Está na mídia uma
campanha para mudar o código penal em relação as drogas. Querem minimizar a
pena para dependentes que forem pegos portando os bagulhos. Eu até acho válido
fazer esta manifestação. Pois, a maioria já entende que os viciados na verdade
sofrem de uma doença que é tratada como dependência química. Porém, esta
mudança tem que ser muito bem planejada. Não podemos confundir pequenos
traficantes com dependentes.
Para esta mudança
acontecer é necessário entender bem como será o relacionamento drogas x justiça.
Não se pode simplesmente abrir as portas da esperança e liberar geral. Vai virar gandaia.
Como a coisa ainda é
obscura eu especulo. Um camarada é pego e justifica que é dependente químico. Hoje
em dia consegue-se comprar qualquer coisa, então certamente ele terá laudos que
comprovem a doença e será liberado. Não estou dizendo que todos farão isto.
Mas, sabemos que tem gente que vai usar esta brecha na lei para se beneficiar.
É evidente que ninguém
poderá andar com 2 kg de cocaína. Mas, também é complicado acreditar que seja
apenas viciado um portador de uma quantidade considerável de maconha ou
cultivador da mesma, uma vez que tem pessoas que plantam em vasos. Qual seria a
justificativa? “Fui à feira e aproveitei a promoção?” “Planto somente para o meu consumo e dos
amigos?” Logo, estas quantidades terão que ser muito bem vistas tanto quanto o
tratamento jurídico e acompanhamento destes casos.
É muito fácil ir para
televisão e dramatizar. O difícil é planejar, implantar e controlar.
Na minha humilde
opinião é necessário primeiro criar centros de tratamentos para todas as
classes sociais e o dependente ser obrigado a frequentar estes locais onde terá
todo acompanhamento necessário e até internação se for o caso. Contrário a
isto, não vejo como simplesmente livrá-lo da prisão. Todos sabem que uma pessoa
que tem este problema só sai dele com ajuda. Sem apoio especializado vai se
afundar cada vez mais.
Outra coisa que se fala
e há muito tempo é a liberação das drogas.
Muitos alegam que
cigarro, bebida e alguns remédios são drogas vendidas livremente nos comércios.
Quanto a isto, é a mais pura verdade. Eu sei que principalmente a bebida pode
destruir a vida de uma pessoa e levar para o buraco outras que a cercam. Mas, não
se pode negar que as drogas mais pesadas têm efeito mais devastador.
Vamos imaginar que a
droga inicialmente liberada seja a Maconha. Eu cito este “produto” porque há
correntes que dizem que é menos prejudicial do que o cigarro. Eu não vou entrar
neste mérito porque não sou médico e nunca fui usuário de nenhum dos dois.
A droga certamente
seria vendida apenas em farmácias porque necessitaria de receita médica. Isto
já dificultaria o acesso a qualquer um.
Outra coisa é que
politicamente correto seria chama-la pelo nome original da planta.
- Não meu filho!
Maconha é o que tem nos morros. Na farmácia é Cannabis.
Em cada recinto público
teria que ser criado um “Canádromo”. Bah! Que nome horrível. Neste caso é
melhor “maconhódromo” mesmo. Sim, a criação de lugares especiais seria necessária
porque nem os fumantes aguentariam o cheiro. Acreditem, para quem não gosta é
muito ruim. Isto eu posso dizer, pois já senti.
Nas embalagens estaria
escrito: “Ministério da saúde adverte! Cannabis pode causar impotência” e outras
coisas.
Poderíamos lançar a
Cannabis Light, Woman, Plus e Extraforte, ou seja, respectivamente para
iniciantes, mulheres, moderados e doidões.
Ainda teria a possibilidade
de manipulação, a Cannabis Naturalis.
Brincadeiras a parte, o
que os defensores da liberação ignoram é que as lícitas pagam impostos. E se
liberarem as drogas, as mesmas também pagariam, pois seriam criados laboratórios,
indústrias e etc. Existiriam regras para diminuir o poder alucinógeno dos “novos
remédios” e controle, coisa que o dependente químico não toleraria ou não
respeitaria. Teríamos uma estrutura que deixaria o preço muito mais elevado. E
tudo isto faria com que os dependentes continuassem procurando o câmbio negro,
ou seja, o tráfico.
Eu ainda me atrevo a
dizer que por não ser mais "fora da lei", incentivaria pessoas que não tem contato com
o vício a experimentar. E para aqueles que esta droga não estivesse mais
fornecendo o efeito desejado acabariam por procurar outras mais pesadas e
ilegais.
Por causa de tudo isto eu
sou terminantemente contra a liberação.