Hoje
foi postada a biografia do mês de Outubro de 2016 na coluna "Grandes Nomes
do Espiritismo" em homenagem a ABIBE ISFER.
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sábado, 1 de outubro de 2016
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
AGRADECER
“E sede agradecidos.” – Paulo. (Colossenses,
3:15).
É curioso
verificar que a multidão dos aprendizes está sempre interessada em receber
graças, entretanto, é raro encontrar alguém com a disposição de ministrá-las.
Os recursos
espirituais, todavia, em sua movimentação comum, deveriam obedecer ao mesmo
sistema aplicado à providências de ordem material.
No capítulo
das bênçãos da alma, não se deve receber e gastar, insensatamente, mas recorrer
ao critério da prudência e da retidão, para que as possibilidades não sejam
absorvidas pela desordem e pela injustiça.
É por isso
que, em suas instruções aos cristãos de Colosses, recomenda o apóstolo que
sejamos agradecidos.
Entre os
discípulos sinceros, não se justifica o velho hábito de manifestar
reconhecimento em frases bombásticas e laudatórias. Na comunidade dos
trabalhadores fieis a Jesus, agradecer significa aplicar proveitosamente as
dádivas recebidas, tanto ao próximo, quanto a si mesmo.
Para os pais
amorosos, o melhor agradecimento dos filhos consiste na elevada compreensão do
trabalho e da vida, de que oferecem testemunho.
Manifestando
gratidão ao Cristo, os apóstolos lhe foram leais até ao último sacrifício;
Paulo de Tarso recebe o apelo do Mestre e, em sinal de alegria e de amor, serve
à Causa Divina, através de sofrimentos inomináveis, por mais de trinta anos
sucessivos.
Agradecer
não será tão somente problema de palavras brilhantes; é sentir a grandeza dos
gestos, a luz dos benefícios, a generosidade da confiança e corresponder,
espontaneamente, estendendo aos outros os tesouros da vida.
Livro: Pão
Nosso, lição 163 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
NO SUSTENTO DA PAZ
"Vivei em Paz uns com os outros".
- Paulo (I Tessalonicenses, 5:13).
Costumamos
referir-nos à guerra, qual se ela fosse um fenômeno de teratologia política,
exclusivamente atribuível aos desmandos de ditadores cruéis, quando todos somos
intimados pela vida ao sustento da Paz.
Todos agimos
uns sobre os outros e, ainda que a nossa influência pessoal se nos figure
insignificante, ela não é menos viva na preservação da harmonia geral.
A floresta é
um espetáculo imponente da natureza, mas não se agigantou sem o concurso de
sementes pequeninas.
Nossa
deficiência de análise, quanto à contribuição individual no equilíbrio comum,
nasce via de regra, da aflição doentia com que aguardamos ansiosamente os
resultados de nossas ações, sequiosos de destaque pessoal no imediatismo da
Terra; isso faz com que procedamos, à maneira de alguém que se decidisse a
levantar uma casa com total menosprezo pelas pedras, tijolos, parafusos e
vigas, aparentemente sem importância, quando isoladamente considerados, mas
indispensáveis à construção.
Habituamo-nos,
frequentemente, a maldizer o irmão que se fez delinquente, com absoluta
descaridade para com a debilitação de caráter a que chegou, depois de longo
processo obsessivo que lhe corroeu a resistência moral, quase sempre após
fugirmos da providência fraterna ou da simples conversação esclarecedora,
capazes de induzi-lo à vitória sobre as tentações que o levaram à falta
consumada.
Lideramos
reclamações contra o estridor de buzinas na via pública e não nos pejamos das
maneiras violentas com que abalamos os nervos de quem nos ouve.
Todos somos
chamados à edificação da Paz que, aliás, prescinde de qualquer impulso
vinculado às atividades de guerra e que, paradoxalmente, depende de nossa luta
por melhorar-nos e educar-nos, de vez que Paz não é inércia e sim esforço,
devotamento, trabalho e vigilância incessantes a serviço do bem. Nenhum de nós
está dispensado de auxiliar lhe a defesa e a sustentação, porquanto, muitas
vezes, a tranquilidade coletiva jaz suspensa de um minuto de tolerância, de um
gesto, de uma frase, de um olhar...
Não te
digas, pois, inabilitado a contribuir na Paz do mundo. Se não admites o poder e
o valor dos recursos chamados menores no engrandecimento da vida. Faze um
palácio diante de vigorosa central elétrica e procura dotá-lo de luz e força
sem a tomada.
Livro:
Palavras de Vida Eterna, lição 45 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
AÇÃO
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes,
inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o
vosso trabalho não é vão.” PAULO (Coríntios, 15:58.)
Nas lutas do
dia-a-dia, todos somos impelidos a várias operações para avançar no caminho...
Sentimos.
Desejamos.
Falamos.
Estudamos.
Aprendemos.
Conhecemos.
Ensinamos.
Analisamos.
Trabalhamos.
Entretanto,
é preciso sentir a necessidade do bem de todos para que saibamos desejar com
acerto. Desejar com acerto para pensar honestamente.
Pensar
honestamente para falar aproveitando. Falar aproveitando para estudar com
clareza. Estudar com clareza para aprender com entendimento.
Aprender com
entendimento para conhecer discernindo. Conhecer discernindo para ensinar com
bondade. Ensinar com bondade para analisar com justiça e analisar com justiça
para trabalhar em louvor do bem, porque, em verdade, todos somos diariamente
constrangidos à ação e pelo que fazemos é que cada um de nós decide quanto ao
próprio destino, criando para si mesmo a inquietante descida à treva ou a
sublime ascensão à luz.
Livro:
Palavras de Vida Eterna, lição 44 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
MANIFESTAÇÕES ESPIRITUAIS
“Mas a manifestação do Espírito é dada a
cada um, para o que for útil” – Paulo (I Coríntios, 12:7)
Com a
revivescência do Cristianismo puro, nos agrupamento do Espiritismo com Jesus,
verifica-se idêntica preocupação às que torturavam os aprendizes dos tempos
apostólicos, no que se refere à mediunidade.
A maioria
dos trabalhadores na evangelização inquieta-se pelo desenvolvimento imediato de
faculdades incipientes.
Em
determinados centros de serviço, exigem-se realizações superiores às
possibilidades de que dispõe; em outros, sonha-se com fenômenos de grande
alcance.
O problema,
no entanto, não se resume a aquisições de exterior.
Enriqueça o
homem a própria iluminação íntima, intensifique o poder espiritual, através do
conhecimento e do amor, e entrará na posse de tesouros eternos, de modo
natural.
Muitos
aprendizes desejariam ser grandes videntes ou admiráveis reveladores, embalados
na perspectiva de superioridade, mas não se abalançam nem mesmo a meditar no
suor da conquista sublime.
Inclinam-se
aos proventos, mas não cogitam do esforço. Nesse sentido, é interessante
recordar Simão Pedro, cujo espírito se sentia tão bem com o Mestre glorioso no
Tabor, não suportou as angústias do Amigo flagelado no Calvário.
É justo que
os discípulos pretendam o engrandecimento espiritual, todavia, quem possua
faculdade humilde não a despreze porque o irmão mais próximo seja detentor de
qualidades mais expressivas. Trabalhe cada um com o material que lhe foi
confiado, convicto de que o Supremo Senhor não atende, no problema de
manifestações espirituais, conforme o capricho humano, mas, sim, de acordo com
a utilidade geral.
Livro: Pão
Nosso, lição 162 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
28 Deixai Vir A Mim Os Pequeninos
O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
Cap. 8 Bem Aventurados Os Puros de Coração
JOÃO - O
Evangelista, Paris, 1863
18 – Disse o
Cristo: “Deixai vir a mim os pequeninos”. Essas palavras, tão profundas na sua
simplicidade, não fazem apenas um apelo às crianças, mas também às almas que
gravitam nos círculos inferiores, onde a desgraça desconhece a esperança. Jesus
chamava a si a infância intelectual da criatura formada: os fracos, os
escravos, os viciosos. Ele nada podia ensinar à infância física, presa na
matéria, sujeita ao jugo dos instintos, e ainda não integrada na ordem superior
da razão e da vontade, que se exercem em torno dela e em seu benefício. Jesus
queria que os homens se entregassem a ele com a confiança desses pequenos seres
de passos vacilantes, cujo apelo lhe conquistaria o coração das mulheres, que
são todas mães. Assim, ele submetia as almas à sua terna e misteriosa
autoridade. Ele foi à flama que espancou as trevas, o clarim matinal que tocou
a alvorada. Foi o iniciador do Espiritismo, que deve, por sua vez, chamar a si,
não as crianças, mas os homens de boa-vontade. A ação viril está iniciada; não
se trata mais de crer instintivamente e obedecer de maneira mecânica: é
necessário que o homem siga as leis inteligentes, que lhe revela a sua
universalidade.
Meus
bem-amados, eis chegados os tempos em que os erros explicados se transformarão
em verdades. Nós vos ensinaremos o verdadeiro sentido das parábolas. Nós vos
mostraremos a correlação poderosa, que liga o que foi ao que é. Eu vos digo, em
verdade: a manifestação espírita se eleva no horizonte, e eis aqui o seu
enviado, que vai resplandecer como o sol sobre o cume dos montes.
UM ESPÍRITO
PROTETOR
Bordeaux,
1863
19 – Deixar
vir a mim os pequeninos, pois tenho o alimento que fortifica os fracos. Deixai
vir a mim os tímidos e os débeis, que necessitam de amparo e consolo. Deixai
vir a mim os ignorantes, para que eu os ilumine. Deixai vir a mim todos os
sofredores, a multidão dos aflitos e dos infelizes, e eu lhes darei o grande
remédio para os males da vida, revelando-lhes o segredo da cura de suas
feridas. Qual é, meus amigos, esse bálsamo poderoso, de tamanha virtude, que se
aplica a todas as chagas do coração e as curas? É o amor, é a caridade! Se
tiverdes esse fogo divino, o que havereis de temer? A todos os instantes de
vossa vida direis: “Meu Pai, que se faça a tua vontade e não a minha! Se te
apraz experimentar-me pela dor e pelas tribulações, bendito seja! Porque é para
o meu bem, eu o sei, que a tua mão pesa sobre mim. Se te agrada, Senhor,
apiedar-te de tua frágil criatura, dar-lhe ao coração as alegrias puras,
bendito seja também! Mas faze que o amor divino não se amorteça na sua alma, e
que incessantemente suba aos teus pés a sua prece de gratidão”.
Se tiverdes
amor, tendes tudo o que mais se pode desejar na Terra, pois tereis a pérola
sublime, que nem as mais diversas circunstâncias, nem os malefícios dos que vos
odeiam e perseguem, poderão jamais arrebatar. Se tiverdes amor, tereis colocado
os vossos tesouros aonde nem a traça nem a ferrugem os devoram, e vereis
desaparecer insensivelmente da vossa alma tudo o que lhe possa manchar a
pureza. Dia a dia sentireis que o fardo da matéria se torna mais leve. E, como
um pássaro que voa nos ares e não se lembra da terra, subireis incessantemente,
subireis sempre, até que a vossa alma, inebriada, se impregne da verdadeira
vida, no seio do Senhor!
Fonte da imagem: Internet Google.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
A DESCOBERTA DE PAULA
Paula era
uma menina da idade de vocês. Ela gostava de comer, brincar, pular, falar. Mas
ela falava muito e muito alto, e só ela queria falar.
Paula não
parava para escutar ninguém. Quando Alguém estava falando ela começava a falar
junto.
A mamãe de
Paula ensinava a filha que ela não podia ser assim, mas não adiantava. As
crianças que moravam perto da casa de Paula não gostavam de brincar com ela,
pois a menina chegava e não deixava ninguém falar; as crianças estavam
acostumadas a brincar juntas , conversando, mas quando Paula chegava gritando e
não deixando ninguém falar, todos se levantavam e a deixavam sozinha.
Um dia mamãe
levou Paulinha ao cinema para ver "Chapeuzinho Vermelho", mas a
menina ficou o tempo todo falando coisas assim:
- Olha lá
mamãe! Olha lá!...
Ih! ... O
que vai acontecer?
Já sei, já
sei, já sei!
Ih!... Eu
não quero ver o que vai acontecer agora!
E ela falava
tanto que não deixava as pessoas escutarem o filme; e assim, todos que estavam sentados
perto dela levantaram-se para procurar outros lugares.
Chegando em
casa, mamãe disse à filha que não ficara contente com o comportamento dela no cinema
e após Paulinha prometer não fazer mais aquilo a mamãe contou- lhe a história
do filme, pois com a conversa ela não entendera nada.
Um dia, na
escola de Paulinha, houve uma festa. A festa era de manhã para as crianças que
estudavam de manhã e à tarde para as crianças que estudavam à tarde.
Pela manhã,
mamãe levou Paula toda bonita para a festa; os palhaços iam fazer mágicas,
brincadeiras da cadeira, corrida de saco, iam contar histórias e muitas outras
coisas.
Quando os
palhaços começaram a festa, Paula começou a gritar também, como estava acostumada
a fazer. E gritava tanto que as outras crianças não estavam escutando os
palhaços. O palhaço Furequinha pediu que ela ficasse quieta e como ela não
parou de falar, a professora pegou Paula pela mão e levou-a para fora dali.
E falou que
ela não poderia mais participar da festa, pois ela estava atrapalhando. E falou
carinhosamente para a Paula, que enquanto ela ficasse na secretaria, ela
poderia ir pensando que a gente tem uma boca só e dois ouvidos p'ra gente falar
menos e ouvir mais...
Parecia que
Paula não se aborrecera. Ficaria com as pessoas na Secretaria até a hora da mãe
ir buscá-la.
Mas quando o
tempo foi passando, passando, Paula começou a pensar como a festa deveria estar
bonita. Ela gostava muito de palhaços e de mágicas.
E Paula
começou a chorar, pediu para voltar à festa, pois não iria mais atrapalhar; iria
ficar quietinha, OUVINDO, só responderia quando os palhaços perguntassem.
Só que a
festa estava acabando..., e Paula não mais poderia participar dela; a
Professora, então, disse que se ela prometesse realmente não atrapalhar, ela poderia
voltar à tarde e participar da outra festa.
À tarde,
Paula conseguiu ficar quieta durante a festa e se divertiu muito.
Pôde contar
para a mamãe as histórias dos palhaços, as mágicas, as brincadeiras:
- Pois é,
Mamãe, foi muito divertido, e sabe o que eu aprendi?
- O que
filhota?
- Que se eu
deixar as pessoas falarem, ouvindo tudinho, vou me divertir muito mais, pois aí
dá para prestar atenção direito no que está acontecendo, e você não precisará
mais me contar quando a gente chegar em casa."
Fonte:
AME/JF – Texto e imagem: Internet Google.
sábado, 17 de setembro de 2016
Cantiga da Reencarnação
Um homem
agonizava, mas embora
Não pudesse
expressar palavra alguma,
Na sombra
interior que o desarvora,
Pede em
silencio ao corpo:
- “
Ampara-me, por Deus!
Eu não quero
morrer, ajuda, corpo amigo,
Não te quero
deixar, preciso estar contigo,
Sem ti temo
cair em abismos fatais...”
Era o apelo
de instantes derradeiros
Naquele
portador de moléstia obscura,
Que ainda
não chegará aos cinquenta janeiros
E que tudo
indicava
Estar
descendo à morte prematura.
De
consciência lúcida, lembrava
Em contrição
sincera,
As forças
que gastara, inutilmente,
As noites
dos excessos de aguardente
E os abusos
sem conta que fizera...
E, ante a
morte a surgir, sempre mais perto,
Continua a
rogar ao corpo enfraquecido:
- “Corpo que
Deus me deu, não me deixes caído,
quero mais
tempo, a fim de preparar-me
para aceitar
sem medo e sem alarme,
a ideia de
perder-te e entrar em rumo incerto”.
Entretanto,
De espírito
cansado,
A
desfazer-se em pranto,
Nas vascas
da agonia,
Ouviu a voz
do corpo fatigado,
Que, por
fim, lhe dizia:
“Escuta, meu
amigo,
Eu sou teu
servo e sei que és meu senhor,
Sempre te
obedeci com desvelado amor,
Deus me
criou para a missão
De
atender-te em completa servidão.
Nunca me
viste a desobedecer
As ordens
que me destes
Fossem
justas ou não,
Porquanto o
meu dever
É o de
servir-te sem reclamação.
Mas indaga
de ti quantas vez me impuseste
Noitadas de
prazer, ruinosas ou vazias,
Depredando-me
as próprias energias
Que Deus me
concedeu, em teu favor...
Embora eu te
avisasse
Com a minha própria
dor
Que o
remorso produz tristeza e enfermidade,
Adquiriste
displicente,
Cargas de
sombra sobre a própria mente,
Culpas e
culpas sem necessidade...
Repito: sou
teu servo e, em nada te condeno,
Mas
demonstrando entendimento estreito,
Gastaste-me
as reservas sem proveito,
Consumindo-me
as forças,
A pedaços de
abuso e a doses de veneno...
Dei-te tudo
o que eu tinha,
Nada me
resta agora,
Senão me
recolher à derradeira hora,
Em que eu
deva tornar, com segura presteza,
À
recomposição da natureza!...”
O homem
ouviu o corpo em despedida
Mas não
tinha defesa
Contra os
próprios desmandos, ante a vida...
No silencio
de mágoa indefinida,
Voltou-se
para Deus em oração,
Pediu
misericórdia, amparo e proteção,
E, ante o
corpo que se lhe enrijecia,
Chorou o
companheiro que perdia...
Longo tempo
passou, em clima de amargura,
No entanto,
ao se afundar em crises de loucura,
Fez-se-lhe a
prece continuada,
Nos
sofrimentos em que avança
Um clarão de
esperança...
Tinha nódoas
de culpa, em lágrimas sofria,
Mas, o Céu
lhe apontava a luz de novo dia...
No íntimo, o
Senhor o exortava somente,
A regressar
ao mundo e tentar novamente
Extinguir em
si mesmo os males que trazia...
O espírito
em falência, exânime, inseguro,
Pensou nas
novas bênçãos do futuro,
Viu a
reparação por justiça e dever,
E
agradecendo aos Céus
Gritou
feliz, livre, mas preso ao chão:
- “Glória a
Deus pela benção de sofrer,
Glória a
reencarnação que obterei um dia,
A fim de
achar na dor a essência da alegria,
O Dom de
trabalhar e a graça de nascer!”
Autora:
Maria Dolores
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
VÓS, QUE DIZEIS?
“E perguntou-lhes: E vós, quem dizeis que eu
sou?” – Lucas, 9:20.
Nas
discussões propriamente do mundo, existirão sempre escritores e cientistas
dispostos a examinar o Mestre, na pauta de suas impressões puramente
intelectuais, sob os pruridos da presunção humana.
Esses
amigos, porém, não tiveram contato com a alma do Evangelho, não superaram os
círculos acadêmicos e nem arriscam títulos convencionais, numa excursão
desapaixonada através da revelação divina; naturalmente, portanto, continuarão
enganados pela vaidade, pelo preconceito ou pelo temor que lhes são peculiares
ao transitório modo de ser, até que se lhes renove a experiência nas estradas
da vida imperecível.
Entretanto,
na intimidade dos aprendizes sinceros e fieis, a pergunta de Jesus reveste-se
de singular importância.
Cada um de
nós deve possuir opiniões próprias, relativamente à sabedoria e à misericórdia
com que temos sido agraciados.
Palestras
vãs, acerca do Cristo, quadram bem apenas a espíritos desarvorados no caminho
da vida. A nós outros, porém, compete o testemunho da intimidade com o Senhor,
porque somos usufrutuários diretos de sua infinita bondade. Meditemos e
renovemos aspirações em seu Evangelho de Amor, compreendendo a impropriedade de
mútuas interpelações, com respeito ao Mestre, porque a interrogação sublime vem
d’Ele a cada um de nós e todos necessitamos conhecê-lo, de modo a assinalá-lo
em nossas tarefas de cada dia.
Livro: Pão
Nosso, lição 161 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
SALVAR - SE
“Palavra fiel é esta e digna de toda a
aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores...” - Paulo.
(I TIMÓTEO, 1:15).
É digna de
nota a afirmativa do Apóstolo, asseverando que Jesus veio ao mundo salvar os
pecadores, para reconhecermos que salvar não significa arrebatar os filhos de
Deus à lama da Terra para que fulgurem, de imediato, entre os anjos do Céu.
Assinalemos
que, logo após a passagem do Senhor entre as criaturas, a fisionomia íntima dos
homens, de modo geral, era a mesma do tempo que lhe antecedera a vinda
gloriosa.
Mantinham-se
os romanos no galope de conquista ao poder, os judeus permaneciam algemados a
racismo infeliz, os egípcios desciam à decadência, os gregos demoravam-se
sorridentes e impassíveis, em sua filosofia recamada de dúvidas e prazeres.
Os senhores
continuavam senhores, os escravos prosseguiam escravos...
Todavia, o
espírito humano sofrera profundas alterações.
As
criaturas, ao toque do exemplo e da palavra do Cristo, acordavam para a
verdadeira fraternidade, e a redenção, por chama divina, começou a clarear os
obscuros caminhos da Terra, renovando o semblante moral dos povos...
Salvar-se,
pois, não será subir ao Céu com alparcas do favoritismo religioso, mas sim
converter-se ao trabalho incessante do bem, para que o mal se extinga no mundo.
Salvou-nos o
Cristo ensinando-nos como reerguer-nos da treva para a luz.
Salvar é,
portanto, levantar, iluminar, ajudar e enobrecer, e salvar-se é educar-se
alguém para educar os outros.
Livro:
Palavras de Vida Eterna, lição 38 - Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
ENQUANTO PODES
“Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu,
por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o Tribunal de
Cristo”.
PAULO
(ROMANOS, 14:10.)
Constrangido a
examinar a conduta do companheiro, nessa ou naquela circunstância difícil, não
lhe condenes os embaraços morais.
Lembra-te dos dias de
cinza e pranto em que o Senhor te susteve a queda a poucos milímetros da
derrota.
Não te acredites a
cavaleiro dos novos problemas que surgirão no caminho...
Todo serviço
incompleto, que deixaste na retaguarda, buscar-te-á, de novo, o convívio para
que lhe ofereças acabamento. E o remate legal de todas as nossas lutas pede o
fecho do Amor puro como selo da Paz Divina.
As pedras que
arremessaste ao telhado alheio voltarão como tempo sobre o teto em que te
asilas, e os venenos que destilastes sobre a esperança dos outros tornarão, no
hausto da vida, ao clima de tua própria esperança, testando-te a resistência.
Aprende, pois, desde
hoje, a ensaiar tolerância e entendimento, para que o remédio por ti mesmo
encomendado às mãos do “agora” não te amargue a existência, destruindo-te o
coração.
Toda semente produz no
solo do tempo e as almas imaculadas não povoam ainda a Terra.
Distribui, portanto, a
paciência e a bondade com todos aqueles que se enganaram sob a neblina do erro,
para que te não faltem a paciência e a bondade do irmão a que te arrimarás no
dia em que a sombra te ameace o campo das horas.
Auxilia, enquanto
podes.
Ampara, quanto possas.
Socorre, quanto
possível.
Alivia, quanto
puderes.
Procura o bem, seja
onde for.
E, enquanto podes,
desculpa sempre, porque ninguém fugirá do exato julgamento na eterna lei.
Livro: Palavras de
Vida Eterna, lição 40 - Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte
da imagem: Internet Google.
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
A GRANDE LUTA
“Porque não temos que lutar contra a carne e
o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os
príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais.” – Paulo. (Efésios, 6:12).
Segundo
nossas afirmativas reiteradas, a grande luta não reside no combate com o sangue
e a carne, propriamente, mas sim com as nossas disposições espirituais
inferiores.
Paulo de
Tarso agiu divinamente inspirado, quando escreveu sua recomendação aos
companheiros de Éfeso.
O silencioso
e incessante conflito entre os discípulos sinceros e as forças da sombra está
vinculado em nossa própria natureza, porquanto nos acumpliciávamos abertamente
com o mal, em passado não remoto.
Temos sido
claramente participantes das ações delituosas nos lugares celestiais.
E, ainda
hoje, entre os fluidos condensados da carne ou nas esferas que lhes são
próximas, agimos no serviço de auto restauração em pleno paraíso.
A Terra é,
igualmente, sublime degrau do Céu.
Quando
alguém se reporta aos anjos caídos, os ouvintes humanos guardam logo a
impressão de um palácio soberbo e misterioso, de onde se expulsam criaturas
sábias e luminosas.
Não se
verifica o mesmo, quando um homem culto se entrega ao assassínio, à frente de
uma universidade ou de um templo?
Geralmente o
observador terrestre relaciona o crime, não se detendo, porém, no exame do
lugar sagrado e venerável em que se consumou.
A grande
luta, a que o Apóstolo se refere, prossegue sem descanso.
As cidades e
as edificações humanas são zonas celestiais. Nem elas e nem as células
orgânicas que nos servem, constituem os poderosos inimigos, e, sim, as “hostes
espirituais da maldade”, com as quais nos sintonizamos através dos pontos
inferiores que conservamos desesperadamente conosco, vastas arregimentações de
seres e pensamentos sombrios que obscurecem a visão humana, e que operam com
sutileza, de modo a não perderem os ativos companheiros de ontem.
Livro: Pão
Nosso, lição 160 – Médium: Chico Xavier - Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
27 Escândalos Cortar a Mão
O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO
Cap. 8 Bem Aventurados Os Puros de Coração
11 – O que
escandalizar, porém, a um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora
que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de atafona, e o lançassem ao fundo do
mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é necessário que sucedam
escândalos, mas ai daquele homem por quem vem o escândalo. Ora, se a tua mão,
ou o teu pé, te escandaliza, corta-o e lança-o fora de ti. Melhor te é entrar
na vida manco ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no
fogo do inferno. E se o teu olho te escandaliza, tira-o, e lança-o fora de ti.
Melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois, seres lançado no
fogo do inferno. Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos
declaro que os seus anjos no céu incessantemente estão vendo a face de meu Pai,
que está nos céus. Porque o Filho do Homem veio a salvar o que havia perecido.
(Mateus, XVIII: 6-11).
E se o teu
olho direito te serve de escândalo, arranca-o e lança-o fora de ti; porque
melhor te é que se perca um de teus membros, do que todo o teu corpo ser
lançado no inferno. E se a tua mão direita te serve de escândalo, corta-a e
lança-a fora de ti; porque melhor te é que se perca um dos teus membros, do que
todo o teu corpo ir para o inferno. (Mateus, V: 29-30).
12 – Em seu
sentido vulgar, escândalo é tudo aquilo que choca a moral ou as conveniências,
de maneira ostensiva. O escândalo não está propriamente na ação, mas nas
repercussões que ela pode ter. A palavra escândalo implica sempre a ideia de um
certo estrépito.
Muitas
pessoas se contentam com evitar o escândalo, porque o seu orgulho sofreria com
ele e a sua consideração diminuiria entre os homens, procurando ocultar as suas
torpezas, o que lhes basta para tranquilizar a consciência. Esses são, segundo
as palavras de Jesus: “sepulcros brancos por fora, mas cheios de podridão por
dentro; vasos limpos por fora, mas sujos por dentro”.
No sentido
evangélico, a acepção da palavra escândalo, tão frequentemente empregada, é
muito mais ampla; motivo por que não é compreendida em certos casos. Escândalo
não é somente o que choca a consciência alheia, mas tudo o que resulta dos
vícios e das imperfeições humanas, todas as más ações de indivíduo para
indivíduo, com ou sem repercussões. O escândalo, nesse caso, é o resultado
efetivo do mal moral.
13 – É
necessário que sucedem escândalos no mundo, disse Jesus, porque os homens,
sendo ainda imperfeitos, têm inclinação para o mal, e porque as más árvores dão
maus frutos. Devemos, pois entender, por essas palavras, que o mal é uma consequência
da imperfeição humana, e não que os homens tenham obrigação de praticá-lo.
14 – É
necessário que venha o escândalo, para que os homens, em expiação na Terra, se
punam a si mesmos, pelo contato de seus próprios vícios, dos quais são as
primeiras vítimas, e cujos inconvenientes acabam por compreender. Depois que
tiverem sofrido o mal, procurarão o remédio no bem. A reação desses vícios
serve, portanto, ao mesmo tempo de castigo para uns e de prova para outros. É
assim que Deus faz sair o bem do mal, e que os próprios homens aproveitam as
coisas más ou desagradáveis.
15 – Se
assim é, dir-se-á, o mal é necessário e durará sempre, pois se viesse a
desaparecer, Deus ficaria privado de um poderoso meio de castigar os culpados.
É inútil, portanto, procurar melhorar os homens. Mas, se não houvesse culpados,
não haveria necessidade de castigos. Suponhamos a humanidade transformada numa
comunhão de homens de bem: nenhum procuraria fazer mal ao próximo, e todos
seriam felizes, porque seriam bons. Tal é o estado dos mundos adiantados, dos
quais o mal foi excluído. Tal será o estado da Terra, quando houver progredido
suficientemente. Mas enquanto certos mundos avançam, outros se formam, povoados
por Espíritos primitivos, e que servem ainda de morada, de exílio e de lugar de
expiação para os Espíritos imperfeitos, rebeldes, obstinados no mal, rejeitados
pelos mundos que se tornam felizes.
16 – Mas ai
daquele por quem vem o escândalo: quer dizer que o mal sendo sempre o mal,
aquele que serviu, sem o saber, de instrumento para a justiça divina, sendo
utilizados os seus maus instintos, nem por isso deixou de fazer o mal, e deve
ser punido. É assim, por exemplo, que um filho ingrato é uma punição ou uma
prova para o pai que o suporta, porque esse pai talvez tenha sido um mau filho,
que fez sofrer o seu pai, e agora sofre a pena de talião. Mas o filho não terá
desculpas por isso, e deverá ser castigado por sua vez, através dos seus
próprios filhos ou de outra maneira.
17 – Se tua
mão te serve de causa de escândalo, corta-a: figura enérgica, que seria absurdo
tomar-se ao pé da letra, e que significa simplesmente a necessidade de
destruirmos em nós todas as causas de escândalo, ou seja, do mal. É necessário
arrancar do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa.
Quer dizer
ainda que mais vale para o homem ter a mão cortada, do que esta ser para ele o
instrumento de uma ação má; ser privado da vista, do que os seus olhos lhe
servirem para maus pensamentos.
Jesus nada
disse de absurdo, para quem souber compreender o sentido alegórico e profundo
das suas palavras; mas muitas coisas não podem ser compreendidas, sem a chave
oferecida pelo Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
A DOENÇA DE LULU
O sol já
declinara no horizonte. Vovó Amélia, reunida aos garotos, como de costume
conversava sobre a vida.
Zezinho
comentava:
- Sabe,
Vovó, hoje dois garotos brigaram na escola, por causa de uma bola.
- Ah! Mas
isso é muito feio. Devemos sempre viver em paz com todos.
- Ora, Vovó,
eles já trazem essa rixa de muito longe e por qualquer motivo estão se
desentendendo - voltou a falar Zezinho, enquanto os outros garotos faziam sinal
de assentimento.
- Bem. Se é
assim, creio que a coisa se torna mais complicada, exigindo reparação imediata.
Lembremos o ensino de Jesus, que nos manda reconciliar com os nossos
adversários, enquanto estamos a caminho com eles. Somente assim viveremos
felizes e em paz.
- É, a
professora de religião já falou do perdão, mas não adiantou muito. Quem sabe a
senhora teria uma história sobre o perdão para nos contar. Poderíamos, então,
contar prá eles e, talvez assim, resolvessem acabar a contenda - comentou
Lívia.
- Ah! Agora
lembrei-me de uma história muito bonita e que fala sobre a lei do perdão.
Fiquem em
silêncio, que a contarei. E, após breve pausa, a Vovó, começou:
- Esta é a
história de Lulu, a lebre que morava na Floresta Alegre.
Conta-se que
outrora Lulu tinha uma grande plantação de cenouras. Ela mesma cultivava com
muito esmero, dali tirando o seu sustento e de sua família.
Todos
colaboravam na sua preservação. Tudo aconteceu quando, um dia, Lulu foi colher
cenouras para o almoço. Notou que muitas delas haviam desaparecido, não sabia
como.
Recolheu a
quantidade necessária para a refeição daquele dia e seguiu para casa de cenho
franzido. Ficara preocupada. Quem teria retirado as cenouras?
Na hora do
almoço, toda a família reunida, indagou:
- Algum de
vocês colheu cenouras, de ontem para hoje?
Responderam
negativamente.
- Pois
alguém anda surrupiando nossas cenouras e precisamos estar atentos para impedir
que isto volte a acontecer. Quem quiser cenouras, que as plante - acrescentou
Lulu, visivelmente irritada.
Todos os
seus familiares resmungaram agitados e descontentes, após suas palavras.
Resolveram
montar guarda na plantação, dali por diante. Por nenhum momento, esta deveria
ficar sem os atentos olhos de algum deles.
Os dias se
passaram. Mas, apesar da vigilância cerrada, as cenouras continuavam
desaparecendo.
Lulu quase
foi à loucura. Prometeu que ela mesma montaria guarda naquele dia, e assim o
fez.
Após muito
esperar, já quase desistira. De repente, percebeu um pé de cenoura sendo
rapidamente puxado para o interior da terra.
Correu para
ver quem era. Contudo, somente depois de mais quatro pés succionados, conseguiu
divisar o invasor responsável.
Um pequeno
filhote de lebre cavara um túnel subterrâneo e era quem estava lesando a
plantação de Lulu.
Entretanto,
Lulu não quis saber se era filhote ou adulto; partiu para cima do intruso e o
obrigou a devolver as cenouras, falando em seguida:
- Vá embora
daqui e aprenda a trabalhar.
- Mas, Senhora...-
assustado, o filhote tentava argumentar.
Lulu não o
deixou prosseguir:
- Não me
interessa o que você tenha a dizer. Só quero que abandone minha plantação,
agora mesmo.
Cabisbaixo e
triste, este afastou-se derramando uma lágrima, que Lulu não chegou a perceber.
Passaram-se
os dias sem nenhuma novidade na plantação. Lulu, porém, não havia perdoado.
Guardando a mágoa dentro de si, adoeceu e, pouco a pouco, o seu corpo
definhava, como se fosse o prelúdio de um fim próximo.
Todos já
temiam que tal pudesse acontecer, dado a fraqueza que a possuía, quando
resolveram apelar para o Dr. Corujão, na esperança de que este solucionasse a
enfermidade que a deixava abatida e em quebranto.
Às pressas,
correram a chamá-lo. Este não se fez esperar. Chegando à casa de Lulu, depois
de cumprimentar a todos, pediu para ficar a sós com a doente, a fim de
examiná-la.
Após alguns
instantes, verificando que nada tinha de anormal no funcionamento de seu
organismo, começou a conversar, no intuito de saber como tudo acontecera e
desde quando estava assim.
A enferma,
sentando-se com dificuldades, disse ao Dr. Corujão tudo o que lhe tinha
acontecido nos últimos meses.
Quando Lulu
se referiu ao incidente com o filhote de lebre, o Dr. Corujão, arqueando as
sobrancelhas, falou:
- Ah! Minha
amiga. A causa de sua doença é mágoa. Mágoa que você guardou no coração.
- Como
assim? - perguntou Lulu, sem entender.
- Então você
não sabe? A mágoa retida no coração aniquila não só as forças da alma, mas
também compromete a saúde do corpo.
- Tem
certeza? - argumentou a doente.
- Claro que
tenho. Já vi casos assim antes; e, foi só o doente perdoar a quem o tinha
ofendido para a enfermidade ceder lugar à saúde e à felicidade.
- E como
posso fazer para perdoar? Não tenho forças para tanto.
- Faça o
seguinte. Levante-se; dirija-se à plantação e colha o máximo que puder de
cenouras. Em seguida, leve-as ao seu adversário. Assim vai se sentir mais
aliviada.
- Puxa! Mas,
sequer sei onde mora o pequeno! – exclamou Lulu.
- Não se
preocupe. Eu o localizarei.
Apoiada na
asa do Dr. Corujão, Lulu dirigiu-se à plantação, colhendo as cenouras como fora
orientada.
Enquanto
isso, o Dr. Corujão saiu à procura do filhote de lebre. Informado de onde
morava, partiu em busca de Lulu.
Esta havia
colhido cenoura suficiente para alimentar uma pequena família, por vários dias.
Auxiliada
pelo Dr. Corujão, nossa amiga foi até a residência do pequeno filhote, batendo
palmas à entrada.
Logo depois
este surgiu, magro, sujo e com os olhos um tanto assustados. Confuso, falou, ao
ver Lulu:
- A senhora
é a dona das cenouras, não é? Juro que não colhi mais nada em sua plantação e,
se o fiz naqueles dias, foi porque minha mãezinha está muito doente,
impossibilitada de trabalhar. Eu não sabia o que fazer, pois não tenho pai, nem
irmãos, e preciso cuidar dela.
- Sua mãe ainda
está doente? - perguntou o Dr. Corujão.
- Está sim.
Acho que ela não resistirá por muito tempo, pois, além de muito enferma, quase
não tem se alimentado. Mal tenho conseguido algumas raízes, insuficientes para
reerguer lhe o ânimo. Em virtude de sua doença, não posso cultivar nada. Tenho
que estar constantemente ao seu lado.
Lulu começou
a chorar e, cheia de arrependimento, abraçou o pequeno filhote com tanto amor
que ficou curada de repente. A partir daquele instante cuidou não só dele, mas
de sua mãezinha, qual se fossem familiares muito queridos.
Com isso, em
breves dias a mãe do pequeno estava restabelecida, ficando para todos a lição
inesquecível do perdão das ofensas.
Desde então,
sentindo-se uma só família, viveram todos felizes, livres de mágoas e ressentimentos.
A Vovó
silenciou, após o relato, dando ensejo a que os garotos assim falassem:
- Puxa Vovó!
Achamos que se contarmos esta história para os nossos coleguinhas, eles irão se
reconciliar.
- É verdade.
Aproveitemos a oportunidade, pois, precisamos combater o ressentimento com o
amor que Jesus ensinou. Só assim, seremos realmente felizes.
Naquela
noite, com a permissão da Vovó, as crianças ficaram conversando até tarde, e
sentiam-se leves, felizes e serenas, com a lição recebida.
“Perdoai
para que Deus vos perdoe” – “Jesus”
Médium:
Samuel Nunes Magalhães – Espírito: José Renato
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