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quarta-feira, 28 de março de 2012

O MUNDO SEM MILLÔR


                                                       Foto: O Globo
 Amanheci o  dia animada até que recebi a notícia. Millôr partiu.
Parodiando esse amigo nunca visto e sempre admirado, repeti as palavras dele sobre a morte,essa indesejada que fuça,fuça até encontrar o escolhido.
-Mas,já? E porque eu?
Pois é,também não entendo.Baixar num certo canto de Brasília ela não baixa.Mas, Millôr? Pra sempre?
Ele mesmo responde:-A morte mata;é sua função e ela a exerce.
Millôr dizia que a morte o apavorava.
E a vida onde os bons humoristas mudaram-se para as estrelas  me apavora ,também.
Com Millôr morrem os textos deliciosos,os poemeus,as tiradas fantásticas,a indignação adulçorada pelo riso.
Que ele esteja contando ao Todo – Poderoso a verdadeira estória do paraíso, ou lendo a “Bíblia do Caos” para os anjinhos,tudo bem.Mas, e nós,aqui? Aonde vamos?
Sua irreverência e ceticismo,sua cultura invejável que lhe rendeu  mais de 100 peças teatrais,5000 frases magistrais,dezenas de livros publicados, fundador do PifPaf, colaborador do Pasquin, o cara que  fez roteiros de filmes,letras de música,ele não era um homem só ,era muitos...Também cartunista,artista gráfico,caricaturista,pintor e,sobretudo, observador.Nada lhe passava despercebido.
Num dos seus textos recebi uma grande lição que sempre relembro.Ele  aconselhava  aos companheiros de profissão que se mantivessem longe do Poder: -Uma coisa é ser o rei dos palhaços,outra coisa é ser o palhaço dos reis.
Sábias palavras!
E uma despedida magistral:
-“Um humorista não solta o último suspiro – solta a última ironia.”
Millôr Fernandes
1923/2012
                                     A ARTE ARTEIRA DE MILLÔR



                                                         HAIKAI

A vida é um saque
que se faz no espaço
de um tic tac.



POEMEU





MILLÔR  POR ELE MESMO

"Como fui criado sem pais,educado sem escolas,o governo nunca me deu um lápis,os padres jamais me ensinaram uma lição e os pais da pátria não me indicaram nenhum caminho,posso afirmar - aliás sem qualquer orgulho - que sou cem por cento eu mesmo."




HOMENAGEM Á MULHER


UM ARTIGO DA ROGÉRIA GOMES



Mulheres: Sexo Frágil?
        
 Este é o mês que dedicamos às mulheres, muito justo por sinal, já que vivemos em um país com pouca valorização ao gênero.  Constatam os fatos.  
A luta histórica em favor da comemoração, cujo o ponta pé inicial  acontece no dia 08 de março de 1857 em Nova York, por conta de um grupo de operárias têxteis reivindicando  redução da carga horária de 16 horas por dia para 10 horas.
Isso mesmo  diárias!!!!
Saldo da iniciativa: 130 mulheres morrem queimadas.         
Na verdade a data foi instituída oficialmente tempos depois,  em 1910 na conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, momento que se decidiu homenagear estas mulheres mortas por ocasião do manifesto.  Mais adiante em 1977 as Nações Unidas oficializa a data em âmbito internacional.
O que ganhamos com isso? Talvez seja a pergunta que não quer calar, apesar do tempo transcorrido.
            Em pleno século XXI o quadro desenhado a nossa frente não parece ter mudado tanto, em vários aspectos. Chegamos aqui pela persistência em infindáveis  reivindicações além de gigantescas lutas, que nos dão a impressão que não caminhamos o merecido.  Nossos salários ainda são inferiores aos dos homens, questão  já reivindicada  no Congresso Nacional; no entanto, retirada de pauta; menor acesso aos mais elevados cargos das empresas; minoria no Congresso de todo país; na vida doméstica sobrecarga imensa; conclusão: a velha dupla, tripla sei lá quantas  jornadas que bravamente temos que dar conta ta aí na ordem do dia. Não há como negar. A lista ainda é imensa com tantos pontos obscuros desta questão.
No entanto, o fato é: não podemos negar que somos o sexo que não foge à luta, e a muito custo, estamos abrindo espaço. Retiro por minha conta a palavra frágil, da bela canção de Rita Lee, pois sabemos bem que de frágil às mulheres não tem nada. Menstruamos, geramos filhos, criamo-os, não raramente sozinhas, estudamos, nos especializamos, trabalhamos em múltiplas funções,  estamos aí.
       Na conquista do espaço que nos é devido, descobrimos e descortinamos universos inimagináveis a tempos atrás. Somos protagonistas da nossa própria história, construímos o roteiro que desejamos, mesmo tendo que conviver diversas vezes com constrangimentos e situações desfavoráveis, mas não fugimos à luta.
        Chegamos ao posto mais alto do país, o Brasil é presidido por uma mulher, sem aqui qualquer juízo de valor, apenas uma constatação, ocupamos postos outrora exclusivamente masculinos, e o melhor, sem perder o charme, a delicadeza e a elegância tão característica das mulheres.
        Ainda há muito pela frente, mas esperamos sincera e arduamente por um tempo onde não seja mais necessário o dia da mulher, do afro-descendente, do portador de necessidades especiais, ficando somente a lembrança de um tempo que ajudou a consolidar valores.  Um tempo em que realmente gozaremos de direitos e deveres iguais, cidadãos livres em suas idéias, pensamentos, realizações e comportamentos, não importando o sexo.    Sem aqui, desmerecer de forma alguma os homens, pois há os que conhecem seu papel e tanto nos estimulam , sabem ser parceiros.   Estes sempre bem-vindos.
         Mas ate lá, o parabéns é merecido pelas conquistas que alcançamos,  lembrando que o celeiro de mulheres brilhantes é imenso, cujo nome enobrece a história brasileira e mundial,  impossível nominá-las todas.
          Afinal, ‘ mulher é bicho esquisito, todo mês sangra, tem sexto sentido maior que a razão e dondoca é espécie em extinção’ , diz a canção,  e ainda por cima ‘ tem a estranha mania de ter fé na vida ‘, resume em  grande estilo o poeta Milton Nascimento.
         Enfim, viva a mulher, este ser que tem provado definitivamente ao que veio, não foge à luta, e quando sabia é capaz de revolucionar o mundo.  A História prova.
                     Rogéria Gomes  é jornalista e escritora 
                                grandesdamas@hotmail.com
                                                                                        
                                          











sexta-feira, 2 de março de 2012

Lado Avesso: O MÊS DE MARÇO

Lado Avesso: O MÊS DE MARÇO: O terceiro mês do ano é dedicado a Marte, deus da guerra. Aqui em Salvador, diz-se que é um mês molhado,por causa das muitas chuva...