30/07/2011

Ex-assassino económico John Perkins

Espero que consigam ver esta primeira parte de um espantoso documentário; depois, se quiserem mais, têm no youtube as restantes partes. É de arrepiar, se de facto as coisas se passam assim.

(Alemanha, 2008, 108min. - Direção: Erwin Wagenhofer)
Documentário de altíssimo nível, essencial para se entender o mundo em que vivemos pela ótica financeira internacional. Dos mesmos criadores do documentário "We Feed the World".

28/07/2011

A Presidenta foi estudanta?!

Através da escritora Alice Vieira, chegou-me este texto cuja leitura vos proponho, pois o seu autor (que desconheço) "põe os pontos nos iis" sobre esta questão de um erro que se pretende fazer passar por uma forma correcta do nosso maltratado Português.

Refere Alice Vieira: "Pilar del Rio costuma explicar que dantes não havia mulheres presidentes e por isso é que não existia a palavra presidenta... Daí que ela diga insistentemente que é Presidenta da Fundação José Saramago e se refira a Assunção Esteves como Presidenta da Assembleia da República".

Pilar del Rio é espanhola, digo eu, não tem obrigação de conhecer as regras gramaticais da Língua Portuguesa, os nossos políticos e os restantes portugueses já não.

Ainda nesta semana, escutei Helena Roseta dizer :« Presidenta !»,retorquindo a um comentário de um jornalista, muito segura da sua afirmação...( Sicnotícias)
Uma belíssima aula de português foi elaborada para acabar de uma vez por todas com toda e qualquer dúvida se temos presidente ou presidenta.

A Presidenta foi estudanta?!

Existe a palavra: PRESIDENTA?
Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto?

No português existem os particípios activos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio activo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio activo do verbo ser? O particípio activo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, a pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha. Se diz capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um bom exemplo do erro grosseiro seria:
"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".

Amor e Bondade com Cheiro a Madressilva

Chama-se “Amor e Bondade com Cheiro a Madressilva” e é o novo livro de Ana Paula Figueira, com ilustrações de Ana Afonso e um audio-livro lido pela cantora e actriz Anabela (publicado pela MEL Editores). O lançamanto foi no dia 26 de Julho, em Lisboa. A apresentação da obra foi feita pela Dra. Maria de Jesus Barroso Soares.

“Amor e Bondade com Cheiro a Madressilva” é o primeiro livro de ficção de Ana Paula Figueira, e reúne cinco histórias que atravessam parte da vida de duas mulheres.
Uma obra de grande qualidade gráfica, com expressivas ilustrações e de conteúdo cheio de sensibilidade, servido por uma linguagem poética e terna que faz falta, nos tempos que correm, para contrabalançar a agressividade e violência.

Um livro que se reomenda para crianças e adultos.

19/07/2011

A Harpa de Burma - Saung

Um filme japonês sobre a Harpa de Burma, um lindíssimo instrumento em forma de barco, que vale a pena ver, pela sua mensagem. Passa-se no ano em que eu nasci, em 1945.



18/07/2011

Um livro pode ajudar a salvar um monumento?

A minha querida Amiga, Maria Fernanda Pinto, a propósito da vinda a Portugal de uns jovens estudantes de arquitectura que estão a trabalhar na recuperação de uns pombais tradicionais na aldeia de Uva, Vimioso, pede-me para contar como ajudei a alertar as autoridades competentes para a importância do complexo quinhentista de Paço dos Negros, Almeirim.


Foi a leitura do meu romance D. Sebastião e o Vidente, agraciado com o Prémio Máxima de Literatura Especial do Júri, que deu origem a um evento que foi, para mim, tão espectacular como o lançamento da obra nos Jerónimos e que, tal como este constituiu um dos momentos mais felizes da minha vida.

Nos finais de Agosto, recebi um e-mail de um leitor de Almeirim, Aquilino Fidalgo, que se tem batido, no seu povoado Paço dos Negros, pela conservação dos restos de um monumento, exactamente o Paço dos Negros que dá o nome à terra e que as autarquias têm desleixado e se encontra em ruínas. Cometo aqui a indiscrição de transcrever alguns excertos, esperando que ele me perdoe:

Agosto 28, 2007 10:20 PM
Paço dos Negros
Olá!
Dr.ª
Sou natural de uma pequena aldeia do concelho de Almeirim, no sopé Sul da Serra com o mesmo nome e na margem direita de Ribeira de Muge (Mugem).
Nesta pequena aldeia existe a ruína de um pequeno Paço, que em tempos idos foi palco de utilização nobre. Este paço que tem resistido às agruras do tempo, não está resistindo ao vil ataque dos ignorantes e daqueles que embora legitimamente eleitos, primam por o amputar, pilhar, aniquilar ao ínfimo da sua importância em prol de outros interesses políticos e imobiliários (…).
Estou lendo o seu livro, " D. Sebastião e o Vidente". Estou adorando a leitura que me proporciona. Confesso que logo na página 106 quando se refere ao Paço dos Negros, me arrepiei! Pensei: Será que é o meu Paço dos Negros?
Na página 117 quando o refere novamente e descreve a sua construção, fiquei de lágrimas, as dúvidas estavam esclarecidas. Pelo que vou lendo, tantos, embora talvez não conheçam a aldeia sabem da história de Paço dos negros, será possível que autarcas e naturais que conhecem a sua aldeia e até conhecem um pouco da história não façam tudo o que está ao seu alcance para a preservar?!!
Gostaria de, juntamente com o Rancho Folclórico de Paço dos Negros, O Rotary Club de Almeirim e com a colaboração da Câmara Municipal de Almeirim e Junta de Freguesia de Fazendas de Almeirim, a convidar a fazer uma apresentação do seu Livro, no Paço dos Negros – Almeirim.
Respeitosamente e esperando sua resposta
Aquilino Fidalgo



Claro que acedi, não só encantada, como emocionada também por a minha obra ter causado tal efeito. Porém, o evento organizado por um grupo de pessoas e instituições do Concelho de Almeirim ultrapassou todas as expectativas, ocupando todo o dia 13 de Outubro com inúmeras actividades e teve repercussões que excederam as expectativas dos promotores.
Participaram o Rancho Folclórico de Paço dos Negros (em cuja sede, completamente cheia das gentes de Paço dos Negros e arredores, apresentei o livro) que apresentou cantos e danças palacianas, o Rotary Club de Almeirim (que fez o percurso de D. Sebastião pelas terras da Ribeira de Muge), a Quinta do Casal Branco da Família Vasconcellos (a coutada de caça preferida de D. Sebastião, agora com as coudelarias do Cavalo Lusitano e vinhos de exportação) que ofereceu o cocktail, a Confraria Gastronómica de Almeirim (que recriou a antiga receita do Bolo Finto para a recepção na Quinta do Casal Branco) e o Convento da Serra (onde D. Sebastião se refugiava durante as suas crises de melancolia), com a colaboração da Câmara Municipal de Almeirim e Junta de Freguesia de Fazendas de Almeirim.

A minha ida a Paço dos Negros e a apresentação do livro tiveram foros de um verdadeiro acontecimento cultural e histórico. Deu maior visibilidade ao lugar, o evento teve grande destaque nas páginas centrais dos jornais portugueses na América e no Canadá e, para meu grande orgulho, a minha pequena contribuição, fez com que os promotores conseguissem verbas para recuperarem a capela de Paço dos Negros!

Actualmente o complexo histórico de Paço dos Negros tem tido obras de recuperação, embora em grande parte feitas pelos próprios moradores da terra, que continuam sem perder a esperança no interesse dos agentes ligados à Cultura e Defesa do Património.
Aqui tens, Fernanda, a minha história.

17/07/2011

Da pesquisa para o meu romance

Na pesquisa para o meu próximo romance sobre o Fernão Mendes Pinto, matei a cabeça a descrever os instrumentos do Século XVI, que o meu herói ouviu na Birmânia - em Pegu, Martavão, Arracão e outros lugares -, durante uma missão diplomática.
Então descobri uma orquestra tradicional da Birmânia com os instrumentos que eu imaginei (com bastante verosimilhança) a partir das descrições antigas. Só falta a harpa (Saung) em forma de barco.
Gostaria de partilhar convosco, algumas descobertas que tenho feito (e farei decerto muitas mais), para me sentir mais acompanhada neste mundo estranho e solitário que é para mim a escrita de um romance histórico. Aqui têm, a mais recente descoberta, quando lerem o meu livro (se eu o acabar) já poderão reconhecer e visualizar estes espantosos instrumentos musicais.

06/07/2011

O que dizem os Leitores...

...Sobre O Navegador da Passagem

Julgo que um dos maiores prazeres de qualquer escritor consiste em saber que a sua obra agradou. Outro será o contacto com os leitores em palestras ou nas feiras do livro, sítios privilegiados para estes encontros. Foi precisamente na Feira do Livro de Lisboa deste ano que conheci a leitora Maria de Jesus e lhe pedi que me desse a sua opinião sobre os livros (trazia vários para eu assinar).

Recebi há dias o seu e-mail, ao qual já respondi, mas que gostaria de vos dar a conhecer, visto serem as críticas dos leitores a melhor recomendação para a leitura de um livro.

Boa tarde. Espero que se encontre de boa saúde.
Tive o privilégio de a conhecer pessoalmente na Feira do Livro de Lisboa, no corrente ano, onde colocou a sua dedicatória pessoal nos livros que tenho da sua autoria. Foi muito gratificante para mim, conversar com a senhora, que achei de uma grande simpatia e gentileza, pela forma afável de me receber.
Acabei de ler o seu livro "O navegador da passagem", que achei fantástico. Admirei sobretudo a mestria com que conseguiu recriar os ambientes vividos pelos nossos navegadores durante as suas viagens marítimas, os motins, as doenças, os castigos e até os lugares com as suas paisagens exóticas. Acredito que precisou de realizar uma grande pesquisa histórica e de ler muito antes de iniciar este livro. Li-o com grande prazer e entusiasmo, e também algum divertimento em certas passagens. Era como se estivesse a ler um livro de aventuras. Concordo plenamente com a senhora, quando afirma que Bartolomeu Dias foi um navegador injustiçado no seu tempo.
Desejo-lhe muita saúde e inspiração para continuar a escrever com a mesma mestria e talento.
Um abraço de amizade da sua admiradora,
Maria de Jesus.

Sábado 02-07-2011 16:23

Bem haja, Maria de Jesus, pela sua gentileza e carinho. Muito obrigada.