quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Crítica: Jersey Boys - Em Busca da Música (Jersey Boys, 2014)

Desde quando li as primeiras notícias sobre o musical que Clint Eastwood dirigiria, tive meus receios. O veterano que já realizou grandes obras resolveu arriscar no gênero que é tão improvável em sua carreira, tão distante daquilo que ele construiu até aqui. E esta é a beleza de "Jersey Boys", esta é a beleza de seu mais novo trabalho, se arrisca e nos presenteia com este filme que é tão diferente, não um mero musical, é um drama competente, um filme digno de Eastwood.

por Fernando Labanca

Baseado no musical da Broadway, "Jersey Boys" revela a trajetória da banda Four Seasons, que fez sucesso nos anos 60. Descobrimos como os quatro membros, Frankie Valli (John Lloyd Young), Tommy DeVitto (Vincent Piazza), Bob Gaudio (Erich Bergen) e Nick Massi (Michael Lomenda) se reuniram para a formação do grupo. Frankie, desde jovem, foi conhecido em seu bairro por seu talento na música, chamando atenção, inclusive, do mafioso Gyp DeCarlo (Christopher Walker), com quem Frank jamais acreditou precisar, até que anos depois, com o sucesso de sua banda, os dois se reencontram devido às grandes dívidas criadas por Tommy. "Jersey Boys" é sobre como o grupo conheceu a fama, mas também sobre como eles conheceram a decadência, parte pelo temperamento difícil e das irresponsabilidades de Tommy DeVitto, mas principalmente, pela busca de cada um, seguindo seus interesses pessoais.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Crítica: Sob a Pele (Under the Skin, 2013)

Novo longa dirigido por Jonathan Glazer (Reencarnação, 2004), fez bastante burburinho há alguns meses atrás quando imagens da atriz Scarlett Johansson nua apareceram na internet. Infelizmente, sei que grande parte do público foi atrás da obra por causa de sua presença, o que provavelmente saíram bem frustrados. Não se trata de algo comum na carreira de Johansson, é um sci-fi extremamente original que se difere e muito do é lançado. Evocando o cinema de Stanley Kubrick, o que vemos é uma obra nada convencional, que possui cenas inquietantes, visualmente chocantes.

por Fernando Labanca

Penso que um dos grandes erros da divulgação de "Sob a Pele" foi logo em sua sinopse. Em todos os sites já nos entregam o fato da protagonista ser uma alienígena. É uma pena. Este detalhe poderia ser a grande surpresa de seu final e durante sua projeção, esta dúvida no público poderia ter sido a grande força da obra. Infelizmente, começamos o filme já sabendo disso, pois sim, Scarlett Johansson interpreta uma alienígena que perambula pelas ruas da Escócia a procura de uma presa, homens livres e de boa aparência, para se alimentar, sem lamentar, com a frieza de um serial killer. Tudo muda quando se depara com um homem incomum. É então que começa a se sentir mais humana, e como consequência disso, se torna mais frágil.


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Crítica: Planeta dos Macacos - O Confronto (Dawn of The Planet of the Apes, 2014)

Continuação da obra de 2011, desta vez sob a direção de Matt Reeves (Cloverfield, Deixe-me Entrar), o filme surpreende, não só por ser melhor que o primeiro - que já era ótimo - mas por ir muito além do que esperamos de uma sequência. É um blockbuster que se difere de tudo o que tem se produzido em Hollywood, mais do que efeitos especiais de qualidade, o que vemos é algo impactante, um roteiro bem elaborado, que finalmente consegue construir personagens marcantes, que nos prende e nos faz sentir diversas sensações. "O Confronto" chegou aos cinemas sem muitas pretensões e acabou se firmando com umas das melhores surpresas do ano, que diverte sem jamais subestimar seu público. 

por Fernando Labanca

Dez anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, o vírus criado no laboratório se espalhou pelo mundo e devastou grande parte da população devido à conhecida "gripe símia". Os macacos, liderados por César, convivem em harmonia numa floresta próxima à San Francisco. Eis que um grupo de sobreviventes surge no local, decididos a reativar uma antiga usina para levar energia para o resto dos humanos. Com isso, ele passam a conviver com os símios, construindo uma relação de confiança. Os conflitos começam a surgir quando nem todos os humanos acreditam no estranho clima amistoso daquela comunidade, e nem todos os macacos acreditam que aquelas pessoas sejam capazes de criar alguma relação pacífica, sem a intenção de uma batalha por território. Assim pensa Koba, um dos símios, que não aceita a amizade de César com os sobreviventes e não aceita que humanos invadam seu espaço, sempre acreditando que para a evolução de uma raça seria necessário a extinção da outra.


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Crítica: Amor Fora da Lei (Ain't Them Bodies Saints. 2013)

David Lowey dedicou grande parte de sua carreira no cinema como editor - em obras como o recente "Upstream Color (2013)" - e podemos afirmar que está seguindo um caminho interessante como diretor. Não vemos aqui um filme marcante, entretanto, realizado com tanto cuidado que acaba se firmando como um dos bons títulos do western contemporâneo.

por Fernando Labanca

O western, aos poucos, parece reencontrar seu espaço nos cinemas. Os irmãos Coen, ao realizarem o remake "Bravura Indômita" provaram o quão o gênero ainda poderia mostrar e Andrew Dominik trouxe, de forma única, a beleza que a sétima arte pouco viu nos últimos anos, com seu magnífico "O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford", onde Lowey parece ter buscado alguma inspiração. Destaques da obra, sua montagem e a fotografia - no qual venceu o prêmio no Festival de Sundance ano passado - remetem aos trabalhos de Terrence Malick, que desde o início de sua carreira, soube, como ninguém, revelar a beleza do campo, e mais do que isso, revelou o cinema como um instante de pura contemplação. "Amor Fora da Lei" é mais uma chance do western no cinema contemporâneo, e bebendo das fontes certas acaba por realizar um filme interessante, se apropriando bem de suas referências, e por fim, construindo uma obra original.

O trama acontece no Texas, onde um casal, Ruth (Rooney Mara) e Bob (Casey Affleck) vivem uma vida de crimes, até que são pegos e numa batalha armada, ela acaba ferindo o policial Patrick (Ben Foster). Bob decide levar a culpa, indo preso, para salvar a pele da mulher que ama, que por sua vez, está grávida. Anos depois, ele foge da prisão e tem como único intuito, reencontrar Ruth, entretanto, muitos percalços aparecerão para impedi-lo. Enquanto isso, ela tenta seguir com sua vida, cuidando da pequena filha, sempre à espera de vê-lo novamente, até que o policial Patrick começa a visitá-la, oferecendo proteção e dando indícios de um novo começo.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Crítica: A Música Nunca Parou (The Music Never Stopped, 2011)

Sucesso no Festival Sundance, "A Música Nunca Parou" fora baseado no livro "O Último Hippie" de Oliver Sacks. E assim como os excêntricos casos do famoso neurologista, a trama acompanha a jornada de um pai em recuperar as memórias do filho através das canções que embalaram os anos 60. E Entre Bob Dylan, Beatles e Grateful Dead, acompanhamos esta tocante história, extremamente simples em seu formato, mas intensamente emocionante.

por Fernando Labanca

Nos anos 50, Henry (JK Simmons), um grande admirador da música, costumava fazer um jogo com seu pequeno filho, Gabriel, onde a cada vez que uma canção tocava ele teria que dizer a que lembrança ela estava ligada. Anos depois, já na adolescência, Gabriel (Lou Taylor Pucci) passou a seguir seus próprios passos, descobriu o rock, passou a questionar o governo e o modo como seus pais viviam, e depois de uma briga com seu pai, decidiu fugir de casa. Quase vinte anos depois, ele reaparece no hospital, diagnosticado com um tumor no cérebro, que o tornou num ser irreconhecível, incapaz de ter alguma memória concreta. É então que Henry, no esforço de se conectar novamente a seu filho, passa a apostar novamente na música, acreditando que ela poderia lhe trazer as lembranças de sua vida novamente, ele contrata uma musicoterapeuta (Julia Ormond), que com seus discos de vinil chega a conclusão que Gabriel apenas respondia à estímulos diante das canções que ele ouvia na juventude, diante de suas músicas favoritas ele reascendia, se tornava consciente, novamente vivo.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Crítica: O Primeiro Amor (Flipped, 2010)

Dirigido por Rob Reiner, nome por trás de alguns clássicos do cinema como "Conta Comigo" e "Harry e Sally", o filme fora baseado no livro de Wendelin Van Draanen e lançado diretamente nas locadoras aqui no Brasil. É daqueles que você nunca ouviu falar, assisti sem querer e acaba se apaixonando.

por Fernando Labanca

A obra segue aquela antiga ideia de que o primeiro amor ninguém nunca esquece. Acompanhamos, então, este encontro, entre duas crianças e como aquele sentimento definiu parte de suas vidas. Vemos sob o ponto de vista de cada um, do garoto, Bryce Loski (Callan McAuliffe) e como ele sempre rejeitou a presença de sua nova vizinha, Juliana Baker (Madelina Carcoll), que por sua vez, o achava incrível e sempre arranjava maneiras de estar perto. Tudo muda quando Chet (John Mahoney), avô de Bryce, muda para sua casa, e não demora muito até que ele se aproxime de Juliana, devido sua dedicação pela jardinagem, nascendo ali uma inusitada amizade, e fazendo com ela esteja ainda mais presente na vida de Bryce, e são nesses instantes em que ele começa a vê-la com outros olhos, e o mesmo acontece com Juliana, o problema é que seus sentimentos passam a ser o oposto, compreendendo aos poucos que talvez o jovem rapaz não fosse tão incrível quanto ela acreditava que era.


sábado, 5 de julho de 2014

Crítica: O Homem Duplicado (Enemy, 2014)

Dirigido por Denis Villaneuve (Incêndios, Os Suspeitos), o filme fora baseado no livro de José Saramago e tem causado algumas discussões sobre sua trama confusa e seu final "mind blow". De fato, se trata daquelas obras que terminam e deixam um rastro de perguntas e nos faz revirar a mente tentando encontrar respostas ou alguma interpretação lógica para toda aquela loucura apresentada. Um suspense psicológico intrigante e extremamente bem conduzido.

por Fernando Labanca

Adam Bell (Jake Gyllenhaal) é um professor de história, que vive uma vida solitária e sem grandes emoções. Mantém uma relação com Mary (Mélanie Laurent), mas sem nenhum compromisso. Eis que numa noite qualquer, assistindo a um filme, percebe que um dos figurantes é exatamente como ele, e curioso pelo estranho acontecimento, começa a pesquisar sobre este ator e sobre a existência desconhecida de seu sósia, nascendo, então, uma obsessão por este homem. Do outro lado, Anthony (Gyllenhaal) é um ator que de início se assusta com a presença de seu duplo, mas não demora muito até perceber que pode tirar alguns proveitos desta situação.


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Crítica: A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars, 2014)

Adaptação do best seller de John Green, "A Culpa é das Estrelas" poderia até ser só mais uma trama sobre a adolescente com câncer que acaba se apaixonando. Sim, de certa forma, é mais uma sim. Entretanto, a trama acaba trazendo algumas mudanças nesta história tão batida, traz ideias inteligentes e bastante reflexivas. E mais do que tudo isso, tem o grande mérito de ser uma ótima adaptação, onde depois de muitas tentativas frustradas de ler e ver o filme, finalmente vejo uma obra que respeita não só o texto original, mas as sensações e a emoção que o livro trazia.

por Fernando Labanca

Hazel Grace (Shailene Woodley) é uma jovem que já convive com o câncer há alguns anos. Já se acostumou com a ideia de morrer e de que alguma hora tudo irá acabar, de repente, magoando aqueles que a cercam, como seus pais. E por causa deles, decide encarar um grupo de apoio ao lado de jovens que passam pela mesma fase complicada de sua vida. É lá que acaba conhecendo Augustus Waters (Ansel Elgort), um garoto galanteador e carismático. A amizade surge fácil e logo se apaixonam, mesmo que ambos tenham uma visão diferente sobre a doença, porém Hazel desde o início o alerta, é uma granada e a qualquer momento poderá explodir, mas nada faz com que ele se afaste, ainda mais quando Gus decide realizar o grande desejo de Hazel, encontrar com o autor de seu livro favorito e ter finalmente as respostas sobre a história que nas páginas não houve um fim.


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Especial 400ª Postagem: Natalie Portman


Como o de costume aqui no blog, não poderia deixar de fazer um post especial para uma comemoração. Neste caso, celebro a 400ª postagem do Cinemateca (ainda que este número já tenha passado há algumas semanas!). Para isso, resolvi escrever um pouco sobre esta musa do cinema, no qual admiro muito desde que era mais novo, desde a época em que ela nem era um nome forte em Hollywood, Natalie Portman, que aliás, completou 33 anos nesta semana (09/06). Pois bem, hoje ela é isso, um nome a ser notado, uma atriz admirada por muitos, com seu talento inegável e um Oscar em sua prateleira, Natalie é, com certeza, uma das melhores atrizes da atualidade.

Por Fernando Labanca

Natalie Portman é uma atriz bastante versátil, de comédias descompromissadas como “Sexo Sem Compromisso” (2011), produções milionárias como “Thor” (2011) até filmes mais cultuados. Ganhou notoriedade na “nova” saga de “Star Wars” interpretando Padmé Amidala, mas foi em meados de 2004, com o lançamento de “Closer”, que provou de vez seu talento. Alguns anos depois chocou muitos com sua forte interpretação em “V de Vingança” (2006), mas foi em 2010 que Natalie conseguiu enfim, seu espaço merecido, seu reconhecimento, com “Cisne Negro”, de Darren Aronofsky, no qual ganhou o Oscar de Melhor Atriz.

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