Tantas diferenças nos revelam iguais. Quanto mais distantes, mais próximos. Se somos mais óbvios mais obtusos. Seguimos assim penetrando lençóis e escapando por escotilhas.
Cenas inventadas dentro de uma realidade friamente calculada - os olhos sem ver saídas - apenas entradas escapatórias.
O toque suave do que nos cobre e a brutalidade ferrenha do que nos escapa, rasgando-se a delicadeza.
Nada equivalente, todo espedaçado é o quadro da vida, pintado pelo sopro do acaso.
Lenços imensos, cobrindo desalinhos, formas amassadas contra a gravidade, enquanto leves tecidos sopram os varais.
Sejamos livres, fazendo asas em tecituras e colocando o controverso para o fundo do mar, conferindo-nos os paradoxos, como temperos a iguaria de viver.
Complexos opostos que dão sentido ao nosso caminhar...