segunda-feira, novembro 30, 2009

Sir Liddell Hart: Em 1940, Hitler comparou o Império Britânico à Igreja Católica, afirmando que ambos eram essenciais para a estabilidade do mundo

[Tradução minha]

A seguir à Segunda Guerra Mundial, B.H. Liddell Hart, um dos principais historiadores militares do século XX, e autor de trabalhos sobre estratégia militar e sobre as duas Guerras Mundiais, aproveitou a oportunidade de visitar e interrogar muitas das figuras-chave do esforço de guerra alemão. Em 1948, publicou um livro que teve por base estas conversas, intitulado "The Other Side of the Hill" (O Outro Lado da Colina), também publicado noutros lugares com o título "The German Generals Talk". Este livro cobre uma vasta gama de tópicos, desde campanhas militares, até à conspiração anti-Hitler que culminou na tentativa de assassinato de 20 de Julho de 1944, discórdias entre Hitler e o comando geral militar, opiniões de oficiais célebres como Erwin Rommel, e opiniões dos principais adversários da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.


O livro no qual Sir Liddell Hart interrogou
muitas das figuras-chave das forças armadas da Alemanha nazi



Dunquerque também foi discutido neste trabalho histórico fundamental. Este é o pano de fundo:

Na sequência da vitória sobre a Polónia em 1939, Hitler defendeu um ataque imediato à França pelo oeste, desconhecendo que os franceses, que estiveram relutantes em entrar na Guerra, não tinham intenções de efectuar nenhuma ofensiva contra a Alemanha, tendo, pelo contrário, planeado uma campanha defensiva, provavelmente com o objectivo final de ganhar outra guerra de atrito.

Os planos iniciais de Hitler e do Comando Geral Militar encaixavam nesta estratégia, e, na realidade, não incluíam outros objectivos que a captura de certos pontos de valores estratégicos, o que lhes permitiria prosseguir o combate aéreo e naval contra a Grã-Bretanha. Inicialmente, Hitler não antevia nenhuma vitória integral, como a que tinha sido obtida na Polónia. Mas depois de numerosos adiamentos da ofensiva, devido a uma combinação de circunstâncias, Hitler acabou por adoptar o plano ambicioso do brilhante oficial Erich von Manstein. A "Operation Sickle-cut" (Operação Corte de Foice) foi a obra-prima que neutralizou a França numa questão de semanas.

Poderosas forças blindadas alemãs iriam avançar através da supostamente intransponível Floresta das Ardenas da Bélgica e da França e, então, dirigir-se rapidamente até à costa, seccionando uma grande parte do exército francês e todo o BEF (Forças Expedicionárias Britânicas - British Expeditionary Forces). O sucesso deste plano é bem conhecido. Liderado por um dos maiores génios da guerra de carros blindados, Heinz Guderian, os alemães passaram pelas defesas francesas, repeliram alguns contra-ataques, e alcançaram o mar, isolando milhares de tropas francesas que tinham sido enviadas para a Bélgica assim como todas as Forças Expedicionárias Britânicas. Os aliados, batidos e desmoralizados, retiraram ao longo da costa, e, em pouco tempo, o único porto que possibilitava a fuga era Dunquerque. As fragmentadas forças britânicas e francesas recuaram para este porto.

Os agressivos generais alemães queriam perseguir os seus derrotados adversários até Dunquerque, e capturá-los a todos. Mas, para sua grande frustração, Hitler deu ordens para deter o avanço. Ao princípio, alguns comandantes alemães tentaram ignorar as ordens, mas Hitler repetiu a ordem e as vitoriosas forças panzer pararam durante três dias, permitindo aos britânicos e aos franceses escapar por mar, não obstante o assédio da Luftwaffe (Força Aérea Alemã).


Wikipédia - Uma pausa na intensidade dos combates permitiu inesperadamente a evacuação de um grande número de soldados franceses e britânicos para Inglaterra. Mais de 300.000 homens foram evacuados apesar do bombardeamento constante ("o milagre de Dunquerque", nas palavras de Winston Churchill)


Porque é que foi dada a absurda ordem para parar, quando o inimigo estava batido e sem capacidade para travar o poderosos exército alemão? Mais tarde, Hitler deu várias desculpas para este erro crasso. Hitler disse ao Marechal de Campo von Kleist, "Não quis enviar os tanques para os pântanos da Flandres – e os britânicos já não regressariam nesta guerra". A outros, explicou que estava preocupado com possíveis problemas mecânicos de muitos dos tanques, e que queria ter tanques suficientes para derrotar definitivamente a França.

Mas a 24 de Maio de 1940, enquanto a campanha estava ainda em desenvolvimento, Hitler expressou um motivo mais profundo, mais político, aos membros do estado-maior do marechal de campo von Rundstedt. Isto foi relatado pelo General Blumentritt a Liddell Hart:

"Hitler estava de excelente humor, admitiu que o curso da campanha tinha sido 'um verdadeiro milagre', e deu-nos a sua opinião de que a guerra estaria acabada em seis semanas. Que ele desejava concluir uma paz razoável com a França, e que então o caminho estaria livre para um acordo com a Grã-Bretanha."

"Depois Hitler deixou-nos estupefactos ao falar com admiração do Império Britânico, da necessidade da sua existência, e da civilização que a Grã-Bretanha trouxe ao mundo. Salientou, com um encolher de ombros, que a criação do Império tinha sido alcançado por meios que tinham sido muitas vezes duros, mas que 'não se podem fazer omeletas sem partir ovos'. Comparou o Império Britânico à Igreja Católica, afirmando que ambos eram elementos essenciais para a estabilidade do mundo. Hitler disse que tudo o que ele queria da Grã-Bretanha era que esta reconhecesse a posição da Alemanha no continente europeu. O regresso das colónias que a Alemanha perdera seria desejável mas não essencial, e até se oferecia para apoiar a Grã-Bretanha com tropas se esta estivesse em dificuldades onde quer que fosse. Frisou que as colónias eram sobretudo uma questão de prestígio, já que não podiam ser mantidas durante a guerra, e poucos alemães teriam capacidade de se estabelecer nos trópicos."

"Hitler concluiu dizendo que o seu objectivo era fazer a paz com a Grã-Bretanha em termos que esta considerasse serem compatíveis de aceitar com honra."



B.H. Liddell Hart concluiu a sua abordagem sobre Dunquerque com estas frases fascinantes: "Terá esta atitude de Hitler em relação à Inglaterra sido motivada apenas pela ideia política, que ele vinha acalentando há muito, de fazer uma aliança com ela? Ou terá sido inspirada por um sentimento mais profundo que se declarou neste momento crucial? Existem vários elementos complexos nesta questão que sugerem que ele tinha uma mistura de sentimentos de amor-ódio em relação à Inglaterra semelhantes às do Kaiser. Qualquer que seja a verdadeira explicação, podemos, no mínimo, ficar contentes com o resultado. Porque as suas hesitações permitiram a salvação da Grã-Bretanha no momento mais crítico da sua história".
.

quinta-feira, novembro 26, 2009

Quando o Governo rouba milhares de milhões aos contribuintes para resgatar ladrões de bancos


Nos finais de 2008, o Governo nacionalizou o Banco Português de Negócios, para, segundo Teixeira dos Santos, resolver o «problema de perdas acumuladas de licitude duvidosa do banco» e para «evitar trazer uma maior instabilidade ao sistema financeiro português».

Os administradores nomeados pela Caixa Geral de Depósitos encontraram imparidades (perdas potenciais) no valor de 1.800 milhões de euros, o que, alegou Teixeira dos Santos, "revela bem quão grave era a situação financeira do banco e justifica a oportunidade e a razão da sua nacionalização".

Até agora, o Estado já injectou no BPN, através da Caixa Geral de Depósitos, 3,5 mil milhões de euros. Entretanto, soube-se hoje que:


O antigo presidente do Banco Português de Negócios (BPN), Oliveira e Costa, e outros três ex-administradores do banco, são acusados de terem desviado 9,7 mil milhões de euros daquela instituição bancária.

A notícia é avançada pelo 'Correio da Manhã', que revela que o Ministério Público (MP) responsabiliza Oliveira e Costa, Luís Caprichoso, Francisco Sanches e José Vaz Mascarenhas pelo buraco financeiro do BPN.

Da esquerda para a direita
Oliveira e Costa, Luís Caprichoso, Francisco Sanches e José Vaz Mascarenhas


Segundo o MP, a partir de 2003, e com recurso a operações fora da contabilidade do Banco Insular, aqueles quatro antigos responsáveis do BPN terão desviado 9,7 mil milhões de euros.


Ninguém sabe quantos zeros terá, mas a factura da nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN) vai chegar ao bolso dos contribuintes. Embora ninguém se atreva a apontar um número, a polémica decisão tomada há precisamente um ano vai ter custos significativos para os portugueses.

Quem o garante é o próprio presidente do BPN, Francisco Bandeira, que assumiu a administração do banco depois da demissão de Miguel Cadilhe, em Novembro de 2008. Em entrevista à TSF, Bandeira não quis adiantar quanto irá custar a nacionalização, embora tenha assegurado que a factura não vai ficar a zeros - algo que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, apenas admitiu parcialmente em Junho, quando afirmou que a nacionalização ia representar um custo.


Comentário

Se os contribuintes portugueses vão desembolsar mais de uma dezena de milhar de milhões de euros para «evitar trazer uma maior instabilidade ao sistema financeiro português», o Governo pode afirmar com orgulho: missão cumprida!

Agência Financeira - 12-11-2009

Cinco maiores bancos lucram 5 milhões por dia

terça-feira, novembro 24, 2009

Enquanto a justiça portuguesa funcionar normalmente, jamais sentiremos o incómodo de assistir à encarceração de um representante eleito

Administração danosa

1 – Quem, infringindo intencionalmente normas de controlo ou regras económicas de uma gestão racional, provocar dano patrimonial importante em unidade económica do sector público ou cooperativo é punido com pena de prisão até cinco anos ou com multa até 600 dias.

2 - A punição não tem lugar se o dano se verificar contra a expectativa fundada do agente.


************************


Miguel Sousa Tavares - Expresso (07/01/2006):

«Todos vimos nas faustosas cerimónias de apresentação dos projectos da Ota e do TGV, [...] os empresários de obras públicas e os banqueiros que irão cobrar um terço dos custos em juros dos empréstimos. Vai chegar para todos e vai custar caro, muito caro, aos restantes portugueses. O grande dinheiro agradece e aproveita

«Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre.»
.

domingo, novembro 22, 2009

Simon Wiesenthal, o "caçador de nazis", inventou cinco milhões de mortos não-judeus e acrescentou-os à história do Holocausto

Simon Wiesenthal contou a Yehuda Bauer que tinha inventado o número de 11 milhões de mortos do Holocausto. E porque o tinha ele inventado? Wiesenthal inventou-o, escreveu Bauer em 1989, "para fazer com que os não-judeus se sentissem como se fizessem parte de nós".


Excerto de um discurso de Walter Reich (14-11-2005), no site do American Enterprise Institute, um dos mais poderosos think-tanks neoconservadores norte-americanos e fervoroso defensor de Israel.


The Use and Abuse of Holocaust Memory

Holocaust memory is about our search into memory--an attempt to make contact, in our own souls, with the reality and immensity of what was lost.

[O Uso e Abuso da Memória do Holocausto - A memória do Holocausto é sobre a nossa busca na memória - uma tentativa de estabelecer contacto, nas nossas próprias almas, com a realidade e a imensidão do que se perdeu.]


Walter Reich


[...] «Em Maio de 1978, o Presidente Jimmy Carter, numa cerimónia no relvado da Casa Branca em honra do 30º aniversário de Israel, anunciou que estava a reunir uma comissão para estudar a criação de um monumento comemorativo nacional "para os seis milhões que foram mortos no Holocausto."» [...]

«No dia seguinte ao discurso de Carter sobre os seis milhões, um assistente da Casa Branca sugeriu que a nova comissão podia ampliar o número de seis milhões para onze milhões de forma a incluir na definição de Holocausto os cinco milhões de vítimas não-judias. Onze meses depois, em Abril de 1979, nos primeiros "Dias de Recordação", na cerimónia na Rotunda do Capitólio, o Presidente Carter falou dos "onze milhões de vítimas inocentes exterminadas - seis milhões das quais judeus."» [...]


O Presidente Jimmy Carter na cerimónia da apresentação oficial do relatório da Comissão do Holocausto


«Um mês depois, um assistente da Casa Branca insistiu com Carter para que, na sua ordem executiva que criava o Conselho Comemorativo do Holocausto dos Estados Unidos, o presidente, "deveria tornar claro que o monumento comemorativo era para honrar a memória de todas as vítimas do Holocausto - seis milhões de judeus e cerca de cinco milhões de pessoas de outros povos." Outro assistente da Casa Branca salientou que esta definição - onze milhões - tinha origem em Simon Wiesenthal» [...]

«De um ponto de vista histórico, tudo isto acarreta uma grande e estranha ironia. Na realidade, de onde vem este número onze milhões? Sim, veio de Simon Wiesenthal, o caçador de Nazis. Mas onde é que ele o foi buscar? Yehuda Bauer, o historiador de Holocausto, ficou intrigado com esta questão.»

«Como escreveu Bauer, "O número total de vítimas não-judeus dos campos de concentração é de quase meio milhão - que é muita gente, mas não são cinco milhões. Por outro lado, o número total de mortos na Segunda Guerra Mundial foi estimado em cerca de trinta e cinco milhões. Deduza-se os quase seis milhões judeus, e restam muitos mais do que os cinco milhões de Wiesenthal.»


Simon Wiesenthal e Yehuda Bauer


«De qualquer forma não havia nenhum plano premeditado para assassinar todas estas pessoas - todos os membros de um qualquer grupo. Se um camponês polaco ou um habitante da cidade tivesse evitado qualquer resistência e outros tipos de oposição, teria sofrido, sem dúvida, mas não teria sido marcado para ser assassinado. Chamar àquilo que aconteceu às vítimas não-judias 'o Holocausto' é 'simplesmente' falso." Portanto onde é que Wiesenthal foi desencantar o número onze milhões, incluindo cinco milhões de não-judeus

«Numa conversa privada, Bauer colocou-lhe essa questão. E Wiesenthal contou a Bauer onde fora buscar esse número. Wiesenthal contou-lhe que o tinha inventado. É verdade, ele tinha-o fabricado! E porque o tinha ele inventado? Wiesenthal inventou-o, escreveu Bauer em 1989, "para fazer com que os não-judeus se sentissem como se fizessem parte de nós." Wiesenthal já tinha manifestado a um repórter do Washington Post em 1979, quando lhe disse que "Desde 1948 eu procurei com outros líderes judeus não falar dos aproximadamente seis milhões de judeus mortos, mas antes de onze milhões de civis mortos, incluindo seis milhões de judeus."»

"So where did Wiesenthal get the number eleven million, including five million non-Jews? In a private conversation, Bauer asked him that very question. And Wiesenthal told Bauer where he had gotten it. He told him that he had "invented" it. That’s right, he had made it up! And why had he invented it? He had invented it, Bauer wrote in 1989, "in order to make the non-Jews feel like they are part of us." - Yehuda Bauer, "Don’t Resist: A Critique of Phillip Lopate," Tikkun, vol. 4, No. 3, May-June 1989, p. 67; cited in Novick, p. 215.


«O que Wiesenthal sentia em 1948 era que o mundo não-judeu não se interessaria pela tragédia judia a menos que percebesse que tinham também sido mortos não-judeus. Desta forma chamou a atenção para eles. Na necessidade de precisar um número, Wiesenthal inventou para cima de 5 milhões. E foi esse o número caprichoso que apareceu na ordem executiva (decreto) do Presidente Carter e que teve como resultado a primeira definição oficial do Holocausto, reunindo os que foram mortos como parte de um único genocídio industrial por motivos raciais e os que foram mortos em resultado da brutalidade nazi. Foi a forma peculiar, até mesmo bizarra como este número oficial e infundado - e, pior ainda, esta combinação oficial de tragédias históricas, cujo efeito foi privar-nos de um acontecimento único do qual o mundo inteiro tem muito que aprender – tenha sido criado por ordem presidencial.»

«Será assim o Holocausto, por causa desta definição caprichosa, uma experiência compartilhada? Felizmente, quando o Museu de Holocausto que surgiu do decreto de Carter foi construído, não foi usada aquela definição. Mas está lá no decreto, está sempre a aparecer em todos os jornais, revista e artigos profissionais, e evidentemente, vezes incontáveis na Web. No dia 20 de Setembro de 2005, no tributo ao Registro Congressional de Simon Wiesenthal após a sua morte, o Senador Dianne Feinstein realçou que o Centro Wiesenthal era "dedicado... a todas as 11 milhões de pessoas de nacionalidades diferentes, raças e credos que morreram no Holocausto." Para muitos, o número de 11 milhões é considerado um dado adquirido. E, com o passar do tempo, esse "conhecimento" será, estou convencido, ainda mais adquirido, ainda mais aceite, e ainda mais universal.»





Comentário

Lamenta Walter Reich que, graças à fértil imaginação de Simon Wiesenthal, o número mentiroso de 11 milhões de mortos no Holocausto seja considerado por muitos um dado adquirido. E está convencido de que, com o passar do tempo, esse "conhecimento" será ainda mais adquirido, ainda mais aceite, e ainda mais universal.

Resta saber se o número de 6 milhões de mortos no Holocausto, que Reich defende, não é igualmente considerado "um dado adquirido", e que, com o passar do tempo, esse "conhecimento" veio a tornar-se ainda mais adquirido, ainda mais aceite, e ainda mais universal.

Se o respeitabilíssimo Simon Wiesenthal, que fundou um Centro com o objectivo de «manter a tolerância e o entendimento mútuo entre as pessoas que é alcançado através de uma activa interacção de esclarecimento e educação sociais», não teve qualquer pudor em inventar 5 milhões de mortos, que mais poderá sido fabricado por outros respeitabilíssimos historiadores do Holocausto?


As placas de Auschwitz que indicavam terem morrido quatro milhões de pessoas naquele campo de concentração, foram substituídas em 1995 por outras placas que indicam que em Auschwitz morreram aproximadamente um milhão e meio de pessoas.
.

quarta-feira, novembro 18, 2009

A Taxa Multibanco e a cegueira liberal no Blogue Blasfémias


Lamenta LR, no Blogue Blasfémias (18-11-2009), a proibição da cobrança da Taxa Multibanco, que considera um atentado ao "laissez faire":

«Aqui está mais uma medida demagógica, destinada quiçá a responder à indignação fácil provocada por uma petição que anda por aí a circular há vários anos. A mesma tem vindo a ser ”apimentada” por falsidades, reconhecidas pelo próprio autor da petição, como a que estabelece a futura comissão a cobrar em € 1,50.»

«Diga-se que nenhum banco estava a equacionar a tarificação dos movimentos feitos nas ATM, mas nada obsta a que amanhã tal não acontecesse, no seguimento de uma tendência que existe a nível global de se cobrar por todos os serviços prestados. Com
este proibicionismo, as operações no Multibanco serão gratuitas, mas agravar-se-ão inevitavelmente outras comissões, como a anuidade do cartão ou a comissão de manutenção de conta.»

«Facilmente se generaliza a ideia de que prestar o serviço via ATMs é algo sem custos para os bancos (eles até destruiram empregos à custa disso...). Acontece que o negócio bancário de hoje é totalmente diferente do que era há cerca de 20/30 anos. De Instituições de Crédito, os bancos transformaram-se em Instituições prestadoras de serviços, muito por força do esmagamento da margem financeira que deixou há muito de ter 2 dígitos, que então permitia cobrir tudo.»

«Teixeira dos Santos está bem ciente de todos estes factos, mas propaganda oblige...»



***********************


As duas falhas de raciocínio do blogger LR do Blasfémias

Naturalmente que LR, o autor deste post no Blogue Blasfémias, não alcança que os custos que a Banca tem com o Multibanco são em muito ultrapassados pelos benefícios em rapidez, custos com o pessoal, automação da contabilidade, ganhos de produtividade, segurança, etc. Não foi por acaso que a Banca introduziu as caixas ATM, já lá vão uns bons anos. Não são necessários dois dedos de testa para compreender que as caixas ATM trazem muitos lucros À Banca.

Mas LR também não percebe que a Banca funciona em cartel, onde a «competição» é fictícia e reduzida a pormenores irrelevantes. Porque, quando há competição a sério numa economia de mercado, a tendência é para que se reduzam as margens de lucro. Nenhum banco arriscaria, numa lógica competitiva, cobrar uma taxa sobre um serviço que, ao invés de prejuízo, lhe proporciona mais ganhos. Ficaria imediatamente em inferioridade em relação aos bancos concorrentes que não cobrassem essa taxa.


***********************


Fernando Madrinha - Expresso 3/2/2007:

«Todos os anos, por esta altura, muita gente se interroga: que país é este onde a vida é tão dura e deficitária para toda a gente, famílias e empresas, menos para os bancos

«... os lucros [dos bancos] não param de crescer. O Millennium bcp, por exemplo: teve 780 milhões de euros de lucros em 2006 - mais 28% do que no ano anterior; o BPI registou 309 milhões - mais 23%; o Banco Espírito Santo anunciou ganhos de 420 milhões - mais 5o%...»

«Tudo estaria bem se esta chuva de milhões sobre os bancos fosse um sinal de pujança da vida económica do país. Mas sabemos bem que não é. E que esses lucros colossais são, afinal, uma expressão da dependência cada vez maior das famílias e das empresas em relação ao capital financeiro. Daí que, em lugar de aplauso e regozijo geral, o que o seu anúncio provoca é o mal-estar de quem sente que Portugal inteiro trabalha para engordar a banca. Ganha força essa ideia de que os bancos sugam a riqueza do país mais do que a fomentam.».
.

terça-feira, novembro 17, 2009

Os Taliban continuam a trabalhar para a CIA?


[Tradução Minha]

Por Henry Makow - 6 de Novembro de 2009

À medida em que o Presidente Obama pondera se vai enviar mais tropas para o Afeganistão, há indícios crescentes de que os Talibã são apoiados pela CIA. Se estas evidências estiverem correctas, a guerra Afegã não passa de uma charada com uma agenda escondida.

Em primeiro lugar, existem muitos relatos de que helicópteros não identificados estão a transportar os Talibãs para os seus alvos, e a retirá-los quando estão encurralados.

"Precisamente quando a polícia e o exército conseguiram cercar os Talibãs numa aldeia do distrito de Qala-e-Zaal, vimos helicópteros aterrarem com equipas de apoio", disse um soldado Afegão. "Conseguiram libertar os seus amigos do nosso cerco, e até infligir uma derrota ao Exército Nacional Afegão".

Esta história, de uma forma ou de outra, repete-se por todo o norte do Afeganistão. Dúzias de pessoas alegam ter visto combatentes Talibãs desembarcar de helicópteros estrangeiros em várias províncias.

"Vi os helicópteros com os meus próprios olhos", afirmou Sayed Rafiq de Baghlan-e-Markazi. "Aterram perto do sopé das montanhas e descarregam dúzias de Talibãs com turbantes, e embrulhados em patus (um cobertor tipo manta)".

"A nossa luta contra os Talibãs é um absurdo", diz o primeiro soldado. "Os nossos 'amigos' estrangeiros são mais amigos da oposição".


Bases aéreas da CIA no Paquistão

Uma vista de uma base aérea da CIA no Paquistão

Em Fevereiro último, houve notícias de bases aéreas da CIA no centro do Paquistão usadas por drones (aviões não tripulados). Se isto é verdade. Os Paquistaneses estão a ser atacados por drones baseados no seu próprio país. Obviamente, os helicópteros talibãs podem vir também destas bases da CIA.

Em Maio, o Presidente Paquistanês Asif Ali Zardari, disse à NBC News que a CIA e o ISI – Serviços de Informações Paquistaneses (financiados pelos EUA) "tinham criado os Talibãs". Zardari disse que a CIA e o ISI ainda hoje apoiam os Talibãs.


VÍDEO



Jornalista: Os EUA pagaram a militantes afegãos para executarem ataques no Iraque.


*****************************

A 29 de Outubro de 2009, Hillary Clinton enfureceu as autoridades Paquistanesas ao dizer que achava "difícil de acreditar" que o ISI (Serviços de Informações Paquistaneses) não soubesse onde estavam escondidos os líderes da Al-Qaeda. O papel de Hillary é manter a ficção de que a Al-Qaeda e os Talibãs não são criações da CIA.

Dez dias antes (a 18 de Outubro), quatro cidadãos americanos foram apanhados a fotografar edifícios sensíveis em Islamabad. Todos os quatro estavam vestidos com os trajes tradicionais afegãos e tinham na sua posse armas ilegais e explosivos.

Os seus veículos continham duas espingardas M-16A1, duas pistolas e duas granadas de mão. A polícia prendeu os cidadãos americanos durante uma hora antes do Ministro do Interior interferir e soltá-los sem nenhuma acusação nem ter sido feita nenhuma investigação preliminar.

A CIA pode estar envolvida nos recentes ataques "Talibãs" a instituições Paquistanesas. Quem sabe? Em alguns casos, os "Talibãs" Afegãos podem ser mercenários da CIA.

Em Fevereiro de 2008, os Britânicos foram apanhados a planear um campo de treinos para os Talibãs no sul do Afeganistão supostamente para os fazer "mudar de posição". Em função disso, Karzai expulsou dois altos "diplomatas" Britânicos.


Revelado: plano Britânico para construir um campo de treino para combatentes Talibãs no Afeganistão:

The Independent – 4 de Fevereiro de 2008


*****************************

A Agenda Oculta

Todas as guerras são charadas. Isto é verdadeiro para as duas Grandes Guerras Mundiais, para a Guerra Fria, para a Guerra da Coreia, para a Guerra do Vietname, para o 11 de Setembro e a actual Guerra ao Terrorismo. A raça humana está encurralada num holograma (realidade virtual) controlada pelos banqueiros centrais dos Rothschilds.

As guerras são necessárias para nos dividir, confundir e desumanizar. De outro modo, poderíamos reparar na pequena rede de famílias maçónicas, baseadas em Londres, que controlam o crédito do governo. Por isso, o cartel dos bancos centrais utiliza peões como Bush e Obama, e agências de informações como a CIA, a Mossad, o MI-6 Britânico e o ISI Paquistanês para fomentar a guerra. Financiam estas guerras criando dívida reembolsável pelo contribuinte.

Como já disse, o objectivo final é transformar o monopólio que detêm sobre o crédito dos governos num monopólio mundial sobre o poder, saúde e cultura; por outras palavras, para deserdar e escravizar a raça humana. É o chamado governo mundial.

Não sou um especialista em política do subcontinente Asiático. Mas parece que a guerra Afegã deve ser vista num contexto regional mais largo. Zbigniew Brzezinski defendia uma "zona global de violência", que incluía a Ásia Central, a Turquia, o sul da Rússia, e as fronteiras ocidentais da China. Incluía também todo o Médio Oriente, o Golfo Pérsico (Irão), o Afeganistão e o Paquistão.

O plano para desestabilizar esta vasta área foi delineado no livro de Brzezinski, "The Grand Chessboard" (1997) [O Grande Tabuleiro de Xadrês]. De forma ostensiva, o objectivo seria impedir a Rússia de se tornar novamente numa potência imperial. Mas isso não faz sentido. O que é que os países têm em comum? São Muçulmanos.

A guerra Afegã traz alguns "benefícios" imediatos para os banqueiros: guerra perpétua, despesa em armamento, drogas, oleodutos, etc. Mas é parte de uma maior "guerra de civilizações" programada para degradar e destruir o Islão. Uma guerra desejosa de se expandir e durar para sempre.

sábado, novembro 14, 2009

Os Estados Unidos e a Suíça proibiram a vacina contra a Gripe A que está a ser utilizada em Portugal

EUA recusam vacina para gripe A usada na Europa

A vacina que está a ser usada em Portugal contra a gripe A não foi aprovada pelos Estados Unidos por conter substâncias na sua composição que podem alegadamente causar danos à saúde dos que a tomam. Trata-se da Pandemrix [...]

No entanto, a Pandemrix está a provocar a recusa de muitas pessoas na Alemanha da sua utilização, dando como justificação o facto de os políticos e os funcionários públicos de topo serem preventivamente vacinados com uma outra. O presidente do Colégio Alemão dos Médicos de Família refere mesmo que os "potenciais riscos ultrapassam os benefícios" e, segundo Michael Kochen, este é um "teste em larga escala feito à população alemã" [...]



**************************

News Crohn - 30 de Outubro de 2009

Gripe A: Suíça proíbe que grávidas e crianças recebam a vacina Pandemrix

A Swissmedic (autoridade que regula o sector dos medicamentos na Suíça) emitiu, esta sexta-feira (30-10-2009), um comunicado, onde proíbe a utilização da vacina Pandemrix – a mesma utilizada em Portugal – em grávidas, crianças com menos de 18 meses e adultos com mais de 60 anos.

Na base da decisão da Swissmedic está a incerteza quanto aos efeitos do uso do adjuvante AS03, utilizado para a vacina Pandemrix do laboratório GSK.



**************************



Se alguma tragédia acontecer em Portugal em resultado da campanha de vacinação contra a «Gripe A», a ministra da Saúde, Ana Jorge, e o director-geral da Saúde, Francisco George, vão ter muito que explicar aos cidadãos deste país.

quinta-feira, novembro 12, 2009

A Questão Judaica e a Revolução Russa de 1917

Na imagem: "1917 – Dia da Revolução"

************************

1920 - O Sr. Hard afirma que no Gabinete Bolchevique da Rússia Soviética só há um judeu – Leon Trotsky (Lev Davidovich Bronstein). Os Mencheviques são também liderados por judeus - Leiber (Mikhail Issakovich Goldman), Julius Martov (Yuly Ossipovitch Tsederbaum) e Théodore Dan (Fédor Gourvitch). Um partido intermédio, os Cadetes, que, segundo o Sr. Hard, é ou era o partido político burguês mais forte na Rússia, tem como presidente Vinaver (Vinaver Maxim Moiseevich) – outro judeu.

E Hard exclama, vejam como os judeus estão divididos! Como é que pode haver uma conspiração entre pessoas que lutam entre si? Mas outros, olhando para a mesma situação, podem dizer, vejam como os judeus controlam todas as fases da opinião política na Rússia! Não parece haver aqui razões para sentir que eles estão desejosos de dominar em todo o lado?


Henry Ford


[Tradução minha]

Jornal "The Dearborn Independent" - 26 de Junho de 1920:


Há algum tempo atrás, um professor académico de uma universidade americana foi à Rússia em negócios. Era um especialista num departamento muito importante de ciências aplicadas e um observador perspicaz. Entrou na Rússia com o sentimento típico americano sobre o tratamento que o governo daquele povo concede aos judeus. Viveu lá três anos, voltou para casa durante um ano, e voltou para a Rússia por um período semelhante, e após o seu segundo regresso à América pensou que chegara o momento de dar ao público americano informação fiável sobre a Questão Judaica na Rússia. Preparou um artigo muito meticuloso e enviou-o a um editor de uma das mais conceituadas revistas do leste dos Estados Unidos. O editor ficou profundamente impressionado com o que o professor lhe contou – mas disse-lhe que não podia publicar o artigo. O mesmo interesse e escrutínio ocorreu com vários outros editores de revistas de primeiro plano.

Não era porque o professor não soubesse escrever – estes editores pagariam de bom grado qualquer coisa que ele escrevesse sobre outros assuntos. Mas foi-lhe impossível conseguir que este artigo sobre os judeus fosse aceite ou publicado em Nova Iorque.

A Questão Judaica, contudo, acabou por surgir numa revista de Nova Iorque. Era mais uma pedra lançada do campo judeu contra a Questão Judaica para, se possível, a demolir e portanto reafirmar que tal coisa [a Questão Judaica] não existia.

Aliás, este ainda é o único tipo de artigo sobre a Questão Judaica que as grandes revistas, cujos labirintos os supervisores financeiros acham mais interessante vasculhar, estariam dispostas a publicar.

No entanto, o público em geral pode aprender muito sobre a Questão Judaica, mesmo vindo de um artigo cujo objectivo é provar que a Questão Judaica não existe.

Número de Fevereiro de 1920 da Metropolitan

O Sr. William Hard, na edição de Junho do Metropolitan, fez o seu melhor, considerando a utilização que seria suposto fazer do material que tinha à mão. E indubitavelmente as brigadas do telégrafo e da correspondência, que se mantêm vigilantes sobre todas as referências publicadas acerca dos judeus, deram os parabéns atempadamente aos virtuosos editores do Metropolitan pelo seu trabalho no entorpecimento do público.

É de esperar, em nome da Questão Judaica, que o esforço do Sr. Hard tenha uma vasta audiência, porque há muito que aí se pode aprender – muito mais do que seria a intenção do autor.

Ficamos a saber, em primeiro lugar, que a Questão Judaica existe. O Sr. Hard afirma que ela é discutida nas salas de visitas de Londres e Paris. Se a referência a salas de visitas é uma forma de dizer que o assunto é frívolo e pouco importante, ou se representa simplesmente o nível do contacto do Sr. Hard com a Questão Judaica, não é claro. Ele acrescenta, contudo, que um documento relacionado com a Questão Judaica "circulou durante um bom bocado em certos círculos oficiais em Washington". Menciona também um telegrama para o New York World, relativamente à mesma Questão Judaica, que esse jornal publicou. O seu artigo foi provavelmente publicado demasiado cedo ser apercebido da crítica que o London Times fez do primeiro documento referido.

Mas o Sr. Hard disse ao leitor que procura factos objectivos no artigo, que existe uma Questão Judaica, e que esta não existe entre o Zé-povinho mas sobretudo nos círculos onde as evidências do poder e do controlo judeu são mais abundantes. Mais do que isso, que a Questão Judaica está a ser debatida. O Sr. Hard diz-nos tudo isso. Se ele não vai mais longe e não nos diz que a Questão Judaica está a ser discutida com grande seriedade em círculos mais elevados e entre homens de importância nacional e internacional, será provavelmente por um de dois motivos: ou não sabe, ou não a considera em consonância com o objectivo do seu artigo.

Contudo, o Sr. Hard já deixou claro que existe uma Questão Judaica, que está a ser discutida, que está a ser debatida por pessoas que estão em boa situação para ter uma melhor perspectiva sobre o assunto de que estão a falar.

A leitura do artigo de Sr. Hard deixa também claro que a Questão Judaica vem sempre ao de cima sob o tom de conspiração. Evidentemente, o Sr. Hard afirma que não acredita em conspirações que envolvam um grande úmero de pessoas, e é com toda a facilidade que a sua declaração de incredulidade é aceite, porque não há nada mais ridículo para a mente gentia [não judaica] do que uma conspiração em massa, não há nada mais impossível aos olhos de um gentio. O Sr. Hard, supomos, é de origem não judia, e ele sabe como seria impossível juntar gentios em número considerável, por tempo suficiente para levar a cabo mesmo a mais nobre das conspirações. Os gentios não foram feitos para isso. Uma conspiração executada por estes, qualquer que fosse, ruiria como um castelo de areia. Os gentios não possuem a base nem no sangue nem na convicção que os judeus têm para se manterem unidos. O gentio não suspeita naturalmente de conspirações, e muito dificilmente acreditará numa sem que lhe apresentem a prova mais sólida.

Nada há de mais ridículo para os gentios do que uma conspiração

É, portanto, muito fácil compreender a dificuldade do Sr. Hard em lidar com conspirações; o caso é que, para escrever o seu artigo, foi forçado a reconhecer em quase todos os pontos em que sempre que a Questão Judaica é discutida, a ideia de conspiração ocupa uma boa parte dela. De facto, constitui a ideia central no artigo do Sr. Hard, e monopoliza por completo o cabeçalho – "A Grande Conspiração Judaica". A procura por factos básicos no artigo do Sr. Hard revelará a informação adicional de que existem certos documentos que se crê conterem os detalhes da conspiração, ou – para não usar uma palavra que não é simpática e que pode ser enganadora e que não tem sido usada nesta série de artigos – a tendência do poder judaico em alcançar o controlo total. Isto é tudo o que o leitor saberá do Sr. Hard sobre os documentos, só que ele descreve um como "estranho e terrível". Aqui está uma lamentável lacuna na história, porque o Sr. Hard escreve com o objectivo de desacreditar um certo documento, e, no entanto, não nos diz quase nada acerca dele. Documentos infames normalmente desacreditam-se a si próprios. Mas com este documento tal não é permitido. O leitor do artigo é obrigado a aceitar a palavra do Sr. Hard. O estudioso ou o crítico sério sentirá, certamente, que os documentos seriam uma base melhor para uma apreciação inteligente.

Mas, colocando este assunto de lado, o Sr. Hard tornou público o facto de que existem documentos. E então o Sr. Hard faz outra coisa, na medida em que o pode fazer com o material de que dispõe, e sendo o objectivo do artigo o que é, e que passa por mostrar o quão pouco os judeus têm a ver com o controlo dos negócios, mostrando quem são os judeus que controlam certos grupos de negócios. Os nomes são-nos todos trazidos pelo Sr. Hard e apenas ele é responsável por isso, sendo o nosso objectivo ao referi-los mostrar simplesmente o que se pode aprender com ele.

O Sr. Hard apoia-se fortemente nos assuntos russos. Às vezes quase parece que a Questão Judaica foi concebida apenas como a Questão Soviética, que não é, como o Sr. Hard sabe muito bem, e embora as duas questões estejam ligadas, é nada menos que propaganda bem concebida para definir a ficção bolchevista e derrubá-la por acção dos judeus como objectivo destes últimos. Contudo, aquilo que o Sr. Hard oferece como factos é muito instrutivo e muito distante da conclusão que deles retira.

Leon Trotsky (Lev Davidovich Bronstein)

Comecemos pela sua análise dos acontecimentos na Rússia. O Sr. Hard afirma que no Gabinete da Rússia Soviética só há um judeu. Mas esse judeu é Trotsky. Existem outros no governo, evidentemente, mas o Sr. Hard está apenas a falar do Gabinete, por ora. Não está a falar dos comissários, que constituem a real força do regime Trotsky-Lénine. Não, fala apenas do Gabinete. Evidentemente que também só existe um judeu proeminente na Hungria, mas este é Béla Kun. O Sr. Hard não nos pede que acreditemos, contudo, que seja simplesmente por causa de Trotsky ou Béla Kun que toda a Europa acredita que o Bolchevismo possui uma forte componente judia. De outro modo, a estúpida credibilidade dos gentios seria mais impossível de conceber que a ideia de uma conspiração judaica no pensamento do Sr. Hard. Porque é que seria mais fácil imaginar que os gentios são estúpidos e os judeus são espertos? No entanto, não é demasiado afirmar que Trotsky está no topo, partilhando a posição mais elevada do Bolchevismo com Lenine, e Trotsky é um judeu – ninguém negou isso, nem sequer o próprio Sr. Braunstein (o nome de Trotsky nos EUA).

Mas então, diz o Sr. Hard, os Mencheviques são também liderados por judeus! Este é um facto que vale a pena ter em conta. Trotsky à cabeça dos Bolcheviques; à cabeça dos Mencheviques durante a sua oposição aos bolcheviques estavam Leiber, Martov e Dan – "todos judeus", diz o Sr. Hard.

Julius Martov (Yuly Ossipovitch Tsederbaum)
e
Théodore Dan (Fédor Gourvitch)


Existe, contudo, um partido intermédio entre estes dois extremos, os Cadetes, os quais, segundo o Sr. Hard, são ou eram o partido político burguês mais forte na Rússia. "Têm agora o seu quartel-general em Paris. O seu presidente é Vinaver (Vinaver Maxim Moiseevich) – um judeu". Estes são os factos tais como o Sr. Hard os apresenta. Ele afirma que os judeus, cujos nomes dá, comandam as três grandes divisões da opinião política na Rússia.

E ele exclama, vejam como os judeus estão divididos! Como é que pode haver uma conspiração entre pessoas que lutam entre si? Mas outros, olhando para a mesma situação, podem dizer, vejam como os judeus controlam todas as fases da opinião política na Rússia! Não parece haver aqui razões para sentir que eles estão desejosos de dominar em todo o lado? Os factos estão aí. Que significado tem para a opinião comum que os três grandes partidos da Rússia sejam liderados por judeus? Mas isto não esgota a informação que o leitor trivial pode encontrar no artigo do Sr. Hard. Este vira-se para os Estados Unidos e faz algumas declarações interessantes.

"Há Otto Kahn", diz o Sr. Hard. Bom, às vezes Otto Kahn está lá, e às vezes está em Paris envolvido em assuntos importantes, e às vezes está em Londres a promover certas alianças entre o capital britânico e americano que têm a ver em boa parte com as condições políticas europeias. O Sr. Kahn é considerado um conservador, e isso pode significar tudo e mais alguma coisa. Um homem é conservador ou não segundo o ângulo pelo qual é observado. Os homens mais conservadores na América são realmente os mais radicais; Os seus intuitos e métodos vão às raízes de determinados assuntos; são radicais no seu próprio campo.

Os homens que controlaram a última Convenção Republicana – se não a última, pelo menos a mais recente – são designados conservadores por aqueles cuja visão é restringida por alguns interesse económicos limitados; mas eles são os mais radicais dos radicais. Se se soubesse o que vai na cabeça do Sr. Khan, se ele mostrasse um gráfico do que anda a fazer e do que se propõe fazer, o termo que melhor o descreveria poderia ser substancialmente diferente. De qualquer modo, eis o que diz o Sr. Hard.

Hard, "existe o Sr. Khan. Por outro lado", diz o Sr. Hard, "existe Rose Pastor Stokes". Acrescenta o nome de Morris Hillquit. Eles são, na classificação do Sr. Hard, radicais. E para contrabalançar estes nomes ele acrescenta os nomes de dois gentios Eugene V. Debs e Bill Haywood e anuncia que estes são líderes muito mais poderosos que os dois primeiros. Estudiosos dos poderes mais modernos, dos quais o Sr. Hard, há muito, parecia ser um, não pensam assim. Nem Debs nem Haywood alguma vez geraram em todas as suas vidas uma fracção do poder que Stokes e Hillquit produziram. Tanto Debs como Haywood viveram à sombra de outros.

Rose Pastor Stokes e Morris Hillquit

Para qualquer pessoa informada, tal como ao Sr. Hard neste artigo, vêm nomes judeus à cabeça quando as tendências sociais dos Estados Unidos são passadas em reflexão. É, sem dúvida, bastante instrutivo que ao nomear os líderes do chamado conservadorismo e radicalismo, o Sr. Hard seja levado a usar nomes judeus. Lendo a apresentação do Sr. Hard, é permitido ao leitor afirmar que os judeus lideram ambas as facções aqui nos Estados Unidos.

Mas o Sr. Hard não acabou. "O homem que faz mais do que qualquer outro homem – o homem que faz mais do que qualquer autoridade ou outro homem – para manter a força de trabalho americana anti-radical é um judeu - Samuel Gompers". Este é um facto que o leitor colocará na sua lista - a força de trabalho americana é comandada por um judeu.

Mas, igualmente, "o mais forte sindicato anti-Gompers no país - The Amalgamated Clothing Workers – e, na verdade, muito poderoso e muito grande – é comandado por um judeu, Sidney Hillman". É novamente a situação russa. Os dois extremos dos movimentos, e o movimento que opera dentro do movimento, estão sob a liderança de judeus. Isto, por mais voltas que se dê, é um facto que o Sr. Hard é forçado, pela própria natureza do seu trabalho, a reconhecer.

Samuel Gompers e Sidney Hillman

E o movimento do centro, "the Liberal Middle" [o Centro Liberal] como o Sr. Hard lhe chama, que abarca todo o centro, apresenta no seu artigo os nomes do Sr. Justice Brandeis, Judge Mack and Felix Frankfurter, cavalheiros cujas actividades desde o Dia do armistício dão uma história muito interessante.

A acrescentar a isto, o Sr. Hard apresenta dois outros nomes, "Baron Gunzberg – um judeu" que é "um dedicado funcionário" da embaixada russa do embaixador Bakhmetev, um representante do antigo regime, enquanto o Serviço de Informações Russo, cuja produção literária surge em muitos dos nossos jornais, é dirigida por outro judeu, como lhe chama o Sr. Hard, cujo nome é familiar aos leitores dos jornais, o Sr. A. J. Sack.

A. J. Sack. - Director Americano do Serviço de Informações sobre a Rússia

Não é de forma nenhuma uma lista completa, mas é bastante impressionante. Parece dar relevância aos documentos que o Sr. Hard se esforça para minimizar a uma insignificância ridícula. E leva a pensar que talvez os documentos são tão cuidadosamente escrutinados porque os seus leitores observaram não apenas os factos que o Sr. Hard admite, mas outros ainda mais surpreendentes, e descobriram que os documentos confirmam e explicam as observações. Outros leitores que não tiveram o privilégio de conhecer tudo o que os documentos contêm, têm o direito de o saber dado o interesse entretanto levantado.

Os documentos não criaram a Questão Judaica. Se só existissem estes documentos, o Sr. Hard não teria escrito o artigo aqui discutido nem o Metropolitan Magazine o teria impresso.

O que o Sr. Hard fez foi confirmar num dos lugares mais inesperados que a Questão Judaica existe e que exige uma discussão. Alguém sentiu a pressão quando "The Great Jewish Conspiracy" [A Grande Conspiração Judaica] foi encomendada e escrita.
.

terça-feira, novembro 10, 2009

Hélder Filipe, do Infarmed, alerta-nos acerca da desinformação na Internet sobre a vacinação contra a Gripe A

No programa Prós e Contras de 2/11/2009 na RTP1, o Professor Doutor Hélder Filipe, Vice-Presidente do Infarmed (instituto público regulador e fiscalizador responsável pela introdução no mercado, comercialização e controlo dos medicamentos e outros produtos de saúde em Portugal), e grande defensor da vacinação em massa contra a Gripe A, alerta-nos contra a desinformação que grassa na Internet sobre os falsos perigos da vacina:


Hélder Filipe - Vice-Presidente do Infarmed
Um crítico da desinformação que é praticada na Internet



Fátima Campos Ferreira: Esta questão da comunicação social, Hélder Filipe, é interessante. De que forma é que a comunicação social pode ser um factor, enfim, que pelo menos que não seja um obstáculo à vacinação?

Hélder Filipe do Infarmed: Eu acho que é decisivo porque, como vimos aqui, isto é um problema de informação mais do que tudo o resto. Os medos com a vacina etc. é um problema de falta de informação, isso ligado a uma outra coisa que eu estava aqui a pensar que é a Internet. Os fenómenos que temos tido de má informação ou desinformação têm tido muito a ver com a Internet. A freira espanhola, a senhora finlandesa, todos nós recebemos os filmes do Youtube através do e-mail. E portanto, temos de pensar nesta realidade, e as pessoas perceberem que a Internet não é, só por si, uma fonte fidedigna de informação e, portanto, se usarem a Internet para irem a sites fidedignos – Direcção Geral de Saúde, Infarmed, e não é para puxar a brasa à nossa sardinha, Agência Europeia do Medicamento, onde pode haver informação fidedigna. E perceber que a Internet é apenas um veículo para ter boa ou má informação. E às vezes falamos muito da comunicação social e esquecemo-nos deste fenómeno da informação através da Internet.

Fátima Campos Ferreira: Onde ninguém tem qualquer controlo, não é?

Hélder Filipe do Infarmed: Exactamente!


******************************


VÍDEO do Prós e Contras da RTP1 de 2 de Novembro de 2009
+
Jornal Nacional da TVI de 7 de Setembro de 2009


(3 minutos)




******************************


Jornal Nacional da TVI – 7 de Setembro de 2009
A Gripe A vai matar menos gente que a gripe sazonal



Jornalista da TVI: A verdade é que o mundo está preocupado com a Gripe A e já há empresas a ganhar milhões à custa do H1N1 (vírus da Gripe A). Das pequenas empresas aos grandes laboratórios toda a gente tem facturado com este vírus.

A farmacêutica Roche, por exemplo, cujas vendas do seu Tamiflu caíram quase 70% quando o mundo percebeu que já não havia perigo de uma Gripe Aviária, vê agora as vendas desse mesmo medicamento dispararem em mais de 200%.


Dr. Fernando Maltês (Director do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Curry Cabral): O Tamiflu, desde o princípio desta pandemia, tem sido encarado pela população como uma espécie de fármaco milagroso, o que não é verdade. E no que diz respeito à eficácia, concretamente no vírus da gripe, é uma eficácia que está, digamos, mal documentada. Se houver um conjunto de factores que digam – vale a pena administrar o fármaco – o médico administra, caso contrário, balançando os efeitos benéficos com os potenciais riscos, é preferível não administrar.


Jornalista da TVI: Numa altura em que o laboratório suíço Roche passa por dificuldades financeiras, com os lucros a caírem quase 30% na primeira metade deste ano, é caso para dizer que a Gripe não é Aviária, mas que caiu do céu.

Ajuda importante também para a Glaxo Smith Kline, o laboratório britânico a quem Portugal já encomendou seis milhões de doses da vacina contra a Gripe A, a 8 euros cada uma (48 milhões de euros), teve um ano difícil do ponto de vista financeiro. Eis senão quando, surge o tal vírus, H1N1, que deverá render, só ao laboratório britânico, cerca de dois mil milhões de euros, tendo em conta que as encomendas estão quase a atingir as trezentas milhões de doses.


O laboratório britânico Glaxo Smith Kline
terá um rendimento de dois mil milhões de euros graças ao H1N1



******************************


Comentário

Não será de estranhar que Hélder Filipe, Vice-Presidente do INFARMED [instituto público regulador e fiscalizador responsável pela introdução no mercado e comercialização dos medicamentos em Portugal], seja tão pró-vacinação.

Afinal, mão é todos os dia que surge uma "Pandemia" que permite que se "invista" uma verba superior a 45 milhões de euros na aquisição de três milhões de vacinas.

Seguramente que a Glaxo Smith Kline terá de adquirir muitos perús para distribuir neste Natal.



Agência Lusa, Publicado em 10 de Outubro de 2009:

«Os impactos financeiros directos da gripe A nos custos do Estado já ascendem a 67,5 milhões de euros com a compra de vacinas, no valor de 45 milhões de euros, e do Oseltamivir [Tamiflu], no valor de 22,5 milhões de euros.

O Governo gastou este ano 45 milhões de euros na compra de seis milhões de doses de vacinas contra a gripe A à Glaxo Smith Kline (GSK) e gastou, nos últimos três anos, 22,5 milhões de euros na compra do anti-viral Oseltamivir [Tamiflu] à Roche, inicialmente destinado ao combate à gripe das aves.»

.

sábado, novembro 07, 2009

Deixemos os cristãos acreditar na importância das "teorias científicas" que lhes inculcamos

Os Protocolos dos Sábios de Sião

Excerto do Protocolo II

"Os cristãos não se guiam pela prática de observações imparciais tiradas da história, mas pela rotina teórica, incapaz de atingir qualquer resultado real. Por isso, não devemos contar com eles; que se divirtam ainda durante algum tempo, vivendo de esperanças ou de novas diversões, ou ainda da saudade dos divertimentos que tiveram."

"Deixemo-los acreditar na importância das leis científicas que lhes inculcamos - meras teorias. É com esse fim que constantemente aumentamos por intermédio de nossa imprensa a sua confiança cega nessas leis. A classe intelectual dos cristãos ficará cheia de orgulho com esses conhecimentos, e sem os examinar logicamente, porá em acção todos os dados dessa ciência reunidos pelos nossos agentes para guiar o seu espírito pelo rumo que precisamos."

"Não julgueis as nossas afirmações sem base; reparai no êxito que soubemos criar para o Darwinismo, o Marxismo, o Nietzchismo. Pelo menos para nós, a influência deletéria (perniciosa) dessas tendências deve ser evidente."





quarta-feira, novembro 04, 2009

Para estoirar de vez com os bancos comerciais

Murray N. Rothbard

Murray N. Rothbard [Professor de economia e liberal da Escola Austríaca] fala da gigantesca fraude bancária que os bancos comerciais privados têm vindo a praticar até aos nossos dias:

"Desde então, os bancos têm criado habitualmente recibos de depósitos, originalmente notas de banco e hoje depósitos, a partir do nada [out of thin air]. Essencialmente, são contrafactores de falsos recibos de depósitos de activos líquidos ou dinheiro padrão, que circulam como se fossem genuínos, como as notas ou contas de cheques completamente assegurados."

"Os bancos criam dinheiro literalmente a partir do nada, hoje em dia exclusivamente depósitos em vez de notas de banco. Este tipo de fraude ou contrafacção é dignificado pelo termo reservas mínimas bancárias [fractional-reserve banking], o que significa que os depósitos bancários são sustentados apenas por uma pequena fracção de activos líquidos que prometem ter à mão para redimir os seus depósitos."



**********************************

Os bancos comerciais praticam essencialmente dois grandes tipos de fraude

1 – Quando lhes é pedido um empréstimo, os bancos criam dinheiro a partir do nada sob a forma de depósitos bancários, e cobram juros desse «dinheiro» que possui uma existência apenas contabilística.

Estas «operações» são tornadas possíveis porque os bancos comerciais funcionam em circuito fechado (o dinheiro levantado num banco é depositado noutro), e actuam sob a batuta dos bancos centrais, na sua maioria privados ou geridos por privados, que determinam as taxas directoras e regulam os movimentos financeiros entre os bancos comerciais.

2 – Facilitam ou dificultam a concessão de crédito, diminuindo ou aumentando as taxas de juro e os spreads, e levando, deste modo, a períodos inflacionários e depressões económicas que conduzem empresas e famílias à pobreza e à falência, e de cujos bens se apropriam por uma fracção do seu real valor.

**********************************

Uma solução possível para a fraude bancária

Ponderando no primeiro destes dois factores da realidade bancária, a saber, a capacidade de inventar dinheiro que não existe e emprestá-lo com juros dentro de um sistema fechado de circulação monetária, é possível replicar este processo no banco do Estado – a Caixa Geral de Depósitos – e fazê-lo em exclusivo benefício do povo português.

Conta Restrita de Depósitos à Ordem


Para tal, a Caixa Geral de Depósitos criaria um novo tipo de Conta à Ordem a que iremos chamar Conta Restrita de Depósitos à Ordem.

A Conta Restrita de Depósitos à Ordem da CGD teria apenas duas condicionantes:

1 - Não permitiria fazer levantamentos em dinheiro (cash).

2Só permitiria fazer transferências para outras Contas Restritas de Depósitos à Ordem da CGD (por cheque, multibanco, home banking, etc.).


A Caixa Geral de Depósitos cobraria apenas uma comissão fixa que reflectisse uma estimativa dos custos operacionais do Banco (balcões, salários, hardware e software, custos diversos, etc.). A Caixa Geral de Depósitos não cobraria quaisquer outras taxas ou spreads. Também não pagaria quaisquer juros pelos depósitos que lá fossem efectuados nas suas Contas Restritas.

Evidentemente, a Caixa Geral de Depósitos continuaria também a funcionar com as suas contas normais, tanto de Depósitos à Ordem como a Prazo, seguindo as taxas e os procedimentos vigentes no mercado.


**********************************

O funcionamento da Conta Restrita de Depósitos à Ordem da CGD

1 - João pretende comprar uma casa a Afonso no valor de 100.000 Euros. Para tal, João precisa de um empréstimo. João, evidentemente, está interessado no empréstimo da Caixa Geral de Depósitos para poder beneficiar da pequena comissão fixa que teria de pagar em vez dos juros.


2João teria de perguntar a Afonso se este estaria interessado em abrir uma Conta Restrita de Depósitos à Ordem na CGD, para onde pudesse transferir o dinheiro do empréstimo obtido na CGD. Afonso sabe que estará impedido de levantar dinheiro dessa Conta Restrita. Apenas poderá transferir dinheiro dessa Conta Restrita da CGD para a Conta Restrita da CGD de outra pessoa.

3 – Afonso aceita, e abre uma Conta Restrita de Depósitos à Ordem na CGD. João abre uma conta igual e pede um empréstimo à Caixa Geral de Depósitos no valor de 100.000 Euros. A CGD concede-lhe o empréstimo e deposita-lhe na sua Conta Restrita 100,000 Euros. João compra a casa e transfere para a Conta Restrita de Afonso os 100.000 Euros que pediu emprestados. João ficará a pagar à CGD as amortizações do montante emprestado acrescidas da comissão fixa.

4 - João terá de dar todas as garantias actualmente em vigor neste tipo de transacção à Caixa Geral de Depósitos. A casa ficará hipotecada à Caixa Geral de Depósitos até ao pagamento integral da dívida por parte do João.

5 - João fica com uma dívida de 100.000 Euros à Caixa Geral de Depósitos e Afonso fica com 100.000 Euros disponíveis na sua Conta Restrita na Caixa Geral de Depósitos. Afonso não poderá levantar este dinheiro. Apenas o poderá transferir para outra Conta Restrita na Caixa Geral de Depósitos de outra entidade qualquer.



Repare-se que a Caixa Geral de Depósitos não desembolsou dinheiro algum. Limitou-se a abrir duas contas, uma que creditou – a de Afonso – em 100.000 Euros, e outra que debitou – a de João – em 100.000 Euros. A Caixa Geral de Depósitos procedeu apenas a um movimento contabilístico.


6 - João irá pagar, durante todo o período contratado no empréstimo, as respectivas amortizações e uma comissão fixa à Caixa Geral de Depósitos.

7 - Afonso, que possui agora uma Conta Restrita com 100.000 Euros na Caixa Geral de Depósitos, pretende comprar um automóvel a prestações no Stand Autocar no valor de 20.000 Euros.


8 - Afonso vai falar com Jorge, o dono do stand Autocar, para saber se este aceita abrir uma Conta Restrita de Depósitos à Ordem na CGD. Se aceitar, então Jorge abre uma Conta Restrita de Depósitos à Ordem na CGD. Depois, o banco credita a Conta Restrita de Jorge em 20.000 Euros e debita à Conta Restrita do Afonso a mesma importância.


Atente-se, uma vez mais, que a Caixa Geral de Depósitos não desembolsa dinheiro nenhum. Procedeu novamente apenas a um simples movimento contabilístico.


9 - Afonso, com os 80.000 Euros que lhe restam na Conta Restrita na CGD, continuará, eventualmente, comprando ou pagando bens e serviços da mesma forma, recrutando, no processo, novos clientes para Contas Restritas de Depósitos à Ordem na Caixa Geral de Depósitos.

[...]

10 - Uma altura chegará em que Sicrano, transferirá 15 Euros da sua Conta Restrita na CGD, através de cartão Multibanco, para a Conta Restrita na CGD de um determinado restaurante, por forma a pagar um almoço. E Beltrano, transferirá 70 Euros da sua Conta Restrita na CGD, por intermédio de cheque, para a Conta Restrita na CGD de uma loja de roupas, para proceder ao pagamento de um par de calças.



**********************************

Conclusão

Numa economia é necessária uma adequada disponibilidade de moeda (moeda em poder do público mais depósitos à ordem no sistema bancário).

Uma disponibilidade de moeda adequada é indispensável a uma sociedade civilizada. Podemos privar-nos de muitas outras coisas, mas sem dinheiro, a indústria, a agricultura, o comércio e os serviços paralisam.

O dinheiro é o sangue da sociedade civilizada, o meio pelo qual são feitas todas as transacções comerciais excepto a simples troca directa. É a medida e o instrumento pelo qual um produto é vendido e outro comprado. Remova-se o dinheiro ou reduza-se a disponibilidade de moeda abaixo do que é necessário para levar a cabo os níveis correntes de comércio, e os resultados são catastróficos.

Dado o pequeno valor da comissão fixa nos empréstimos, as famílias e as empresas dariam clara preferência pela Caixa Geral de Depósitos como banco financiador. O número de Contas Restritas de Depósitos à Ordem de cidadãos e empresas neste Banco cresceria exponencialmente, bem como a quantidade e o valor dos movimentos financeiros destas contas.

A caixa Geral de Depósitos, dado o sistema em circuito fechado das suas Contas Restritas de Depósitos à Ordem, poderia criar do nada [out of thin air] todo o dinheiro necessário ao bom funcionamento da economia nacional. A quantidade adequada de dinheiro em circulação acabaria com a depressão, que é fruto da falta de dinheiro causada pela contracção deliberada do crédito pelos bancos comerciais.

A prazo, dar-se-ia a falência dos bancos comerciais privados, e a Caixa Geral de Depósitos, o banco estatal, impunha-se como única instituição de crédito neste país.
.