Esta publicação, seguida de vários Contos, é dedicada a uma mulher extraordinária que me quer a escrever: cada vez mais e melhor.
Muito obrigado pela força, Maria Isabel Lassuta Monteverde.
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António Pais
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Escreva tudo o que sabe sobre a Guerra Colonial.
Fiquei deslumbrada com as descrições que faz sobre os episódios relatados. O António escreve maravilhosamente em prosa, de forma simples mas cuidada e acessível a todos os níveis culturais. Faz uma descrição exacta, ao pormenor, transmitindo ao leitor uma noção realista das ocorrências, mesmo que nada tenha a ver com a Guerra Colonial. E fá-lo duma forma poética, ao descrever acontecimentos trágicos, porventura chocantes.
Por ser filha de um ex-combatente, Oficial Superior do Exército, e ter herdado do meu pai um espírito militarista; por guardar religiosamente os aerogramas que ele me escrevia em tempos de comissão de serviço; por haver vivido uma infância com o pai sempre ausente e por nunca ter compreendido a razão daquela tão arrastada guerra, só sei que me fazia muita impressão pensar que o meu pai andava no meio da mata e no meio da guerrilha, em combate.
Ao ler o que escreveu sobre algumas das suas experiências relacionadas com a Guerra Colonial pareceu-me encontrar, finalmente, uma luz ao fundo do túnel, ou seja, entender o sem-sentido daquela guerra. Por tudo o que atrás relatei quero incentivá-lo a escrever mais. Continue, assim, a escrever todos os episódios que a sua memória permitiu guardar, da forma maravilhosa como fez com aqueles que, vorazmente, acabei de ler.
É importante que os jovens tomem conhecimento e compreendam minimamente o que foi a Guerra Colonial.
Orgulho-me de ser filha de um ex-combatente, com louvores por acção em combate. Um desses louvores proporcionou-me uma Bolsa de Estudo em qualquer Universidade do País.
Ao meu pai, enquanto Oficial do Exército, não lhe competiam determinadas tarefas, contudo era ele quem variadas vezes ia buscar os pedaços dos seus subordinados que ficavam despedaçados pelas minas e granadas, carregando-os às costas, pois os seus camaradas não tinham coragem. Depois, a tarefa de tentar identificar os pedaços desses corpos, para os compôr e serem, assim, enviados para os seus familiares na Metrópole. Somente os mais idosos lembram com nostalgia a voz do saudoso Adriano Correia de Oliveira quando cantava : “Desta vez o soldadinho / Vem numa caixa de pinho...”
Senti tudo isto retratado nos seus escritos sobre a Guerra Colonial. E este é o meu melhor elogio.
Maria João Machado Aires dos Santos
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Comecei a publicar os meus Contos da Guerra Colonial e, não passando de dois ou três, suspendi essas publicações.
São contraditórias as opiniões dos comentadores. Uns diziam-me que deveria continuar a publicar; outros, opinavam que devia esquecer, eliminá-los da minha memória. Mas como, se estive lá? Como, se contraí doenças psicossomáticas? Como, se a minha saudosa mãe me contava que, ela e o meu pai, com dois filhos na guerra, à hora da refeição, ficavam a olhar para os pratos e sentiam um nó na garganta enquanto as lágrimas, teimosas e salgadas lhes escorriam, misturando-se com os alimentos... E os camaradas mortos e feridos em combate ou acidentalmente?
Uma comentadora chamou-me a atenção - com alguma razão - para o facto de a nossa História do Estado Novo e da Guerra Colonial que a eles serviu - só poder ser contada daqui a uns cinquenta anos. Porquê? Porque passámos por tanta privação e provação em consequência daqueles - alguns nossos camaradas - que tiraram partido da situação. Roubaram-nos descaradamente. E ainda estão vivos os outros que cometeram ou participaram em massacres e, como é sabido, os crimes de guerra são imprescritíveis?
Foi muito, muito complexa, a minha luta interior para tomar esta decisão. E, se os incentivos continuarem a surgir gostaria imenso de partir para o "romance de guerra", de forma mais elaborada, contra tudo e contra todos.
Para uns e para outros (respeito todas as opiniões) o meu agradecimento. Porque não me satisfaz apenas o facto de relatar contos duma forma aligeirada, mas que reconheçam que o sei fazer.
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COMENTÁRIOS:
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Antonio, meu caro, a riqueza da sua criação é tão grande, que este blog, por exemplo, eu nem conhecia.Vou começar a freqüentá-lo, bem como aos outros, pois há muito o que se aprender por aqui.Abraços sinceros do seu admirador.
Não sou jornalista nem escritor. Se quer escrevo bem. Sou aposentado. Meu imposto de renda é retido na fonte pelo INSS. Já nosso querido apedeuta tem sua receita de INSS como anistiado político acima do teto do INSS livre de IR.Minha forma de lutar contra os desmandados implantados por este governo corrupto no Brasil é através de um blog .Gostaria de contar com a presença e dos comentários das pessoas de bem que não se conformam com a desonestidade, a falta de ética e a corrupção em nosso governo.Um grande abraço
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Bom dia.Por favor, não suspenda o blogue. Necessitamos que sejam contadas estas e outras histórias, reais ou parcialmente ficcionadas. Não sei se a ficção será assim tão grande... que se passaram verdadeiras atrocidades nessa altura é bem verdade... o pior é que hoje em dia continuam a passar-se e ficam impunes. Os grandes "comandantes" controlam e amordassam os "soldados rasos". A escrita será sempre um meio de liberdade de expressão. Os "putos" que não viveram essa realidade precisam de saber o que se passou na Guerra Colonial que será o mesmo que dizer... em todas as guerras. Isso da guerra cirúrgica é só "tretas". Eu próprio já nasci com a liberdade (uma semana depois!) mas tive pais que me despertaram e ensinaram a nossa história.
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Olá António.obrigada pela dedicatória.Não me admirei por esta história ter sido censurada. Muitas vezes (ou a maioria das vezes) a ignorância mantém o espírito quieto.Um abraço...
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António,
Voltei. Achei que ainda não tinha dito tudo sobre este conto:Digamos que fiquei chocada sem o ficar. Já conhecia histórias de guerra semelhantes e durante a tese construi à minha volta uma "capa" que me defende psicologicamente destas descrições (tive que a construir de outra maneira não conseguiria ser isenta), mas fazem-nos questionar sempre o bom e o mau que há em todos nós. Fazem-nos questionar em que momentos é que cada um deles se revelam. Em que momentos é que eu serei boa. Em que momentos é que eu serei má...e será que existe meio-termo?Um abraço.
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Olá António,Este seu post é fortíssimo! É do conhecimento geral que em tempo de guerra se passaram muitas atrocidades mas as coisas descritas desta forma, por alguém que viveu e assistiu a tudo, falando de pessoas concretas, torna tudo mais cruel. Entende-se porque foi sensurada! Admiro a sua coragem e discernimento para a conseguir escrever apesar da loucura que se vivia. Doi-me só imaginar as situações e é degrandante perceber o que o homem pode fazer ao seu semelhante.O nativo de Peixes é um eterno sonhador e um sofredor também, sofre por si e pelos outros. Espero que tenha conseguido aprender a viver com todas estas memórias e acho que faz muito bem em deitar tudo cá para fora.Um abraço,.Olá AntónioAinda não tinha vindo a este seu lugar das realidades mais desumanas em tempo de guerra. O pior de tudo é que estas atrocidades continuam presentes no nosso século. Não sei se em situação normal estes seres serão capazes de proceder com tanta falta de humanidade, mas o mal não se desculpa, não tem perdão. As consciências destes energúmenos ninguém as pode ler. Eu acredito que quem mata, seja quem for, com esse sangue frio sabe muito bem que está a praticar o mal e matar uma criança ou violar uma mulher merece...nem quero dizer mais porque sou contra a pena de morte, mas fico tão empaticamente ligada ao sofrimento que a revolta é inevitável..Não vejo motivos para censuras.Um abraço.
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Poderia muito escrever
No papel vago da desolação,
Poderia meu pensamento submeter
À lei da evasão
E por momentos ver
Os desígnios da ocasião.
Mas não o faço por temer
Ser muito vaga, sem determinação,
Por não saber o que foi viver
Aqueles dias de guerra e desolação,
Dias que teimaram em ser
Desgraça e violação.
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Forte este texto. Definitivamente, ninguém fica indiferente às frases desenhadas em "O "Turra Mussolé".Cumprimentos poéticos.
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Finalmente leio alguma coisa sua que realmente me toca, fortissimas nao sao as suas palavras, porque palavras sao só palavras, forte é o sentimento que nos devora ao ler esta historia e o facto de ser real, tenho um bom amigo que também combateu na guerra colonial, e por vezes conta pequenos contos a mesa do jantar que nos faz perder o apetite... contudo nao deve ser censurado, pelo contrario ate deveria ser documentado, falado e exposto, porque a realidade dos factos,a miseria que assumbra o continente africano deve se sobretudo a ganancia, ira e desdem do homem branco.
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Eras negra cativa
espaço de deleito e pecado
tua pele santa e tentadora, de mulher.
teu corpo estilhaçado
num colchao de palha tombado
pronto a satisfazer
Tinhas os olhos cerrados
esses diamantes raros,
nunca mais avistaram a luz
tinhas a alma cadavérica,
gritando por libertaçao
enquanto o pensamento voava
tal e qual uma borboleta
junto ao rio pousava
na tua mão de mãe, de filha, de neta
de alguém, na tua mão de menina
Escorriam-te dos olhos as gotas da fobia
suores frios e trémulos, apoderaram-se de ti
tinhas um crucifixo pendente do peito
a boca manchada se sal e fel
enquanto gotas de sangue caiam
das tuas mãos apertadas
da tua boca cerrada
do teu útero de mulher
Vieram do nada, de terras malditas
aqueles seres uivantes, sedentes de desejo
aqueles seres rastejantes, arfado imundície.
esfregando a pele sebosa e dita cristã
roçando testículos cheiro a escremento
ejaculando vermes de desalento
em teu corpo pequenino, em teu corpo indefeso
salivavam nas tuas ancas que nem cães
agarrados a um osso...
puxavam-te os cabelos, arranhavam-te os braços
pendestes no chão...
Teu seio amoroso, rasgado, dentes em lava
teu seio virgem, despedaçado...
olhos semi-cerrados, espumantes de prazer
olhos esbugalhados vertendo delirios
olhos verde água, olhos dum branco...cheio de tesão
olhos dum branco sem escrupulos, nem coração
Sentiste cada movimento, em ventre...
cada brutalidade viril dum macho nojento
tinhas as pernas bambas descaidas
tinhas os braços tombados, ja sem vida
morreste antes da navalha te degulhar
e o sangue quente jorrar
do teu pescoço de gazela...
morreste... e ninguém estava para velar
a tua morte... ninguém quis saber o teu nome
ninguém sabia quem tu eras...
(poema-comentário duma jovem quanto talentosa poetisa madeirense, referindo-se à violação e assassínio duma negra encontrada na mata durante uma operação militar narrada num dos meus Contos)
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Olá António,Eu quero comentar... mas as palavras não me saiem, estou chocada e arrepiada com este relato, algumas frases custaram-me até a ler, como é possível tamanha crueldade?Mas apesar do meu pouco conhecimento sobre o assunto, em duas coisas tenho a certeza:1º Atrocidades como estas não devem ser escondidas do mundo e os seus autores devem ser denunciados e julgados pelos seus crimes.Um blog como este deveria ser traduzido em várias línguas até.2º Estes crimes só foram cometidos, porque os seus autores detinham o poder e a força, e porque a época assim o permitiu.Provavelmente todos os que tiveram conhecimento destes e de outros crimes, das duas uma:- Ou eram uns zé ninguém, e as suas palavras nunca seriam levadas a sério, se é que conseguissem sequer viver para falar,- ou até tinham poder para fazer algo, mas quiçá eram como os criminosos, ou então desculpavam-nos porque os coitados já estavam a sofrer, longe de casa, etc e tal...Pena não terem sido denunciados e julgados, podia ser que depois de uma estadia na cadeia a serem usados umas catorze vezes por dia mudassem as suas mentes cuéis e nojentas.
Simplesmente magnífico! Belo texto. Muito duro de ler e difícil sequer de imaginar certos acontecimentos descritos... Foi pena não dizer, no seu encontro da Rua Augusta, ao ex-cabo enfermeiro que imaginasse a sua mulher ou as suas duas lindas meninas na situação daquela negra brutalmente violada. No entanto, percebo perfeitamente a sua decisão. Os meus sinceros Parabéns.
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Quem esteve na guerra e presenciou as atrocidades, tem que as contar como as sentiu. Beijos.
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Dolorosos tempos, tempos esses que vivi em Moçambique.Um relato muito bem construído,relatando factos verídicos,parabéns..
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Amigo António,não foi fácil,nada fácil mesmo conseguir ler o texto até ao fim, mas consegui, e ,questiono-me em relação à censura!Porquê censurado? porque a vivência que relatou é a VERDADEIRA VERDADE?Saltem muitos cá para fora como este,para que nós que não fomos à guerra, e os jovens de hoje conheçam a VERDADE!Eu, pessoalmente nem numa situação de guerra consigo compreender actos tão BÁRBAROS!Será que estavam loucos?será que a guerra serve de desculpa para que o homem cuspa toda a sua raiva sobre inocentes?É asqueroso, é nojento, é...eu nem sei como classificar esse cabo-enfermeiro!!!!Devia ser julgado, condenado,por todos os crimes de guerra.Será que esse DESGRAÇADO dorme tranquilamente sabendo e tendo consciência do todo o horror que deixou para trás?!Que pena não ter sido eu a cruzar-me com ele na Rua Augusta...naquele momento,mulher e filhas ficavam com a certeza do MONSTRO que as acompanhava...Não tenho capacidade de perdoar esse tipo de...CANALHAS!!!NUNCA!!!!...Essas editoras que mandem mas é cá para fora esse livro.Eu não posso esperar 50 anos...PS:Outra coincidência:Sou natural de Moçambique(Beira)-Distrito de Manica e Sofala...isto foi só para desanuviar um pouco...Beijinhos.
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Vim ao seu blog, depois de andar por aí...Cheguei ao seu conto, quis ver porque teria sido censurado...É um relato muito forte. De tal modo bem escrito e descrito que me transportou ao local, ao cheiro, à cor, às vozes...Parabéns! Continue a escrever! Eu virei ler com tempo e atenção, porque o merece!Abraço terno
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Por um acaso, descobri o seu fantástico blogue.São actos como os praticados por esse cabo-enfermeiro que envergonham e enlameiam todo um exército. Estava a ler o seu (belo e terrível) relato sobre essa bela negra e ansiava que no fim tudo fosse diferente. Mas não. Angustiante...Vou ler todos os seus contos.Abraço!
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António,apesar de saber tantas histórias que se passaram, esta contada por ti que as vivenciaste, que lidaste com esta gente, chocou-me muito.Era muito importante que toda a gente pudesse ler o que realmente se passou para puder entender o sentimento de quem viveu aquela guerra.Tomara que algum dia consigas publicar o livro. As verdades são para ser ditas!Fazes bem em evidenciar as diferenças entre os militares que estiveram na guerra colonial. Esse homem é um sádico e um assassino. Não consigo desculpabilizar também os que participaram em violações por mais perturbados que estivessem.Guerra é lutar com armas contra pessoas armadas!Um beijo grande.
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Gosto muito da forma como escreve.
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Ainda não tinha lido este seu poema:Quando a dor é assim tão grande não há vontade de regressar, mas o regresso quando acontece traz muito para dar.Grande beijo, muito grande
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Nem sei porque parei aqui.A sua guerra foi em Angola e a minha na Guiné.Desperou-me uma curiosidade muito grande juntamente com o desejo de saber porque fomos nós os mártires desta guerra sem nome nem rosto.Depois o seu estilo leve e ao mesmo tempo misterioso fez-me seguir em frente e acabar por conhecer o sofrimento alheio.Não consigo entender.Não quero perceber nem tão pouco continuar neste sofrimento.Sofreram os pretos e sofremos nós.Afinal a quem aproveitaram todas as vidas destruidas e humilhadas...?
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Parece-me que já tinhas feito esta publicação ou então eu já a havia lido por aqui. Sim recordo-me desta guerra fria e surda. Cega e vil.Tantas coisas que nunca foram ditas e que a maioria dos portugueses nem sonha o que por lá sofremos
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Continue as escrever as suas memórias de guerra, os jovens devem saber do passado mais próximo, tanto quanto do mais distante, pois estes Contos parecem ter ainda o cheiro dos cadáveres e o medo dos homens que para lá mandavam, estupidamente para nada - minto - para morrerem, para matarem, para sofrerem depois as sequelas dessa estúpida "missão": ANGOLA É NOSSA!
Com muita amizade
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António Pais
Fui algumas vezes a Nambuangongo, em colunas de abastecimento. O meu Esquadrão substituíu uma Companhia do lendário Tenente-Coronel Maçanita, que retomara Nambuangongo. No meu blog está uma série de artigos, cujos créditos, são devidos ao diário que elaborei, durante a Comissão, publicados no "Jornal da Amadora" e já proposto a Editoras. Mas como não é mediático!...
Gostei muito do seu texto, aquilo a que chamo livro estará pior, é diferente, digamos que é autobiográfico, pretende retratar realidades de praças na caserna e a partir da...
Tem apresentação dum catedrático, a leccionar em Madrid.
Um abraço
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Amigo António, estou a começar a ler os seus Contos da Guerra Colonial, essa guerra estúpida sem qualquer sentido, que apenas serviu para destruir a vida de muitos "meninos", muitos que partiam sem tão pouco perceberem o que iam defender, apenas cumpriam ordens!!!
Quantos lhe teriam aparecido pela frente e ficarem admirados com a imensidão do mar aquando da ida para a dita missão???
Afinal quantos foram com a perfeita convicção do que iriam defender? Quantos tinham preparação para política para entender o porquê de tal ordem?
Não era preciso claro, até porque quanto mais "ceguinhos" melhor, muito melhor para moldar ao belo jeito fascista!...
Tanto jovem sofrido e afinal para quê?!!!
ANGOLA É NOSSA...o TANAS!!!
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Quer um conselho?Esqueça a Guerra Colonial recordá-la faz mal pode crer.
Fique bem e o que lá vai lá vai
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Boa noite
Também malhei com os costados na Guiné em 73/74.
Aprendi a comer manga, mandioca e tudo o que conseguíssemos apanhar.
Muitos dias com medo de emboscadas nem conseguia dormir.
Havia soldados naturais a viver connosco e só pensava que um dia eram eles que nos limpavam com as catanas.
Como alguém aqui disse: "Será melhor nem reviver esses dias e procurar outros pensamentos"
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Caríssimo, como os demais colegas estou ansioso de ler os teus contos sobre as guerras coloniais.
Tenho alguns amigos Coronéis em Portugal que já me descreveram as suas versões guerreiras, ou pontos de vista, possuo vários livros deles sobre a matéria, poderia ter sido um dos heróis ou mártires dessas guerras sem nome, por sorte ou azar caí em Timor, minha segunda ou terceira terra...
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REITERO OS MEUS AGRADECIMENTOS ÀS MINHAS AMIZADES DA BLOGOSFERA.
Beijinhos e abraços
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António Pais