sexta-feira, 28 de novembro de 2008

CNBB ESCULHAMBA LULA, NÃO ASSUME A CRÍTICA E PUBLICA DESMENTIDO QUE NÃO DESMENTE

O padre Geraldo Martins Dias, assessor de imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, assinou a seguinte nota, homiziada no site da instituição:
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"A respeito da notícia publicada nesta quinta-feira, 27, pelo jornal Folha de S.Paulo, Editoria Brasil, e pela FolhaOnline, intitulada “Igreja critica Lula e diz que petista entregará país em situação precária a sucessor”, esclareça-se o seguinte: 1. O texto “Análise de Conjuntura”, citado na referida matéria, não constitui um “Documento da Igreja Católica”.Trata-se de um estudo que a CNBB solicita, regularmente, a uma equipe de especialistas, sendo meramente consultivo, sem ser submetido à aprovação dos bispos. 2. O texto não foi divulgado durante o Congresso Internacional “Pessoa, cultura da vida e cultura da morte”, que a Pontifícia Academia para a Vida e a CNBB realizam, desde o dia 25, em Indaiatuba (SP). A apresentação se deu na reunião do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep), que se reuniu no mesmo local, dias 24 a 26.3. Embora ocorridos num mesmo local e em dias coincidentes, a reunião do Consep e o Congresso são dois eventos distintos.
Brasília, 27 de novembro de 2008"
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ANÚNCIO FÚNEBRE : OS JORNALISTAS ESTÃO ENTERRANDO O JORNALISMO!

Da lavra de Geneton Moraes Neto .
Começa a chover. Não me ocorre outra idéia para me proteger do aguaceiro: paro na banca para comprar um jornal. Em época de "crise econômica", eis um belo investimento, com retorno imediato: além de me brindar com notícias interessantes, o jornal, quando dobrado e erguido sobre a cabeça, cumpre garbosamente a função de guarda-chuva. O jornal é de São Paulo. Poderia - perfeitamente - ser do Rio de Janeiro ou de qualquer outro estado brasileiro. Eu disse "notícias interessantes"? Em nome da verdade, retiro o que disse. Pelo seguinte: não sou nenhum fanático por informação, não passo quatorze horas por dia conectado, não sou desses jornalistas que, à falta do que fazer na vida, acham que não existe nada sob o sol além do jornalismo. Em suma: considero-me apenas um consumidor mediano de notícias. Ainda assim, eu já sabia de noventa e cinco por cento do que aquele jornal tentava me dizer na primeira página. O que o jornal me dizia, nos títulos ? Que o São Paulo "abre cinco pontos sobre o Grêmio". Que novidade! Qualquer criança de dois anos que tivesse passado diante de um aparelho de TV na véspera já sabia. Nem preciso falar da Internet. "Chuvas em Santa Catarina matam 20". Que novidade! "Obama divulga nomes de cargos-chave". Que novidade! "EUA podem injetar até US$ 100 bi no Citigroup". Que novidade! Não é exagero: eu já tinha recebido todas essas informações na véspera. Tive a tentação de voltar à banca, para pedir meus dois reais e cinquenta de volta. Mas, não: resolvi dar um crédito de confiança ao jornal. Quem sabe, como guarda-chuva ele teria uma atuação melhor. Teve. De tudo o que estava nos títulos da primeira página do jornal, só uma informação era "novidade" para mim: "Brasil será o único país do mundo que não eliminou hanseníase". Conclusão: o jornal estava me oferecendo pouco, muito pouco, pouquíssimo. Tenho certeza absoluta de que milhares de leitores, quando abrem os jornais de manhã, são invadidos pela mesmíssimo sentimento: em nome de São Gutemberg, para quem estes jornalistas acham que estão escrevendo ? Em que planeta os editores de primeira página vivem? Por acaso eles pensam que os leitores são marcianos recém-desembarcados no planeta? Ninguém avisou a esses jornalistas que a TV e os milhões de sites de notícias já divulgaram, desde a véspera, as mesmíssimas informações que eles agora repetem feito papagaios no nobilíssimo espaço da primeira página? Os autores dessas obras-primas (primeiras páginas que não trazem uma única novidade para o leitor médio!) são, com certeza, jornalistas que temem pelo futuro do jornal impresso. É triste dizer, mas eles estão cobertos de razão: feitos desse jeito, os jornais impressos estão, sim, caminhando celeremente para o mausoléu. Não resistirão. Os coveiros da imprensa estão trabalhando freneticamente: são aqueles profissionais que aplicam cem por cento de suas energias para conceber produtos burocráticos, óbvios, chatos, soporíferos e repetitivos. Em suma: os jornalistas estão matando o jornalismo. Quem já passou quinze segundos numa redação é perfeitamente capaz de identificar os coveiros do jornalismo: são burocratas entediados e pretensiosos que vivem erguendo barreiras para impedir que histórias interessantes cheguem ao conhecimento do público. Ou então queimam neurônios tentando descobrir qual é a maneira menos atraente, mais fria e mais burocrática de transmitir ao público algo que, na essência, pode ser espetacular e surpreendente: a Grande Marcha dos Fatos. Qualquer criança desdentada sabe que não existe nada tão fácil na profissão quanto "derrubar" uma matéria. Há sempre um idiota de plantão para dizer : "ah, não, o jornal X já deu uma nota sobre esse assunto"; "ah, não, o jornal Y publicou há trinta anos algo parecido" e assim por diante. O resultado desse exercício de trucidamento jornalístico é o que se vê: uma imprensa chata, chata, chata, chata. É raríssimo aparecer um salvador de pátria que pergunte: por que jogar notícias no lixo, oh paspalhos? Por que é que vocês não procuram uma maneira interessante e original de contar - e oferecer ao publico - uma história? Haverá sempre uma saída! A regra vale para jornal impresso, revista, rádio, TV, internet, o escambau. Mas, não. Contam-se nos dedos da mão de um mutilado de guerra os jornalistas que devotam o melhor de suas energias para fazer um jornalismo vívido e interessante. Já os burocratas e assassinos, numerosíssimos, continuam golpeando o Jornalismo aos poucos. Vão matá-lo, cedo ou tarde, é claro. Não há organismo que resista à repetição dos botes dos abutres (um dia, quando estiver prostrado à beira de um pedaço de mar verde da porção nordeste do Brasil, farei - de memória - uma lista dos crimes que já vi serem cometidos, impunemente, nas redações. Se tiver paciência para juntar sujeito e predicado, prometo que farei um post. Almas ingênuas podem acreditar que absurdos não acontecem com frequência nos zoológicos jornalísticos. Mas, em verdade, vos digo: acontecem, diariamente. O pior, o trágico, o cômico, o indefensável é que os assassinos do Jornalismo são gratificados com férias, décimo-terceiro, plano de saúde, aposentadoria, seguro de vida e vale-alimentação. Detalhe: lá no fundo, devem achar que ganham pouco....Quá-quá-quá). Um detalhe inacreditável: em qualquer roda de conversa numa redação, em qualquer congresso (zzzzzzzzzzz) de Jornalismo, é possível ouvir que há saídas simplíssimas. Bastaria tomar - por exemplo - providências estritamente "técnicas": em vez de repetir papagaiamente(*) nos títulos aquilo que a TV e a internet já cansaram de divulgar, por que é que os jornais não destacam na primeira página a informação inédita, o ângulo pouco explorado, o detalhe capaz de prender a atenção do coitado do leitor na banca? Pode parecer o óbvio dos óbvios, mas nenhum jornal faz. Qualquer lesma semi-alfabetizada sabe, mas nenhum jornal faz. Se fizessem este esforço, os jornais poderiam, quem sabe, atiçar a curiosidade do leitor indefeso que entra numa banca em busca de uma leitura atraente. Coitado. Não encontrará. É mais fácil encontrar um neurônio em atividade no cérebro de Gretchen. Fiz um teste que poderia ser aplicado a qualquer estagiário de jornalismo: tentar achar, no exemplar que tenho em mãos, informações que rendam títulos menos burocráticos e mais atraentes do que os que o jornal trouxe na primeira página. Em quinze segundos, pude constatar que havia,sim, no texto das matérias, informações mais interessantes do que as que foram destacadas nos títulos óbvios. Um exemplo, entre tantos: a chamada do futebol na primeira página dizia "São Paulo abre 5 pontos sobre o Grêmio". Por que não algo como "TREINADOR PROÍBE COMEMORAÇÃO ANTECIPADA NO SÃO PAULO" ou "JOGADORES DO SÃO PAULO PROBIDOS DE IR A PROGRAMAS DE TV"? A matéria sobre as enchentes dizia que, depois do maior temporal dos últimos dez anos, Santa Catarina enfrentava racionamento de água potável - um duplo castigo. E assim por diante. Daria para fazer dez chamadas diferentes. Mas.....o jornal repete na manchete o que a TV já tinha dito. Quanto ao futebol: com toda certeza, as informações que ficaram escondidas no texto eram mais atraentes do que a mera contagem de pontos que o jornal estampou no título da primeira página! Afinal, cem por cento dos torcedores do São Paulo já sabiam, desde a véspera, que o time disparara na liderança. Não é exagero dizer: cem por cento sabiam. Mas, a não ser os fanáticos por resenhas esportivas, poucos sabiam que o treinador tinha proibido os jogadores de participarem de programas de TV, para evitar comemorações antecipadas. Por que, então, esconder o detalhe mais interessante? É o que os editores fazem: tratam de sepultar a informação mais atraente em algum parágrafo remoto, lá dentro do jornal. Depois, querem que o leitor saia da banca satisfeito por ter pago para ler o que já sabia.... Estão loucos. Resumo da ópera: os assassinos do Jornalismo, comprovadamente, são os jornalistas. É uma gentalha pretensiosa porque acha que pode decidir, impunemente, o que é que o leitor deve saber. Coitados. O que os abutres fazem, na maior parte do tempo, em todas as redações, sem exceção, é simplesmente tornar chata e burocrática uma profissão que, em tese, tinha tudo para ser vibrante e atraente. Mas nem tudo há de se perder. Os jornais podem, perfeitamente, ser usados como guarda-chuva. Fiz o teste. O resultado foi bom: cheguei tecnicamente enxuto ao destino.
(*)Papagaiamente: neologismo que acabo de criar, iluminado por uma inspiração animalesca.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

VÃO ARDER NO MÁRMORE DO INFERNO

CNBB manda bispos esculhambarem o Governo Lula mas não assume autoria das críticas
. O repórter Maurício Simionato, da Agência Folha, foi a Indaiatuba, interior de São Paulo, cobrir um congresso internacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB. Eis o seu relato. "Documento da Igreja Católica intitulado "Análise da Conjuntura", divulgado ontem durante congresso internacional em Indaiatuba (SP), critica a ação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva frente à crise econômica e diz que "Lula entregará ao seu sucessor ou sucessora um país em situação tão precária quanto a que recebeu". Ao tratar do tema "A política econômica do Brasil frente à crise", a análise aponta que "o presidente continua dando força ao agronegócio e à mineração, sem atentar para os danos ambientais", e que isso gerará "a crise ecológica" no país. "Tudo se passa como se o aumento da produção para a exportação fosse uma solução e não um paliativo que adia a crise econômica, mas antecipa a crise ecológica, que é muito mais grave e que prejudicará mais os mais pobres do que os ricos", diz um trecho do texto. O documento tem dez páginas e é assinado por padres e teólogos que são assessores da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). A "Análise de Conjuntura" foi feita a pedido da CNBB para orientar os bispos sobre temas atuais. Apesar disso, há uma aviso no início do texto que diz que "este não é um documento oficial da CNBB". A análise foi divulgada durante congresso internacional "Cultura da vida e cultura da morte", promovido pela CNBB e pela Pontifícia Academia Pro Vita, um centro de estudos do Vaticano. O evento começou anteontem e termina amanhã. Entre os temas discutidos por especialistas estão aborto, eutanásia e bioética. Ainda no tópico que trata da crise econômica, os religiosos indicam que a política industrial do governo federal "vai no sentido de favorecer a indústria automobilística, como se ela tivesse futuro". "Fazendo de conta que a crise é apenas financeira e que o capitalismo encontrará uma solução tecnológica para os problemas de energia e de meio-ambiente, Lula entregará a seu sucessor (a) um país em situação tão precária quanto a que recebeu, com o agravante de um contexto mundial em recessão e não em crescimento", diz trecho do documento. "

ENTREVISTA COM TEREZA CRUVINEL - PARTE 2

Parte final da entrevista que Tereza Cruvinel, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), concedeu ao jornalista Sérgio Matsuura, do portal Comunique-se.
A primeira parte da conversa encontra-se duas postagens abaixo.
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C-se - Quando o Orlando Senna saiu, ele falou muito do engessamento. A EBC continua engessada? Tereza Cruvinel - Engessamento são essas coisas, mas nós já “desengessamos” bastante a empresa. Nós estamos criando a diretoria jurídica, ocupada pelo doutor Luiz Henrique Martins dos Anjos, um advogado da União altamente qualificado. Estamos criando mecanismos que facilitem isso que ele chamava de engessamento. A lei engessa. Eu também poderia ter ido embora, porque ela era realmente muito engessada. Eu preferi ficar. Então o que a gente tem feito? Construído mecanismos de gestão, mecanismos jurídicos que nos tornem mais ágeis. Nós conseguimos aprovar um decreto criando um regimento mais simplificado de compras, que já nos dá mais agilidade. Nós estamos regulamentando alguns artigos da nossa lei. Nós queremos regulamentar a contratação de programas por pitching. É preciso combinar legalidade com agilidade. Isso que é “desengessar”. Se fosse fácil fazer a TV pública ela já existiria no Brasil há muito tempo. C-se - No primeiro ano foram aplicados R$ 350 milhões. Para 2009 vocês já têm uma verba prevista? Tereza Cruvinel - A gente tem R$ 350 milhões reservados no orçamento que o Governo enviou para o Congresso, mas a gente não sabe o que o Governo fará diante da crise internacional, se ele vai fazer cortes orçamentários. Se houver, pode nos atingir. Mas não é nada que vá ameaçar o funcionamento da empresa. Os cortes são lineares, não específicos para a TV Brasil ou para a EBC. O que pode acontecer é a gente não conseguir fazer tudo o que queria no ano. E nós temos que buscar mais parcerias com o setor privado, nós temos que nos virar. Não podemos ficar só esperando o Governo. C-se – Como funcionam essas parcerias com o setor privado? Tereza Cruvinel - As parcerias são feitas com base na Lei Rouanet. Nós temos, hoje, algumas parcerias, mas precisamos avançar mais. Agora estamos com um projeto com o Sesi sobre um programa novo. Em 2009 nós vamos lançar o programa Imagens do Brasil, que não foi possível lançar esse ano. A gente espera que o setor privado invista muito nesse fundo porque é um fundo para financiar produções independentes para a exibição na TV pública. C-se – A verba deste ano já foi toda empenhada? Tereza Cruvinel - Você tem três rubricas no orçamento público: pessoal, custeio e investimento. Pessoal, gasta-se, porque é o pagamento de folha. Custeio, nós já estamos com o nosso orçamento completamente esgotado, tendo até que deixar alguma coisa para o ano que vem. Agora, nós reservamos R$ 100 milhões para licitação. Essa que está em curso e esperamos conseguir concluí-la para gastar esse dinheiro e termos uma execução orçamentária muito boa. Execução orçamentária boa é aquela que você consegue gastar, corretamente, legalmente, mas consegue gastar. C-se – Esse ano os funcionários fizeram uma greve. Como foi resolvido esse problema e como está sendo a discussão em torno do Plano de Carreira? Tereza Cruvinel - A greve foi desnecessária, talvez um problema mais de comunicação do que um conflito propriamente dito. Quando tudo foi explicado, os funcionários voltaram a trabalhar imediatamente. Havia uma sobreposição de discussão de implantação do Plano de carreiras com a data-base. Separamos, negociamos e fizemos o acordo. O plano de carreira nós resolvemos discutir mais porque existem algumas questões que os funcionários não aceitaram bem. A idéia é que o plano aproxime mais os salários dos nossos funcionários com os do mercado. Agora ele não vai mais ser implementado este ano. Nós ainda vamos discutir alguns aspectos dele. Um plano de carreira é uma coisa duradoura e não pode ser feito assim. Se há coisas a discutir, vamos discutir. C-se - Como está a situação dos funcionários da Acerp? Tereza Cruvinel - A Acerp é uma organização social do terceiro setor. Não é Estado. Logo, ela não pôde, por força de lei, ser absorvida pela EBC como foi a Radiobrás. Agora, a situação deles está resolvida de forma estável. Não existe razão para se falar em demissões em massa. Não há nenhuma ameaça à estabilidade dos servidores. O contrato de gestão que mantém a Acerp funcionando será renovado agora em dezembro. C-se - Existe alguma previsão de concurso público ou contratação? Tereza Cruvinel - A EBC deve fazer concurso em 2009. Não sei quando, nem para que cargos, mas certamente ela precisará. Nós estamos expandindo, com a criação da sede de São Paulo. E o jornalismo carece de mais recursos humanos. Estamos criando programas novos e parte deles também será feito em São Paulo. Então, é possível que haja concurso em 2009, até porque é um ano bom para fazer concurso por não ser eleitoral. C-se - Tereza, como foi a sua adaptação? Você escrevia para um jornal, de grande circulação, e agora está na presidência de uma empresa pública. Tereza Cruvinel - Eu sinto saudade da televisão. Eu faço pouco vídeo. E tenho muita saudade de escrever. Mas às vezes eu faço algumas coisas. Escrever não tenho podido, a não ser documentos internos. Nas eleições eu fiz comentários e amanhã vai ao ar o Três a um com o Fernando Henrique de que eu participei. A gente faz alguma coisinha para matar a saudade. E na transição o jornalismo me ajudou muito, porque eu aprendi como funcionam as coisas, tanto no setor público como no privado. E já aprendi muito sobre engenharia, transmissão. Foi tudo muito rápido. Agora, continuo sendo essencialmente jornalista, mas eu acho que estou sendo uma boa executiva. C-se - Para finalizar, qual o grande desafio para o ano de 2009? Tereza Cruvinel - Na TV Brasil, particularmente, continuar avançando com a programação. Conseguir realizar todos os programas que não pudemos fazer esse ano. Nós temos muitas idéias, mas a gente precisa realizá-las. No aspecto de cobertura, ver se a gente consegue ampliar a nossa presença no Brasil. Agora, para a EBC como um todo, nós precisamos de um salto tecnológico. Nossa situação de tecnologia, em todas as áreas, é muito precária. Essa é a nossa grande deficiência.

PONHA EM SEU FAVORITOS: ECOAGÊNCIA, NOTÍCIAS AMBIENTAIS

Acaba de entrar no ar um novo portal de notícias, artigos e reportagens sobre meio ambiente. É a EcoAgência, criada pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul. Por ele, você saberá o que, rotineiramente, a grande imprensa omite, alivia ou desinforma sobre o tema. Na EcoAgência não faltarão denúncias de crimes ambientais, alertas e acompanhamento das políticas públicas para o setor. Caberá a ela, também, divulgar as iniciativas de preservação dos recursos naturais, difundir as soluções sustentáveis, promover a educação ambiental, repercutir as opiniões e ações das organizações, entidades, lideranças, cientistas, educadores e comunidades envolvidas com estas questões.
O Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul – NEJ/RS, com sede em Porto Alegre, foi fundado em 22 de junho de 1990 e é o pioneiro no país. Hoje o NEJRS é uma ONG que se constitui em referência nacional sobre jornalismo ambiental, com participação ativa nos principais eventos relacionados ao tema. Para ir diretamente até lá, você pode clicar aqui, ou utilizar o link na nossa barra lateral, à direita. Significa dizer que a EcoAgência passa a integrar o seleto rol daqueles por quem o Cloaca News põe a mão no fogo.

TEREZA CRUVINEL AVALIA A EBC E FALA DA TV BRASIL

Em conversa com o jornalista Sérgio Matsuura, do portal Comunique-se, a presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) Tereza Cruvinel analisou o primeiro ano de funcionamento da empresa. Abaixo, a primeira parte da entrevista, feita no dia 25/11. A continuação será publicada ao longo desta quinta-feira.
C-se – Antes de tudo, como você analisa o primeiro ano da EBC, que comemora aniversário no próximo dia 02/12? Tereza Cruvinel - A EBC, enquanto empresa, chega ao final do ano muitos quilômetros além do estado que ela tinha quando começou. Era uma empresa nova, não tinha orçamento, não tinha absorvido a Radiobrás. Ainda existia uma confusão institucional muito grande. A lei só foi aprovada em março, a empresa existia como fantasma. Se a lei não fosse aprovada, a EBC iria acabar. Depois disso, nós aceleramos muito o planejamento da empresa. Agora estamos fazendo mudanças na nossa estrutura organizacional para que ela fique mais adequada a sua finalidade. Então, considero que a empresa chega ao fim do ano muito melhor estruturada do que ao nascer. C-se - Quais seriam essas mudanças organizacionais? Tereza Cruvinel - Toda empresa tem estatutos. Os estatutos são regramentos. Então eles dizem, por exemplo, que tal coisa só pode ser resolvida de tal modo, por tal diretor. Se o diretor viaja isso fica amarrado. Isso que estamos tentando mudar. Na estrutura propriamente dita, definimos melhor o papel da diretoria geral, criamos uma diretoria jurídica e uma secretaria executiva, para ajudar na gestão. C-se - O jornalismo sofreu alguma mudança? Tereza Cruvinel - Não, nada muda no jornalismo. C-se - E na TV Brasil, como foi o primeiro ano de funcionamento? Tereza Cruvinel - Vou fazer um balanço rápido da TV Brasil. Ela também chega ao final do ano em uma situação muitíssimo melhor. No ponto de vista de programação, este ano nós lançamos Revista Brasil, Caminhos da reportagem, De lá pra cá, Três a um, Bossa Nova, Amálgama e Tal como somos. São sete programas novos, sem contar os dois telejornais, que dá um total de nove. Então nós chegamos ao fim do ano com nove programas novos e ainda podemos lançar mais alguma coisa. C-se – Pode falar um pouco mais sobre a programação? Tereza Cruvinel - Ainda tem muita programação da TVE na grade. Trocar 20 horas de programação não é fácil em qualquer televisão, muito menos no setor público. Para produzir em casa, nós temos dificuldades com o sucateamento dos equipamentos. E para contratar parcerias, com produtoras independentes, tem todo um procedimento burocrático. Tem regulação, licitação, essas coisas todas que tornam o processo mais complicado. Esse ano nós gostaríamos de ter feito mais, mas não foi possível porque nós estávamos nos estruturando para ter melhores condições. Para as produções próprias, estamos realizando uma grande licitação de equipamentos de produção e transmissão. E para a contratação de parcerias, estamos criando novos procedimentos jurídicos para tornar o processo de contratação mais simplificado. C-se – Qual o valor dessas licitações? Tereza Cruvinel - Elas devem superar R$ 100 milhões. C-se - Vocês estão pensando em produzir programação nova em São Paulo, não é? Tereza Cruvinel - Primeiro nós vamos chegar com a nossa programação lá. Depois, num segundo momento, vamos ter produções em São Paulo. E o primeiro produto tem que ser, claro, um telejornal local. C-se – Tereza, muito se fala sobre a falta de cobertura da TV Brasil. Esse problema realmente existe? Tereza Cruvinel - A TV Brasil tem apenas quatro canais abertos próprios. Ela nunca foi uma rede, como se fala. A TV Brasil é carregada obrigatoriamente por todos os canais por assinatura. A TV Brasil também é exibida pelas bandas C, que alcança 50 milhões de brasileiros que vêem televisão por parabólicas. Também entramos na programação das 24 emissoras educativas e universitárias que são nossas parceiras na Rede Pública de Televisão. Para 2009, estamos solicitando 39 canais de retransmissão ao Ministério das Comunicações. Eu acredito que serão concedidos porque a lei nos assegura essa prioridade. São canais que nós vamos instalar em grandes e médias cidades. Analógicos, abertos. Não vamos cobrir capitais. Demos prioridade às cidades onde a implantação da TV digital ainda vai demorar. A seleção foi minuciosamente estudada, levando em consideração lugares onde a gente não tenha transmissão e a Rede Pública não chega. Nessa sexta-feira, dia 28, no Palácio do Planalto, estaremos assinando um protocolo com o Senado, com a Câmara, com o STJ e com o Ministério da Educação. Todos esses poderes têm redes digitais a montar. Com isso, nós vamos compartilhar a infra-estrutura para fazer a rede digital no Brasil. Então, são cinco parceiras para rachar os custos. Isso reduz significativamente os custos de implantação da nossa rede digital. Queria que as pessoas soubessem como as redes comerciais trabalharam para se transformarem em rede. Fazer rede não é assim não, é um longo processo. Para as TVs comerciais não é fácil. Muito menos para uma TV pública que tem só quatro canais próprios. Agora, no ano que vem, com as 39 retransmissoras, teremos uma realidade melhor. E vamos cobrar que as TVs por assinatura cumpram plenamente a lei, coisa que elas não fazem. Nem todas estão carregando o sinal da TV Brasil. C-se – Um ponto que é muito criticado é a audiência. Como a emissora enxerga essa questão? Tereza Cruvinel - A natureza da nossa programação é diferente. Você leva muito mais tempo para fidelizar o telespectador com uma programação como a nossa. O cara que gosta de cinema nacional, ele começa a freqüentar a Faixa de cinema. O infantil, por exemplo, é muito bem visto. Fidelizar cliente, com uma programação como a nossa, é muito difícil, mas nós temos absoluta convicção de que não vamos fazer concessões na qualidade da programação para ganhar audiência. C-se - Você falou que nesse primeiro ano a EBC passou por algumas dificuldades. Você pode destacar algumas delas? Tereza Cruvinel - Primeiro foi a própria lei, num ambiente de muita incompreensão do que fosse TV pública, que chegou a ser chamada de TV Lula, Lula News. Ignorâncias misturadas com má-fé. Alguns não sabiam, outros não queriam entender. Então, foi um período muito difícil. Outro foi o momento que precedeu a incorporação da Radiobrás, que só aconteceu em 12/06. Sem isso, nós não tínhamos um centavo próprio. Outro momento difícil foi a saída de Orlando Senna. Ele saiu porque apontou grandes dificuldades de gestão que realmente existiam. E o momento do caso Luiz Lobo, que foi julgado pelo Conselho Curador. O Conselho constatou que o nosso telejornalismo é tecnicamente correto e politicamente isento. E durante todo o ano a gente sofreu com a Anatel para colocar o canal de São Paulo no ar. Isso sem falar nos problemas burocráticos, como contratação, licitação, coisas assim. Mas as dificuldades maiores foram essas. C-se - Por falar em licitação, como está a escolha da empresa que vai produzir a Revista África? Tereza Cruvinel - Uma produtora recorreu porque não apresentou os documentos necessários na época certa e isso gerou um atraso. Nós ainda vamos fazer a Revista América Latina, mas vamos fazer a África primeiro. (continua...)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

MANCHETE CANALHA DA FOLHA

"Lula vai a Santa Catarina; cresce o número de mortos nas chuvas" O título acima entrou na Folha Online por volta de meio-dia desta quarta-feira. Até o instante desta postagem, ainda está lá.
Julgamos que você, cara leitora, caro leitor deste Cloaca News, seja suficientemente perspicaz para perceber a ignominiosa relação de causa e efeito estabelecida na frase.
Os pulhas da Barão de Limeira tomaram a dianteira na politização da tragédia catarinense. Terão seguidores logo mais. Estava demorando...

VERGONHA!!! TUCANOS PROMOVEM ASSALTO HISTÓRICO NA PARAÍBA (mídia amiga finge que não viu)

Nos estertores de seu malfadado período como inquilino do Palácio da Redenção, em João Pessoa, o governador cassado Cássio Cunha Lima, do PSDB, mostrou para o Brasil o "jeito tucano de abandonar o barco".
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Na última segunda-feira, em sessões extraordinárias meteóricas - houve seis sessões em menos de meia hora - a maioria governista da Assembléia Legislativa aprovou um vergonhoso pacotaço vindo do Executivo, incluindo o Orçamento para 2009, com 143 emendas. Projetos que estavam parados há vários meses, de repente entraram na pauta de votações e, com curiosos pareceres orais da Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça, foram aprovados de trambolhada. A manobra golpista tucana teve o claro propósito de inviabilizar a administração do senador José Maranhão, do PMDB, que deve assumir o posto de Cunha Lima ainda nesta semana. O comportamento vergonhoso desse bando de salteadores só encontra paralelo na cobertura jornalística do episódio, principalmente a feita pelos veículos da Rede Paraíba de Comunicação. Maior grupo midiático do Estado, o conglomerado possui um portal de internet, o Jornal da Paraíba, a TV Cabo Branco e a TV Paraíba (afiliadas da Rede Globo em João Pessoa e Campina Grande, respectivamente) e as rádios Cabo Branco FM e 101 FM, em João Pessoa.
Essa raspada de tacho, verdadeira velhacaria, promovida pelo tucano cassado ganhou este singelo título no portal Paraíba 1: AL aprova Orçamento 2009 após dia tumultuado e 1h de apagão. Se você não sofre de refluxos, clique no título e veja com seus próprios olhos como é sempre bom ter amigos na imprensa.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A COLUNISTA DO MELZINHO ATACA NOVAMENTE

Ah, esses professores!
Cumprindo seu rotineiro mister de legitimar os atos e as ações do governo fascista da tucana Yeda Crusius, a colunista e editora de Política do tablóide Zero Hora - aquela mesma, a tal abelha - nos brinda hoje com mais alguns de seus pitéus mefíticos. Em uma das notas de sua "Página 10", a depuradora como que festeja o corte do ponto e o desconto de METADE do salário de novembro dos professores gaúchos, avaliando que eles "serão compelidos a voltar às aulas" (repare na escolha do verbo: é o mesmo que dizer: "vão ter que voltar na marra"). Nos parágrafos seguintes, esforça-se para explicar os "mal-entendidos" do projeto do Piratini voltado ao magistério. E, no final, tasca: "Pouco familiarizados com a complexidade dos textos legais, muitos professores entenderam que o projeto acabava com o adicional de um terço nas férias, quando é exatamente o contrário...". A pergunta que não quer silenciar é: se o famigerado projeto do governo fascista era tão maravilhoso assim, por que, diabos, o governo fascista precisou retirá-lo da Assembléia e reenviá-lo com uma emenda? Será que mesmo os deputados estaduais que o apreciariam também são "pouco familiarizados com a complexidade dos textos legais"? A untuosa jornalista poderia, ao menos, ter completado o serviço.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

JOSIAS, MUTILADO MORAL

Sem pauta, cão-de-guarda da direita hidrófoba e ressentida não se faz de rogado Todo mundo já está careca de saber quem é Josias de Souza. Cria da Folha de S.Paulo, galgou vários postos na Cosa Nostra da Barão de Limeira até encostar o lombo em um dos blogs da organização. Para refrescar a memória: no ano 2000, plena era FHC, Josias foi ao Paraná e escreveu uma de suas reportagens de encomenda esculhambando o MST. Descobriu-se, à época, que sua viagem e toda a logística do trabalho foram subsidiados pelo INCRA daquele estado, inclusive com o pagamento de diárias e cessão de carro oficial e combustível. Verdadeiro escárnio. Sobre esse desventurado jornalista, assim escreveu Altamiro Borges, certa vez: "Tão servil diante do governo FHC, Josias de Souza virou um raivoso crítico do presidente Lula. Ele nunca perdoou o fato do atual governante vestir o boné do MST, dialogar com o sindicalismo e não criminalizar as lutas sociais. Nos últimos quatro anos, postou-se como um “fiscalizador” das contas das organizações sociais – do MST, da CUT, da UNE, das ONGs progressistas e de tudo que não reze do dogma neoliberal. Para ele, os recursos públicos devem servir para bancar a publicidade da mídia privada e para financiar as entidades filantrópicas das elites; não podem, nunca, servir para fortalecer os movimentos sociais". No último sábado, 22, Josias devia estar arrancando os cabelos pela falta do que dizer contra o governo federal. Bolou, então, algo genial: no caso da querela com o Equador, tratou de mostrar o que Lula deveria fazer a respeito, dizendo justamente o que Lula já havia acabado de ordenar. Veja você, que espertalhão: "Lula deveria gastar um naco de seu tempo na leitura da nota expedida pelo BNDES, de onde o repórter retirou as informações contidas nesta notícia". E segue com seu embuste: "À luz dos fatos, fica claro que o caso não é de “mal-estar”. Trata-se de cobrar uma dívida que o devedor, depois de reconhecer, finge não existir". Esqueceu-se o cérbero de dizer que, já na véspera, Lula mandara chamar à Brasilia nosso Embaixador em Quito. E que tal gesto, na "linguagem diplomática", equivale a umas pitombas no quengo do virtual caloteiro.

domingo, 23 de novembro de 2008

ESTA É "A MAIS IMPORTANTE ANALISTA POLÍTICA DO RS"

Espelho, espelho meu: existe jornalista mais aduladora, sabuja, lambe-botas, incensadora, chupa-caldo e babona do que eu?
Que o nefasto tablóide Zero Hora, do nefando grupo RBS, já não faz questão sequer de dissimular seu apoio irrestrito ao governo fascista da tucana Yeda Crusius, isso não é mais novidade. Bastaria recuperar as edições da semana que passou para constatar o alinhamento do jornaleco com as ações despóticas e absolutistas da atual inquilina do Piratini, principalmente no que toca à greve do magistério gaúcho. O que espanta - nesse quadro em que a gente chega a achar que não se espanta com mais nada - é ver sua colunista-abelha Rosane de Oliveira, a "depuradora de melífluos sabores" assumindo, descarada e acintosamente, o papel sujo de porta-voz da governadora insana. Sua "Página 10" deste domingo prestou-se a mandar os seguintes "avisos": - "Mariza [Secretária de Educação] tem a bênção de Yeda para mexer com dogmas. Nada mais é intocável." - "O governo diz que não vai anistiar os dias de greve para não desmoralizar o decreto que determina o corte do ponto." - "A maior briga com o Cpers está por vir: no projeto do piso, o governo antecipa que em 2009 vai propor revisão do plano de carreira." - "O magistério será o espelho para outros servidores que ousarem desafiar o decreto da governadora e entrar em greve".
Recados dados. Cumpram-se.

YO, MUTILADO CAPILAR

"
Los peluqueros me humillan cobrándome la mitad. Hace unos veinte años, el espejo delató los primeros claros bajo la melena encubridora. Hoy me provoca estremecimientos de horror el luminoso reflejo de mi calva en vidrieras y ventanas y ventanillas.
Cada pelo que pierdo, cada uno de los últimos cabellos, es un compañero que cae, y que antes de caer ha tenido nombre, o por lo menos número.
Me consuelo recordando la frase de un amigo piadoso:
- Si el pelo fuera importante, estaría dentro de la cabeza, y no afuera.
También me consuelo comprobando que en todos estos años se me ha caído mucho pelo pero ninguna idea, lo que es una alegría si se compara con tanto arrepentido qua anda por ahí.
"
Eduardo Galeano
(in Cosas que pasan; Edelsa; Madrid, s/d)