terça-feira, janeiro 30, 2007
a paixão segundo E.R.
segunda-feira, janeiro 29, 2007
o melhor show da minha vida
Tem coisa melhor do que estufar o peito e dizer isso? Só tive a manha de gritar "Caralho! Esse foi o melhor show que eu já vi!!" quando saí do estádio do Pacaembu após ver o tão aguardado show do Pearl Jam. Histórico, sem dúvida. Agora o que presenciei no último dia 25 de janeiro (aniversário de Sampa) foi antológico, soberbo, inacreditável. Nos jardins do parque do Ipiranga (onde, segundo Tom Zé cantara horas antes, Dom Pedro teve a dor de barriga) eu vi Os Mutantes. Eu vi o Caminhante Noturno, vi os Jardins Elétricos. Soube de Vírginia, senhor Sol. E a quero de volta.
Vi aqueles três tiozinhos (Sérgio, Arnaldo e Dinho) marcharem com suas indumentárias na companhia da única dúvida naquela banda: Zélia Duncan. Realmente não me agradava pensar nela como subistituta da Rita Lee, que não quis voltar ao grupo por motivos pessoais e musicais (o foda foi ela esculhambar os caras, como se ela também não fosse uma tiazinha tentando legitimamente faturar uma graninha). Mas Zélia veio como quem sabe que é coadjuvante naquele espetáculo. Coadjuvante com papel bem importante. Ela não se escondeu. E com o apoio das backing vocals fez com quem ninguém sentisse a falta da Rita por ali. Isso não é pouca coisa. O dueto com Tom Zé na clássica "2001" foi mais umas das coisas memoráveis. O músico baiano ainda participou de "Qualquer bobagem", aquela que você achava que era do Pato Fu.
Em "El Justiciero", o comandante/maestro/ genial guitar hero Sérgio Dias fez uma introdução homenageando a Esquerda Latino-americana tão esculhambada pela mídia local. Eu também gostei bastante disso. Dias é tão bom, que é bom quando erra. Ele errou na Balada do Louco. Voltou pra corrigi-la no último bis. Errou de novo. E nas duas vezes foi do caralho.
Baby. Technicolor. Ando meio desligado. Fuga n° 2. Top top E ainda tinha o Arnaldo Baptista com aquele precioso semblante abobado diante do teclado. Com sua voz trêmula de quem quase se destruiu inteiramente, ele canta "Cantor de mambo" e "Dia 36". Não ouvi muito e ainda assim gostei. Era o Arnaldo, porra! 30 anos depois a melhor banda da história do Rock Nacional estava ali dando um espetáculo gratuito para 50 mil sortudos. Os pobres ingleses não tiveram a chance de ver um retorno dos Beatles. Pobres coitados. Nós tivemos Mutantes (Ok, eles também tiveram). Mas certamente nossa vez foi bem marcante.
Desculpe, Baby. Eu tinha que contar sobre essa experiência sonora orgásmica que tive no último dia 25. Experiência encerrada com as pessoas da sala de jantar de Panis et Circense e Batmacumba ( e aquele outro bis da Balada da Louco. Os Mutantes estão de volta. Eles tem muito o que cantar e contar. E eu fiquei feliz pra caramba (tanto que só lembrei agora de citar o ótimo show da Nação Zumbi! Paciência...).
segunda-feira, janeiro 22, 2007
lá em cima
sexta-feira, janeiro 19, 2007
dia 25 de janeiro tem show dos Mutantes às 20h ali na Praça da Independência, no Ipiranga
Meu refrigerador não funciona. Eu tentei de tudo mas o meu refrigerador não funciona. Então desligo o rádio. Está um calor desgraçado e decido tomar banho. Puxa, tenho seios. Pequenos, mas seios. Rosados, inteiros. Escuros, no meio dessa pele negra. O telefone toca, então decido continuar no banho. Esqueço de lavar meu cabelo crespo, então decido almoçar. Não estou com fome, então devoro tudo o que está no refrigerador que não funciona, mesmo eu já tendo tentado de tudo. A barba de dois dias tem um aspecto interessante, então decido escanhoá-la. Deixo marcas no meu rosto amarelado coberto pelos fios loiros escorridos de cabelo. Eu era minha mãe. Hoje sou meu pai. Vejo o espelho e não me enxergo. Minha pele necrótica se rejuvenesce num instante. Sou um feto chafurdado em líquido amniótico, uma criança gritando contra as agruras do mundo. O telefone toca novamente. Meus seios estão maiores e mais escuros, o cabelo molhado. Mutante que sou, berro ao mundo que meu maldito refrigerador ainda não funciona.
quarta-feira, janeiro 17, 2007
lost in translation
mas amanhã é meio q quase mais ou menos um pouco certeza quea gente vai beber aqui na Vila mesmo
terça-feira, janeiro 16, 2007
mais uma de Evaldo Rubens
Agora Evaldo Rubens não quer mais jogar. Ele é mais um cansado do lirismo comedido, dos amores reprimidos, do passado mal resolvido. Agora Evaldo, Rubens não quer mais. Jogar ele? É! Mais um, cansado do lirismo. Comedido dos amores, reprimidos do passado. Mal resolvido! Amora ele é. Mais um chapado no realismo desmedido, nos tremores repulsivos. Do ultrapassado mau, envolvido agoura. Rubaldo Evuvens não. Quer mais?
segunda-feira, janeiro 15, 2007
Corrente de ouro (ou as 5 resoluções do ano que já caminha desesperadamente rápido)
Com um atraso considerável, eis minhas 5 coisas importantes para 2007. Na verdade é um punhado de coisa aleatória que acabei de pensar preguiçosamente por dois motivos: 1- pra agradar minha amiga mineira Raquel (ela também foi obrigada a fazer uma lista dessas). 2- Não pensei em coisa melhor pra postar hoje. São coisas bem importantes pra mim, anyway... Então lá vai...
1- Finalmente ganhar dinheiro com as boas idéias e projetos em que estou envolvido
2- Viajar bastante (incluindo aí um possível e desejado mochilão no fim do ano)
3- Deixar totalmente de ser um sedentário
4- Fazer a quantidade de sexo que um jovem heterossexual bacana merece.
5- Conhecer e papear com tanta gente interessante como em 2006... ou mais!
Ah, prometo ainda manter esse blog sempre atualizado com conteúdo minimante relevante. Tá, essa frase é mentira. Prometo então não mentir assim no próximo ano. Exceto dessa vez. E, talvez, algumas outras. Ou não.
Já fizeram as de vocês?
PS: Ah, Quel... a corrente vai morrer comigo porque não quero passá-la adiante. (6)
quinta-feira, janeiro 11, 2007
a louca da casa
"O romancista José Manuel Fardo me contou uma história que por sua vez lhe foi contada por minha admirada Cristiana Fernández Cubas (...) algo que havia acontecido com a tia dela (...) O caso é que havia uma senhora, que vamos chamar por exemplo de Julia, que morava em frente um convento de freitas enclausuradas; o apartamento, num terceiro andar, tinha uma varanda que dava para o convento, uma sólida construção do século XVII. Certo dia Julia experimentou as rosquinhas que as freiras faziam e gostou tanto que se habituou a comprar uma caixinha todos os domingos. A assiduidade de suas visitas levou-a a travar uma certa amizade com a Irmã Porteira, que ela naturalmente nunca via, mas com quem falava através da porta giratória de madeira. Conhecendo os rigores da clausura, certo dia Julia contou à Irmã que morava bem ali em frente, no terceiro andar, naquela varanda que dava para a fachada; e que não vacilasse em pedir sua ajuda se precisasse de qualquer coisa no mundo externo, como levar uma carta ou um embrulho, ou fazer algum outro favor. A freira agradeceu e as coisas ficaram assim. Passou um ano, passaram três anos, passaram trinta anos. Certo dia, Julia estava sozinha em casa quando bateram na porta. Abriu e se deparou com uma freira pequena e anciã, muito limpa e enrugada. Sou a Irmã Porteira, disse a mulher com voz reconhecível e familiar; anos atrás você me ofereceu sua ajuda se precisasse de alguma coisa de fora, e agora eu preciso. Pois não, respondeu Julia, diga. Queria lhe pedir, explicou a freira, que me deixasse debruçar-me na sua varanda. Estranhando, Julia fez a anciã entrar, guiou-a pelo corredor até a sala e foi para a varanda com ela. Lá ficaram as duas, imóveis caladas, observando o convento durante um bom tempo. Afinal, a freira disse: "É muito bonito, não é?". E Júlia respondeu que sim. Dito isto, a Irmã Porteira regressou para seu convento para nunca mais sair. "
Rosa Monteiro arrebata a história e conclui o livro dizendo: "Cristina Fernándes Cubas contava essa belíssima história como exemplo da maior viagem que um ser humano pode realizar. Mas para mim é algo mais, é o símbolo perfeito do que significa a narrativa. Escrever romances implica atrever-se a completar o monumental percurso que tira você de si mesmo e permite se ver no convento, no mundo no todo. E depois de fazer esse esforço supremo de entendimento, depois de quase tocar por um instante na visão que completa e que fulmina, regressamos mancando para a nossa cela, para o encerro da nossa estreita individualidade, e tentamos nos resignar a morrer."
Amigos blogueiros, leiam. Vale a pena.
terça-feira, janeiro 09, 2007
sábado, janeiro 06, 2007
20 coisas que descobri na minha viagem ao RJ
1- Cabo Frio tem praias lindas pra caralho (sim, esse advérbio de intensidade precisa ser usado)
2- É possível passar o ano novo com pessoas bem divertidas e bêbadas numa cidade linda e distante
3- Se você usar com uma camiseta do Homer Simpson como Homem Vitruviano (Da Vinci, estúpido), as pessoas sorriem pra você