quinta-feira, 28 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
do baú
No fim de 2010 tive uma ideia com o Lyra, para uma história curta sobre uma das mais icônicas figuras brasíleiras. Discordamos um pouco sobre a abordagem e a coisa não foi pra frente. Ela pedia um desenho um pouco mais realista, então terminei o roteiro e mostrei para alguns colegas, mas ninguém se empolgou o suficiente. Talvez a história seja rasa demais, mas a minha ideia era essa, que nada ficasse muito claro (a dubiedade sendo um aspecto fundamental no clima do roteiro) ou fosse muito a fundo nos dilemas dos personagens, pelo menos num primeiro momento. Dependendo do resultado, poderia servir como uma introdução para uma história maior. Enfim, desisti de ver isso pronto algum dia, então achei melhor botar logo aqui, antes que o patrão empacote ou vá mesmo parar num asilo (bate na madeira). Fica aí como curiosidade, usem a imaginação.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
quem não chora não mama
No subsolo de algum lugar insuspeito, no terceiro corredor à esquerda, atrás de uma pesada porta de ferro trancada a sete chaves e guardada pelo circuito de vigilância interna, encontra-se o inestimável e secreto acervo do DEPÓSITO DE LÁGRIMAS DO TELEJORNALISMO NACIONAL. Não que o choro para fins de entretenimento seja exclusividade da categoria, mas todo mundo sabe que uma lágrima colhida in loco, em frente às câmeras – eternizada em seu agridoce frescor – trata-se de bem valiosíssimo.
Minuciosamente catalogadas, não se deve jamais misturar os casos de menor potencial traumático, como derrotas de times, com – estes sim – os parentes de vítimas de acidentes fatais, criminosos arrependidos e famílias desalojadas em terremotos e enchentes. Embora as lágrimas de dor apresentem uma composição especial – constituídas do próprio sabor da tragédia humana, segundo os especialistas –, as amostras em casos de reencontros familiares (saudade, surpresa, alegria) e flashbacks de parentes falecidos (saudade, nostalgia) também têm o seu lugar no ambiente climatizado, porém na área dos programas vespertinos.
O malandro agente televisivo deve saber conduzir o entrevistado à primeira lágrima (a mais valiosa) sem pressa, é preciso construir o choro como quem induz um rato de laboratório à recompensa. Deve estar sempre em prontidão, com o frasco coletor em mãos (devidamente disfarçado sob o microfone), para colher a lágrima fresca e ainda quente, direto da nascente. A amostra será então conduzida às instalações do DDLDTJN para catalogação e armazenamento, mas, infelizmente, só poderá ser conservada por até três dias – prazo em que deixa de comover até o mais sensível coração de manteiga-mole, e deve ser imediatamente substituída por outra de matéria semelhante ou de maior apelo dramático.
Naturalmente, constam ainda do acervo as lágrimas de crocodilo: reunindo a farta produção da classe política, dos reality shows e da teledramaturgia brasileiras, e que, devido à sua baixa volatilidade – o que é perfeitamente compreensível se levarmos em conta seu aspecto ordinário –, ocupa um galpão de área imensamente maior do que as anteriores.
Minuciosamente catalogadas, não se deve jamais misturar os casos de menor potencial traumático, como derrotas de times, com – estes sim – os parentes de vítimas de acidentes fatais, criminosos arrependidos e famílias desalojadas em terremotos e enchentes. Embora as lágrimas de dor apresentem uma composição especial – constituídas do próprio sabor da tragédia humana, segundo os especialistas –, as amostras em casos de reencontros familiares (saudade, surpresa, alegria) e flashbacks de parentes falecidos (saudade, nostalgia) também têm o seu lugar no ambiente climatizado, porém na área dos programas vespertinos.
O malandro agente televisivo deve saber conduzir o entrevistado à primeira lágrima (a mais valiosa) sem pressa, é preciso construir o choro como quem induz um rato de laboratório à recompensa. Deve estar sempre em prontidão, com o frasco coletor em mãos (devidamente disfarçado sob o microfone), para colher a lágrima fresca e ainda quente, direto da nascente. A amostra será então conduzida às instalações do DDLDTJN para catalogação e armazenamento, mas, infelizmente, só poderá ser conservada por até três dias – prazo em que deixa de comover até o mais sensível coração de manteiga-mole, e deve ser imediatamente substituída por outra de matéria semelhante ou de maior apelo dramático.
Naturalmente, constam ainda do acervo as lágrimas de crocodilo: reunindo a farta produção da classe política, dos reality shows e da teledramaturgia brasileiras, e que, devido à sua baixa volatilidade – o que é perfeitamente compreensível se levarmos em conta seu aspecto ordinário –, ocupa um galpão de área imensamente maior do que as anteriores.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
A PERGUNTA SEM RESPOSTA
O vídeo acima é o primeiro de uma série de 6 palestras do célebre Leonard Bernstein (aquele mesmo de West Side Story), ministradas em Harvard em 1973. Entituladas "The Unanswered Question", em referência à obra homônima de Charles Ives (aqui numa paródia/homenagem do velho Zappa), as quase 12 horas de material estão disponíveis na íntegra no YouTube. Extremamente didático, Bernstein faz um paralelo entre música e linguística, em especial nos aspectos em comum com a poesia, sempre exemplificando tudo ao piano, ou por meio de obras clássicas, na regência da Boston Symphony Orchestra. Algumas das questões levantadas por ele (porém numa abordagem mais holística) também podem ser encontradas no excelente O Som e O Sentido: Uma Outra História das Músicas (José Miguel Wisnik, Cia. das Letras, 1989). Infelizmente, os vídeos não estão legendados, mas se trata de uma aula e tanto, puro ouro. E caso Bernstein não responda o PORQUE, certamente explica COMO.
LEONARD BERNSTEIN: THE UNANSWERED QUESTION (1973)
1. Fonologia Musical
2. Sintaxe Musical
3. Semântica Musical
4. Os Deleites e Perigos da Ambiguidade
5. A Crise do Século XX
6. A Poesia da Terra
quinta-feira, 7 de junho de 2012
segunda-feira, 4 de junho de 2012
ESCAMBO DAS ARTES + MONSTER ARTES INTEGRADAS
Inaugurando a agenda de shows do ano, toco nesse fim de semana com o CHAPAMAMBA em Santa Teresa, e no dia 1º de julho em Barra de São João (RJ). De quebra, estaremos com um banquinha de livros da Beleléu e outros quadrinhos independentes. Os dois eventos têm entrada franca.
09 de junho, sábado
das 16 às 21h
ESCAMBO DAS ARTES
Centro Cultural Laurinda Santos Lobo
Rua Monte Alegre, 306
Santa Teresa
shows com as bandas Chapamamba (18h) e Reflézia (19h)
exposição de fotografias, poesia, grafite, moda, e exibição do documentário Condor, de Roberto Mader
.............................
01 de julho, domingo
a partir das 12h
MONSTER - ARTES INTEGRADAS
Espaço 432
Rua Infância, 432
Barra de São João (RJ)
shows com as bandas Chapamamba, Ovazïo, Nem Maçã Nem Pêra, Lê Almeida, A Cidade de Duque de Caxias e Tamarindo
lançamento do livro Câmera Lenta, de Cristiano Onofre
workshop Dinâmicas de Corpo - Sentido e Interferência, com Thomaz Garcia
exposições, intervenções, fórum sobre produção independente e venda de artigos autorais
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