29 de agosto de 2014

MaIsUmSiLêNcIo

Podes esconder o brilho das flores
Mascarar o desassossego por entre a solidão.
Podes arder ainda todos os teus amores,
Perder-te nos versos de cada perdão.

Podes calar as chagas do teu peito
Por entre abraços e ternuras mais.
Podes do rio afogar o leito
Onde a corrente é forte demais.

Podes esquecer-te de vir, no labirinto de ti
Por muito que fiques, por muito que vás.
Podes nunca regressar a mim, aqui
Mas sei sempre onde estás.

28 de agosto de 2014

s0rRiSo

Podes ouvir o silêncio das palavras,
Tudo o que tenho e preciso.
Sabes que se o amor tem cheiro
Tem o cheiro do meu sorriso...

Podes cantar as madrugadas e os tempos,
Arrancar uma dor sem aviso
Sabes que na chuva das canções
Encontras o sabor do meu sorriso...

Podes chamar o passado em cada lembrança,
Abrir o peito em noites sem juízo
Sabes que nunca te falta nem esquece
Esta corrente tua, feita alma no meu sorriso...

26 de agosto de 2014

v0lTa

Verte-se o poeta em rios de dor quando o tempo parece parar. Pergunta-se quais as formas do futuro. Inquieta-se na ondulação da pele. Rasga-se por inteiro e é assim mesmo.

14 de agosto de 2014

sIg0

Sigo na estrada do rio
Que leva o vento,
Que traz a vida.
Meu peito é um arrepio
Pesado e sem alento
Que anuncia a despedida...

Sigo a viagem da ilusão
Às vezes perto demais,
Horizontes de ternura.
Meu canto é uma explosão
Onde nem sempre vais
Fonte de eterna procura...

Sigo cada pedaço das entranhas
Gritos vorazes dentro de mim,
Ao sabor de uma primavera.
Pinceladas e dores tamanhas
Aguarelas de tempero jasmim
Nos olhos de quem está, de quem espera...

Sigo...
                                                                                                         

6 de agosto de 2014

VeM

Vem dar-me a mão no leito de mim
Canta-me o teu sorriso sem fim
E voa suave nos sonhos da alegria...
Vem pedir-me o beijo reclamado
Aquele perfume abençoado
Que ainda hoje me acorda o dia...

Vem dançar na praceta talvez
Abrigar-me de tanta pequenez
Para o meu sonho adormecer...
Vem falar-me ao ouvido de mansinho
Fazer da minha pele o teu ninho
Onde tudo teima em renascer...

Vem voar, viajar pela história do mundo
Navegando límpida no eterno mar profundo
No regresso das solidões soltas...
Vem, que assim te chamo em chama
Em poema que sofre, sangra e ama
De cada vez que vais, sem saber se voltas...

2 de agosto de 2014

Nã0eStAr

O voo da vida, um labirinto de emoções no ar
Na sofreguidão de ir e ficar
No embalo das tempestades no mar
No segredo fecundo do amar
Falésia de vertigens do meu caminhar...

O longínquo abraço por dar
Mesmo no preciso segundo do acordar
Passagens e passagens, tudo num silencioso gritar
Que me dizes sem me sossegar.
Porque o importante é estar.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...