quinta-feira, 31 de janeiro de 2013




Estou a ouvir Tony Carreira enquanto escrevo.... Influências do “crónicas on the rocks”. 


Esta manhã fomos presenteados com “snow squalls” – rajadas de neve – e uma temperatura de -4° mas com uma sensação térmica (obrigada, Carlos!) de -11°!

E depois?! Já estivemos a -25° na semana passada e um montão de neve na segunda-feira! Pois, simplesmente, a película branca que se encontrava no chão cobria o gelo negro.

“O gelo negro (black ice) refere-se a uma camada de gelo vítreo sobre uma superfície (geralmente estradas e pontes). Não é verdadeiramente negro, mas sim virtualmente transparente, permitindo que o asfalto das estradas possa ser visto através dele, sendo por esta razão que ele possui o nome de gelo negro.” – tirado da Wikipédia.

As estradas estavam extremamente escorregadias, os carros não ultrapassavam os 5 km/h (a minha velocidade desta manhã e ninguém me ultrapassou enquanto me mantive ao volante) e, quando vi o carro preto atrás de mim, ligeiramente maior que o meu, ficar atravessado na estrada, achei melhor dar meia volta em direção ao lar, doce lar.

Ligo a TV. Mais outro alerta. Cuidado nos passeios, cuidado a conduzir e redobrada atenção durante a hora de ponta desta tarde principalmente para quem viaja de leste para oeste! Mais uma razão para ficar em casa. O meu percurso a essa hora é de leste para oeste.

Como o sol brilha neste momento (13:12)! Como que a convidar-me a sair... Resisto. Com efeito, ultimamente tenho praticado determinadas estratégias para alcançar o mais alto nível de autocontrole.

E a propósito de autocontrole, tive a brilhante ideia de me mimar com um bom pequeno-almoço!


Mirtilos do Chile, framboesas da Califórnia, carambola - não sei de onde - e “maple syrup” canadiano! 



(Deve haver qualquer truque fotográfico ou culinário – que desconheço -  para manter o chantilly hirto de forma a dar-me tempo que o fotografe! : ))


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013



A cidade esteve assim hoje... sem neve.



Choveu e a temperatura atingiu os +15°!  

Os metereologistas não se cansaram de nos aconselhar para aproveitarmos bem o dia porque esta noite voltaríamos às temperaturas negativas.

Ao olhar para a foto, lembrei-me de outras cidades que conheço e dos seus espaços destinados à circulação dos peões, a.k.a, passeios!...

O planeamento de alguns passeios é tão deficiente que a mobilidade pedonal é limitada. Temos que prestar muita atenção para não esbarrarmos em árvores plantadas mesmo no meio do passeio, contentores do lixo, candeeiros, bocas de incêndio ... A irregularidade e o estado degradado destes espaços fazem com que não sejam inclusivos. Que dificuldades enfrentam os pais com os carrinhos de bebé, as pessoas com alguma dificuldade de locomoção, os invisuais... E como se isso não fosse suficientemente grave, ainda existe o estacionamento abusivo!

Esta é uma situação que me deixa particularmente perplexa. Como é que os serviços municipais não cuidam bem dos seus cidadãos?!

Tudo isto a propósito de ter tido conhecimento de um familiar (em Portugal) ter tropeçado num destes passeios cheio de buracos... que há anos (assim me disseram) se encontra neste estado de abandono.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


A neve continua a cair...

As ruas secundárias ainda se encontram brancas assim...





Vou com cuidado. A rua está deserta. Aproveito para buzinar... Silêncio. Tento de novo. Nada. A buzina afinal está avariada. E se eu tiver que chamar a atenção de alguém com estas ruas/estradas tão escorregadias? Terei que abrir a janela e gritar. Ó faz favor, desvie-se porque não consigo endireitar o carro...

Telefono para o mecânico. Digo-lhe o que se passa e pergunto-lhe se posso por lá passar assim que sair do trabalho. Pode. E vou ser logo atendida? Vai, fique descansada. Ok, às quatro horas estarei aí.

Fico à espera no “escritório” do mecânico. Encontra-se lá um senhor. Falamos sobre o tempo. Nevou mas não faz muito frio, diz ele. Não gosto deste clima. Não me consigo habituar. Cheguei em abril de 72 e continuo a não gostar de estar aqui. Minha bela Madeira. Quando eu era solteiro, costumava subir aquelas montanhas e cheguei a ver neve naquela altura.

Fiquei a saber que estudou numa escola industrial, que fez tropa em Tavira, que aprendeu muito na tropa, que João Jardim tem feito muito pela Madeira. Fez construções mal feitas? Fez. Mas se não fosse ele a Madeira continuava na mesma como era antes do 25 de abril. As pessoas gostam dele de contrário não votariam nele....

Entretanto, oiço grandes apitadelas. Ah! Deve ser a minha buzina! Abro a porta e lá vou eu confirmar. Então, qual era o problema? Precisava de um “relay”. Um relay? Hmmmm... pode dar-me mais explicações? Ah! Percebi, está bem. Pago e saio, não sem antes ouvir uma estória de um carro de uma cliente que sempre que chegava à sua oficina nunca parava mas que quando a dona o conduzia era certo e sabido que parava no meio do caminho. Gosto do meu mecânico!

Depois de conduzir uns dez a quinze minutos, decido carregar na dita buzina para confirmar o seu som. Responde-me com silêncio. Não pode ser! Carrego com mais força. Nada. Viro à direita num parque de estacionamento e telefono de novo para o mecânico. Afinal, a buzina não trabalha! Não estou longe.

Trocam-me a buzina por uma velha com um som muito esquisito. Não me importo. Se continuar a emitir som até amanhã é sinal que o problema não tinha nada a ver com o relay. Encomendarão uma própria para o meu carro e ficarei com uma buzina nova!

Chego a casa duas horas e meia mais tarde e com uma buzina velha!







domingo, 27 de janeiro de 2013


Procurei e encontrei.

Um saco de favas congeladas escondido por detrás de outras embalagens desarrumadas naquela prateleira do congelador. Para além de proporcionar a oportunidade de arrumar este espaço do meu frigorífico, facilitou-me a minha refeição.

Há experiências que ficaram tão marcadas na minha memória que, independentemente da passagem vertiginosa dos anos, se desencadeiam em tumulto quando um desejo se manifesta.

Esta leguminosa faz-me recordar a minha avó materna, um membro da família que, invariavelmente, tem sempre um papel preponderante na vida dos netos. Há sempre uma avó querida nas nossas vidas.

A minha avó era de estatura média, muito bonita (assim diziam; aos olhos de uma criança era linda!), gostava de usar carrapito e roupas escuras. Características de algumas avós daquela época. Para completar o quadro da avó tradicional faltava-lhe a cadeira de baloiço e as agulhas de tricô.

A cozinha era dela, apenas dela. Qualquer ajuda por parte das filhas era rejeitada porque só a iam atrapalhar, como costumava dizer. Ah! Mas havia uma pessoa que tinha sempre autorização para estar ao seu lado e dar uma ajudinha: Eu! E foi assim que a vi, tantas vezes, cozer favas em tachos de barro e apenas no vapor. Depois fritava toucinho e chouriço, adicionava-os, juntamente com a gordura, mais os coentros picados. Uma salada de alface acompanhava sempre este pitéu!



Estas não terão o mesmo sabor mas satisfizeram-me na mesma. A foto também não seria selecionada para um livro ou revista de culinária mas representa, rigorosamente, o resultado da minha habilidade na cozinha!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


As minhas antiguidades...






Vou guardá-las num cofre; quem sabe se num futuro próximo não serão muito procuradas pelos grandes colecionadores! : )




quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013


Who is Mr. Da Silva?

De regresso a casa, ligo o rádio do carro. Não escolho 96.3  – como era habitual -  embora pudesse ter sido a estação ideal para acalmar o stress de hoje. Ultimamente e nos próximos meses, a estação preferida é a CBC – 99.1: alguma música, mas essencialmente muitas notícias e uma programação diversificada, inteligente e muito interessante.


A entrevista estava quase no fim. Não sei quem foi entrevistado. Referiam-se a Portugal e a Espanha e de um Mr. Da Silva. Para nós seria senhor Silva e não Da Silva, mas no Canadá, “dos”, “de”, “da” fazem parte do apelido. Que o Mr. Da Silva se fez passar por economista, que era convocado para reuniões e entrevistas televisivas como representante (e a exercer um cargo qualquer, não entendi na altura qual) da ONU, que proferia palestras em conferências e que nem cobrava muito... por vezes apenas quarenta dólares! Dizia ter um curriculum vitae impressionante e que, quando se referia aos portugueses, dizia aquilo que estes gostavam de ouvir, que “lhes soava como música aos seus ouvidos”: que as medidas de austeridade impostas os iriam destruir.

E que foi feito desse Mr. Da Silva? O entrevistado respondeu que ninguém sabia; que tinha desaparecido “into thin air”, que não atendia chamadas, que a conta do facebook tinha desaparecido... Continuaram por mais alguns minutos com alguns risos (e uma gargalhada) até darem por terminada esta entrevista.


Por que não teriam (a estação de rádio) escolhido um português ou uma portuguesa que se tivesse distinguido numa ação com impacto positivo nos seus semelhantes e que representasse dignamente o seu país?!

Quando cheguei a casa, googlei o sra Silva. E foi isto que encontrei:

Português que se fez passar por coordenador da ONU pode ser um impostor
PÚBLICO 
23/12/2012 - 21:35

(actualizado às 23:41)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013



Faz muito, muito frio! Brrrrr....

Estamos em alerta devido à grande descida de temperatura. Com o fator vento é como se estivessemos a -18°. Amanhã...  -25°.

Não poderemos estar ao livre mais que alguns minutos com perigo de sofrermos queimaduras de frio. 



Fotos de sábado

E quando chegamos a casa...espera-nos uma sopa bem quentinha para nos aquecer o corpo e a alma...



: )

domingo, 20 de janeiro de 2013


Uma nova e rica experiência gastronómica.

Fui a um restaurante de culinária sul coreana que há muito queria conhecer. Não propriamente o restaurante mas o prato de que tanto me têm falado e pelo qual é famoso.

"É uma tasca", avisaram-me. "É um lugar muito frequentado pelos estudantes universitários, temos que descer alguns degraus porque não fica ao nível da rua." Como se este facto definisse a sua categoria!

 Este é o aspeto geral do restaurante. Pequeno, decoração muito simples, a necessitar de uma pintura aqui e acolá mas limpo.



Reparei que as mesas tinham aqueles círculos pretos mas pensei que fossem apenas decoração. Não são. Cada mesa tem um fogão cooktop. Conclusão: a comida é cozinhada na nossa mesa. Alguém se tinha esquecido de me informar sobre este pequeno pormenor.

A especialidade da casa: Spicy Seafood Dakgalbee. Uma mistura de galinha, mexilhões, camarões, “rice cakes” (uns rolinhos feitos de arroz que adorei), batata doce, lulas, repolho, massa e queijo.

A empregada traz uma frigideira, tipo wok, muito usada, com o dakgalbee. Acende o fogão e tapa o wok. O aspeto é um pouco estranho mas acredito nos jovens que me acompanham! 


Ah! ...





Dez ou quinze minutos mais tarde, a empregada volta e acrescenta a massa.



Depois, o último ingrediente: queijo! E voilá! 


Um dos pratos asiáticos mais saborosos que comi até agora (o sushi encontra-se numa categoria à parte!).

Quero repetir a experiência. E não terei que me deslocar até à baixa. Sei que me trarão uma dose deste dakgalbee para a próxima vez.

sábado, 19 de janeiro de 2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013


Enquanto fotografava estes edifícios, pensei na Flor de Jasmim...



Edifícios emblemáticos da cidade vizinha, Mississauga.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013


Desta vez não se tratou de limpeza nem de arrumação. Foi apenas dar uma olhadela à procura de algo. O resto virá depois...

Encontrei o que procurava; um marcador de livros porque os que estão à mão estão ocupados.

Estes livros foram comprados numa “garage sale”*. Tenho comprado alguns clássicos desta forma. Há pessoas que devem ter falta de espaço... e eu beneficio desse facto.



Depois encontrei este, “Aventuras de João sem medo". Foi-me oferecido. Altura de o ler de novo. Tenho mesmo que fazer uma lista; não me recordava que o tinha.
 




Peguei noutro. Sentei-me nos degraus das escadas e comecei a folheá-lo.


Sapiens nihil perdere potest.... ah! Ainda compreendi o seu significado. Quanto ao texto... bem... palavra aqui, palavra acolá...  

Mas que língua tão complicada para aprender ...



* Tantas ideias e tradições têm sido importadas que não sei se já é habitual, em Portugal, as pessoas organizarem a venda de velharias ou artigos usados ainda em bom estado nas suas garagens ou jardins.

Aqui a época destas “garage sales” é na primavera até meados de outono. Tanto em Toronto como nas pequenas vilas e zonas rurais. É divertido e motivo para passeios bonitos. Já tenho comprado livros, filmes e outros artigos interessantes.

Uma amiga, há uns anos, comprou um colar de pérolas por 75 cêntimos. O colar foi avaliado pouco tempo depois por mil e poucos dólares! 



terça-feira, 15 de janeiro de 2013


O novo...




E o estilo victoriano...


Numa tarde fria, sabe sempre bem um chocolate quente no Distillery District, um lugar com muitos edifícios históricos -  paragem obrigatória para quem visita Toronto -  que já vos mostrei em tempos...













segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

domingo, 13 de janeiro de 2013


Mais uma manhã de sábado cinzenta, mas... para variar, com nevoeiro.





Alguém decidiu dar cor a esta rua.




quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


O dia estava chuvoso, cinzento, tristonho.

Que fazer? Limpar o pó? Que tarefa tão enfadonha!

E se limpar o pó das estantes, dos espaços e recantos onde guardo alguns dos meus preciosos livros? Assim, dar-me-ei a oportunidade de rever alguns já esquecidos. De certo vai ser menos tedioso.

E esta manhã fria e deprimente lá fora, acabou por ser, afinal, uma bela manhã de inverno, cá dentro! 















Enquanto executava minuciosamente a tarefa de eliminar todas as partículas de pó (só faltou uma lupa), ia folheando alguns livros e recordando onde e quando os comprei, quando os li, quem mos ofereceu. 


Entretanto, surge-me uma pergunta: As competências organizacionais são adquiridas ou genéticas?

É que há pessoas que são tão organizadas que têm os seus livros em estantes, e apenas em estantes, arrumados por temas, escritores, tamanho... De facto, uma estante organizada cria um ambiente erudito, sereno...



Esta “desorganização” organizada permite-me rever livros que poderiam, de outra forma, cair no esquecimento. 

Que surpresa! Afinal não o tinha perdido!