28/06/2010
Vencedores do Passatempo
Os vencedores foram:
Agostinho Gonçalves - Monção
Nuno Ricardo Moreira Gonçalves - Vila de Punhe
Nelson Frias Amaral - Sátão, Viseu
Parabéns aos vencedores e os meus agradecimentos, a todos os leitores que participaram, pelo interesse que manifestaram pela minha obra. Bem hajam!
27/06/2010
Passatempo Marcador de Livros - Lembrete
22/06/2010
Passatempo: Quer ganhar O Romance da Bíblia?
O blogue Marcador de Livros, em parceria com a Editora Ésquilo, lançou um passatempo, onde serão oferecidos três exemplares da minha última obra, O Romance da Bíblia.
O desafio está já a decorrer e terminará às 23.59 h. do dia 27 de Junho. Basta responder acertadamente às perguntas de Maria Manuel Magalhães, a autora do blogue.
Se se virem aflitos, consultem a página do romance (http://romancedabiblia.blogspot.com/) que decerto vos prestará alguma juda.
Vejam como participar AQUI
80ª Feira do Livro de Lisboa e Porto
Pouco mudou num certame que devia ser um dos maiores eventos portugueses em prol dos livros, dos autores e dos leitores e, todavia, continua a parecer uma mero arraial de província, quer a nível de qualidade, exposição e informação, quer a nível de eventos culturais. Pobre, insignificante, revelando incompetência na organização. Na de Lisbos, no dia anterior à sua abertura, ainda não havia qualquer informação na Página do certame, rigorosamente nada; na do Porto, indicavam-se alguns livros do dia e umas raras sessões de autógrafos.
Copiamos tudo do estrangeiro, já agora porque não fazer algo semelhante às Feiras do Livro europeias ou até brasileiras? Este ano (valha-nos isso!) não houve as habituais tricas entre os participantes, que só prejudicam os leitores que eles afirmam querer servir e beneficiar.
Valeu pelo contacto com os leitores, que é a parte mais gostosa, para além da escrita, aos quais rendo aqui a minha homenagem e agradeço a amável companhia:
18/06/2010
Sessões de Autógrafos Invisíveis
Vou estar na Feira a assinar autógrafos ao Romance da Bíblia e ao Espião de D. João II, no dia 19, das 15 às 18 h. e não vejo lá qualquer indicação da minha sessão, nem de O Espião de D. João II ser Lvro do Dia da Ésquilo.
Não se compreende que haja tão poucas indicações da presença de escritores, até parece que há editoras privilegiadas e outras parentes pobres que não merecem referência. Procurei em vão contactá-los, pois gostaria que os meus leitores do Porto soubessem da minha ida e da minha vontade de os receber no Pavilhão A20 da Ésquilo.
Por isso deixei o meu apelo na sua Página do Facebook, todavia tenho poucas esperanças de que alguém responsável o leia e resolva o lapso até amanhã. O que será de lamentar!
17/06/2010
A Experiência Book - a não perder
15/06/2010
Vou estar na Feira do Livro do Porto

Dia 19 de Junho, Sábado, das 15 h. às 18 h.
Caros amigos do Norte: Estarei à conversa com os leitores, na Feira do Livro do Porto - Avenida dos Aliados - no Pavilhão da Editora Ésquilo (A20)- e, para quem quiser, a assinar O Romance da Bíblia e O Espião de D. João II, que são Livros do Dia.
Venham fazer-me companhia e dar um pouco à língua sobre livros e leituras!
13/06/2010
Apresentação d'O Romance da Bíblia na FNAC do C. C. Colombo
Heroínas de O Romance da Bíblia
Amanhã, dia 14, pelas 19 h., encerrar-se-á o cíclo das apresentações deste meu romance, com uma análise literária e crítica, de primeira água, feita pela Dra. Manuela Gamboa, a que já tive o privilégio de assistir na sessão de lançamento, no Centro Nacional de Cultura. Como professora de Literatura e como mulher, Manuela Gamboa soube captar e dissecar todas as intenções e subentendidos da minha escrita, sem deixar nada de fora ou ao acaso.
Aqui vos apresento as minhas heroínas: assim captaram os pintores algumas das cenas descritas neste livro, como se tempos e gentes tão distintas partilhassem dos mesmos mitos e sensações, maravilhando-se sobretudo com o erotismo dessas mulheres eternas.
Ver mais.
09/06/2010
Resultado do Passatempo Segredo dos Livros
Parabéns aos três vencedores que vão receber os exemplares desta obra:
Éloi Mendes
Loulé
Elisabete Seromenho
Lisboa
Rute Duarte
Almada.
08/06/2010
Agenda de Junho
Ilha das Letras: Feira do Livro, a decorrer de 1 a 13 de Junho, no Parque do Lenteiro do Rio.
* Às 21.30 h - Apresentação do meu último livro - “O Romance da Bíblia” - por Isabel Prates. A sessão contará com a presença do Exmo. Sr. Prof. Rogério Duarte, Vereador da Cultura da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul.
* Às 10h00 - Encontro com os alunos da Escola Secundária de São Pedro do Sul e às 11h00 com os alunos das escolas EBI de Santa Cruz da Trapa e EB 2/3 de São Pedro do Sul.
Dia 12/06, Sábado - Aveiro
Livraria Bertrand do Fórum Aveiro
* 19h00 - Apresentação de "O Romance da Bíblia" e tertúlia sobre os temas do Velho Testamento e a condição da mulher na Bíblia e hoje. Espero voltar a ver os meus queridos leitores de Aveiro com os amigos que desejarem acompanhá-los.
Dia 14/06, Segunda-feira - Lisboa
FNAC Colombo
* 19h00 - Nova apresentação de “O Romance da Bíblia”, pela Dra. Manuela Gamboa. Esperamos por todos os que quiseram ir ao lançamento do CNC e não puderam.
Ainda a tempo de ganhar "O Romance da Bíblia"
Ainda vão a tempo de participar no Passatempo do Segredo dos Livros e ganhar um dos três exemplares de O Romance da Bíblia, oferecidos pela Editora Ésquilo.
O prazo termina às 23 h. de hoje, dia 8 de Junho.
Boa sorte!
23/05/2010
Passatempo do Segredo dos Livros

Oferta de 3 exemplares de "O Romance da Bíblia"
De 1 a 8 de Junho, o blogue Segredo dos Livros, em parceria com a Editora Ésquilo, vai lançar um passatempo, onde serão oferecidos três exemplares do meu novo livro.
Fiquem atentos ao prazo e vejam como participar AQUI!
Obs: Vou ficar por uns tempos sem poder trabalhar com o computador, daí ter feito o anúncio com tanta antecedência.
Boa sorte.
Obrigada, queridos leitores!
Fechei a minha participação na Feira do Livro de Lisboa com chave de ouro: uma conversa gostosíssima com inúmeros leitores, em alguns casos com famílias inteiras, sobre a nossa História e as suas personagens fascinantes.
Conheci um produtor de cinema que gostaria de fazer um filme sobre as viagens de Pêro da Covilhã, O Espião de D. João II. E que me afirmou que se estivéssemos nos Estados Unidos, Austrália ou Inglaterra, os meus livros seriam guiões de filmes.
Falámos também das mulheres do Antigo Testamento, da condição da mulher nos nossos dias, da sua luta ou acomodação.
Foi tão bom estar na Feira do Livro, apesar do intenso calor! Obrigada a todos os que quiseram conversar comigo.
21/05/2010
O meu último dia na Feira do Livro
Espero-vos, com muito carinho, para os tais dois dedos de conversa.
19/05/2010
O Romance da Bíblia já tem Página
Como tenho por O Romance da Bíblia um carinho especial, dei-lhe corpo e alma próprios, em Página virtual.
Por enquanto ainda está a tentar os primeiros passos, contudo espero que cresça depressa e, em breve, tenha novidades, entrevistas, sugestões ou críticas dos leitores, passatempos e temas com afinidade à obra.
Desde já, podem ficar a conhecer as suas heroínas.
Espero que o visitem e se tornem fãs AQUI.
15/05/2010
SURPRESA NA FEIRA DO LIVRO!
Uma surpresa do meu editor! Eu não sabia!
O Romance da Bíblia representa um olhar feminino e crítico sobre a condição da mulher no Antigo Testamento. É uma crónica da vida dos seus homens e das suas mulheres, recriada com grande rigor histórico, sem todavia descurar o intenso erotismo que impregna o livro sagrado, através do uso e abuso das suas mulheres e das artimanhas a que estas recorriam para sobreviver e até, por vezes, dominar.
Estarei na Feira do Livro, no Pavilhão da Ésquilo B02 (no início da ala esquerda, vindo do Marquês de Pombal), para apresentar o romance aos que não possam estar presentes no lançamento, dia 20, às 18 h.30, no Centro Nacional de Cultura.
12/05/2010
O Espião de D. João II é Livro do Dia

13 de Maio, Quinta-feira,das 16 h. às 19 h.
Caros amigos: Estarei à conversa com os leitores, na Feira do Livro de Lisboa, Parque Eduardo VII - Pavilhão da Editora Ésquilo (B02) e, para quem quiser, a assinar O Espião de D. João II, que é Livro do Dia.
Venham fazer-me companhia e dar um pouco à língua!
No Sábado, dia 15, lá estarei também à mesma hora.
11/05/2010
FINALMENTE o Lançamento!!!

O ROMANCE DA BÍBLIA
Um olhar feminino sobre o Antigo Testamento
de
Deana Barroqueiro
Dia 20 de Maio, quinta-feira, às 18 h. 30
Centro Nacional de Cultura
Largo do Picadeiro, nº 10 - 1º
Lisboa - Metro Baixa-Chiado
A apresentação estará a cargo da
Dra. Maria Manuela Gamboa
Como escreve Maria Teresa Horta, no Prefácio deste romance, a odisseia das mulheres e homens do Antigo Testamento é minuciosamente recriada pela autora com "uma escrita toda ela tecida por sensualidades e cintilações audaciosamente irónicas".
* O Romance da Bíblia é uma reedição, revista e organizada em forma de crónica/romance, num só volume, dos Contos e Novos Contos Eróticos do Velho Testamento, que já só raramente se encontram.
10/05/2010
II Encontro Nacional Bookcrossing/Segredo dos Livros
Organizado por Margaret Santos, do Bookcrossing, e Fátima Rodrigues, do Segredo dos Livros, no passado dia 8, no Centro Cultural da Branca em Albergaria-a-Velha, teve lugar o II Encontro Nacional Bookcrossing (um movimento de leitores que nasceu nos Estados Unidos da América), que conta com mais de 8.000 membros em Portugal.
Fui convidada, entre outros escritores, para participar no primeiro dos três painéis temáticos sobre os vários tipos de romance: “Romance/Ensaio Histórico”, com Fina d’Armada, Paulo Alexandre Loução e Sónia Louro, moderados por Sebastião Barata, do Segredo dos Livros.
Evento bem organizado, apoiado pela Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, na pessoa do seu Presidente, Professor João Agostinho Pereira, com assessoria de Margaret Santos, ofereceu um ambiente acolhedor e de muita qualidade a todos os participantes (escritores e leitores).
É de lamentar apenas que, sendo uma comunidade de 8 000 “bookcrossers”, este evento preparado com tanto empenho e trabalho pelo Segredo dos Livros e o Bookcrossing português, tenha tido uma tão fraca adesão e participação desses leitores.
Todavia, uma assistência interessada e culta proporcionou aos escritores convidados um dia de agradável e amistoso convívio, pelo que agradeço a todos, a honra do convite e o prazer que senti, lamentando não ter podido ficar para a sessão da tarde, devido ao cansaço, pelo que apresento as minhas desculpas.
06/05/2010
Celivrarias cancela pela 2ª vez o lançamento do meu livro
Parece-me, independentemente de ter sido a parte prejudicada, que o comportamento da Cebuchholz foi de uma falta de profissionalismo, para já não dizer de ética, inqualificável.
Tendo sido contactada com mais de um mês de antecedência, a livraria marcou o lançamento do meu romance para o dia 20 de Maio. Para nosso espanto (da editora e meu), alguns dias mais tarde comunicaram-nos a impossibilidade de o fazer nessa data, invocando um inesperado “overbooking”: os serviços não se tinham dado conta de que haviam marcado dois lançamentos para o mesmo dia e hora (falta de competência ou desculpa esfarrapada?).
Como ainda não se tinham feito os convites, o editor da Ésquilo, Dr. Paulo Alexandre Loução, desculpou o erro e aceitou a nova data que lhe propuseram – 17 de Maio.
Anunciámos o evento. Fizeram-se os cartazes e convites electrónicos e os de papel, marcou-se a data com a actriz Tânia Alves, que vai ler alguns excertos da obra, e com a apresentadora (a primeira convidada já não o poderia fazer nesse dia, por isso tivemos de convidar outra pessoa, dando-lhe portanto menos tempo para preparar a apresentação).
Hoje, dia 6 de Maio, estando os convites já impressos e a serem enviados, a Cebuchholz contactou o editor da Ésquilo, para lhe comunicar que tinham outro lançamento, o qual, devido à presença de uma certa entidade política, só podia realizar-se no dia e hora do nosso, pelo que a apresentação da obra de Deana Barroqueiro tinha de ser de novo cancelada.
Ficámos siderados!
Percebo que a Cebuchholz zele pelos seus interesses, até posso aceitar a sua ideia de que os meus leitores não tenham o peso de uma qualquer personalidade da Presidência da República ou semelhante, porém não consigo aceitar que os seus dirigentes não honrem um compromisso, assumido com terceiros (e com grande antecedência, para mais depois de já terem faltado uma vez à palavra dada), só porque lhes apareceu outro evento que consideraram mais vantajoso para os seus interesses, atropelando sem hesitação os compromissos que a editora e a autora haviam assumido, por sua vez, com outras pessoas, porque fizeram fé na palavra e no profissionalismo da Cebuchholz.
Ao comprometermo-nos com eles, pusemos de lado outras instituições igualmente interessantes que nos ofereciam os seus espaços. Esses dias, entre 17 e 20, são as datas possíveis para se fazer o lançamento, ainda este mês.
A Cebuchholz deixou-nos, assim, numa situação quase impossível: conseguir à última hora, em cima do acontecimento, um outro local para a apresentação. E num dia e hora em que todos os participantes, sobretudo, a apresentadora e a actriz, o possam fazer.
Ainda que na Cebuchholz nos oferecessem outra data, já não podíamos aceitar, por falta de confiança na sua palavra, pois a(má)experiência ensinou-nos que, sem qualquer escrúpulo, o podiam cancelar de novo.
Estou indignadíssima e peço desculpa, a todos os meus leitores, deste comportamento vergonhoso da parte de uma instituição ligada à cultura que, todavia, age como se desconhecesse as mais elementares regras de compromisso e cortesia.
O editor, apesar da agenda carregadíssima deste mês vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para conseguir um local para o lançamento, se possível no dia e hora anunciado, pelo que espero ter oportunidade de ainda vir a receber os meu amigos e apresentar-lhes em pessoa O Romance da Bíblia.
Nunca imaginei que haveria de passar por uma situação destas!
É realmente escandaloso e inadmissível.
04/05/2010
Conversas ao princípio da tarde

5 de Maio, Quarta-feira, 12.15 h
Auditório da Soc. Interbancária de Serviços
Rua Soeiro Pereira Gomes, Lote 1, Lisboa
Venho lembrar a todos os interessados que esta Conversa ao Fim da Tarde sobre o enigmático Espião de D. João II, promovida por Pedro Katzenstein e Jorge Soares, passou para o início da tarde e é de entrada livre. Lá os espero e serão muito bem-vindos.
03/05/2010
A Feira do Livro e os meus Leitores

28/04/2010
Agenda para Maio 2010




Estamos a procurar outro espaço para receber os amigos e informaremos da nova data e local, logo que seja possível.
Esperamos conseguir manter a apresentação pela professora/investigadora Dra. Manuela Gamboa e os textos lidos pela actriz Tânia Alves (Comuna - Teatro de pesquisa).
25/04/2010
Memórias de um Nonagenário - Parte III (Fim)

Nos anos trinta, fora com desgosto que se despedira das meninas que deixaram de frequentar as suas aulas, por força de uma lei que proibira o ensino misto e também detestara ver os alunos com a farda obrigatória dos “lusitos”, da Mocidade Portuguesa – calças e bivaque castanhos, camisa verde e um cinto com um S na fivela, em homenagem a Salazar – a fazerem a saudação fascista de braço estendido. Mas, com o passar do tempo, sossegara-o a revolta e a troça da maioria dos seus alunos contra o fascismo e a censura e não se enganara, pois muitos teriam um papel determinante no futuro de Portugal. Uma boa medida fora decretada, alargando a escolaridade obrigatória para 6 anos, o que, se fosse cumprido, talvez lhe trouxesse mais alunos no futuro.
O aparecimento dos primeiros filmes sonoros portugueses – “A Severa” (1931) ou a Canção de Lisboa (1933) – e da grande estrela Beatriz Costa animaram um pouco a cidade e provocara algum alvoroço entre os alunos, que logo voltaram às “fitas” americanas, as quais, segundo afirmavam, eram muito mais excitantes e cujos diálogos, apesar de serem em inglês, se percebiam muito melhor que os portugueses. Apesar dos maus tempos, havia um forte espírito de camaradagem e pertença entre ele os seus alunos e recorda ainda, com carinho, a constituição do A. L. P.A. – o Núcleo dos Antigos Alunos do Lyceu de Passos Manuel, em 1937.
A década de quarenta tão pouco fora promissora, metade dela preenchida pela 2ª Grande Guerra Mundial, embora Salazar conseguisse a neutralidade. Portugal tornou-se no porto de abrigo de muitos refugiados, sobretudo crianças judias que alguns dos alunos hospedaram em suas casas e cujas sofridas histórias lhes ouvira contar. Lisboa fora também o ponto de encontro de espiões alemães e dos países aliados e os seus pupilos vibravam com as intrigas e os mistérios que, apesar da censura e da repressão, chegavam aos ouvidos do Lyceu.
Os rapazes faziam gazeta para irem namorar as meninas que já frequentavam, com as mamãs, os cafés, as esplanadas da Av. da Liberdade e a Gelataria da Praça dos Restauradores, de vestidos atrevidos e sem chapéu, como as estrangeiras. Lisboa, Capital de Império, queria mostrar-se cosmopolita e inaugurara a Exposição do Mundo Português e o Estádio Nacional. E em 1943, inaugurou-se a Feira Popular, com as suas luzes de cores, ruído de altifalantes e de máquinas de diversão, barracas de comes e bebes, bazares de tostão, tendas de tiro ao alvo e de pim-pam-pum. Pagava-se um escudo à entrada e o povo acorria à festa, gastando uns tostões para esquecer o amargo quotidiano. Ali perderam muitos estudantes as suas noites, o dinheiro dos pais e, por vezes, até a sua inocência!
Com igual entusiasmo festejara a vitória da Selecção Portuguesa de Hóquei nos Campeonatos da Europa e do Mundo, transmitidos pela Rádio, a qual triunfa não só pela música, mas também pelos relatos dos jogos e com o teatro radiofónico, transmitido através das 240.000 telefonias que ligavam os portugueses ao mundo; todavia, jornalistas, escritores e opositores do regime são silenciados e morrem mais 43 pessoas nas prisões políticas ou abatidas pelas forças policiais.

Porém teme que a sua progressiva decadência o impeça de vir a apreciar mais festejos ou mesmo de se manter de pé, se não lhe acudirem depressa, não com enganosas maquilhagens, operações de estética ou injecções de “botox” para esticar rugas e limpar as manchas da pele, mas de verdadeiras sessões de fisioterapia, de transfusões, de cirurgia profunda e reconstrução e reforço do esqueleto.
E, já agora, uma limpeza profunda aos ouvidos, para o livrar da imundície dos palavrões que é obrigado a ouvir, para poder escutar de novo, nas vozes dos alunos de agora e em trabalhos tão bons como os de outrora, a bela Língua Portuguesa, levada à altura dos céus nos textos dos poetas e prosadores portugueses, antigos e modernos, muitos deles seus antigos alunos. Oxalá! Oxalá...
Em nome do Lyceu,
pela escrivã Deana Barroqueiro
Fotos do Liceu Passos Manuel e de revistas antigas
Memórias de um Nonagenário - Parte II

A década dos anos 20 saíra do rescaldo da 1ª Guerra Mundial e o Lyceu, sempre em sobressalto pela salvaguarda dos seus meninos, ouvira dizer que Portugal passara a ser conhecido como o “País do Tirismo, visto os políticos e seus correligionários andarem sempre aos tiros uns aos outros e cujos estoiros lhe abalavam os claustros, com grande terror seu e dos pombos abrigados nos beirais, como na Noite Sangrenta, de 19 de Outubro de 1921, em que muita gente foi assassinada, incluindo o 1º Ministro António Granjo. Ficara sabendo, por notícias colhidas em pedaços de conversas, que o Presidente da República, António José de Almeida, durante os 4 anos do seu mandato recebera 18 recusas ao convite para Chefe do Governo e conhecera 150 ministros! Apesar de tudo, notava-se algum progresso e, no final da década, os automóveis passavam já de 24 mil e os telefones de 36.500!
Os alunos eram castigados por lançarem aviões de papel nas aulas e sonharem com Sacadura Cabral e Gago Coutinho e a sua travessia do Atlântico em avião, de Lisboa ao Rio de Janeiro e festejaram Brito Pais, Sarmento Beires e Manuel Gouveia pela ligação aérea de Lisboa a Macau (17.000 Kms). Para grande escândalo da maioria dos homens, surgiram as primeiras mulheres portuguesas ciclistas de competição, outras com carta de condução e automóvel ou brevet de aviadora, como Lurdes Sá Teixeira. Lyceu via com desagrado as meninas tornarem-se arrogantes, mandonas e mais atrevidas do que os rapazes. Enfim, era um mundo às avessas!

As novidades vinham de fora e o cinema, com os musicais americanos ou a divina Greta Garbo no ecrã, oferecia um prazer barato e tornara-se a pouco e pouco em vício, levando os alunos a fazerem gazeta para irem às sessões da matinée, com inevitáveis chumbos no ano ou nos exames. Austero e inflexível educador, o Lyceu arrepiara-se, escandalizado, ao ouvir uma aluna declarar: “Agora temos o amor-vertigem, o amor jaz-band, em que se conhece, se casa e se divorcia durante um fox-trot mais ou menos prolongado”. Os alunos trocaram o fato e a gravata pelo casaco desportivo, colarinho desabotoado e calças de golfe ou calções. Os vestidos das alunas tornaram-se mais curtos e os fatos de banho de cores vivas com as saias a subirem descaradamente quase até às ancas, como calções masculinos, numa demoníaca tentação à virtude dos alunos e (horror dos horrores!) as meninas fumavam às escondidas nas casas de banho, como os rapazes. Em 1927, nas aulas de Matemática, os únicos cálculos estudados pelos alunos foram os das formas, medidas e peso das participantes no 1º Concurso da Miss Portugal.
A 1ª Volta a Portugal em Bicicleta e a 1ª Volta a Portugal de Automóvel, em 1927, puseram a cabeça à roda aos estudantes de todo o país e muitos alunos de quadro de honra do Lyceu foram vergonhosamente apeados do seu pedestal. Mas ele vira com orgulho formarem-se as suas equipas de ginástica, de esgrima e de jogos, que treinavam com grande ânimo, lealdade e esforço nos ginásios e nos campos e pátios e ele sofrera com todas as derrotas e saboreara todas as vitórias nos campeonatos como suas.
No entanto, tratara-se de uma década perigosa e de muitos maus exemplos para os jovens que tinha à sua guarda, pois a vida parecia imitar o cinema e o crime tornara-se fácil e excitante, com assaltos e extorsões a clientes dos clubes e cabarets. Relatos de misteriosos assassínios e crimes passionais, com maridos e amantes a matarem as mulheres e namoradas por ciúme, eram a matéria preferida das alunas, substituindo os poemas de Camões e os autos de Gil Vicente, porém o maior escândalo e burla do século, comentados por professores e alunos seniores fora o golpe de Alves Reis que duplicara notas de 500 escudos no valor de 290.000 contos. Então, no fim da década, precisamente em 1928, alunos e professores não falavam senão de um tal António de Oliveira Salazar que fora feito Ministro das Finanças e chamara a si a sebastiânica missão de salvar a Pátria, por todos os meios ao seu alcance.
Neste ponto, o velho Lyceu abriu os olhos, assustado. Recordações e imagens das quatro décadas seguintes misturam-se na sua memória como um longuíssimo pesadelo, iluminado por raros e efémeros sonhos bons. Tinham sido os negros tempos da repressão e da Censura, da rolha e da mordaça, segundo a máxima de que “é tão importante dizer às pessoas o que pensar, como apagar tudo sobre o que não deve pensar” , quando alunos e professores vigiavam as suas conversas, por medo de denúncias e as matérias a ensinar e os livros eram censurados, proibidos ou impostos pelo Governo. O Campo de Concentração do Tarrafal, na ilha de Santiago,
25 de Abril...

e depois tão maltratada
por quem herdou a desdita
da história colonizada.
Dai ao povo o que é do povo
pois o mar não tem patrões.
- Não havia estado novo
nos poemas de Camões!
Havia sim a lonjura
e uma vela desfraldada
para levar a ternura
à distância imaginada.
Foi este lado da história
que os capitães descobriram
que ficará na memória
das naus que de Abril partiram
das naves que transportaram
o nosso abraço profundo
aos povos que agora deram
novos países ao mundo.
Por saberem como é
ficaram de pedra e cal
capitães que na Guiné
descobriram Portugal.
Em em sua pátria fizeram
o que deviam fazer:
ao seu povo devolveram
o que o povo tinha a haver:
Bancos seguros petróleos
que ficarão a render
ao invés dos monopólios
para o trabalhos crescer.
Guindastes portos navios
e outras coisas para erguer
antenas centrais e fios
de um país que vai nascer.
Mesmo que seja com frio
é preciso é aquecer
pensar que somos um rio
que vai dar onde quiser
pensar que somos um mar
que nunca mais tem fronteiras
e havemos de navegar
de muitíssimas maneiras (...).
Excerto do poema "As portas que Abril abriu"
de José Carlos Ary dos Santos - Lisboa, Julho-Agosto de 1975
24/04/2010
Memórias do Lyceu Passos Manuel

Memórias de um Nonagenário - Parte I
Depois de ter dobrado o cabo do Século XX e entrado no Terceiro Milénio, chegara ao dia 9 de Janeiro de 2006, com a provecta idade de 95 anos (menos 5 para um século!). Mais do que o efeito do frio e da humidade acumulada em quase dez décadas de existência, esta ideia causou-lhe um arrepio que lhe arrepanhou as rugas do tecto e do soalho e, perpassando através da ossatura de colunas dos seus claustros, lhe atravessou a pétrea carnação das paredes até lhe atingir os fundamentos da alma. Então, o velho Lyceu Passos Manuel estremeceu de angústia pela incerteza do Futuro e, recolhendo-se ao sossego dos seus Arquivos, nas caves bolorentas, buscou o consolo das recordações, viajando no tempo até ao mais belo dia da sua longa vida...

O parto e os primeiros anos de crescimento haviam sido problemáticos, todavia, em
Nos primeiros tempos vivera em pânico, temendo confrontos ou uma dessas desgraças que sempre ocorrem em lugares sobrepovoados, capazes de pôr em risco a integridade dos jovens. Não esperara tamanho sucesso, pois estava preparado para acolher um número máximo de mil estudantes, no entanto, o orgulho de ser o maior Lyceu do país compensara o inconveniente do excesso, tanto mais que nesse excedente entrava a graça, a beleza e o espírito rebelde de 15 meninas dispostas a disputar aos companheiros um lugar ao sol no mundo das Ciências (inspiradas por certo no exemplo de Carolina Beatriz Ângelo que desafiara o poder masculino exigindo votar).
Mal tivera tempo de se habituar ao ruído e agitação, quando no dia 20 do mesmo mês os estudantes decretaram greve, ou mais propriamente, “fizeram parede” (“greve” é só para quem recebe salário) a favor da reintegração do professor de Inglês, Adolfo Benarus, expulso pelo Conselho de Professores por usar métodos modernos de ensino em vez das práticas rotineiras dos seus colegas.
E instaurara-se o pesadelo! Com o credo na boca, assistira durante a semana da dita “parede” a violentos confrontos entre os alunos e a Guarda Nacional Republicana, que só terminaram por intervenção do Ministro. Passado o susto, ficara-lhe o sangue a correr mais vivo nos veios de pedra, cheio de brio pela conduta dos seus jovens que se tinham batido, contra a injustiça, pela qualidade do ensino e nesses dias, fizera soar o sino da entrada tão festivamente como se fosse uma trombeta heróica.
Fora sem dúvida uma década difícil, depois de uma revolução que abolira a monarquia e proclamara a República, em 5 de Outubro de 1910, seguida por 29 mudanças de Governo, 18 intentonas ou revoluções, 20 revoltas populares e 3 atentados, além da participação de Portugal na Grande Guerra Mundial de 14-18. Com tudo isto, não era de espantar que, tanto os alunos, como os professores e os dedicados funcionários, andassem com os ânimos exaltados, a viverem em contínuo alvoroço e susto, com grande prejuízo da reputação do Lyceu.
Mas não só de política ou de guerra se falava no gabinete do Reitor ou nas salas de convívio, pois uma outra revolução ou escândalo se dera no mundo das Artes e das Letras, cujos ecos lhe chegavam a toda a hora aos ouvidos – a dos movimentos de Vanguarda, Modernistas e Futuristas – com a chamada geração do Orfeu: Mário de Sá-Carneiro (antigo aluno), Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor, Amadeo de Souza-Cardoso e tantos outros que abalavam o marasmo cultural de Lisboa, dominado pelo Dr. Júlio Dantas, inspirando os seus alunos, despertando-lhes o espírito e a curiosidade para imaginarem, experimentarem e criarem um mundo novo.

A revolução tecnológica tornara-se uma realidade, com 679 automóveis em circulação pelo país (com acréscimo de mortalidade dos peões resultante da utilização indevida pelos filhos dos condutores, à revelia dos pais) e ele dera graças aos céus por os professores da vizinha escola primária, com um ordenado mensal de 20$000 e os seus próprios docentes (embora ganhando um pouco mais), não poderem comprar tão dispendiosa e infernal máquina, evitando assim um fatal aumento de acidentes entre os seus alunos. Outra invenção diabólica invadira as casas dos honestos burgueses, distraindo os estudantes e afastando-os dos seus deveres, facilitando namoros secretos, conspirações e tramóias – o telefone, esse canal de bisbilhotice atingira o espantoso número de 6.000 assinantes!
07/04/2010
Quando a violência entra na sala de aula
Quem acha um exagero, duvida ou precisa de assistir para crer, não deixe de ver este vídeo até ao fim:

Sociedade e Educação
02/04/2010
Desde o Minho...
A tarde entrava pela janela aberta, numa brisa de flores desabrochadas naquele instante de paz e céu azul. Reparei na cortina a pavonear-se de branca acima do parapeito desbotado, na lareira um vaso a encher de verde o escuro que ficou do Inverno, à frente a cadela enroscada num sono tranquilo, na mesa o folar envernizado de gema e com um cheirinho resgatador da saudade. Aqui e ali amêndoas coloridas, como se as árvores fossem tingidas por arco-íris.
Eu estava sentada numa cadeira de baloiço, daquelas de ir e vir no sopé dum sonho. No meu colo tinha um livro, que alertava os sentidos:
«O Espião de D.João II». A tarde findou e eu nem vi como desceu a noite. Estava a viajar...
Felizes dias de Páscoa.
Isabel