sexta-feira, agosto 29, 2008

Ladrão que rouba a ladrão



À esquerda o presidente do Banco central Europeu (BCE) – o serviçal Jean Claude Trichet – um corsário ao serviço dos International Bankers.


Diário Económico - Crédito à habitação 2008-08-29

Juros da prestação da casa atingem máximo histórico. Desde 1999 que a Euribor não estava tão alta. BCE continua a dizer que a principal preocupação é controlar a inflação.

As famílias com crédito à habitação têm motivos para começar a fazer contas à vida. A partir de Setembro, quem solicitar um empréstimo para a compra de casa, ou estiver próximo da data de revisão do contrato, vai pagar mais 73 euros (para um empréstimo de 150 mil euros) do que pagava este mês. Este aumento deve-se à subida das taxas Euribor, em Agosto, mês que serve de referência para os contratos de Setembro.

A média mensal da Euribor a seis meses, a mais utilizada para o cálculo da prestação da casa em Portugal, atingiu o máximo histórico em Agosto ao fixar-se nos 5,160%. Quer isto dizer que os portugueses vão pagar o valor mais elevado de sempre pelos juros do empréstimo à habitação.

A Euribor a três meses, que tem sido a mais utilizada pelos bancos para os novos contratos de crédito à habitação, seguiu a mesma tendência e atingiu os 4,965%, o valor mais elevado desde Novembro de 2000.

Estas subidas vão ter efeitos já no próximo mês na prestação da casa de muitas famílias.

De acordo com os cálculos do Diário Económico, para um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses (acrescido de um ‘spread’ de 1%), a prestação era de 748,17 euros em Fevereiro (sem contabilizar as comissões). A partir de Setembro, a prestação mensal para o mesmo empréstimo vai ser de 820,87 euros, ou seja, mais 72,69 euros. Isto significa que até à próxima revisão em Março, uma família com este crédito terá pago no total dos seis meses mais 436 euros.


Entretanto:

Desde o início do ano, assaltos a caixas de Multibanco ocorrem dia sim dia não.

Jornal Público - 12.08.2008

Desde o início do ano, houve em média um assalto a caixas de Multibanco a cada dois dias, disse hoje à agência Lusa fonte da directoria de Lisboa da PJ.

"Desde Janeiro foram registados 96 assaltos a caixas ATM e detidas 14 pessoas. O montante roubado ascende a 850 mil euros", disse a mesma fonte.

Das 14 pessoas detidas, oito foram indiciadas por "crimes instrumentais", isto é, crimes que funcionam em conexão com o furto de máquinas Multibanco, nomeadamente carjacking, onde os assaltantes ameaçam as vítimas com armas de fogo.

Porém, segundo a mesma fonte, "são raras as vezes que há violência contra as pessoas".

"Os assaltantes aproveitam locais com pouca vigilância ou fáceis de penetrar por arrombamento", referiu.

O "carjacking" e o furto de caixas de Multibanco foram duas das ocorrências que aumentaram em 2007 por comparação com 2006.



Comentário:

Bem sabemos que por cada tostão roubado a uma caixa Multibanco corresponde um milhão roubado pela banca. Os roubos de proporções colossais perpetrados pelos bancos contra as famílias não tem obviamente nenhuma comparação com os centavos subtraídos a uma caixa multibanco. Está na hora de os cidadãos compreenderem como funciona de facto a BANCA, o maior parasita do planeta.

Vídeo:

Em Inglês: Money as Debt

Em Espanhol: El dinero es deuda
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terça-feira, agosto 26, 2008

Quatro pessoas já foram assassinadas na linha do Tua em ano e meio - Quid Bono? Quem beneficia?

Raquel Ramalho Lopes, RTP - 2008-08-24

Isto não é um acidente ferroviário”, declarou o maquinista Fernando Pires à RTP.

O maquinista cita técnicos que referem que um acidente ferroviário deveria implicar falhas na via, no material circulante ou existência de obstáculos. “Não tinha nada disso. A via estava boa, o material óptimo e não tinha obstáculo nenhum. Só pode ser uma coisa muito estranha”, comenta.

Fernando Pires sustenta que os acidentes começaram desde que teve início o debate para a construção da barragem do Foz Tua. No período de ano e meio ocorreram quatro acidentes. “Eu estive em dois. Os mais recentes”. Nestes acidentes faleceram quatro pessoas.

O desastre de sexta-feira, a um quilómetro da Estação da Brunheda, concelho de Carrazeda de Ansiães, provocou um morto e 43 feridos, um dos quais em estado grave. Viajavam 47 pessoas na composição.

O acidente mais grave ocorreu a 12 de Fevereiro de 2007, em que três pessoas perderam a vida.


Conclusões de inquéritos estão por divulgar

O maquinista acredita que a Linha do Tua é segura e que o material se encontra em boas condições. Fernando Pires está curioso por saber as conclusões do inquérito em curso pela CP, REFER, Metro de Mirandela e Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres.

Uma curiosidade partilhada com o presidente da Câmara Municipal de Mirandela. José Silvano, que também preside à Metro de Mirandela, lamenta que só tenham sido divulgadas as conclusões do inquérito ao primeiro acidente, em Fevereiro do ano passado. O documento apontava causas naturais, como o desabamento de terras e pedras, para o acidente.

Para o autarca “ao não haver divulgação dos resultados dos inquéritos, está-se a alimentar a teoria da conspiração em que muitos transmontanos já acreditam, de alguém querer fechar a Linha do Tua”.

O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) também manifestou “tristeza e estranheza” pela “sucessão de acidentes na Linha do Tua, ora por uma razão ora por outra”. “O PEV vai esperar pelo resultado do inquérito que com toda a certeza se realizará com a maior celeridade” e renovou a sua oposição à construção da barragem do Foz Tua.

Os resultados preliminares do inquérito ao último acidente devem chegar ao conhecimento do ministro dos Transportes, Mário Lino, na próxima terça-feira.


Jovens retiraram parafusos com as mãos

Com as nossas próprias mãos conseguimos desapertar os parafusos. Como é possível? Alguns estavam completamente soltos”, disse uma jovem, que integra o grupo de 40 pessoas, entre os 15 e os 17 anos, que entregaram na Estação do Tua parafusos recolhidos junto ao local do acidente da passada sexta-feira.


Governo garante que Linha do Tua tem vistorias frequentes

A REFER analisa o estado de conservação da via ferroviária de 15 em 15 dias, garantiu a secretária de Estado dos Transportes, sexta-feira, aquando de uma deslocação ao local do acidente.

A CP tinha vistoriado na semana passada a composição que esteve envolvida no acidente e concluiu este não poderia ter origem em problemas mecânicos da composição.


Barragem envolta em polémica

O PEV e os autarcas da região do Tua têm-se manifestado contra a construção da barragem da Foz do Tua. Os autarcas de Mirandela, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Alijó e Murça quiseram criar um programa de desenvolvimento do Vale do Tua, antes de negociarem as compensações com a EDP (empresa que irá construir a barragem).

O início dos trabalhos de construção desta barragem está previsto para o início do próximo ano. A barragem deverá ser construída na junção do Tua com o Douro, local onde se cruzam as linhas ferroviárias do Tua e do Douro. As obras implicam colocar debaixo de água parte da Linha do Tua, com 120 anos.

O PEV pediu a intervenção da UNESCO, com a argumentação que a construção da barragem vai afectar o Alto Douro Património Mundial. “Os Verdes” alegam ainda que a barragem vai submergir “uma das mais belas linhas ferroviárias do mundo”.

A Quercus também saiu em defesa da continuidade do rio e da via férrea, alertando para a fauna, flora, geologia, paisagem e património que poderá impulsionar o desenvolvimento económico e turístico da região.

“Os Verdes acusaram mesmo o Governo de fugir ao debate sobre o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctico, após o PS ter inviabilizado a comparência do ministro do Ambiente no Parlamento.

O Programa Nacional de Barragens, aprovado a 7 de Dezembro do ano passado, prevê a construção de 10 barragens: Foz do Rio Tua, Pinhosão (Rio Vouga), Padroselos, Vidago, Daivões, Fridão e Gouvães (Rio Tâmega), Girabolhos (Rio Mondego), Alvito (Rio Ocreza) Almourol (Rio Tejo).

O plano define o investimento de 1.140 milhões de euros e estima o aumento da capacidade hídrica em 1.100 megawatts.


Diário de Notícias:

O presidente da Metro de Mirandela, José Silvano, diz desconhecer as conclusões dos relatórios dos dois anteriores acidentes.

Ao DN, José Silvano afiança que a empresa não recebeu os referidos relatórios. "Nunca tivemos conhecimento deles", adianta. Já em relação ao do primeiro acidente, elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, lembra que "apontava como causa do acidente o deslizamento de pedras". Face a tudo isto, José Silvano assegura que, por si, não vai "permitir a circulação na linha enquanto não forem conhecidas publicamente as causas deste acidente".

O porta-voz da Refer, Santos Lopes, não comenta estas afirmações e diz que "os relatórios são enviados às entidades envolvidas". Quanto ao pedido para que a empresa divulgue as causas deste acidente, lembra que a esta "não toma a iniciativa de divulgar os relatórios".

O Partido Os Verdes defende que o Governo "deve explicações claras e convincentes sobre os acidentes ocorridos na Linha do Tua, no espaço de um ano e meio" e lamenta que "quatro meses depois da ocorrência do segundo [acidente] e dois meses depois do terceiro acidente, as causas dos mesmos ainda não são publicamente conhecidas". Os Verdes estranham ainda o facto dos acidentes terem ocorrido "numa zona da linha que ficará sempre submersa em qualquer das cotas propostas para esta Barragem". José Silvano não acredita em sabotagem mas teme que este acidente venha contribuir para "um encerramento definitivo da Linha do Tua".


Comentário:

Diz o Procurador-Geral da República (PGR) que vai pedir um reforço à investigação da criminalidade violenta. Ele que dê a máxima prioridade a estes "acidentes". Assassinam-se pessoas para construir barragens. Os suspeitos estão bem à vista.
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terça-feira, agosto 12, 2008

Geórgia - A América pretende confrontar a Rússia?

Texto de Michel Chossudovsky - 10/8/2008

(Tradução minha)

Durante a noite de 7 de Agosto de 2008, coincidindo com a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, o presidente da Georgia Saakashvili ordenou um ataque em força a Tskhinvali, capital da Ossétia do Sul.

O bombardeamento aéreo e os ataques no terreno foram em grande parte direccionados contra alvos civis incluindo áreas residenciais, hospitais e a Universidade. A capital provincial Tskhinvali foi destruída. Os ataques resultaram em cerca de 1500 mortos civis, de acordo com fontes russas e ocidentais. “Os bombardeamentos aéreos e de artilharia deixaram a capital sem água, comida, electricidade e gás. Civis aterrorizados rastejaram das caves para as ruas à medida que os combates diminuíam, à procura de mantimentos.” (AP, 9 de Agosto de 2008). De acordo com algumas notícias, cerca de 34,000 pessoas de Ossétia do Sul fugiram para a Rússia. (Deseret Morning News, Salt Lake City, August 10, 2008).

A importância e o timing desta operação militar deve ser analisada cuidadosamente. Tem enormes implicações.

A Geórgia é posto fronteiriço das forças dos Estados Unidos e da NATO, na fronteira da Federação Russa e nas proximidades dos teatros de guerra da Ásia Central e do Médio oriente. A Ossétia do Sul está também no cruzamento de pipelines estratégicos de petróleo e de gás.

A Geórgia não age militarmente sem a aprovação de Washington. O chefe do governo georgiano é um funcionário dos EUA e a Geórgia é na realidade um protectorado dos Estados Unidos.

Que está por trás do plano militar? Que interesses se escondem? Qual é o objectivo da operação militar?

Há provas de que os ataques foram cuidadosamente coordenados pelos militares americanos e pela NATO.

Moscovo acusou a NATO de “encorajar a Geórgia”. O Ministro dos Negócios Estrangeiros Russo, Sergey Lavrov, sublinhou os impactos destabilizadores de ajuda militar estrangeira à Geórgia:
“Tudo confirma os nossos numerosos avisos dirigidos à comunidade internacional de que era necessário prestar atenção à enorme compra de armas pela Geórgia durante vários anos. Agora vemos como estas armas e tropas especiais georgianas que foram treinadas por especialistas estrangeiros estão a ser usadas”. .(Moscow accuses NATO of having "encouraged Georgia" to attack South Ossetia, Russia Today, August 9, 2008) .


O enviado de Moscovo à NATO, Dmitry Rogozin, enviou uma nota oficial a todos os representantes de todos os países membros da NATO:

“A Rússia já começou consultas com embaixadores dos países da NATO e consultas com representantes militares da NATO terá lugar amanhã,” disse Rogozin. “Vamos avisá-los contra continuarem a apoiar Saakashvili.”

“ Trata-se abertamente de uma agressão acompanhada por propaganda de guerra massiva”, disse Rogozin.

De acordo com Rogozin, a Geórgia tinha planeado inicialmente:

“Iniciar acções militares contra a Abecásia, contudo, a região fortificada da Abcásia revelou-se inacessível para as formações armadas da Geórgia, e portanto foi escolhida uma táctica diferente contra a Ossétia do Sul, que é territorialmente mais acessível.” O enviado russo não tem dúvidas de que Mikheil Saakashvili combinou estas acções com “patrocinadores”, com os quais ele está a negociar a adesão à NATO da Geórgia. (RIA Novosti, 8 de Agosto de 2008).

Contrariamente ao que está a ser comunicado pelos media ocidentais, os ataques foram antecipados por Moscovo. Os ataques foram programados para coincidir com a abertura dos Jogos Olímpicos, em grande parte para evitar a cobertura mediática das operações militares georgianas.

A 7 de Agosto, as forças russas estavam em elevado estado de alerta. O contra-ataque foi levado a cabo com rapidez.

Pára-quedistas russos foram enviados das divisões aerotransportadas Ivanovo, Moscovo e Pskov. Tanques, veículos blindados e vários milhares de tropas de infantaria colocados em posição. Os ataques aéreos russos alvejaram instalações militares dentro da Geórgia incluindo a base militar de Gori.

O ataque militar georgiano foi repelido com uma demonstração de força massiva por parte dos militares russos.


Acto de Provocação?

Os planeadores militares e serviços de inteligência dos EUA-NATO examinam invariavelmente vários cenários de uma proposta operação militar – neste caso, um ataque limitado georgiano em grande parte direccionado contra alvos civis, com o objectivo de infligir baixas civis.

O teste de cenários é uma prática rotineira. Possuindo capacidades militares limitadas, uma vitória da Geórgia e a ocupação da cidade de Tskhinvali, era uma impossibilidade logo à partida. E isto era conhecido e compreendido pelos estrategas militares dos EUA-NATO:

Um desastre humanitário em vez de uma vitória militar era uma parte integral deste cenário. O objectivo era destruir a capital provincial, infligindo igualmente uma significante perda de vidas humanas.

Se o objectivo era recuperar o controlo político do governo provincial, a operação seria levada a cabo de uma forma completamente diferente, com forças especiais a ocupar edifícios públicos chave, redes de comunicações e instituições provinciais, em vez de lançar raides bombistas contra áreas residenciais, hospitais, já para não falar da Universidade de Tskhinvali.


A resposta russa era inteiramente previsível

A Geórgia foi encorajada pela NATO e pelos Estados Unidos. Tanto em Washington como no quartel general da NATO em Bruxelas estavam bem cientes no caso de um contra-ataque russo.

A questão que se coloca é: tratou-se de uma provocação deliberada com o objectivo de despoletar uma resposta militar russa e puxar os russos para um confronto militar mais alargado com a Geórgia (e os seus aliados) que poderia potenciar uma guerra em larga escala?

A Geórgia possui o terceiro maior contingente das forças da coligação no Iraque a seguir às americanas e às britânicas, com cerca de 2000 homens. De acordo com relatórios, as tropas georgianas no Iraque estão agora a ser repatriadas em aviões militares americanos, para combater as forças russas. (See Debka.com, August 10, 2008)

A decisão Americana de repatriar as tropas georgianas sugere que Washington está apostado numa escalada do conflito, no qual as tropas georgianas serão usadas como carne para canhão contra forças russas massivas.


EUA-NATO e Israel envolvidos no planeamento dos ataques

Em meados de Julho, tropas georgianas e americanas levaram a cabo um exercício militar conjunto denominado “Resposta Imediata” [Immediate Response] envolvendo respectivamente 1,200 tropas americanas e 800 georgianas.

O anúncio pelo ministro da defesa georgiano a 12 de Julho confirmou que as tropas americanas e georgianas estavam em treino durante três semanas na base militar Vaziani perto da capital da Geórgia, Tiblissi. (AP, July 15, 2008). Estes exercícios, que terminaram apenas uma semana antes dos ataque de 7 de Agosto, foram um óbvio ensaio da operação militar, a qual, com toda a probabilidade, foi planeada em estreita cooperação com o Pentágono.

A guerra na Ossétia do Sul não foi feita para ser ganha, para restaurar a soberania georgiana sobre a Ossétia do Sul. Esta guerra teve como objectivo a desestabilização da região e ao mesmo tempo despoletar um confronto EUA-NATO com a Rússia.

A 12 de Julho, coincidindo com o começo dos jogos de guerra Geórgia-EUA, o ministro da defesa russo dei início às suas próprias manobras militares na região do Norte do Cáucaso. Tiblissi e Moscovo fizeram as declarações habituais: os exercício militares nada tinham a ver com a situação da Ossétia do Sul.

Não tenhamos ilusões. Não existe uma guerra civil. Os ataque fazem parte integral de uma muito maior guerra que abrange o Médio oriente e a Ásia Central, incluindo os preparativos de guerra dos EUA-NATO-Israel em relação ao Irão.


O papel dos conselheiros militares israelitas

Enquanto os conselheiros dos EUA e da NATO não participaram na operação em si mesma, estiveram activamente envolvidos no planeamento e na logística dos ataques. Segundo fontes israelitas (Debka.com, August 8, 2008), o assalto por terra de 7-8 de Agosto, com a utilização de tanques e artilharia foi ajudada por conselheiros militares israelitas. Israel também forneceu à Geórgia Hermes-450 e veículos aéreos não tripulados Skylark, que foram utilizados nas semanas que precederam os ataques de 7 de Agosto.

A Geórgia também adquiriu, segundo um relatório no Rezonansi (August 6, in Georgian, BBC translation) algumas armas poderosas através da actualização de aviões SU-25 e sistemas de artilharia em Israel. Segundo o Haaretz (August 10, 2008), os israelitas estiveram muito activos na modernização militar e em informações de segurança na Geórgia.

As forças russas estão agora a lutar directamente com o exército georgiano treinado pelos EUA-NATO e integrado por conselheiros americanos e israelitas. E os aviões de guerra russos atacaram a fábrica de motores a jacto militares nas proximidades de Tiblissi, que fabricam as actualizações do caça SU-25, com suporte técnico de Israel. (CTV.ca, August 10, 2008)

Quando observado pelo prisma de um contexto maior na guerra da Médio Oriente, a crise na Ossétia do Sul pode levar a uma escalada, incluindo um confronto directo entre a Rússia e as forças da NATO. Se isto vier a acontecer, poderemos estar em face da mas séria crise nas relações EUA-Rússia desde a crise dos mísseis cubanos em Outubro de 1962.


A relação com Israel

Israel é hoje parte do eixo militar Anglo-Americano, que serve os interesses dos gigantes do petróleo ocidentais no Médio Oriente e na Ásia Central.

Israel é parceiro no pipeline Baku-Tiblissi-Ceyhan que transporta petróleo e gás para Mediterrâneo Oriental. Mais de 20% do petróleo israelita é importado do Azerbeijão, do qual uma larga fatia vem pelo pipeline Baku-Tiblissi-Ceyhan (BTC). Controlado pela British Petroleum, o pipeline BTC alterou dramaticamente as geopolíticas do Mediterrâneo Oriental e do Cáucaso.

O pipeline Baku-Tiblissi-Ceyhan altera consideravelmente o status dos países da região e fortalece uma nova aliança pró-ocidental. Tendo levado o pipeline para o mediterrâneo, Washington criou praticamente um novo bloco com o Azerbeijão, a Geórgia, A Turquia e Israel , " (Komerzant, Moscow, 14 July 2006).

Enquanto os relatórios oficiais afirmam que o pipeline Baku-Tiblissi-Ceyhan canalizará petróleo para os mercados ocidentais, o que é raramente reconhecido é que parte do petróleo do mar Cáspio será canalizado directamente para Israel, via Geórgia. A este respeito, um pipeline Israelo-Turco já foi previsto que ligará Ceyhan ao porto israelita de Ashkelon e daí através de Israel para o Mar vermelho.

O objectivo de Israel é não só adquirir petróleo do Mar Cáspio para consumo próprio mas também jogar um papel chave na reexportação do petróleo do Mar Cáspio para os mercados asiáticos através do porto de Eilat no mar vermelho. As implicações estratégicas para este redireccionamento do petróleo do Mar Cáspio são enormes.


A resposta Russa

Em resposta aos ataques, forças russa intervieram com tropas terrestres convencionais. Tanques e veículos blindados foram enviados. A força aérea russa também se envolveu em contra-ataques contra posições militares georgianas incluindo a base militar de Gori.

Os meios de comunicação ocidentais descreveram a Rússia como a única responsável pela morte de civis, ao mesmo tempo que os media ocidentais tomavam conhecimento (confirmado pela BBC) que a maior parte das baixas foram resultados dos ataques aéreos e terrestres georgianos.

Baseada em fontes russas e ocidentais, as estimativas iniciais de mortos na Ossétia do Sul apontavam para pelo menos 1,400 (BBC) a maior parte civis. “O número de mortos georgianos andará entre os 82, incluindo 37 civis, e os 130 mortos… Um ataque aéreo russo a Gori, uma cidade georgiana próximo da Ossétia do Sul, fez 60 mortos, muitos deles civis, segundo fontes oficiais da Geórgia. (BBC, August 9, 2008). Fontes russas calculam em 2000 o número de civis mortos na Ossétia do Sul.

Um processo de escalada e confontação entre a Rússia e a América está em marcha, uma reminiscência da Guerra Fria.

Estaremos a assistir a um acto de provocação, com vista a despoletar um conflito mais vasto? Apoiados pela propaganda dos media, a Aliança militar ocidental pretende usar este incidente para confrontar a Rússia, tal como ficou provado pelas recentes declarações da NATO?
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sexta-feira, agosto 08, 2008

Carroll Quigley - o controlo financeiro mundial em mãos privadas

No seu livro de 1966 «Tragédia e Esperança» (Tragedy and Hope), Carroll Quigley, professor na Universidade de Georgetown e mentor do Presidente Clinton, escreveu:

«Os poderes do capitalismo financeiro têm um plano de longo alcance, nada menos do que criar um sistema de controlo financeiro mundial em mãos privadas capazes de dominar os sistemas políticos de cada país e a economia mundial como um todo.»

«Este sistema deve ser controlado de uma forma feudal pelos bancos centrais do mundo agindo em conjunto, por acordos secretos conseguidos em reuniões e conferências frequentes.»


«O cume do sistema é o Banco Internacional de Pagamentos (Bank for International Settlements - BIS) em Basileia, Suíça, um banco privado controlado pelos bancos centrais do mundo que são, eles mesmos, corporações privadas

«Cada banco central... procura dominar o seu governo pela sua capacidade em controlar títulos do tesouro, manipular o câmbio externo, influenciar o nível de actividade económica no país, e influenciar políticos cooperantes por intermédio de recompensas económicas no mundo dos negócios.
»


Comentário:


E por falar em "políticos cooperantes", o certo é que os bancos continuam a pagar apenas 13% de IRC, enquanto as outras empresas pagam 25%. Isto apesar dos lucros escandalosos que aqueles continuam a apresentar trimestralmente. Why Sócrates?

domingo, agosto 03, 2008

A Al-Qaeda está a recrutar pessoal

Jon Stewart, do Daily Show, descreve-nos, com humor, como o processo de recrutamento de terroristas está a acontecer:

"Mas, apesar do progresso, a Al-Qaeda está longe de desistir. Documentos recuperados dos esconderijos do grupo terrorista, incluem vários formulários de candidatura para recrutas potenciais com perguntas como:"

- «Qual é o seu nome falso?»

- «Conhece apoiantes dos Mujahedin?»

- «Está disposto a mudar drasticamente de casa?»



Vídeo legendado em português (5:14 m):



DS - Iraque. Ainda esta a acomntecer @ Yahoo! Video