sábado, 24 de outubro de 2020

O MEDO

 


Letra

Provisoriamente não cantaremos o amor
que se refugiou mais abaixo dos subterranêos
Cantaremos o medo que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe, 
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro
o medo grande dos sertões, dos mares, do deserto
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo do depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas

Carlos Drummond de Andrade

Significado e importância do poema Congresso Internacional do Medo


Carregando uma forte e pesada reflexão crítica, a composição vem dar voz à falta de esperança que invadia os indivíduos durante a década de 40 e também nos tempos que se seguiram. Na verdade, os traumas daquele período histórico e as mazelas que ele deixou nos indivíduos acabaram se perpetuando através do tempo e permanecem na nossa história coletiva. Assim, décadas mais tarde, continuamos sendo assombrados pelo terror e a crueldade do conflito que abalou o mundo. Mais
do que uma composição poética, trata-se do desabafo de um sujeito que precisa sobreviver numa época de mudanças bruscas e violentas.

in- Cultura Genial




Não estamos a viver uma guerra mundial, mas, estamos a travar uma luta com um inimigo invisivel que está a espalhar o medo pelo mundo inteiro O medo está a ser internacional, global e o que é pior, sabemos muito pouco sobre o nosso inimigo.

Emília Pinto

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

GITA- RAÚL SEIXAS



Eu, que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando 
Foi justamente num sonho que Ele me falou 
Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada 
Nem fico sorrindo ao seu lado 
Você pensa em mim toda hora 
Me come, me cospe, me deixa 
Talvez você não entenda 
Mas hoje eu vou lhe mostrar 
eu sou a a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar 
Eu sou o medo do fraco 
A força da imaginação O blefe do jogador 
Eu sou, eu fui, eu vou 
Eu sou o seu sacrifício 
A placa de contra-mão 
O sangue no olhar do vampiro 
E as juras de maldição 
Eu sou a vela que acende 
Eu sou a luz que se apaga 
Eu sou a beira do abismo 
Eu sou o tudo e o nada 
Por que você me pergunta? 
Perguntas não vão lhe mostrar que eu...






 Para alguns, um doido, para outros, um gênio. E por que não os dois? Somente Raul Seixas poderia escrever uma música como Gita, cuja inspiração veio do livro Bhagavad Gita, conhecido como um dos mais importantes textos da cultura indiana, escrito no século 4 antes de Cristo. A obra fala sobre quais seriam os caminhos para o homem evoluir espiritualmente, apresentados através de um diálogo entre Krishna, a representação de Deus, e Arjuna, um discípulo guerreiro.



Espero que gostem!, Eu gosto muito da " loucura" deste " génio ". Faz pensar!!!


 Amigos,  letra não está completa por ocupar demasiado espaço, mas, penso que conseguirão entender o que Raúl Seixas diz


Emilia Pinto