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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 20 - TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA

Os Obreiros do Senhor

5. Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade.

Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado.

Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: "Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra", porquanto o Senhor lhes dirá: "Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!"

Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão! Clamarão: "Graça! graça!" O Senhor, porém, lhes dirá: "Como implorais graças, vós que não tivestes piedade dos vossos irmãos e que vos negastes a estender-lhes as mãos, que esmagastes o fraco, em vez de o amparardes? Como suplicais graças, vós que buscastes a vossa recompensa nos gozos da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebestes a vossa recompensa, tal qual a quisestes. Nada mais vos cabe pedir; as recompensas celestes são para os que não tenham buscado as recompensas da Terra."

Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo.

Cumprir-se-ão estas palavras: "Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus." - O Espírito de Verdade. (Paris, 1862.)
Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

AMOR E AUXÍLIO

Rolava a conversação em torno de proteção espiritual, quando Jonaquim, respeitado mentor de comunicabilidades cristãs, narrou com a voz aquecida de bondade e sabedoria:

- Ouvi de um instrutor amigo que Mardônio Tércio, convertido ao Cristianismo, nos primeiros dias do Evangelho em Roma, se fêz um discípulo tão valioso e humilde do Senhor que, para logo, teve o seu nome abençoado nos Céus. Patrício de enorme fortuna, desde muito cedo abandonado pela mulher que demandara Cartago para uma vida independente, Mardônio, assim que penetrou a essência da doutrina do Cristo, dividiu todos os bens com o filho único, Marcos Lício, e entregou-se à caridade e à renovação. Instrumento fiel do bem, abria os ouvidos a todos os apelos edificantes, fossem dos mensageiros de Jesus que lhe solicitavam a execução de tarefas benemerentes ou dos irmãos encarnados nos mais baixos degraus da penúria. Fizera-se espontaneamente o apoio das viúvas desamparadas e o tutor afetuoso dos órfãos. Além, disso, mantinha horários, cada dia, para o serviço de assistência direta aos doentes e sofredores, administrando-lhes alimento e socorro com as próprias mãos

Ao contrário do pai, o jovem Marcos se chafurdou em absurda viciação. Aos trinta de idade, parecia um flagelo ambulante. Distinguindo-se entre as forças do ouro e do poder, não vacilava em abusar das regalias que desfrutava para manter-se no banditismo dourado que os privilégios sociais tanta vez conservam impune.

Dois caminhos tão diferentes produziram, em conseqüência, duas posições diametralmente opostas no Mundo Espiritual. Sobrevindo a morte, Mardônio cresceu em tamanho merecimento que foi elevado à esfera do Cristo, acessível aos servidores que pudessem colaborar com ele, o Senhor, nos dias mais torturados do Evangelho nascente.

Marcos, porém, arrojou-se a escuro antro das zonas inferiores, onde, conquanto afeito à revolta e à perversão, qual se trouxesse a consciência revestida em grossa carapaça de insensibilidade.

O genitor, convertido em apóstolo da abnegação, visitava o filho, no vale tenebroso a que se chumbava, sem que o filho, cego de espírito, lhe assinalasse a presença; e tanto se condoeu daquele com quem partilhara o afeto e o sangue que, certo feita, num rasgo de apaixonado amor pelo rebento querido, suplicou ao Senhor permissão para levá-lo consigo para as Alturas, a fim de assisti-lo de mais perto.

Jesus sorriu compreensivo e aquiesceu, diante da ternura ingênua do devotado cooperador, e, antes que amigos experientes lhe administrassem avisos, lá se foi Mardônio para a cava sombria, onde o filho se embriagava de loucura e ilusão... Renteando com Marcos, positivamente distante de qualquer noção de responsabilidade, aplicou-lhe passes magnéticos, anestisiou-lhe os sentidos e, tão logo o beneficiado cedeu ao repouso, colocou-o enternecidamente nos ombros, à feição de carga preciosa, e, com imensos cuidados, transportou-o para os Céus...

Instalado num dos sítios mais singelos do Plano Superior, o recém-chegado, porém, usufruía luz mais radiante que a do dia terrestre, e, tão depressa acordou sob o encantamento paternal, ao ver-se coberto de fluidos repugnantes que lhe davam a impressão de ser um doente empastado de lama enquistada. Marcos se confrontou com os circunstantes, que se moviam em corpos tênues e luminosos, e passou a gritar impropérios e insultos. Ao pai que intentou reconfortá-lo, procurou esbofetear sem misericórdia, afirmando que não pedira e nem desejara a mudança. Exortado a respeitar o nome e a casa do Senhor, injuriou o ambiente com palavras e idéias de zombaria e ingratidão. Parecia uma fera desatrelada, buscando enlamear uma fonte de luz. Interferiram amigos e o rebelado caiu de novo em prostração, sob hipnose benéfica...

Jonaquim fêz novo intervalo, e, porque se interrompera em apontamento culminante da historia, um dos companheiros interrompeu:

- E daí? Mardônio se viu coibido de amparar o filho a quem amava?

O instrutor explicou:

- Sim, meus amigos, Mardônio acabou compreendendo que nem Deus violenta filho algum, em nome do bem, e que o bem jamais foge à paciência, a fim de ajudar...

Por isso, reconduziu Marcos ao antro de onde o arrancara e, sem nada perder em ternura e esperança, até que o filho quisesse ou pudesse de lá sair para novos passos no caminho da evolução, o ex-patrício, por noventa e dois anos consecutivos, desceu diàriamente ao vale das trevas, oferecendo ao filho, de cada vez, a bênção de uma prece, uma frase esclarecedora e um naco de pão.

- Mas, isso não é o mesmo que acentuar a impraticabilidade do socorro? – aventou um dos presentes. – Não seria mais justo relegar o necessitado ao próprio destino para que ele mesmo cogitasse de si?

Jonaquim sorriu expressivamente e rematou:

- Não temos o direito de pôr em dúvida o poder e a eficiência da lei de auxílio. A renovação conseguida por noventa e dois anos de devotamento talvez custasse, sem eles, noventa e dois séculos. O amor, para auxiliar, aprende a repetir.

Livro: Cartas e Crônicas – Médium: Chico Xavier - Espírito: Irmão X.
Fonte da imagem: Internet Google.

sábado, 25 de agosto de 2012

CARTA A UMA AMIGA

QUANDO A VIDA PASSA BELA E
IMPÁVIDA TORNA A ALMA ÁVIDA
DE LUZ E ESPLENDOR
PORÉM, SE É ESCASSA A BELEZA
DE TAL VIDA,
A DEMORA É MAIS SOFRIDA.
NÃO HÁ VIDA SEM AMOR.

A FORÇA, COM O TEMPO, SE ESVAI...
A FLOR DA VIDA, MURCHA E
PERDE O PERFUME
A LUZ DA ALMA, PORÉM, SE
SOBRESSAI...SE ELEVA E
AUMENTA O SEU LUME .

QUE A SUA LUZ, MINHA AMIGA,
NÃO SE APAGUE
E NÃO ACABE O SEU BRILHO,
O SEU VIGOR. NÃO SE ORGULHE,
NÃO DESFAÇA, NÃO SE GABE
POIS NÃO SE SABE ATÉ ONDE
VAI O AMOR.

SE PORVENTURA, A MÁGOA
LHE ENTORPECE
ORE E SE APRESSE EM ESQUECER
O SEU RANCOR
E EM SUA PRECE MOSTRE QUE JÁ RECONHECE QUE QUEM PERDÔA,
JÁ CONHECE O AMOR.

Poesia inspirada a Roberto Ferreira, do Grupo Vocal União & Harmonia.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

TESTE

"Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti." (Marcos, 5:19.)

A exortação de Cristo ao obsidiado, restituído ao próprio equilíbrio, dá que pensar.

Jesus, inicialmente, não lhe permite acompanhá-lo, no apostolado das Boas Novas, alardeando, de público, a alegria de que se vê possuído. Ao invés de júbilos antecipados, recomenda-lhe o retorno ao ambiente caseiro, para revelar aos familiares os benefícios de que se fizera depositário, ante a Providência Divina.

Indiscutivelmente, com semelhante lição, impele-nos o Senhor a reconhecer que é no circulo mais íntimo, seja no lar ou na profissão, que nos cabe patentear a solidez das virtudes adquiridas.

Isso porque anunciar princípios superiores, através da aplicação prática à renovação e ao aperfeiçoamento que nos impõem diante daqueles que nos conhecem as deficiências e falhas, é a fórmula verdadeira de testar a nossa capacidade de veiculá-los, com êxito, em plano mais vasto e mais elevado.

A indicação não deixa dúvidas.

Se já nos aproximamos do Cristo, assimilando-lhes as mensagens de vida eterna, procuremos comunicá-las, pelo idioma do exemplo, primeiramente aos nossos, aos que nos compartilham as maneiras e os hábitos, as dificuldades e as alegrias.

Se aprovados na escola doméstica, onde somos mais rigorosamente policiados, quanto ao aproveitamento real dos ensinamentos nobilitantes que admitimos e apregoamos, decerto que nos acharemos francamente habilitados para o testemunho do Senhor, junto da Humanidade, nossa família maior.

Livro: Palavras de Vida Eterna, lição 168 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 20 - TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA

Os Últimos Serão os Primeiros

2. O obreiro da última hora tem direito ao salário, mas é preciso que a sua boa-vontade o haja conservado à disposição daquele que o tinha de empregar e que o seu retardamento não seja fruto da preguiça ou da má-vontade. Tem ele direito ao salário, porque desde a alvorada esperava com impaciência aquele que por fim o chamaria para o trabalho. Laborioso, apenas lhe faltava o labor.

Se, porém, se houvesse negado ao trabalho a qualquer hora do dia; se houvesse dito: "tenhamos paciência, o repouso me é agradável; quando soar a última hora é que será tempo de pensar no salário do dia; que necessidade tenho de me incomodar por um patrão a quem não conheço e não estimo! Quanto mais tarde, melhor"; esse tal, meus amigos, não teria tido o salário do obreiro, mas o da preguiça.

Que dizer, então, daquele que, em vez de apenas se conservar inativo, haja empregado as horas destinadas ao labor do dia em praticar atos culposos; que haja blasfemado de Deus, derramado o sangue de seus irmãos, lançado a perturbação nas famílias, arruinado os que nele confiaram, abusado da inocência, que, enfim, se haja cevado em todas as ignomínias da Humanidade? Que será desse? Bastar-lhe-á dizer à última hora: Senhor, empreguei mal o meu tempo; toma-me até ao fim do dia, para que eu execute um pouco, embora bem pouco, da minha tarefa, e dá-me o salário do trabalhador de boa vontade? Não, não; o Senhor lhe dirá: "Não tenho presentemente trabalho para te dar; malbarataste o teu tempo; esqueceste o que havias aprendido; já não sabes trabalhar na minha vinha. Recomeça, portanto, a aprender, quando te achares mais bem disposto, vem ter comigo e eu te franquearei o meu vasto campo, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia.

Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! Eis-vos no momento de embolsar o salário; empregai bem a hora que vos resta e não esqueçais nunca que a vossa existência, por longa que vos pareça, mais não é do que um instante fugitivo na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade. - Constantino, Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.)
3. Jesus gostava da simplicidade dos símbolos e, na sua linguagem máscula, os obreiros que chegaram na primeira hora são os profetas, Moisés e todos os iniciadores que marcaram as etapas do progresso, as quais continuaram a ser assinaladas através dos séculos pelos apóstolos, pelos mártires, pelos Pais da Igreja, pelos sábios, pelos filósofos e, finalmente, pelos espíritas. Estes, que por último vieram, foram anunciados e preditos desde a aurora do advento do Messias e receberão a mesma recompensa. Que digo? recompensa maior.

Últimos chegados, eles aproveitam dos labores intelectuais dos seus predecessores, porque o homem tem de herdar do homem e porque coletivos são os trabalhos humanos: Deus abençoa a solidariedade. Aliás, muitos dentre aqueles revivem hoje, ou reviverão amanhã, para terminarem a obra que começaram outrora. Mais de um patriarca, mais de um profeta, mais de um discípulo do Cristo, mais de um propagador da fé cristã se encontram no meio deles, porém, mais esclarecidos, mais adiantados, trabalhando, não já na base e sim na cumeeira do edifício. Receberão, pois, salário proporcionado ao valor da obra.

O belo dogma da reencarnação eterniza e precisa a filiação espiritual. Chamado a prestar contas do seu mandato terreno, o Espírito se apercebe da continuidade da tarefa interrompida, mas sempre retomada. Ele vê, sente que apanhou, de passagem, o pensamento dos que o precederam. Entra de novo na liça, amadurecido pela experiência, para avançar mais. E todos, trabalhadores da primeira e da última hora, com os olhos bem abertos sobre a profunda justiça de Deus, não mais murmuram: adoram.

Tal um dos verdadeiros sentidos desta parábola, que encerra, como todas as de que Jesus se utilizou falando ao povo, o gérmen do futuro e também, sob todas as formas, sob todas as imagens, a revelação da magnífica unidade que harmoniza todas as coisas no Universo, da solidariedade que liga todos os seres presentes ao passado e ao futuro. - Henri Heine. (Paris, 1863.)
Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

NO ROTEIRO DA FÉ

"Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me." Jesus.

O aviso do Senhor é insofismável.

"Siga-me" - diz o Mestre.

Entretanto, há muita gente a lamentar-se de fracassos e desilusões, em matéria de fé, nas escolas do Cristianismo, por não Lhe acatarem o conselho.

Buscam Jesus, fazendo a idolatria em derredor de seus intermediários humanos e, como toda criatura terrestre, os intermediários humanos do Evangelho não podem substituir o Cristo, junto à sede das almas.

Aqui, é o padre católico, caridoso e sincero, contudo, incapaz de oferecer a santidade perfeita.

Ali, é o pastor da Igreja Reformada, atento e nobre, mas inabilitado à demonstração de todas as virtudes.

Acolá, é o médium espírita, abnegado e diligente, todavia distante da própria sublimação.

Mais além, surgem doutrinadores e comentaristas, companheiros e parentes, afeiçoados ao estudo e excelentes amigos, mas ainda longe da integração com o Benfeitor Eterno.

E quase sempre aqueles que o acompanham, na suposição de buscarem o Cristo, ante os mínimos erros a que se arrojam, por força da invigilância ou inexperiência, retiram-se, apressados, do serviço espiritual, alegando desapontamento e amargura.

O convite do Senhor, no entanto, não deixa margem à dúvida.

Não desconhecia Jesus que todos nós, os Espíritos encarnados ou desencarnados que suspiramos pela comunhão com Ele, somos portadores de cicatrizes e aflições, dívidas e defeitos, muitas vezes escabrosos. Daí o recomendar-nos: - "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me".

Se te dispõe, desse modo, a encontrar o Senhor para a edificação da tua felicidade, renuncia com desassombro às bagatelas da estrada, suporta corajosamente as conseqüências dos teus atos de ontem e de hoje e procura Jesus por Divino Modelo.

Não olvides que há muita diferença entre seguir o Cristo e seguir os cristãos.

Livro: Palavras de Vida Eterna, lição 15 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

domingo, 19 de agosto de 2012

A PETIÇÃO DE JESUS

... E Jesus, retido por deveres constrangedores, junto da multidão, em Cafarnaum, falou a Simão, num gesto de bênção:

- Vai, Pedro! Peço-te! ... Vai à casa de Jeremias, o curtidor, para ajudar. Sara, a filha dele, prostrada no leito, tem a cabeça conturbada e o corpo abatido. Vai sem delonga, ora ao lado dela, e o Pai, a quem rogamos apoio, socorrerá a doente por tuas mãos.

Na manhã ensolarada, pôs-se o discípulo em marcha, entusiasmado e sorridente com a perspectiva de servir. À tarde, quando o sol cedia as últimas posições à sombra noturna, vinha de retorno enunciando inquietação e pesar no rosto áspero.

- Ah! Senhor! - disse ao Mestre que lhe escutava os apontamentos - todo esforço baldado, tudo em vão! ...

- Como assim?

E o apóstolo explicou amargamente, qual se fora um odre de fel a derramar-se:

- A casa de Jeremias é um antro de perdição... Antes fosse um pasto selvagem. O abastado curtidor é um homem que ajuntou dinheiro, a fim de corromper-se. De entrada, dei com ele bebericando vinho num paiol, a cuja porta bati, na esperança de obter informações para demandar o recinto doméstico. Não parecia um patriarca e sim um gozador desavergonhado. Sentava-se na palha de trigo e, de momento a momento, colava os lábios ao gargalo de pesada botelha, desferindo gargalhadas, ao pé de serva bonita e jovem, que se refestelava no chão, positivamente embriagada...

Ao receber-me, começou perguntando quantos piolhos trago à cabeça e acabou mandando-me ao primogênito... Saí à procura de Zoar, o filho mais idoso, e o achei, enfurecido, no jogo de dados em que perdia largas somas para conhecido traficante de Jope. Acolheu-me aos berros, explicando que a sorte da irmã não lhe despertava o menor interesse...

Por fim, expulsou-me aos coices, dando a idéia de uma besta-fera solta no campo. Afastava-me, apressado, quando esbarrei com a dona da casa. Dei-lhe a razão de minha presença; contudo, antes de atender-me, passou a espancar esquelética menina, alegando que a criança lhe havia surrupiado um figo, enquanto a pequena chorosa tentava esclarecer que a fruta havia sido devorada por galos de estimação...

Somente após ensangüentar a vítima, resolveu a megera designar o aposento em que poderia avistar-me com a filha enferma...

Ante o olhar melancólico do ouvinte, o discípulo prosseguiu:

- A dificuldade, porém, não ficou nisso... Visivelmente transtornada por bagatela, a velha sovina errou na indicação, pois entrei numa alcova estreita, onde fui defrontado por Josué, o filho mais moço do curtidor, que mergulhava a mão num cofre de jóias.

Desagradavelmente surpreendido, fêz-se amarelo de raiva, acreditando decerto que eu não passava de alguém a serviço da família, a fim de espionar-lhe os movimentos. Quando ergueu o braço para esmurrar-me, supliquei-lhe considerasse a minha situação de visitante em missão de paz e socorro fraterno. Embora contrafeito, conduzindo-me ao quarto da irmã...

Ah! Mestre, que tremenda desilusão. Não duvido de que se trata de uma doente, mas, logo me viu, a estranha criatura se tornou inconveniente, articulando gestos indecorosos e pronunciando frases indignas... Não agüentei mais... Fugi, horrorizado, e regressei pelo mesmo caminho.

Observando que o Amigo Sublime se resguardava, triste e silencioso, volveu Simão, após comprido intervalo:

- Senhor, não fui, acaso, bastante claro? Porventura, não terei procurado cumprir-te honestamente os desejos? Seria justo, Mestre, pronunciar o nome de Deus, ali, entre vícios e deboche, avareza e obscenidade?

Jesus, porém, depois de fitar longamente o céu, a inflamar-se de lumes distantes, fixou no companheiro o olhar profundamente lúcido e exclamou com serenidade:

- Pedro, conheço Jeremias, a esposa e os filhos, há muito tempo...

Quando te incumbi de ir ao encontro deles, apenas te pedi para auxiliar!

Livro: Cartas e Crônicas – Médium: Chico Xavier – Espírito: Irmão X.
Fonte da imagem: Internet Google.

sábado, 18 de agosto de 2012

Ninguém Se Perderá

Quando estou envolto em pensamentos edificantes
posso sentir a cada instante
minha vida melhorar.
Não me refiro ao aspecto financeiro
pois nem todo dinheiro
pode a paz de Espírito comprar.

Sei que todas mortificações pelas quais
passo, são merecidas
Tendo em vista que manchei minha
estrada, na ânsia da subida,
provocando a desdita de muitos
companheiros de jornada.

Hoje, respaldado nas luzes espargidas
do Evangelho de Jesus,
sigo firme carregando minha cruz
para redenção de minha alma,
que por muito tempo caminha por este
mundo de trevas e sombras,
completamente equivocada.

Neste momento, ás lágrimas que
derramo lavam-me a alma, e dão-me a
certeza do cumprimento da promessa
do Mestre Jesus, de que nenhuma de
Suas ovelhas se perderá.

Autor: João Prezado


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 20 - TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA

Os Trabalhadores da Última Hora

1. O reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu de madrugada, a fim de assalariar trabalhadores para a sua vinha.

Tendo convencionado com os trabalhadores que pagaria um denário a cada um por dia, mandou-os para a vinha.

Saiu de novo à terceira hora do dia e, vendo outros que se conservavam na praça sem fazer coisa alguma, - disse-lhes: Ide também vós outros para a minha vinha e vos pagarei o que for razoável. Eles foram.

Saiu novamente à hora sexta e à hora nona do dia e fez o mesmo.

Saindo mais uma vez à hora undécima, encontrou ainda outros que estavam desocupados, aos quais disse: Por que permaneceis aí o dia inteiro sem trabalhar? - É, disseram eles, que ninguém nos assalariou. Ele então lhes disse: Ide vós também para a minha vinha.

Ao cair da tarde disse o dono da vinha àquele que cuidava dos seus negócios: Chama os trabalhadores e paga-lhes, começando pelos últimos e indo até aos primeiros. Aproximando-se então os que só à undécima hora haviam chegado, receberam um denário cada um.

Vindo a seu turno os que tinham sido encontrados em primeiro lugar, julgaram que iam receber mais; porém, receberam apenas um denário cada um. Recebendo-o, queixaram-se ao pai de família, dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora e lhes dás tanto quanto a nós que suportamos o peso do dia e do calor...

Mas, respondendo, disse o dono da vinha a um deles: Meu amigo, não te causo dano algum; não convencionaste comigo receber um denário pelo teu dia? Toma o que te pertence e vai-te; apraz-me a mim dar a este último tanto quanto a ti. - Não me é então lícito fazer o que quero? Tens mau olho, porque sou bom?

Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos, porque muitos são os chamados e poucos os escolhidos. (S. MATEUS, cap. XX, vv. 1 a 16.

Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

ESFORÇO E ORAÇÃO

“E, despedida a multidão, subiu ao monte a fim de orar, à parte.
E, chegada já a tarde, estava ali só.” – (MATEUS, 14:23.)

De vez em quando, surgem grupos religiosos que preconizam o absoluto retiro das lutas humanas para os serviços da oração.

Nesse particular, entretanto, o Mestre é sempre a fonte dos ensinamentos vivos. O trabalho e a prece são duas características de sua atividade divina.

Jesus nunca se encerrou a distancia das criaturas, com o fim de permanecer em contemplação absoluta dos quadros divinos que lhe iluminavam o coração, mas também cultivou a prece em sua altura celestial.

Despedida a multidão, terminado o esforço diário, estabelecia a pausa necessária para meditar, à parte, comungando com o Pai, na oração solitária e sublime.

Se alguém permanece na Terra, é com o objetivo de alcançar um ponto mais alto, nas expressões evolutivas, pelo trabalho que foi convocado a fazer. E, pela oração, o homem recebe de Deus o auxílio indispensável à santificação da tarefa.

Esforço e prece completam-se no todo da atividade espiritual.

A criatura que apenas trabalhasse, sem método e sem descanso, acabaria desesperada, em horrível secura do coração; aquela que apenas se mantivesse genuflexa estaria ameaçada de sucumbir pela paralisia e ociosidade.

Cuida de teus deveres porque para isso permaneces no mundo, mas nunca te esqueças desse monte, localizado em teus sentimentos mais nobres, a fim de orares, “à parte”, recordando o Senhor

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 6 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

RENOVA-TE SEMPRE

“Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova, dia a dia.” — Paulo (II Coríntios, 4:16)

Cada dia tem a sua lição.

Cada experiência deixa o valor que lhe corresponde.

Cada problema obedece a determinado objetivo.

Há criaturas que, torturadas por temores contraproducentes, proclamam a inconformação que as possui à frente da enfermidade ou da pobreza, da desilusão ou da velhice.

Não faltam, no quadro da luta cotidiana, os que fogem espetacularmente dos deveres que lhes cabem, procurando, na desistência do bom combate e no gradual acordo com a morte, a paz que não podem encontrar.

Lembra-te de que as civilizações se sucedem no mundo, há milhares de anos, e que os homens, por mais felizes e por mais poderosos, foram constrangidos à perda do veículo de carne para acerto de contas morais com a eternidade.

Ainda que a prova te pareça invencível ou que a dor se te afigure insuperável, não te retires da posição de lidador, em que a Providência Divina te colocou.

Recorda que amanhã o dia voltará ao teu campo de trabalho.

Permanece firme, no teu setor de serviço, educando o pensamento na aceitação da Vontade de Deus.

A moléstia pode ser uma intimação transitória e salutar da Justiça Celeste.

A escassez de recursos terrestres é sempre um obstáculo educativo.

O desapontamento recebido com fervorosa coragem é trabalho de seleção do Senhor, em nosso benefício.

A senectude do corpo físico é fixação da sabedoria para a felicidade eterna.

Sê otimista e diligente no bem, entre a confiança e a alegria, porque, enquanto o envoltório de carne se corrompe pouco a pouco, a alma imperecível se renova, de momento a momento, para a vida imortal.

Livro: Fonte Viva, lição 141 – Médium: Chico Xavier - Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

sábado, 11 de agosto de 2012

Viva a Vida

A vida é uma oportunidade, aproveite-a...

A vida é beleza, admire-a...

A vida é felicidade, deguste-a...

A vida é um sonho, torne-o realidade...

A vida é um desafio, enfrente-o...

A vida é um dever, cumpra-o...

A vida é um jogo, jogue-o...

A vida é preciosa, cuide dela...

A vida é uma riqueza, conserve-a...

A vida é amor, goze-o...

A vida é um mistério, descubra-o...

A vida é promessa, cumpra-a...

A vida é tristeza, supere-a...

A vida é um hino, cante-o...

A vida é uma luta, aceite-a...

A vida é aventura, arrisque-a...

A vida é alegria, mereça-a...

A vida é vida, defenda-a...

Madre Teresa de Calcutá

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

NO BEM DE TODOS

“Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes, porque ele disse: “não te deixarei, nem te desampararei.” – Paulo. (HEBREUS, 13:5.)

Encarna-se e reencarna-se o Espírito na Terra, a fim de aperfeiçoar-se no rumo das Estâncias Superiores do Universo.

Não te encarceres, assim, nos tormentos do supérfluo que a avareza retém, como sendo recurso indispensável à vida, na cegueira com que inventa fantasiosas necessidades.

O dono do pomar não comerá dos frutos senão a quota compatível com os recursos do estômago.

O atacadista de algodão vestirá uma camisa de cada vez.

Entretanto, o cultivador e o negociante serão abençoados nos Céus se libertam os valores que administram, em louvor do trabalho que dignifica, da educação que eleva, da beneficência que restaura ou da fraternidade que sublima.

Atendamos aos deveres que as circunstâncias nos atribuem, acalentando ideais de melhoria, mas aprendamos a contentar-nos com o que temos, sem ambicionar o que não possuímos, em matéria de aquisições passageiras, a fim de conquistarmos, sem atritos desnecessários, os talentos que nos faltam.

Ainda não se viu homem no mundo, cercado de tesouros infrutíferos, que se livrasse, tão-somente por isso, das leis que regem o sofrimento e a enfermidade, a velhice e a morte.

Respeitemos os princípios divinos do bem para todos.

Confiemos, trabalhando.

Caminhemos, servindo.

“Não te deixarei, nem te desampararei” – disse-nos o Senhor.

Sim, o Senhor jamais nos deixará, nem nos desamparará, mas, se não queremos experiências dolorosas, espera naturalmente que não nos releguemos à ilusão, nem lhe desprezemos a companhia.

Livro: Palavras de Vida Eterna, lição 142 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 19 - A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS

A Fé Religiosa. Condição da Fé Inabalável

6. Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega.

Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz da razão. Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade; preconizar alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão.

7. Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta alegar muita gente que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Não; ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários.

Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe, ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la. Tende, pois, como certo que os que dizem: "Nada de melhor desejamos do que crer, mas não o podemos", apenas de lábios o dizem e não do íntimo, porquanto, ao dizerem isso, tapam os ouvidos. As provas, no entanto, chovem-lhes ao derredor; por que fogem de observá-las? Da parte de uns, há descaso; da de outros, o temor de serem forçados a mudar de hábitos; da parte da maioria, há o orgulho, negando-se a reconhecer a existência de uma força superior, porque teria de curvar-se diante dela.

Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, sinal não menos evidente de naturezas retardatárias. As primeiras já creram e compreenderam; trazem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação feita; as segundas tudo têm de aprender: estão com a educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra.

A resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele do que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século (1), tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número dos incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio.

É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo, e dela é que se pode, com verdade, dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida.

A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra. Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.

A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encontra oposição sistemática e interessada.

(1) Kardec escreveu essas palavras no século XIX. Hoje, o espírito humano tornou-se ainda mais exigente: a fé cega está abandonada; reina descrença nas Igrejas que a impunham. As massas humanas vivem sem ideal, sem esperança em outra vida e tentam transformar o mundo pela violência. As lutas econômicas engendraram as mais exóticas doutrinas de ação e reação. Duas guerras mundiais assolaram o planeta, numa ânsia furiosa de predomínio econômico.

Toda a esperança da Humanidade hoje se apóia no Espiritismo, na restauração do Cristianismo, baseada em fatos que demonstram os princípios básicos da Doutrina Cristã: eternidade da vida, responsabilidade ilimitada de pensamentos, palavras e atos. Sem a Terceira Revelação o mundo estaria irremediavelmente perdido pelo choque das mais desencontradas ideologias materialistas e violentistas.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

TUA FÉ

“E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.” – Lucas, 8:48.

É importante observar que o Divino Mestre, após o benefício dispensado, sempre se reporta ao prodígio da fé, patrimônio sublime daqueles que O procuram.

Diversas vezes, ouvimo-lo na expressão: – “A tua fé te salvou”. Doentes do corpo e da alma, depois do alívio ou da cura, escutam a frase generosa. É que a vontade e a confiança do homem são poderosos fatores no desenvolvimento e iluminação da vida.

O enfermo, descrente da ação de todos os remédios, é o primeiro a trabalhar contra a própria segurança. O homem que se mostra desalentado em todas as coisas, não deverá aguardar a cooperação útil de coisa alguma.

As almas vazias embalde reclamam o quinhão de felicidade que o mundo lhes deve. As negações, em que perambulam, transformam-nas, perante a vida, em zonas de amortecimento, quais isoladores em eletricidade. Passa a corrente vitalizante, mas permanecem insensíveis.

Nos empreendimentos e necessidades de teu caminho, não te isoles nas posições negativas. Jesus pode tudo, teus amigos verdadeiros farão o possível por ti; contudo, nem o Mestre e nem os companheiros realizarão em sentido integral a felicidade que ambicionas, sem o concurso de tua fé, porque também tu és filho do mesmo Deus, com as mesmas possibilidades de elevação.

Livro: Pão Nosso, lição 113 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

ABRE A PORTA

"E havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo." - (JOÃO, 20:22.)

Profundamente expressivas as palavras de Jesus aos discípulos, nas primeiras manifestações depois do Calvário.

Comparecendo à reunião dos companheiros, espalha sobre eles o seu espírito de amor e vida, exclamando: “Recebei o Espírito Santo”.

Por que não se ligaram as bênçãos do Senhor, automaticamente, aos aprendizes? Por que não transmitiu Jesus, pura e simplesmente, o seu poder divino aos sucessores? Ele, que distribuíra dádivas de saúde, bênçãos de paz, recomendava aos discípulos recebessem os divinos dons espirituais.

Por que não impor semelhante obrigação? É que o Mestre não violentaria o santuário de cada filho de Deus, nem mesmo por amor.

Cada espírito guarda seu próprio tesouro e abrirá suas portas sagradas à comunhão com o Eterno Pai.

O Criador oferece à semente o sol e a chuva, o clima e o campo, a defesa e o adubo, o cuidado dos lavradores e a bênção das estações, mas a semente terá que germinar por si mesma, elevando-se para a luz solar.

O homem recebe, igualmente, o Sol da Providência e a chuva de dádivas, as facilidades da cooperação e o campo da oportunidade, a defesa do amor e o adubo do sofrimento, o carinho dos mensageiros de Jesus e a bênção das experiências diversas; todavia, somos constrangidos a romper por nós mesmos os envoltórios inferiores, elevando-nos para a Luz Divina.

As inspirações e os desígnios do Mestre permanecem a volta de nossa alma, sugerindo modificações úteis, induzindo-nos à legítima compreensão da vida, iluminando-nos através da consciência superior, entretanto, está em nós abrir-lhes ou não a porta interna.

Cessemos, pois, a guerra de nossas criações inferiores do passado e entreguemo-nos, cada dia, às realizações novas de Deus, instituídas a nosso favor, perseverando em receber, no caminho, os dons da renovação constante, em Cristo, para a vida eterna.

Livro: Vinha de Luz, lição 11 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

domingo, 5 de agosto de 2012

A ESTACA ZERO

Denunciando aflitiva expectação, o crente recém-desencarnado dirigia-se ao anjo orientador da aduana celeste, explicando:

– Guardei a maior intimidade com as obras de Allan Kardec que, invariavelmente, mantive por mestre inatacável. Os livros da Codificação vigiavam-me a cabeceira. Devorei-lhes todas as considerações, apontamentos e ditados e jamais duvidei da sobrevivência...

O funcionário espiritual esclareceu, porém, imperturbável:

– Entretanto, o seu nome aqui não consta entre os credores de ascensão às esferas santificadas. Sou, portanto, constrangido a indicar-lhe o regresso à nossa antiga arena de purificação na Crosta da Terra.

– Oh! O corpo! O fardo intolerável!... – suspirou o candidato, evidentemente desiludido.

Cobrou, contudo, novo ânimo e continuou:

– Talvez não me tenha feito compreender. Fui espírita convicto. Desde muito cedo, abracei os princípios sacrossantos da Doutrina que é, hoje, a salvadora luz da Humanidade. Não sòmente Allan Kardec foi o meu instrutor na descoberta da Revelação. Acompanhei as experiências de Zollner e Aksakof, nos setores da física transcendental, com estudos particularizados da fenomenologia mediúnica. Meditei intensivamente para fixar os conhecimentos de que disponho. Flammarion, no original francês, era meu companheiro predileto de noites e noites consecutivas. Em companhia dele, o meu pensamento pervagava nas constelações distantes, prelibando a glória que eu julgava alcançar, além do túmulo. Léon Denis era o mentor de minhas divagações filosóficas. Deleitava-me com os livros dele, absorvendo-lhe as elucidações vivas e sempre novas. E Delanne? Nele, sem dúvida, situei o manancial de minhas perquirições científicas. Estimava confrontar-lhe as observações com os estudos de Claude Bernard, o fisiologista eminente, adquirindo, assim, base legítima para as análises minuciosas. Para não citar apenas os grandes vultos latinos; adianto-lhe que as experiências de Crookes foram carinhosamente acompanhadas por mim, através do noticiário. As comoventes páginas do «Raymond», com que Oliver Lodge surpreendeu o mundo, arrancaram-me lágrimas inesquecíveis. E, a fim de alicerçar pontos de vista, no sólido terreno do espírito, não me contentei com os ocidentais. Consagrei-me às lições dos orientalistas, demorando-me particularmente no exame dos ensinos de Ramakrishna, o moderno iluminado que plasmou discípulos da altura de um Vivekananda. No Brasil, tive a honra de assistir a sessões presididas por Bezerra de Menezes, em minha mocidade investigadora, seguindo, atenciosamente, a formação e a prosperidade de muitos centros doutrinários...

Ante o silêncio do servidor celeste, o precioso estudante fez pequeno intervalo e observou:

– Com bagagem tão grande, acredito que a minha posição de espiritualista deva ser reconhecida.

– Sim – registrou o anjo solícito –, o seu cuidado na aquisição de conhecimento é manifesto. Traz consigo um cérebro vigoroso e bem suprido. Primorosa leitura e teorias excelentes.

– E não me supõe capacitado à travessia da barreira?

– Infelizmente, não. As suas vibrações se inclinam para baixo e você não se mostra preparado a viver em atmosfera mais sutil que a da carne terrestre.

Longe de penetrar o verdadeiro sentido das palavras ouvidas, o crente aduziu:

– E a Bíblia? A intimidade com o Livro Divino, porventura, não me conferira, direito à elevação? De Moisés ao Apocalipse, efetuei deflexões incessantes. Prestei ardoroso culto a David e Salomão, entre os mais velhos, e não se passou um dia de minha existência em que não meditasse na grandeza de Jesus e na sublimidade dos seus ensinamentos. Em meu velho gabinete existem páginas variadas, escritas por mim mesmo, em torno do Evangelho de João, que interpreto como sendo a zona divina do Novo Testamento...

Parando alguns instantes, o recém-desencarnado voltou a inquirir.

– Não julga que a, minha fidelidade as letras sagradas seja passaporte justo à subida?

– Indubitavelmente – respondeu o anjo –, a sua conceituação está repleta de imagens iluminativas. Ainda assim, não posso atentar contra a realidade que me compele a indicar-lhe o retorno para atender aos serviços que lhe cabe realizar.

– Céus! Clamou a interlocutor, desapontado – que fazer então?

– Nesta passagem – explicou-se o cooperador angélico – temos verdadeiro concurso de títulos e esses títulos se expressam aqui pelas obras de cada um. Sem experiência vivida e sem serviço feito, o espírito não vibra nas condições precisas à viagem para o Mais Alto.

O seu retrato mental deixa perceber uma individualidade pujante e valiosa, idêntica, no fundo, a um navio, vasto e bem acabado, cheio de riquezas, utilidades e adornos que nunca se tenha ausentado do porto para a navegação. Em tais condições...

– Entretanto, eu não fiz mal a ninguém...

– Vê-se claramente que o seu espírito é nobre e bem intencionado.

– Então – indagou o crente, semi-exasperado –, qual a minha posição de homem convicto? Que sou? Como estou depois de haver estudado exaustivamente e crido com tanto fervor e tanta sinceridade?

O anjo, triste talvez pela necessidade de ser franco, elucidou, sem hesitar:

– A sua posição é invejável, comparada ao drama inquietante de muita gente. Demonstra uma consciência quitada com a Lei. Não tem compromissos com o mal e revela-se perfeitamente habilitado à excursão nos domínios do bem. Em se tratando, contudo, de ascensão para o Céu, observo-lhe o coração na estaca zero.

Ninguém se eleva sem escada ou sem força. O meu amigo sabe muito. Agora, é preciso fazer...

E ante o sorriso reticencioso do funcionário celestial, o interlocutor nada mais aduziu, entrando, ali mesmo, em profundo silêncio.

Livro: Cartas e Crônicas – Médium: Chico Xavier - Espírito Irmão X.
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sábado, 4 de agosto de 2012

Somos Poema de Deus

Fazia eu ao Senhor
A minha oração
Deus, por seu anjo pediu-me
Um poema sobre as Belezas
De toda a Criação

Quando escrevi falando do Sol,
Senti Suas mãos me aquecendo
Ao falar da lua
Senti Sua ternura me envolvendo

Falando eu dos animais
Sentia-O me embalar como a uma criança
Falando das árvores e das flores,
Senti Seu sopro de esperança

Falando das águas,
Senti Seu mergulho em mim
Com Seu mistério a me proteger
Falando do céu
Senti Seu azul a me acolher

Falando do fogo
Senti Sua chama purificando-me o ser
Falando do ar
Senti Seu sopro divino a renovar meu viver

Terminado o breve poema
Apresentei-Lhe tudo quanto escrevi
Ouvi-o então dizendo:
"Prossegue, tu não falaste de ti"

Autora: Pando
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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

VINTE SERVIÇOS QUE O ESPIRITISMO PODE FAZER POR VOCÊ

1- Integra você no conhecimento de sua posição e criatura eterna e responsável, diante da vida.

2- Expõe o sentido real das lições do Cristo e de todos os outros mentores espirituais da Humanidade, nas diversas regiões do Planeta.

3- Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da morte provando que ela não existe.

4- Revela-lhe o princípio da reencarnação, determinando o porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais.

5- Confere-lhe forças para suportar as maiores vicissitudes do corpo, mostrando a você que o instrumento físico nos reflete as condições ou necessidades do espírito.

6- Tranqüiliza você com respeito aos desajustes da parentela, esclarecendo que o lar recebe não somente os afetos, mas também os desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração.

7- Demonstra-lhe que o seu principal templo para o culto da Presença Divina é a consciência.

8- Liberta-lhe a mente de todos os tabus em matéria de crença religiosa.

9- Elimina a maior parte das suas preocupações acerca do futuro além da morte.

10- Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados.

11- Entrega-lhe o conhecimento da mediunidade.

12- Traça-lhe providências para o combate ou para a cura da obsessão.

13- Concede-lhe o direito à fé raciocinada.

14- Destaca-lhe o imperativo da caridade por dever.

15- Auxilia você a revisar e revalorizar os conceitos de trabalho e tempo.

16- Concede-lhe a certeza natural de que, se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios.

17- Garante-lhe serenidade e paz diante da calúnia ou da crítica.

18- Ensina você a considerar adversários por instrutores.

19- Explica-lhe que, por maiores sejam as suas dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a própria situação.

20- Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém fugirá da lei que manda atribuir a cada qual segundo as obras pessoais.

Essas são vinte das muitas bênçãos que o Espiritismo realiza em nosso favor. Será curioso que cada um de nós pergunte a si mesmo o que estamos nós a fazer por ele.

Médium: Waldo Vieira – Espírito: André Luiz.
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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Hoje foi postada a biografia do mês de Agosto de 2012 na coluna "Grandes Nomes do Espiritismo" em homenagem a Silvino Canuto de Abreu.

VIVAMOS CALMAMENTE

“Que procureis viver sossegados.” - Paulo. (I Tessalonicenses, 4:11)

Viver sossegado não é apodrecer na preguiça.

Há pessoas, cujo corpo permanece em decúbito dorsal, agasalhadas, contra o frio da dificuldade, por excelentes cobertores da facilidade econômica, mas torturadas mentalmente por indefiníveis aflições.

Viver calmamente, pois, não é dormir na estagnação.

A paz decorre da quitação de nossa consciência para com a vida, e o trabalho reside na base de semelhante equilíbrio.

Se desejamos saúde, é necessário lutar pela harmonia do corpo.

Se esperamos colheita farta, é indispensável plantar com esforço e defender a lavoura com perseverança e carinho.

Para garantir a fortaleza do nosso coração, contra o assédio do mal, é imprescindível saibamos viver dentro da serenidade do trabalho fiel aos compromissos assumidos com a ordem e com o bem.

O progresso dos ímpios e o descanso dos delinqüentes são paradas de introdução à porta do inferno criado por eles mesmos.

Não queiras, assim, estar sossegado, sem esforço, sem luta, sem trabalho, sem problemas...

Todavia, consoante a advertência do apóstolo, vivamos calmamente, cumprindo com valor, boa-vontade e espírito de sacrifício, as obrigações edificantes que o mundo nos impõe cada dia, em favor de nós mesmos.

Livro: Fonte Viva, lição 136 – Médium: Chico Xavier - Espírito: Emmanuel.
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