sou filha do sol poente
desato no fim do dia
refletindo na janela
toda a minha rebeldia
refração de dor e tédio
em compasso com a alegria
desmaio no horizonte
desfaço-me na maresia
o brilho espalho em estrelas
pela noite enluarada
empresto a lua meu sorriso
até voltar a jornada.
meus raios que me partem
suspendem-me até o infinito
refletem minha imensidão
ecoam em silêncio o meu grito
O vento que venta daqui é o mesmo que venta de lá? Não, eu sou controvento, ventania de esparramar, até virar brisa, desabotoar a camisa, para o sangue ventilar. Liquificar sem ar controvento suado, prá na liberdade do vento tocar, no sino, um dobrado e ventando poder voar, soando um verso molhado...
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sexta-feira, 16 de setembro de 2011
ventos de mim
Quantas luzes apagadas
vernizes desbotados
paredes derrubadas
desejos entrecortados
recortes de imagens amareladas
depositadas no velho álbum da memória
bala-chiclete, lembranças carameladas
remendo em durex de páginas da nossa história
a bola furada, a peteca esfarelada
a pipa que não subiu,
a marimba que acertou a testa
tantos sonhos no bueiro da calçada
o lateiro vivo sumiu
junto com os docinhos da festa
Cadê o picolé de creme holandês
onde ficou o colorido do feriado,
o peixeiro, o quitandeiro,
em que distância?
Onde estão vocês?
Short rasgado, joelho ralado?
Pulando o muro e o canteiro...
encontrei o quintal da infância.
vernizes desbotados
paredes derrubadas
desejos entrecortados
recortes de imagens amareladas
depositadas no velho álbum da memória
bala-chiclete, lembranças carameladas
remendo em durex de páginas da nossa história
a bola furada, a peteca esfarelada
a pipa que não subiu,
a marimba que acertou a testa
tantos sonhos no bueiro da calçada
o lateiro vivo sumiu
junto com os docinhos da festa
Cadê o picolé de creme holandês
onde ficou o colorido do feriado,
o peixeiro, o quitandeiro,
em que distância?
Onde estão vocês?
Short rasgado, joelho ralado?
Pulando o muro e o canteiro...
encontrei o quintal da infância.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
poesia subliminar
O dia entregou a noite o teu sorriso,
desfez ao vento tuas alegrias.
Choveu, toda a madrugada,
lírios brancos na calçada.
Cansei de esperar a aurora
que chegou de rompante
Veio sem maquiagem
montada numa aragem
O sol chegou lentamente
aquecendo os corações.
Abraçou a todos satisfeito
e o dia estufou o peito.
Ficamos calados
desejos incomunicáveis
palavras aflitas
frases interditas
desfez ao vento tuas alegrias.
Choveu, toda a madrugada,
lírios brancos na calçada.
Cansei de esperar a aurora
que chegou de rompante
Veio sem maquiagem
montada numa aragem
O sol chegou lentamente
aquecendo os corações.
Abraçou a todos satisfeito
e o dia estufou o peito.
Ficamos calados
desejos incomunicáveis
palavras aflitas
frases interditas
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