em mim...
1 de junho de 2009
LiBeRtAçÃo
Nos dias em que os versos são silêncios. Os nós inquietam-nos demais os passos e todas as vertigens são marés de nos ferir as mãos. Deixamos que cada segundo se transforme num tempo infinito e pesa-nos a alma sobre o leito. Que às vezes se torna próximo demais da morte. E cada corrente em fortes braçadas aprisiona as saudades e a libertação percorre uma longa viagem sem destino. E cada rio é mais que um simples carreiro... É a alma à solta na prisão dos momentos que das cores se dilui em vazio. Sim... no dia em que os versos, como os pássaros, não voam.
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oTeMp0
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A minha calçada é um manto frio Que me cobre de inquietação Foge-me dos pés, em forte arrepio Curva-se-me em lágrima e canção A minha calça...
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Há um silêncio de memórias nos rostos que dormem sobre os lábios que esperam. No aroma dos frutos caídos. Na ternura das palavras. De ti. E...