terça-feira, abril 22, 2008

O triunfo do “sistema”


Manuela Ferreira Leite decidiu avançar para a liderança do PSD e muito provavelmente será o seu novo líder. É a candidata mais apetecida não tanto das bases anónimas do partido mas sobretudo das elites do partido. Das elites que ao longo dos anos têm vivido com, para, e do “sistema”. Que ocupam lugares no aparelho de Estado sempre que se ganham eleições, que se apresentam como fazedores de opinião nos média, que trocam cargos na Administração Central com lugares nas empresas públicas, privadas e municipais, que são gestores nos múltiplos órgãos do Estado – Auditorias, Institutos, Gabinetes, Autoridades, Comissões, Conselhos, Centros, Inspecções, Fundações, Agências, Fundos.
Para toda esta clientela, Ferreira Leite é a candidata ideal do PSD.
Mas não apenas para esta “elite” e, por muito paradoxal que pareça, também para o próprio PS, uma vez que é Ferreira Leite que possui as melhores condições de assegurar a continuidade do “sistema”, a rotatividade do governo sem qualquer alteração radical das politicas governativas que ponham em causa esta “politica dos interesses” em que vivemos.
Ferreira Leite não vai romper com romper com a promiscuidade reinante entre o poder politico e económico (com troca de cadeiras a toda a hora), não vai romper com os privilégios das grandes empresas monopolistas nacionais, (que somam lucros escandalosos a cada ano), não vai romper com os privilégios de uma “classe politica” que se reveza no poder, não vai romper com esta corrupção institucionalizada onde os cargos públicos são por escolha politica e não por curriculuns de competência. Não vai adoptar uma politica social- democrata mas seguramente a continuação da politica neoliberal de Sócrates, porventura mais cega ainda, que agravará as desigualdades sociais e provocará um retrocesso social e um pobre desenvolvimento económico.
Não vai extinguir todos aqueles Órgãos do Estado que acarretando um grande agravamento na Despesa Pública responsável pelo Défice Público, em nada melhoram os serviços prestados ao cidadão. Criados sobretudo depois de 1995, todo este mundo de novos órgãos não veio melhorar a Justiça, a Educação, a Saúde, a Segurança ou qualquer outra função Social do Estado. São inúteis e precisam de ser extintos.
Com Ferreira Leite, o “sistema” irá sobreviver por mais uns tempos até ao seu colapso final.

sexta-feira, abril 18, 2008

Infantilismo tardio


De algum modo Luís Filipe Menezes sofre de um certo infantilismo tardio. São notórios os episódios que procuram uma imitação de Sarcozy, seu confessado ídolo, como agora este último de abandono da liderança do partido, aguardando, como outrora Sá Carneiro, um dos seus outros ídolos, pela vaga de fundo que o reconduziria à liderança do PSD.

Não sei se será bem sucedido com a estratégia, de qualquer modo, dos possíveis candidatos ao lugar de presidente do PSD até agora de público conhecimento pouco haverá a esperar. Pelas entrevistas que deram não se vislumbra em qualquer delas uma única linha de força verdadeiramente alternativa e mobilizadora.

Com Luís Filipe Menezes e Santana Lopes, o PSD tem vivido em contra ciclo. Para eles, o PPD/PSD, como Santana Lopes não se cansa de afirmar, deve seguir uma política neoliberal em que “o Estado não pode ter o monopólio da Saúde, Educação e Segurança Social, em que o Estado deve sair do ambiente, das comunicações, dos transportes, dos portos, e na prestação do Estado Social deve contratualizar com os privados”, etc, como dizia Luís Filipe Menezes há bem pouco tempo. Ora, esta política não é outra senão a que Sócrates vem exercendo com alguma eficácia. É uma política cujos princípios são compartilhados não apenas por Santana Lopes, mas também por Ferreira Leite, António Borges e muitos outros. É o velho PPD, esgotado, estafado, vivendo com todos os seus fantasmas do passado, que nada de novo tem para oferecer ao eleitorado.

Se verdadeiramente o PSD quer conquistar o poder e fazer frente à governação Sócrates, terá que fazer jus ao seu próprio nome – partido social democrata – e propor aos portugueses uma verdadeira política social democrata. Uma política em que o acerto das contas públicas não se faça à custa do aumento de Impostos e cortes nas Funções Sociais do Estado, mas apenas com a redução da Despesa Pública. Terá que encontrar um líder capaz de romper com todos os privilégios criados por este “centrão” politico, romper com a promiscuidade reinante entre o poder politico e económico (com troca de cadeiras a toda a hora), romper com os privilégios das grandes empresas monopolistas nacionais, (que somam lucros escandalosos a cada ano), terá que encontrar um líder capaz de relançar o País para um verdadeiro e consolidado desenvolvimento económico, onde se atenuem progressivamente as desigualdades sociais que uma política neoliberal cega tem vindo a agravar.

Mas será que existe alguém no PSD capaz de responder ao chamamento deste Tempo?

sexta-feira, abril 04, 2008


No momento em que o primeiro-ministro se desdobra em visitas, ora anunciando novas obras, ora colocando a primeira pedra de novos empreendimentos, num louco frenesim propagandístico, o Relatório do INE (Boletim Mensal Fev.) acaba de demonstrar, não a melhoria da situação económica do País como todos os dias nos apregoam mas, precisamente, o contrário.
Assim, a variação média mensal nos últimos seis meses, em (%), respectivamente, do Índice de Produção Industrial (IPI), Índice de Volume de Negócios na Industria (IVNI) e Índice de Volume de Negócios no Comércio a Retalho (IVNCR) foram:

Meses…………IPI……IVNI……IVNCR


Agosto………….3,1………6,2……...1,2

Setembro……..2,8………5,7………0,9

Outubro……….2,8………5,7………0,9

Novembro……2,2………5,5………0,8

Dezembro…….1,9………5,5……...0,6

Janeiro (08)….1,3………5,3……...0,8