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quarta-feira, 29 de abril de 2020

PAZ


“Disse-lhes, pois, Jesus, outra vez: Paz seja convosco.” (JOÃO, 20: 21)

Muita gente inquieta, examinando o intercâmbio entre os novos discípulos do Evangelho e os desencarnados, interroga, ansiosamente, pelas possibilidades da colaboração espiritual, junto às atividades humanas.

Por que razão os emissários do invisível não proporcionam descobertas sensacionais ao mundo?

Por que não revelam os processos de cura das moléstias que desafiam a Ciência?

Como não evitam o doloroso choque entre as nações?

Tais investigadores, distanciados das noções de justiça, não compreendem que seria terrível furtar ao homem os elementos de trabalho, resgate e elevação.

Aborrecem-se, comumente, com as reiteradas e afetuosas recomendações de paz das comunicações do Além-túmulo, porque ainda não se harmonizaram com o Cristo.

Vejamos o Mestre com os discípulos, quando voltava a confortá-los, do plano espiritual. Não lhe observamos na palavra qualquer recado torturante, não estabelece a menor expressão de sensacionalismo, não se adianta em conceitos de revelação supernatural.

Jesus demonstra-lhes a sobrevivência e deseja-lhes paz.

Será isso insuficiente para a alma sincera que procura a integração com a vida mais alta? Não envolverá, em si, grande responsabilidade o fato de reconhecerdes a continuação da existência, além da morte, na certeza de que haverá exame dos compromissos individuais?

Trabalhar e sofrer constituem processos lógicos do aperfeiçoamento e da ascensão. E que atendamos a esses imperativos da Lei, com bastante paz, é o desejo amoroso e puro de Jesus Cristo.

Esforcemo-nos por entender semelhantes verdades, pois existem numerosos aprendizes aguardando os grandes sinais, como os preguiçosos que respiram à sombra, à espera do fogo fátuo do menor esforço.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 53 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

DONS


“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do Alto.” (TIAGO, 1: 17)

Certificando-se o homem de que coisa alguma possui de bom, sem que Deus lho conceda, a vida na Terra ganhará novos rumos.

Diz a sabedoria, desde a antiguidade:

— Faze de tua parte e o Senhor te ajudará.

Reconhecendo o elevado teor da exortação, somos compelidos a reconhecer que, na própria aquisição de títulos profissionais, o homem é o filho que se esforça, durante alguns anos, para que o Pai lhe confira um certificado de competência, através dos professores humanos.

Qual ocorre no patrimônio das realizações materiais, acontece no círculo das edificações do espírito.

Indiscutivelmente, toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm de Deus.

Entretanto, para recebermos o benefício, faz-se preciso “bater” à porta para que ela se nos abra, segundo a recomendação evangélica.

Queres o dom de curar? Começa amando os doentes, interessando-te pela solução de suas necessidades.

Queres o dom de ensinar? Faze-te amigo dos que ministram o conhecimento em nome do Senhor, através das obras e das palavras edificantes.

Esperas o dom da virtude? Disciplina-te.

Pretendes falar com acerto? Aprende a calar no momento oportuno.

Desejas acesso aos círculos sagrados do Cristo? Aproxima-te d’Ele, não só pela conversação elevada, mas também por atitudes de sacrifício, como foram as de sua vida.

As qualidades excelentes são dons que procedem de Deus; entretanto, cada qual tem a porta respectiva e pede uma chave diferente.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 52 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

MENINOS ESPIRITUAIS


“Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, pois é menino.” Paulo. (HEBREUS, 5: 13)

Na apreciação dos companheiros de luta, que nos integram o quadro de trabalho diário, é útil não haja choques, quando, inesperadamente, surgirem falhas e fraquezas. Antes da emissão de qualquer juízo, é conveniente conhecer o quilate dos valores espirituais em exame.

Jamais prescindamos da compreensão ante os que se desviam do caminho reto. A estrada percorrida pelo homem experiente está cheia de crianças dessa natureza. Deus cerca os passos do sábio, com as expressões da ignorância, a fim de que a sombra receba luz e para que essa mesma luz seja glorificada.

Nesse intercâmbio substancialmente divino, o ignorante aprende e o sábio cresce.

Os discípulos de Boa vontade necessitam da sincera atitude de observação e tolerância. É natural que se regozijem com o alimento rico e substancioso com que lhes é dado nutrir a alma; no entanto, não desprezem outros irmãos, cujo organismo espiritual ainda não tolera senão o leite simples dos primeiros conhecimentos.

Toda criança é frágil e ninguém deve condená-la por isso.

Se tua mente pode librar no voo mais alto, não te esqueças dos que ficaram no ninho onde nasceste e onde estiveste longo tempo, completando a plumagem.

Diante dos teus olhos deslumbrados, alonga­se o infinito. Eles estarão contigo, um dia, e, porque a união integral esteja tardando, não os abandones ao acaso, nem lhes recuses o leite que amam e de que ainda necessitam.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 51 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

A Lição do Totó


Era uma vez um menino que se chamava Juquinha.

Juquinha era muito malcriado. Gostava de brigar com os outros garotos e divertia-se em maltratar os animais.

Os garotos se defendiam, mas os pobres animais, muito dóceis e humildes, não reagiam.

Ele vivia atirando pedras nos passarinhos e destruindo seus ninhos; puxava o rabo dos gatos, batia nos cachorros e arrancava penas das galinhas.

Um horror! Ninguém gostava dele.

Sua mãe, que era uma mulher muito bondosa, condoída da sorte dos bichinhos que tinham a infelicidade de cair nas mãos do menino, tentando corrigi-lo aconselhava com carinho:

— Juquinha, meu filho! Tome cuidado. Um dia você ainda vai se arrepender! Que mal lhe fizeram esses pobres bichinhos? Eles são filhos de Deus, como nós, e merecem todo o nosso respeito e carinho.

Mas, qual nada! Juquinha sacudia os ombros, fazia uma careta e ia brincar, sem se importar com os conselhos de sua mãe.

Um dia Juquinha resolveu sair para passear com seu cachorrinho Totó.

O cãozinho ia à frente, todo satisfeito, abanando o rabo. Era tão difícil Juquinha convidá-lo para sair!

Caminhando pela rua, o menino avistou um pequeno galho que tinha caído de uma árvore. Pegou-o, fez com ele uma varinha, e começou a agitá-la no ar. Depois, tendo outra ideia, com más intenções, ameaçou Totó com a varinha, como se fosse bater nele.

O cãozinho, que vez por outra olhava para trás, viu o gesto e percebeu a intenção do garoto.

Totó, que já estava cansado dos maus tratos recebidos do seu dono, resolveu lhe dar uma lição.

Virou-se e deu uma mordida na perna do Juquinha. Uma pequena mordida, apenas para assustá-lo, dar-lhe uma lição. Mas o menino, surpreso e apavorado, começou a chorar de dor.

Com a dor que sentiu ao ser mordido pelo cão, que sempre fora seu amigo, Juquinha percebeu o que os animais sentiam quando ele os machucava.

Desse dia em diante ele tornou-se um menino bonzinho e protetor dos animais.

Célia Xavier Camargo

Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Súplica e Louvor


Senhor!. . .
Aqui estamos nós para louvar-te
e agradecer-te, de alma enternecida,
pela benção de amor com que vives conosco, em toda a parte,
por presença de luz em nossa vida.

Contigo em nós o coração descansa
E mesmo quando o dia aparece nevoento,
Eis que a Terra se faz um reino de esperança,
Uma escola de paz aos sóis do firmamento!...

Agradeço, Jesus,
Os teus olhos nos meus
Que me fazem saber, de caminho a caminho,
Que não há ser algum desprezado ou sozinho,
Que do monte mais alto ao vale mais profundo,
Todos, sem exceção, nas províncias do mundo,
Somos filhos de Deus.

Em teu discreto amparo que renova
O meu campo mental,
Aprendo hoje a ouvir todas as vozes,
Do cicio de intriga aos gritos mais ferozes,
Sem deixar-me prender às sugestões do mal!...

Com tua força em minha força
Venho apagando impulsos infelizes,
E quando o peito se me desarvora,
Conquanto sofra, sei que devo agora
Converter em trabalho as minhas próprias crises.

Ao teu poder sublime,
Escolho o verbo e o modo para o bem,
A fim de que me exprima,
Sem fazer da palavra instrumento de esgrima,
Com que venha a ferir ou condenar alguém.

Com Tuas mãos em minhas mãos,
Agradeço os amigos que me ofertas,
Para que eu possa cooperar
No auxílio aos que vão sem apoio ou sem lar,
Entre as horas de angústia e as estradas desertas!...

Não nos largues, Senhor, aos nossos próprios passos...
Olvidando-te a luz, quanta vez me perdi!...
Sem teu amor, a vida é um sonho escuro e vago,
Não me deixes a sós, nas fraquezas que trago,
Nada posso sem ti!. . .

Autora: Maria Dolores

quarta-feira, 15 de abril de 2020

106 Missão dos Espíritas


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 20 - TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA

4. Não escutais já o ruído da tempestade que há de arrebatar o velho mundo e abismar no nada o conjunto das iniqüidades terrenas? Ah! bendizei o Senhor, vós que haveis posto a vossa fé na sua soberana justiça e que, novos apóstolos da crença revelada pelas proféticas vozes superiores, ides pregar o novo dogma da reencarnação e da elevação dos Espíritos, conforme tenham cumprido, bem ou mal, suas missões e suportado suas provas terrestres.

Não mais vos assusteis! As línguas de fogo estão sobre as vossas cabeças. Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo!... Sois os escolhidos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai. Convosco estão os Espíritos elevados.

Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa voz as exorta incessantemente à abnegação.

Pregareis o desinteresse aos avaros, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos déspotas! Palavras perdidas, eu o sei; mas não importa. Faz-se mister regueis com os vossos suores o terreno onde tendes de semear, porquanto ele não frutificará e não produzirá senão sob os reiterados golpes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai!

Ó todos vós, homens de boa-fé, conscientes da vossa inferioridade em face dos mundos disseminados pelo infinito!... Lançai-vos em cruzada contra a injustiça e a iniqüidade. Ide e proscrevei esse culto do bezerro de ouro, que cada dia mais se alastra. Ide, Deus vos guia! Homens simples e ignorantes, vossas línguas se soltarão e falareis como nenhum orador fala. Ide e pregai, que as populações atentas recolherão ditosas as vossas palavras de consolação, de fraternidade, de esperança e de paz.

Que importam as emboscadas que vos armem pelo caminho! Somente lobos caem em armadilhas para lobos, porquanto o pastor saberá defender suas ovelhas das fogueiras imoladoras.

Ide, homens, que, grandes diante de Deus, mais ditosos do que Tomé, credes sem fazerdes questão de ver e aceitais os fatos da mediunidade, mesmo quando não tenhais conseguido obtê-los por vós mesmos; ide, o Espírito de Deus vos conduz.

Marcha, pois, avante, falange imponente pela tua fé! Diante de ti os grandes batalhões dos incrédulos se dissiparão, como a bruma da manhã aos primeiros raios do Sol nascente.

A fé é a virtude que desloca montanhas, disse Jesus. Todavia, mais pesados do que as maiores montanhas, jazem depositados nos corações dos homens a impureza e todos os vícios que derivam da impureza. Partí, então, cheios de coragem, para removerdes essa montanha de iniqüidades que as futuras gerações só deverão conhecer como lenda, do mesmo modo que vós, que só muito imperfeitamente conheceis os tempos que antecederam a civilização pagã.

Sim, em todos os pontos do Globo vão produzir-se as subversões morais e filosóficas; aproxima-se a hora em que a luz divina se espargirá sobre os dois mundos.

Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé. Ide; estes receberão, com hinos de gratidão e louvores a Deus, a santa consolação que lhes levareis, e baixarão a fronte, rendendo-lhe graças pelas aflições que a Terra lhes destina.

Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! o arado está pronto; a terra espera; arai!
Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que Ele vos confiou; mas, atenção! Entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram; reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade.

Pergunta. - Se, entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, quais os sinais pelos quais reconheceremos os que se acham no bom caminho?
Resposta. - Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de Sua lei; os que seguem Sua lei, esses são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e sua ambição. - Erasto, anjo da guarda do médium. (Paris, 1863).

Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

CONTA DE SI


“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Paulo (ROMANOS, 14:12)

É razoável que o homem se consagre à solução de todos os problemas alusivos à esfera que o rodeia no mundo; entretanto, é necessário saiba a espécie de contas que prestará ao Supremo Senhor, ao termo das obrigações que lhe foram cometidas.

Inquieta-se a maioria das criaturas com o destino dos outros, descuidadas de si mesmas. Homens existem que se desesperam pela impossibilidade de operar a melhoria de companheiros ou de determinadas instituições.

Todavia, a quem pertencerão, de fato, os acervos patrimoniais do mundo?

A resposta é clara, porque os senhores mais poderosos desprender-se-ão da economia planetária, entregando-a a novos operários de Deus para o serviço da evolução infinita.

O argumento, contudo, suscitará certas perguntas dos cérebros menos avisados. Se a conta reclamada refere-se ao círculo pessoal, que tem o homem a ver pelas contas de sua família, de sua casa, de sua oficina?

Cumpre-nos, então, esclarecer que os companheiros da intimidade doméstica, a posse do lar, as finalidades do agrupamento em que se trabalha, pertencem ao Supremo Senhor, mas o homem, na conta que lhe é própria, é obrigado a revelar sua linha de conduta para com a família, com a casa em que se asila, com a fonte de suas atividades comuns.

Naturalmente, ninguém responderá pelos outros; todavia, cada espírito, em relacionando o esforço que lhe compete, será compelido a esclarecer a sua qualidade de ação nos menores departamentos da realização terrestre, onde foi chamado a viver

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 50 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

105 Os Últimos Serão os Primeiros


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 20 - TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA

2. O obreiro da última hora tem direito ao salário, mas é preciso que a sua boa-vontade o haja conservado à disposição daquele que o tinha de empregar e que o seu retardamento não seja fruto da preguiça ou da má-vontade. Tem ele direito ao salário, porque desde a alvorada esperava com impaciência aquele que por fim o chamaria para o trabalho. Laborioso, apenas lhe faltava o labor.

Se, porém, se houvesse negado ao trabalho a qualquer hora do dia; se houvesse dito: "tenhamos paciência, o repouso me é agradável; quando soar a última hora é que será tempo de pensar no salário do dia; que necessidade tenho de me incomodar por um patrão a quem não conheço e não estimo! Quanto mais tarde, melhor"; esse tal, meus amigos, não teria tido o salário do obreiro, mas o da preguiça.

Que dizer, então, daquele que, em vez de apenas se conservar inativo, haja empregado as horas destinadas ao labor do dia em praticar atos culposos; que haja blasfemado de Deus, derramado o sangue de seus irmãos, lançado a perturbação nas famílias, arruinado os que nele confiaram, abusado da inocência, que, enfim, se haja cevado em todas as ignomínias da Humanidade? Que será desse? Bastar-lhe-á dizer à última hora: Senhor, empreguei mal o meu tempo; toma-me até ao fim do dia, para que eu execute um pouco, embora bem pouco, da minha tarefa, e dá-me o salário do trabalhador de boa vontade? Não, não; o Senhor lhe dirá: "Não tenho presentemente trabalho para te dar; malbarataste o teu tempo; esqueceste o que havias aprendido; já não sabes trabalhar na minha vinha. Recomeça, portanto, a aprender, quando te achares mais bem disposto, vem ter comigo e eu te franquearei o meu vasto campo, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia.

Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! Eis-vos no momento de embolsar o salário; empregai bem a hora que vos resta e não esqueçais nunca que a vossa existência, por longa que vos pareça, mais não é do que um instante fugitivo na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade. - Constantino, Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.)
3. Jesus gostava da simplicidade dos símbolos e, na sua linguagem máscula, os obreiros que chegaram na primeira hora são os profetas, Moisés e todos os iniciadores que marcaram as etapas do progresso, as quais continuaram a ser assinaladas através dos séculos pelos apóstolos, pelos mártires, pelos Pais da Igreja, pelos sábios, pelos filósofos e, finalmente, pelos espíritas. Estes, que por último vieram, foram anunciados e preditos desde a aurora do advento do Messias e receberão a mesma recompensa. Que digo? recompensa maior.

Últimos chegados, eles aproveitam dos labores intelectuais dos seus predecessores, porque o homem tem de herdar do homem e porque coletivos são os trabalhos humanos: Deus abençoa a solidariedade. Aliás, muitos dentre aqueles revivem hoje, ou reviverão amanhã, para terminarem a obra que começaram outrora. Mais de um patriarca, mais de um profeta, mais de um discípulo do Cristo, mais de um propagador da fé cristã se encontram no meio deles, porém, mais esclarecidos, mais adiantados, trabalhando, não já na base e sim na cumeeira do edifício. Receberão, pois, salário proporcionado ao valor da obra.

O belo dogma da reencarnação eterniza e precisa a filiação espiritual. Chamado a prestar contas do seu mandato terreno, o Espírito se apercebe da continuidade da tarefa interrompida, mas sempre retomada. Ele vê, sente que apanhou, de passagem, o pensamento dos que o precederam. Entra de novo na liça, amadurecido pela experiência, para avançar mais. E todos, trabalhadores da primeira e da última hora, com os olhos bem abertos sobre a profunda justiça de Deus, não mais murmuram: adoram.

Tal um dos verdadeiros sentidos desta parábola, que encerra, como todas as de que Jesus se utilizou falando ao povo, o gérmen do futuro e também, sob todas as formas, sob todas as imagens, a revelação da magnífica unidade que harmoniza todas as coisas no Universo, da solidariedade que liga todos os seres presentes ao passado e ao futuro. - Henri Heine. (Paris, 1863.)
Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

FRED O GAROTINHO FEIO


Era uma vez um garotinho que se chamava Frederico, mas todos o conheciam como Fred. Ele era o caçula de nove irmãos. Mas Fred era diferente, ele era feio, muito feio. O coitado tinha as pernas e braços tortos, o rosto esquisito, parecia um monstrinho.

Os irmãos não brincavam muito com ele, porque Fred era muito lento e desengonçado. Não conseguia correr, pular, jogar bola como os outros. Alguns até riam dele e debochavam do seu jeito de andar.

Não adiantava muito as recriminações de seus pais, que sempre diziam:

- Não façam isso, ele é uma criança como vocês.

Nem na escola ele ia, porque nenhum colégio queria aceitar um menino tão feio e esquisito, para não espantar os outros alunos.

Tinha que aprender tudo em casa mesmo, com sua mãe.

Fred quase não saia de casa. Os olhares das pessoas às ferem mais do que as palavras. Todos pareciam achar que a feiura de Fred era contagiosa. Os vizinhos não brincavam com ele, porque suas mães não deixavam.

Como sofria aquele garotinho. Sofria e chorava pelos cantos da casa ou nos braços de sua mãe. E os dois choravam juntos...

- Como os seres humanos podem ser tão desumanos? - pensavam – Quando começarão a ver os deficientes como pessoas normais, que lutam pelo seu espaço? Choram, sofrem e amam como todos nós?

E o tempo foi passando. Ele foi crescendo, sua aparência foi piorando, mas em compensação ele foi ficando mais bonito por dentro.

Ele conseguia escrever poemas cheios de ternura e amor, pintar lindamente mesmo com seus braços defeituosos e mãos tortas. Era amigo de todos, amava a vida, tratava a todos com carinho e atenção.

Sempre quando algum irmão seu tinha problemas, ia à sua procura para desabafar. Ele escutava com atenção e procurava ajudar.

- Esse Fred é um amigão - diziam.

E ajudava a todos que batiam à sua porta, com seu jeito especial.

Até os vizinhos agora gostavam dele....

Fred não ficava mais só em casa, porque as pessoas começaram a vê-lo de maneira diferente.

- Fred não é feio, é lindo - pensavam.

- Quem dera se todos fossem iguais a ele, esse mundo seria tão diferente...

Mas, um dia...

Um dia ele acordou sentindo muita dor, seus pais preocupados chamaram o médico.

- O que será que está acontecendo?

- Será que é grave? - pensavam.

A doença era grave.

Foi uma tristeza geral.

Ele que sempre cuidou de todos com carinho e atenção agora necessitava de cuidados.

Fred, sempre sorrindo, não deixava que ninguém percebesse a gravidade de seu problema, a intensidade de suas dores.

- Oh Deus! Que eu tenha forças para suportar esse sofrimento até o fim... e, Senhor, cuide de todos por mim. Agora que não posso mais.

- Orava em seu quartinho.

Suportou até o fim, sem se queixar ou lamentar.

Deixou muitas saudades...

Saudades daquele garotinho feio, tão desprezado, mas que com o passar do tempo, amado por todos.

Um patinho feio por fora, que por dentro, se transformou num lindo cisne.

UM CISNE DE BONDADE, AMOR E LUZ, QUE TODOS NÓS PODEREMOS SER. BASTA QUERER.

QUERER COM O CORAÇÃO E FAZER COM AMOR.

Quem sabe, um dia... seremos todos cisnes?

Autora Luciana - Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Paz e Amor


Escuta, coração!
Se buscas atingir a vitória do bem,
Se desejas que a paz se te instale nas horas,
O programa é servir sem desprezar ninguém...

Contempla a terra em derredor
E reconhecerás com nitidez
Que sem base de ação e tolerância,
Nada de bom se fez!

O chão que suportou enxada e golpe
É sempre aquele chão
Onde a vida se dá e depois se retoma,
Em láureas de verdura e tesouros de pão...

A fonte que te ampara não se oculta,
Em descanso vulgar,
É aquela que não teme pedra e lodo
E cede apoio ao rio à procura do mar.

Observa mais longe:
No anseio de progresso a que o tempo te induz,
Sem força ou combustível que se gastam,
Pereceria a Terra, ante a morte da luz.

Se sonhas mundo novo, serve e segue,
Não pares, nem te deixes combalir,
O trabalho presente aproveita o passado
Para tornar mais alta a bênção do porvir!...

Não te prendas à sombra da tristeza,
Nem te entregues à queixa amarga e vã.
Auxilia, perdoa e releva hoje
E encontrarás mais bela a vida de amanhã!...

Examina conosco, alma querida:
Seja onde seja e seja com quem for,
Deus, em tudo, é a presença da bondade
Que a tudo envolve e guarda, em cascatas de amor.

Autora: Maria Dolores

quarta-feira, 1 de abril de 2020

NOVA BIOGRAFIA


Hoje foi postada a biografia do mês de Abril de 2020 na coluna "Grandes Nomes do Espiritismo" em homenagem a IVAN DUTRA.