quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Na inteireza da noite, derreamentos.
E risos, algazarras, pessoas que passam
sob uma janela, em uma rua, no vazio.
O silêncio é lunar.

Na penumbra, a mesa com uma jarra,
flores escurecidas...
E ninguém tirou a cadeira do lugar:
o medo, o assalto, a descoberta.

Palavras são deixadas nos dias,
desnecessárias.
Os olhos são vagos e solúveis,
inconsistências inúteis.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Quando me incorporo escuridão,
sou como aquela imagem,
de líquidos e membranas orgânicas,
com meus olhos que não mais me enganam.

Feto azul, violeta ou lilás, tão cintilante,
tão sem contrários e tão sem sonhos,
sou ordem em espelho negro e mágico.

E faço-me minha própria metade atroz,
porque não tem idade, nem nascer,
nem um único instante.