por Fernando Labanca
"Hereditário" se une a nova safra de filmes de terror que se deu início nos últimos anos. Mas vai além. Definitivamente, é o mais marcante de todos eles. Segue a mesma linha de "A Bruxa" (2016) e além de alcançar o mesmo alvoroço da crítica especializada, também pode decepcionar uma boa parte do público, que poderá tanto odiá-lo quanto amá-lo. Não se trata de uma obra fácil, de resoluções óbvias e caminhos previsíveis. O diretor estreante Ari Aster é corajoso o suficiente para criar algo surpreendentemente novo, que vai contra os clichês do gênero e entrega um produto grandioso, que tem potencial para ser um clássico cult e de servir de referência para o que vier posteriormente.
A trama se inicia com a morte da matriarca de uma família. Misteriosa em vida, ela deixa para trás sua filha Annie Graham (Toni Collette), seu genro (Gabriel Byrne) e seus dois netos, Peter (Alex Wolff) e Charlie (Milly Shapiro). Esta família, por sua vez, tenta seguir em frente, no entanto, eles são atingidos por um novo evento trágico, que os desestabiliza de vez. No ápice de seu descontrole emocional, Annie acaba conhecendo uma mulher (Ann Dowd) que lhe ensina como entrar em contato com os mortos, fazendo com que forças sobrenaturais tomem conta de sua casa. Tomados pelo mal, eles descobrem que a herança que receberam é um destino pavoroso e sem saída.