Na Torre da Universidade encontra-se um relógio, sob o varandim, com um mostrador para cada um dos quadrantes, e os sinos: a Cabra que toca todos os dias às 18h, avisando os estudantes de que é altura de recolher ao estudo; o Cabrão, com o nome de macho da cabra por ter um som mais grave e que toca todas as manhãs anunciando aos estudantes que há aulas. Caso a Cabra não toque, é sinal de que não há aulas! Ao longo do tempo, afim de não terem aulas, o badalo da Cabra foi sempre um alvo de roubo por parte dos estudantes.
«No princípio do ano de 1933 foi a cidade assoada por forte epidemia de gripe. Os liceus, Escola Comercial e outros Estabelecimentos similares foram encerrados; só a Universidade fazia excepção.
Foi então que o grupo de 4 estudantes, Alfredo dos Santos Júnior, Auréliano Gonçalves, Domingos da Costa e Luís da Encarnação (resolveram roubar o badalo à «Cabra»).
Na manhã do dia 21 de Fevereiro a «Cabra», efectivamente não deu sinal de si, mas em substituição foi tocado o «Cabrão», sendo assim quebrada uma antiga praxe.
Passados 20 anos, a 23 de Dezembro de 1952, passeou o célebre badalo pelas ruas de Coimbra, em cortejo nocturno, até à Associação Académica de Coimbra onde ficou, sob alçada do Museu Académico.»
Carlos Manuel de Almeida, “ Revista AcadémicaA Cabra toma esta designação na gíria escolar dado que o seu tinido «assemelha o balido de uma grande cabra, espécie de Minotauro, convocando mil e tantos filhos ao manjar da ciência».
O Amor dum estudante
Não dura mais q` uma hora
Toca a Cabra vai p´ ras aulas
Vêm as férias, vai-se embora
Afonso Lopes VieiraEtiquetas: Cabra, Universidade