Por André Debevc
Conhecidos mais íntimos o tinham como um tipo mulherengo. Ele preferia dizer que era um fiel não praticante.
quinta-feira, novembro 26, 2009
quarta-feira, novembro 04, 2009
Melhor com que sem
Por André Debevc
Existe um ditado antigo que diz que tem certas coisas são mais fáceis de não começar do que de terminar. Essa é uma daquelas verdades absolutas das quais talvez eu nem tenha capacidade física ou mental de discordar. Deve estar falando das melhores coisas da vida de alguém. Todo mundo tem uma história, um amor, um trabalho, uma paixão proibida que foi assim: certamente muito mais fácil de começar do que de terminar.
Tenho uma teoria que diversos finais da mesma coisa acabam mesmo virando reticências. Sem um olhar pra trás, nem de saudade. Sem um segundo em silêncio no esbarrão, desses quase inevitáveis que a vida sempre dá, numa recordação em algum fragmento daquilo que – depois de tanto tempo fica ainda mais fácil de ver - foi mesmo mais fácil de começar.
E às vezes, muitas vezes, tudo começa do jeito mais despretencioso possível. Até porque o não, como adora dizer um amigo meu, já vem de casa. E de repente você, que naquele dia saiu de casa um pouco mal arrumado até, com o cabelo esquisito, a barba pra lá de que por fazer, acaba tendo uma surpresa dessas que te faz sorrir, e até querer se parabenizar, quando cruza com o próprio olhar no espelho retrovisor no caminho de casa.
É como se simplesmente PUMBA, do nada você tivesse ganho o dia, a vida, um novo ânimo só porque fez o que não faz todos os dias. Só porque, pra variar, você venceu todos aqueles milhares de nãos que vive carregando no bolso desde aquela festa americana, em que você levou refrigerante e comeu skinny, querendo dançar com a menina mais bonita, mas simplesmente não teve nem a coragem de arriscar e de repente ganhar um sim.
Um dos meus velhos filmes favoritos, Sociedade dos Poetas Mortos, fala disso. Mostra essa alegria adolescente e contagiante de um simples sim. A vida nos cerca de nãos por todo lado. Com ao anos, vamos nos conformando, saindo de casa com cada vez mais nãos no bolso, esquecendo que sim, existem mesmo coisas que são mais fáceis de não começar do que de acabar. Mas que são essas coisas, às vezes tão difíceis de terminar, que nos fazem mais fortes. Que nos dão nossos sorrisos mais canalhas e cafajestes – no sentido mais inocente e moleque (talvez a palavra fosse mesmo moleque) que elas podem ter.
Então se aquele emprego, aquele amor, aquele esporte, aquela aula, aquela conversa, parece ser uma dessas coisas, muito mais fáceis de nem começar, recuse essa primeira impressão. Vá em frente. Que seja muito mais difícil de acabar, de esquecer, de não parar de lembrar, de ter saudade, de te fazer sorrir sozinho – só com os olhos, que seja – que acabe sendo muito mais complicado de seguir em frente sem olhar pra trás. Aquilo que é mais difícil de terminar sempre é aquilo sem a qual a sua vida não podia ter acontecido, sido e vivido sem.
Existe um ditado antigo que diz que tem certas coisas são mais fáceis de não começar do que de terminar. Essa é uma daquelas verdades absolutas das quais talvez eu nem tenha capacidade física ou mental de discordar. Deve estar falando das melhores coisas da vida de alguém. Todo mundo tem uma história, um amor, um trabalho, uma paixão proibida que foi assim: certamente muito mais fácil de começar do que de terminar.
Tenho uma teoria que diversos finais da mesma coisa acabam mesmo virando reticências. Sem um olhar pra trás, nem de saudade. Sem um segundo em silêncio no esbarrão, desses quase inevitáveis que a vida sempre dá, numa recordação em algum fragmento daquilo que – depois de tanto tempo fica ainda mais fácil de ver - foi mesmo mais fácil de começar.
E às vezes, muitas vezes, tudo começa do jeito mais despretencioso possível. Até porque o não, como adora dizer um amigo meu, já vem de casa. E de repente você, que naquele dia saiu de casa um pouco mal arrumado até, com o cabelo esquisito, a barba pra lá de que por fazer, acaba tendo uma surpresa dessas que te faz sorrir, e até querer se parabenizar, quando cruza com o próprio olhar no espelho retrovisor no caminho de casa.
É como se simplesmente PUMBA, do nada você tivesse ganho o dia, a vida, um novo ânimo só porque fez o que não faz todos os dias. Só porque, pra variar, você venceu todos aqueles milhares de nãos que vive carregando no bolso desde aquela festa americana, em que você levou refrigerante e comeu skinny, querendo dançar com a menina mais bonita, mas simplesmente não teve nem a coragem de arriscar e de repente ganhar um sim.
Um dos meus velhos filmes favoritos, Sociedade dos Poetas Mortos, fala disso. Mostra essa alegria adolescente e contagiante de um simples sim. A vida nos cerca de nãos por todo lado. Com ao anos, vamos nos conformando, saindo de casa com cada vez mais nãos no bolso, esquecendo que sim, existem mesmo coisas que são mais fáceis de não começar do que de acabar. Mas que são essas coisas, às vezes tão difíceis de terminar, que nos fazem mais fortes. Que nos dão nossos sorrisos mais canalhas e cafajestes – no sentido mais inocente e moleque (talvez a palavra fosse mesmo moleque) que elas podem ter.
Então se aquele emprego, aquele amor, aquele esporte, aquela aula, aquela conversa, parece ser uma dessas coisas, muito mais fáceis de nem começar, recuse essa primeira impressão. Vá em frente. Que seja muito mais difícil de acabar, de esquecer, de não parar de lembrar, de ter saudade, de te fazer sorrir sozinho – só com os olhos, que seja – que acabe sendo muito mais complicado de seguir em frente sem olhar pra trás. Aquilo que é mais difícil de terminar sempre é aquilo sem a qual a sua vida não podia ter acontecido, sido e vivido sem.
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