E, para ser sincero, até agora penso "por que eu criei isso daqui?". Tudo bem que todos devemos ter um tempo de lazer, o famoso ócio. Mas eu já excedi todos os limites de distração. Faltando vinte e poucos dias para o vestibular da UEFS, e passados mais ou menos 6 meses desde que soube que não havia passado no vestibular da UFBA, ainda não estudei o suficiente para ser digno de uma vaga em universidade. "Ah, Caio, tu broca, tu é inteligente", "Oxe, rapaz, tu passa no teu curso em primeiro"... É o que tenho ouvido ultimamente ao ser realista o suficiente e dizer aos demais que não passo. É ruim quando as pessoas criam uma imagem falsa de você. Não sei o motivo pelo qual sou inteligente para muitos. Nunca fiz nada de espetacular; nunca tirei nota máxima em prova de matemática (esses dados não levam em conta as notas do ginásio); nunca criei um programa de computador, exceto uma calculadora; enfim, não sou exemplo a ser seguido.
Não pensem que sou um pobre coitado que não sabe fazer nada e tem complexos de inferioridade aliado a distúrbios psico-sociais, cujo motivo poderia ser uma falta de amparo familiar. Eu tenho lá minhas qualidades e isso não nego. Às vezes posso até ser visto como um "senhor sabe-tudo metido a intelectual e sem um pingo de humildade". Sei lá o que esse povo pensa de mim. Eles imaginam tudo que não devem imaginar e não enxergam o que realmente sou, o que tenho de bom e de ruim.
Voltando à questão do vestibular, está na cara já. E eu tenho que estudar uma porrada de coisas, mas eu não tenho mais o mínimo saco para tal. Ver todas aquelas coisas maçantes do Ensino Médio... Não gosto nem de pensar nelas. Não me sinto bem estudando cosseno, tangente, funções, nem movimento retilínio uniforme, ou técnicas de redação, ou ainda composição de solos (terra, não é solo de guitarra). E então fico na dúvida. Será que eu sou um descompromissado ou meu jeito de ser é que é intransigente para com certas coisas? Eu vejo tantas pessoas que, mesmo sem gostarem de estudar, estudam. Assim o fazem pelo compromisso que têm. Talvez eu devesse ser desse jeito. Mas definitivamente não sou. Sou bastante cuidadoso com o que tenho, vou fundo (mais até do que a sensatez recomenda) nas coisas que me agradam e alheio ao que não gosto. Não significa, no entanto, que sou egoísta. É apenas uma questão de extremos. Gosto do que gosto, não gosto do que não gosto.
E assim eu vivo. Com responsabilidades as quais alguns acham que é perda de tempo, e com a sua falta para assuntos que, contrariando a lógica do mundo, não me interessam. Vamos ver no que vai dar...