letra
Seth: Tem curiosidade de saber como é tocar?
Cassiel: Tocar? Não!
Seth: Tem, sim.
Cassiel: De vez em quando.
Seth: Tocar...
(Diálogo entre os anjos Seth e Cassiel do filme "Cidade dos Anjos")
Acho que é bem isso que venho sentindo: curiosidade de saber como é tocar. Tocar você. Nessa nossa relação - que sabe-se lá que nome tem (ou teve) ou a qual tipo pertence - em que sempre fui tão passiva, pedi tão pouco, mesmo sentindo tanto, acabei me distraindo e esquecendo de fragmentos importantíssimos. Mas não me culpo, muito menos a você. Era algo tão novo, tão intenso, sugava tudo, preenchia espaços vazios, que eu não percebia os detalhes que estavam em falta; ou se percebia não fazia tanto esforço para obtê-los. Sabe aquela frase batida: "Se melhorar, estraga" ? Pois é. Acho que era bem isso: medo de estragar.
Mas, meu Deus, como poderia perder algo que nunca tive, estragar algo que nunca existiu?
Na verdade, existiu para mim. Só para mim.
Agora, justamente agora, em que vejo você tão forte e tão indiferente é que invento de sentir essas coisas impossíveis. Logo hoje, quando existem distâncias bem maiores que a geográfica, eu invento de querer sentir, tocar. Logo hoje, em que você foi embora e não disse adeus. Sem esperanças de retorno, sem explicações. Xeque-mate, não é mesmo?
Sabe, Baiano, nesse mundo louco de gente insensível, o mínimo que aprendemos é a perder. Essa vontade que perdura no meu peito, um dia passa.
Ficam suas qualidades (não mudo a minha opinião sobre elas), os bons momentos, nossas horas leves recheadas de sorrisos, meus puros sentimentos por você. Fica a vontade de tocar (como já disse, um dia passa). Ficam os chicletes, os cigarros. Fica o meu pedido de perdão por não ter sido mais inteligente, mais bonita, mais rica, mais descolada, por não saber jogar e, acima de tudo, por não conseguir ser indiferente.
Permanecem intactos os meus mais profundos e sinceros desejos de que você seja feliz, com quem for ou como for. E que ninguém nesse mundo seja capaz de lhe fazer sofrer, que ninguém lhe ignore sem motivos aparentes e nem que você sinta o que sinto agora.
Ficam os apelidos "Morena" e "Baiano". Baiano vai continuar existindo nesse mundo em que criei para que ele fosse eterno. Vou continuar sendo Morena, mesmo que a gente nunca mais se fale e você me chame assim. Morena é um estado de espírito, é o conjunto dos melhores sentimentos que existem em mim, transcendo qualquer lógica ou tentativa de explicação.
"Fui ser feliz e não volto"
Meus queridos, estou danto um tempo no blog. Há tempos que as coisas não estão boas nem bonitas por aqui. Preciso cuidar de mim, da minha vida, da minha saúde.
Para vocês, eu voltarei, claro! Mais bonita, forte, saudável e feliz. Cheia de novidades!
Beijos (muitos, incontáveis, os melhores)!
Fiquem com Deus!
às 15:20