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quinta-feira, setembro 14, 2017

Um dia (em 1869), os judeus Marcus Goldman e Samuel Sachs decidiram criar um banco...

À esquerda, Marcus Goldman (1821 – 1904), nasceu em Trappstadt, Baviera, Alemanha, e imigrou para os Estados Unidos em 1848. Era de uma família de Judeus Ashkenazi.

À direita, Samuel Sachs (1851 – 1935), nasceu no estado de Maryland nos Estados Unidos e era filho de imigrantes judeus da Baviera, Alemanha.


Sede do banco Goldman Sachs em Manhattan



Afinal, o Goldman Sachs manda no mundo?

"Sou um banqueiro a fazer o trabalho de Deus". É a forma como o presidente do maior banco de investimento do mundo vê a sua missão no comando do Goldman Sachs. Mas na opinião de um número cada vez maior de pessoas, o "trabalho de Deus" do Goldman Sachs é a encarnação do lado negro da força em Wall Street. E há até quem defenda que é este banco que manda no mundo e não os governos.

"Eu concordo com a tese de que os bancos, e especialmente o Goldman Sachs, se tornaram demasiado poderosos na medida em que influenciam a nossa política, a nossa economia e a nossa cultura", referiu o autor de "Money & Power: How Goldman Sachs Came to Rule the World", William D. Cohan, ao Outlook. E o poder do Goldman Sachs nos centros de decisão política até lhe valeu a alcunha, dada por banqueiros concorrentes, de Government Sachs. O banco liderado por Lloyd Blankfein conta com um exército de antigos funcionários em alguns dos cargos políticos e económicos mais sensíveis no mundo. E o inverso também acontece, o recrutamento de colaboradores que já desempenharam cargos de decisão.

Alessio Rastani transformou-se num fenómeno. O 'trader' em 'part-time' surpreendeu tudo e todos numa entrevista à BBC. Além de vários cenários catastrofistas sobre a crise, Rastani defendeu que "este não é o momento para pensar que os governos irão resolver as coisas. Os governos não mandam no mundo, o Goldman Sachs manda no mundo". Bastaram pouco mais de três minutos para tornar Rastani num fenómeno na Internet. O vídeo tornou-se viral e levantou a controvérsia sobre o poder que o banco liderado por Lloyd Blankfein tem na economia e na política.

Esta semana, numa entrevista ao "Huffington Post", Rastani teceu uma série de ideias sobre o papel do Goldman no mundo. E diz que as teorias da conspiração que aparecem sobre o banco não são uma coincidência: "Os governos dependem dos bancos, os bancos dependem dos governos. A relação é tão cinzenta e quem controla quem? Quem é o marionetista e quem é a marioneta? As pessoas podem ter as suas ideias sobre isto. Eu apenas expressei a minha perspectiva", disse.

Rastani não é o primeiro a atacar o papel do Goldman no mundo. Em Abril de 2010, um jornalista da "Rolling Stone" escreveu um artigo que se tornou famoso, tanto para os contestatários ao banco como para os que defendem o Goldman e utilizam a caracterização feita pelo repórter para ironizar com os detractores do banco. Matt Taibbi descreveu o Goldman como um "grande vampiro" que se alimenta da humanidade, com um apetite sanguinário implacável por tudo o que envolva dinheiro.


Daniel Oliveira - Expresso

- Resumindo: em todos os momentos fundamentais da desregulação económica e financeira do mundo e da Europa e da transformação do projeto europeu no monstro que hoje conhecemos encontramos gente da Golman Sachs… Porque um dos ramos fundamentais da atividade deste colosso é a compra da democracia, pondo os Estados a decidir contra os seus próprios interesses, roubando o sentido do nosso voto e entregando o poder que deveria ser do povo a quem tem dinheiro para o pagar. São um verdadeiro partido invisível, um poder acima das nações que regula as nossas vidas independentemente das nossas vontades. Privatiza o que é nosso, vende lixo aos Estados, armadilha leis, governa em favor de poucos e premeia quem lhe preste vassalagem.

quinta-feira, abril 23, 2015

Porque cala Daniel Oliveira (no programa Eixo do Mal) a imensa fraude financeira que envolve o BCE e os Bancos Comerciais e que está a destruir Estados, Empresas e Famílias?



Porque motivo o pseudo-ex-bloquista Daniel Oliveira - presença constante no programa «Eixo do Mal» da Sic Notícias – nunca refere a fraude incomensurável que constitui o facto do Banco Central Europeu (BCE) – que tem o monopólio de criar dinheiro a partir do nada - estar proibido, pelos próprios estatutos, de emprestar dinheiro aos Estados, Empresas e Famílias e só o poder fazer a Bancos a taxas de juro próximas do zero, que por sua vez o emprestam aos Estados, Empresas e Famílias a juros de 5%, 7%, 10%, 15%, etc.? Em suma, o maior roubo do universo!

O pseudo-ex-bloquista Daniel Oliveira cala-se para não perder a avença na Sic Notícias e noutros Media, por ignorância ou por estupidez? E o mesmo se poderá dizer de outro pseudo-ex-bloquista – Francisco Louçã (na sua crónica «Tabu», também na Sic Notícias).



Dizem os pseudo-ex-bloquistas serem a favor da «renegociação da Dívida». Mas que Dívida? Quando os Estados Soberanos podem perfeitamente (não fora a «proibição» estampada dos estatutos do BCE) criar o seu próprio dinheiro, sem qualquer encargo, para fazer funcionar a sua economia…

Alguém que é enganado por um vigarista em 1oo€, ficará satisfeito em renegociar com o ladrão uma devolução de 10€ do total que lhe foi extorquido? Ou manda o vigarista para a cadeia depois de lhe pregar uma valente sova?


O esquema do embuste, de uma simplicidade impressionante e nunca explicada nos Media por comentadores e políticos, consiste tão somente no seguinte:

Segundo os próprios estatutos, o Banco Central Europeu (BCE) está proibido de emprestar dinheiro (que cria do nada - out of thin air) diretamente aos Estados, Empresas e Famílias. Mas pode fazê-lo às instituições de crédito privadas (Bancos Privados) e afins:





Artigo 21º - (Operações com entidades do sector público)

21.1 De acordo com o disposto no artigo 101º do presente Tratado, é proibida a concessão de créditos sob a forma de descobertos ou de qualquer outra forma, pelo BCE ou pelos bancos centrais nacionais, em benefício de Instituições ou organismos da Comunidade, governos centrais, autoridades regionais, locais, ou outras autoridades públicas, outros organismos do sector público ou a empresas públicas dos Estados-membros; é igualmente proibida a compra directa de títulos de dívida a essas entidades, pelo BCE ou pelos bancos centrais nacionais.


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O BCE financia a especulação dos bancos (Eugénio Rosa): Tal como aconteceu antes da crise de 2008, em que os bancos financiaram os especuladores, a uma taxa de juro baixa, para que pudessem depois obter elevados lucros, agora também o Banco Central Europeu (BCE) está a financiar a banca a uma taxa de juro também muito baixa (1%), não impondo quaisquer limites na utilização desse dinheiro, para que depois os bancos possam obter lucros extra à custa das taxas de juro elevadas que cobram não só aos Estados, mas também às famílias e às empresas. É um esquema que interessa tornar claro para todos, embora os comentadores oficiais com acesso privilegiado aos media nunca se refiram a ele, procurando assim ocultá-lo. Por isso vamos voltar a ele. E esse esquema "diabólico" é o seguinte.

Antes de ter entrado para a Zona Euro, Portugal possuía um Banco Central (Banco de Portugal) que podia emitir moeda (escudos), e que comprava divida ao Estado a uma taxa reduzida, assegurando assim o seu financiamento e também garantindo que nunca o Estado entrasse em falência porque o Banco de Portugal disponibilizava sempre os meios financeiros para que o Estado pagasse os seus compromissos. As únicas limitações eram em relação à divida externa, que teria ser paga em divisas o que obrigava o Estado a recorrer fundamentalmente ao endividamento interno para se financiar, e a necessidade de evitar que a inflação disparasse.





O BCE empresta aos Bancos Privados a 1% e estes emprestam aos Estados, Empresas e Famílias a 5%, 7%, 10%, 20%, etc.


Com a entrada para o euro, o Banco de Portugal e o Estado português perderam esse poder que passou para o Banco Central Europeu (BCE). Só ele é que pode emitir euros. Para além disso, foi introduzida uma norma nos Estatutos do BCE que proíbe que este banco compre directamente dívida aos Estados. No entanto, pode comprar dívida soberana, ou seja, dos Estados, no chamado "mercado secundário" onde têm acesso os bancos. Portanto, está-se perante a situação caricata que permite à banca especular com a divida emitida pelos Estados, que é a seguinte: o BCE não pode comprar directamente a dívida ao Estado português, mas já pode comprá-la aos bancos que a adquirem. E então o esquema especulativo montado pela UE e pelo BCE para enriquecer a banca à custa dos contribuintes, das famílias, e do Estado português é o seguinte: a banca empresta às famílias, às empresas e ao Estado português cobrando taxas de juro que variam entre 5% e 12%, ou mesmo mais, depois pega nessa divida, titularizando-a, e vende-a ao BCE obtendo empréstimos a uma taxa de juros de apenas 1%.


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E, deste modo, fruto da «Crise Financeira Mundial» e do endividamento para as Parcerias Público-Privadas (PPPs), o Estado Português pediu um empréstimo no valor de 78 mil milhões de euros à Troika (União Europeia - BCE e Comissão Europeia - e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a juros agiotas (superiores a 6%).

Destes 78 mil milhões de euros, 12 mil milhões de euros serviram para a recapitalização dos bancos e, dos 66 mil milhões restantes, o Estado ofereceu, "acomodou", 35 mil milhões de euros em garantias à Banca para que esta pudesse emitir dívida (pedir dinheiro emprestado) para se "financiar"... Ou seja, o Estado Português ofereceu de mão beijada à Banca 47 mil milhões de euros à custa dos contribuintes.

Os restantes 31 milhões de euros estão a pagar os juros dos empréstimos aos bancos privados pelas obras faraónicas e inúteis com que políticos corruptos (a soldo da Banca) endividaram o país.











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Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007:

[...] "Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais." [...]


BANKSTERS






Paulo Morais, professor universitário - Correio da Manhã – 19/6/2012

[...] "Estas situações de favorecimento ao sector financeiro só são possíveis porque os banqueiros dominam a vida política em Portugal. É da banca privada que saem muitos dos destacados políticos, ministros e deputados. E é também nos bancos que se asilam muitos ex-políticos." [...]

[...] "Com estas artimanhas, os banqueiros dominam a vida política, garantem cumplicidade de governos, neutralizam a regulação. Têm o caminho livre para sugar os parcos recursos que restam. Já não são banqueiros, parecem gangsters, ou seja, banksters."


quinta-feira, novembro 29, 2012

Um balde de m€rda, um corrupto a soldo do Grande Dinheiro, um ladrão da pandilha PS-PSD-CDS, ou isso tudo somado?





O título do post é meu

O artigo abaixo, publicado no Expresso Online, é de Daniel Oliveira


Um zero à esquerda

Muitos constitucionalistas têm levantado imensas dúvidas sobre a constitucionalidade do Orçamento de Estado. Essa constitucionalidade apenas pode ser verificada pelo Tribunal Constitucional. E esse só se pronunciará a pedido do Presidente da República ou de um determinado número de deputados. São estas as regras em Portugal.

Deputados do PCP e do Bloco de Esquerda irão, ao que tudo indica, cumprir a sua obrigação: se têm dúvidas sobre a constitucionalidade de uma lei devem pedir ao tribunal competente que faça a respectiva fiscalização. É possível que um grupo de deputados do PS os venha a acompanhar, garantindo assim o número necessário de deputados para pedir a fiscalização sucessiva da lei do Orçamento. Mas António José Seguro já disse que não o fará. Que toda a gente sabe que se opõe a este orçamento e que o seu combate continuará a ser feito no "terreno político".

O papel da oposição não é apenas deixar registado nos jornais e na televisão que se opõe a uma determinada medida. Não é apenas ocupar uns lugares no Parlamento e justificar a sua inutilidade com uma postura de "responsabilidade" vazia de conteúdo. É ser consequente com a sua posição e cumprir as suas obrigações. No princípio do mês, Seguro disse que queria um Orçamento "sem dúvidas de constitucionalidade". Ou é um dos poucos portugueses sem essas dúvidas ou a palavra "querer" não é suficiente para que faça qualquer coisa por isso.

Se existe a convicção que uma determinada lei, e ainda mais a lei do Orçamento, viola a lei fundamental, é obrigação dos deputados pedir a verificação dessa constitucionalidade. Assim garantem que não vivemos numa república das bananas onde a lei constitucional é um mero adereço e a oposição uma mera sala de espera para o governo seguinte. Quem não cumpre as suas funções na oposição dificilmente as cumprirá no governo. Quem não zela pelo respeito pela Constituição da República como deputado dificilmente o fará enquanto primeiro-ministro. Quem fica quieto a ver um País a afundar não merece governá-lo.

Pedir a fiscalização da constitucionalidade de uma lei é um privilégio dos deputados, do Presidente e de mais uns poucos detentores de cargos públicos. É um ato essencialmente político. E exigir o respeito pela lei fundamental também o é. Se o líder do maior partido da oposição acha que a política se esgota no uso da palavra então escolheu a atividade errada. É apenas um saco de vento.

Percebo bem qual é a estratégia de Seguro. Não fazer ondas, não correr riscos, fingir-se de morto para não poder ser responsabilizado por nada e esperar que a situação apodreça de tal forma que o poder lhe caia no colo. Para fazer o quê com ele? Nem o próprio sabe. Tenho-me queixado da aparente indisponibilidade do PCP e do Bloco de Esquerda para participar numa solução alternativa a este desastre. Mas com Seguro a coisa é mais grave: ele está indisponível para fazer oposição. O problema do atual líder do PS não é a sua evidente falta de carisma. É o seu desempenho corresponder ao seu conteúdo. Poucas vezes a política nacional produziu tão pomposa inutilidade.


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Comentário

Em qualquer «Democracia» os dois partidos do «Arco da Governação», que se sucedem ininterruptamente no Poder, não passam de um único partido que obedece exclusivamente ao Grande Dinheiro.



A fraude dos dois partidos que não passam, afinal, de um só
The Establishment's Two-Party Scam


Chris Gupta: Esta fraude consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta contra a elite dominante.


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Dr. Stan Monteith: "De há muito, o principal problema da vida política americana tem sido tornar os dois partidos congressionais (o partido Republicano e o partido Democrata) mais nacionais. O argumento de que os dois partidos deviam representar políticas e ideias opostas, uma, talvez, de Direita e a outra de Esquerda, é uma ideia ridícula aceite apenas por teóricos e pensadores académicos. Pelo contrário, os dois partidos devem ser quase idênticos, de forma a convencer o povo americano de que nas eleições pode "correr com os canalhas", sem na realidade conduzir a qualquer mudança profunda ou abrangente na política."


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É sobejamente reconhecido que as corporações internacionais contribuem com largas somas de dinheiro para ambos os partidos políticos, mas será possível que ambos os partidos sejam controlados essencialmente pelas mesmas pessoas? Teria George Wallace (por duas vezes candidato a Presidente dos Estados Unidos) razão quando afirmou:

"... não existe diferença nenhuma entre Republicanos e Democratas."

"... A verdade é que a população raramente é envolvida na selecção dos candidatos presidenciais; normalmente os candidatos são escolhidos por aqueles que secretamente mandam na nossa nação. Assim, de quatro em quatro anos o povo vai às urnas e vota num dos candidatos presidenciais seleccionados pelos nossos 'governantes não eleitos.' Este conceito é estranho àqueles que acreditam no sistema americano de dois-partidos, mas é exactamente assim que o nosso sistema político realmente funciona."


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O Professor Arthur Selwyn Miller foi um académico da Fundação Rockefeller. No seu livro «The Secret Constitution and the Need for Constitutional Change» [A Constituição Secreta e a Necessidade de uma Mudança Constitucional], escreveu:


"... aqueles que de facto governam, recebem as suas indicações e ordens, não do eleitorado como um organismo, mas de um pequeno grupo de homens. Este grupo é chamado «Establishment». Este grupo existe, embora a sua existência seja firmemente negada; este é um dos segredos da ordem social americana. Um segundo segredo é o facto da existência do Establishment – a elite dominante – não dever ser motivo de debate. Um terceiro segredo está implícito no que já foi dito – que só existe um único partido político nos Estados Unidos, a que foi chamado o "Partido da Propriedade." Os Republicanos e os Democratas são de facto dois ramos do mesmo partido (secreto)."

O Professor Miller usou nesta frase a palavra "(secreto)" porque sabia que ao povo Americano nunca será permitido tomar conhecimento que na realidade só existe um partido político nos Estados Unidos.


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Carroll Quigley

Nenhum debate do Governo Invisível Americano ficaria completo sem mencionar o Professor Carroll Quigley, o mentor de Bill Clinton quando este era um estudante na Universidade de Georgetown. O Presidente Clinton referiu-se bastantes vezes ao Professor Quigley nos seus discursos. O Professor Quigley deu aulas tanto na Universidade de Harvard como na de Princeton antes de se fixar na Universidade de Georgetown.

No seu livro «Tragedy and Hope: A History Of The World In Our Time» - [Tragédia e Esperança: uma história do Mundo dos nossos dias], Quigley revela que os Governantes não Eleitos da América têm por objectivo controlar-nos, utilizando "especialistas" para subverter o nosso processo eleitoral:

"... É cada vez mais claro que, no século XX, o especialista substituirá o magnata industrial no controlo do sistema económico tal como irá substituir o votante democrático no controlo do sistema político. Isto porque o planeamento vai inevitavelmente substituir o laissez faire… De forma optimista, podem sobreviver para o indivíduo comum os elementos da escolha e liberdade no sentido em que ele será livre de escolher entre dois grupos políticos antagónicos (mesmo que estes grupos tenham pouca latitude de escolha política dentro dos parâmetros da política estabelecida pelos especialistas), e o indivíduo tenha a oportunidade de escolher mudar o seu apoio de um grupo para outro. Mas, em geral, a sua liberdade e poder de escolha serão controlados entre alternativas muito apertadas"...

sábado, janeiro 05, 2008

Um Estado ao serviço de meia dúzia

Daniel Oliveira - Jornal Expresso - 5/1/2008

O pai tirano

«...quando mais o Estado abandona as suas funções sociais e deixa de intervir como árbitro em relações de poder desiguais (como as do trabalho), mais aumenta a sua presença no quotidiano dos cidadãos. Faz sentido. Se o Estado não quer gastar dinheiro com a nossa saúde ou nos deixa morrer ou limita a nossa liberdade. Se o Estado não quer planear as cidades ou dar apoio social põe um polícia em cada esquina. Uma sociedade que desiste do ideal igualitário não pode confiar na liberdade dos seus cidadãos. Eles estão demasiado zangados. Aquilo a que assistimos nos últimos anos em Portugal é um excelente retrato do que nos espera: o mesmo Estado que fecha urgências quer convencer-nos a deixar de fumar. O mesmo Estado que não nos protege do despedimento arbitrário protege-nos dos perigos da bola de Berlim


Mas que Estado é este de que fala Daniel Oliveira? Fernando Madrinha esclarece:


Fernando Madrinha - Jornal Expresso - 1/9/2007:

«...Remetem-nos para uma sociedade cada vez mais vulnerável e sob ameaça de desestrutruração, indicam-nos que os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais


Comentário:

É natural que os cidadãos andem demasiado zangados. Apercebem-se, crescentemente, que aquilo que vêem como Estado, é apenas dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos. E que esse poder, cada vez mais absoluto e opressor, é quem paga as campanhas eleitorais das marionetas que nos «governam».


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segunda-feira, outubro 29, 2007

Os Media, a Política e a Internet

Em 1983, cinquenta corporações controlavam a grande maioria de todos os Media nos Estados Unidos. Nessa altura Ben Bagdikian foi chamado “alarmista” por chamar a atenção para este facto no seu livro, The Media Monopoly [O Monopólio dos Media]. Na quarta edição do seu livro, publicada em 1992, Bagdikian escreveu "Nos Estados Unidos, menos de duas dúzias destes monstros extraordinários possuem e operam 90% dos mass media" – controlando quase todos os jornais americanos, revistas, televisões e estações de rádio, livros, discos, filmes, vídeos, agências noticiosas e agências de imagens.

Ben Bagdikian previu que com o tempo este número diminuiria para cerca de meia dúzia de companhias. Isto foi recebido com cepticismo na altura. Quando a sexta edição do The Media Monopoly foi publicado em 2000, o número tinha caído para seis. Desde então, tem havido ainda mais fusões (…). Em 2004 no revisto e aumentado livro de Bagdikian, The New Media Monopoly, o autor refere que apenas cinco enormes corporaçõesa Time Warner, a Disney, a News Corporation de Murdoch, a Bertelsmann da Alemanha, e a Viacom (outrora CBS)controlam agora a maior parte da indústria dos media nos Estados Unidos.

Evolução do número de corporações (de 1993 até 2004) que controlam a maioria dos Media norte-americanos - jornais, revistas, televisões e rádios, livros, música, filmes, vídeos, agências noticiosas, agências de imagens:



Luiz Brito Garcia, professor venezuelano - "Os meios de comunicação têm donos. A informação tem proprietários. Existem latifúndios, monopólios, impérios mediáticos. A propriedade ilimitada da informação de uns pressupõe a ilimitada desinformação de todos. Somente há comunicação entre iguais".


Daniel Oliveira - Jornal Expresso - 27/10/2007

(...) A fuga de leitores e espectadores da imprensa e da televisão para blogues e documentários resulta do mesmo cansaço: de tanto querer entreter, o jornalismo já só se consegue repetir.

Em todo o mundo milhares de pessoas com uma câmara na mão e milhões de «bloggers» nos seus computadores mostram-nos uma realidade muitíssimo mais variada, profunda e contraditória do que encontramos nas salas de cinema e em frente à televisão. Seja para falar de política ou de qualquer outra coisa. Uns são excelentes outros são péssimos. Mas é nesta ‘rede’ que podemos hoje encontrar a mais impressionante resposta à ética do entretenimento. É cíclico: quando a anestesia parece geral há sempre uma reacção.


Internet próxima da TV no horário nobre

Portugal diário - 2007/10/22

Um inquérito realizado em seis países europeus revelou que 67 por cento dos cidadãos laboralmente activos consultam a Internet durante o chamado horário nobre. Este número aproxima-se da televisão, que lidera, com 75 por cento.

Segundo noticia a edição desta segunda-feira do Diário de Notícias, o estudo feito pela OPA Europa - uma organização que integra marcas líderes na web -, revela um enorme aumento da utilização da Internet no prime time (das 20:00 às 23:00, na hora portuguesa), já que nos últimos três anos cresceu 23 por cento.

Mais significativos são os números relativos à parte da manhã, em que Internet lidera desde 2004, com perto de 84 por cento das pessoas entrevistadas a dizerem consultar a rede durante esse período.


Comentário:

Como diz, e bem, o professor venezuelano Luiz Brito Garcia: os meios de comunicação têm donos. A informação tem proprietários. Existem latifúndios, monopólios, impérios mediáticos. A propriedade ilimitada da informação de uns pressupõe a ilimitada desinformação de todos. Somente há comunicação entre iguais.

Com o advento da Internet a "comunicação entre iguais" tem vindo a crescer de forma sustentada e exponencial. A «informação privada» e a «desinformação ilimitada de todos» está a ser crescentemente curto-circuitada pela Internet.

Os «jornalistas», os nossos representantes mediáticos (funcionários dos monopólios da informação), especialistas na omissão, na distorção, na mentira, no exagero, na inexatidão, na subjectividade, na fabricação e na manipulação das «notícias», que nos fazem chegar via «mass media», estão a ser consistentemente substituídos pela informação directa, «boca-a-boca», peer-to-peer, via Internet – informação imensamente mais autêntica, que não passa pelo crivo deturpador dos latifúndiários mediáticos.

Esta revolução nos Media está também a chegar à política. As palavras de Luiz Brito Garcia aplicam-se textualmente ao poder político: "Os partidos políticos têm donos. O poder político tem proprietários. Existem latifúndios, monopólios, impérios políticos. A propriedade ilimitada do poder de uns pressupõe a ilimitada sujeição de todos. Somente há democracia entre iguais".

Já se começou timidamente com as petições online. Os temas políticos já são discutidos entre muitos milhares de cidadãos em fóruns e Blogs. Não faltará muito para que a decisão política seja tomada na base da democracia directa. Os «representantes políticos eleitos», meros funcionários dos monopólios do poder, bem podem começar a fazer as malas.


DIRECT DEMOCRACY AND THE INTERNET - Dick Morris

"The Internet offers a potential for direct democracy so profound that it may well transform not only our system of politics but also our very form of government."

"A internet oferece um potencial tão profundo para a democracia directa que pode muito bem transformar-se não apenas no nosso sistema político mas igualmente no nosso sistema de governo".
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sábado, julho 14, 2007

EUA – a saúde pode matar

Jornal Expresso - 14 de Julho de 2007

Texto de Daniel Oliveira

‘Sicko’

Eram escusadas as lágrimas e a pequena manipulação emocional no último filme de Michael Moore, ‘Sicko’, sobre o sistema de saúde americano. Os factos chegavam. Por cada cidadão, gastam-se nos EUA mais de sete mil dólares por ano em saúde. O dobro dos europeus. O triplo dos portugueses. Para acudir a todos? Pelo contrário. 43 milhões de americanos não têm acesso a qualquer cuidado de saúde e por isso mesmo morrem 18 mil por ano. Para ter melhor? Pelo contrário. A qualidade do sistema de saúde americano, quase exclusivamente garantido por seguradoras, põe os Estados Unidos no humilhante 37º lugar do «ranking» da Organização Mundial de Saúde. Os dez primeiros são quase todos europeus. Segure-se: Portugal está em 12º. E cerca de metade da mortalidade infantil por mil nascimentos da que é registada nos EUA. Um número a reter.

O documentário conta histórias na primeira pessoa. Um amputado que teve de escolher o dedo que poderia ver de volta olhando para o seu saldo bancário. Uma mulher que não foi aceite por uma seguradora por ser demasiado gorda. Um médico que assina de cruz todas as recusas e ganha um bónus por cada tostão que poupa à empresa.

Da próxima vez que alguém, para defender a privatização do serviço público de saúde, lhe falar de liberdade de escolha e de qualidade dos serviços veja este filme. O europeu gasta menos e pode escolher entre o privado e o público. O americano gasta mais para poder escolher entre as seguradoras e coisa nenhuma. E mesmo assim terá de negociar a sua vida.

Um resumo de 12 minutos do filme de Michael Moore - Sicko




Comentário:

Ora aqui está um filme que o nosso ministro da saúde, António Correia de Campos, não desejará assistir. Um filme demasiado violento para quem se tem empenhado tanto em enterrar o Serviço Nacional de Saúde