"É pelo sacramento do Matrimônio que vocês podem consagrar a Deus o amor mútuo, tornando-se um para o outro instrumento e sinal da graça de Deus."
Mas quanto custa a cerimônia? A matéria abaixo tem mais de um ano, mas nada mudou... ou talvez o valor das taxas, que podem ter aumentado em virtude da virada do ano.
Matéria na Folha de São Paulo 16/03/2010
Igreja cobra mais caro por casamento e impõe serviço
Noivo paga até R$ 6.000 pela cerimônia e tem de contratar serviços que padre indicar
Arquidiocese estabelece que taxa pelo casamento não seja superior à do civil; igrejas dizem seguir norma, mas têm despesas extras
Gisele (nome fictício), 29, pagou R$ 2.000 para se casar em uma das mais tradicionais igrejas de São Paulo, a Nossa Senhora do Brasil, na avenida Brasil (zona oeste). Ela nem se importou com o preço -muito acima do estabelecido pela própria Igreja Católica-, mas se surpreendeu ao ser informada de que só poderia contratar os serviços de foto e vídeo, entre outros, que a igreja indicasse.
"Tem que ser tudo do livrinho [a lista da igreja]. É um absurdo. Estava quase desistindo de me casar lá, mas a família do meu noivo queria muito", disse.
Pelas normas da Arquidiocese de São Paulo, a taxa de casamento religioso não pode ser maior que a do civil -R$ 246,30. O preço sobe para R$ 821, se o juiz for até o local da cerimônia. Já a imposição ou restrição de serviços ao consumidor é considerada prática abusiva pelo Procon.
As duas situações são corriqueiras nas principais igrejas de São Paulo. A reportagem encontrou ao menos sete igrejas que cobram entre R$ 1.000 e R$ 6.000 pelo casamento.
E, em quatro, há lista de fornecedores ou serviços embutidos que os candidatos a noivos são obrigados a contratar.
As igrejas, em geral, dizem que o custo de casamento não supera o que a arquidiocese preconiza. Elas usam um expediente previsto pela arquidiocese que lhes permite incluir no custo do casamento despesas não relacionadas ao rito, como gastos com luz, limpeza e estacionamento. E dizem reverter o que ganham para manutenção e obras sociais.
Na Nossa Senhora do Brasil, onde se casou o piloto Felipe Massa, por exemplo, o preço de R$ 2.000 só vale para 2010. No ano que vem, serão R$ 2.200. São cerca de 30 casamentos por mês, em média.
O guia com os fornecedores credenciados tem, entre outros, serviços de floricultura, foto e vídeo. Para estar no guia, cada prestador de serviço paga R$ 2.000 anuais, mais R$ 200 por casamento em que atuar. Embora a igreja admita que é obrigatório, o pagamento é chamado de "contribuição".
Outras igrejas disputadas fazem o mesmo. A Perpétuo Socorro (Jardim Paulistano) e a Cruz Torta (Alto de Pinheiros) também mantêm "livrinhos" que obrigam o casal a contratar determinados serviços. Em seu site, a Cruz Torta informa que empresas não credenciadas podem prestar serviço de foto, filmagem e decoração, se os noivos quiserem desde que paguem R$ 1.300 cada uma.
Com o preço mais alto entre os templos consultados (R$ 6.000), o mosteiro de São Bento disse que o valor inclui outros serviços, como o profissional responsável pelo órgão e assessoria cerimonial. O mosteiro permite contratação de prestadores de serviço de fora.
Nas igrejas consultadas, marcar a data do casamento pode exigir certa paciência dos noivos. Na Nossa Senhora do Brasil, por exemplo, a espera pode superar um ano, a depender do dia e do horário. RICARDO GALLO DA REPORTAGEM LOCAL
O tema é polêmico..
Como católica, eu sempre soube que quando chegasse a hora de me casar eu iria querer entrar na igreja e receber a benção de Deus. Sorte o noivo ter o mesmo desejo!
Logo no início, quando ainda estávamos pesquisando igrejas, já tivemos algumas decepções como imposições de igrejas sobre fornecedores, nº de entradas e padrinhos, etc. Enfim, começamos a entender quem faz o mercado... respeito muito a igreja e ainda acredito na sua finalidade maior (até por isso, ainda assim, não desistimos da decisão de celebrar o nosso casamento) mas acho que a grande responsável pelos preços absurdos e abusivos aos quais os noivos estão submetidos é a própria igreja. Até porque, se a igreja dá este exemplo, porque não fazer com seu espaço ou serviço? Infelizmente muitos pessam assim.
Sem contar aquele fornecedor que tem preço justo mas se vê obrigado a aumentar seus preços para não passar a impressão de "baixa qualidade", considerando que o mercado opera com preços muito mais altos. E pior, ainda existe aquele que se vê obrigado a aumentar seus preços pela pressão política dos fornecedores que se sentem incomodados pelo preço justo que faz com a agenda do concorrente lote. E sabe quem são as vítimas desse triste capítulo da vida real? Sim, nós, os noivos!
E vocês, já se sentiram vítima do mercado milionário do casamento?
Ufa! Eu precisava desabafar!!!
Lili.