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sexta-feira, 30 de abril de 2010


Coração

O coração é a flor do agregado físico, a esplender a luz de Deus... Canal cósmico que se alinha na vida, como sendo a própria vida!

Os sentimentos nascem, se assim podemos dizer, neste centro de vida onde e por onde Deus fala, pelo verbo que se faz luz, no silêncio da própria vida.

O coração é a fonte das grandes realizações.

É, como que segredos, de que a ciência, no porvir, poderá dizer algo do bem maior que nascerá dentro de cada criatura.

Não penses que o corpo humano é puramente um amontoado de carne, nervos e ossos. Nele se encontram centros de vida, como sendo a vida do espírito, a vida do próprio Deus.

Se queres estudar Deus, estudar entendendo o Espírito; estuda e pesquisa todos os corpos que servem à alma, procure começar a entender a maior maravilha do mundo material, que é o corpo físico. Começa por ele, para que possas entender, na gradação das leis, os outros instrumentos do Espírito como o próprio, e chegar a Deus.

Eis que a vida é, como disse Jacó, uma escada, e cada degrau representa uma dimensão.

Vigia, meu companheiro, os sentimentos, de modo a modificar os pensamentos, educando-os e instruindo-te, de forma a poderes conhecer um pouco mais da verdade, que ela te tomará livre, e o coração, em harmonia, deverá pulsar dentro de ti, candidato à luz, no mesmo ritmo da vida universal, como flor de Deus a te ofertar a rica esperança de amor e de paz.


Livro: Páginas Esparsas III - Médium: João Nunes Maia – Espírito: Scheilla.

quinta-feira, 29 de abril de 2010


Pessoas São Música.


Você já percebeu?

Elas entram na vida da gente e deixam sinais.
Como a sonoridade do vento ao final da tarde.
Como os ataques de guitarras e metais
presentes em cada clarão da manhã.

Olhe a pessoa que está ao seu lado
e você vai descobrir, olhando fundo,
que há uma melodia brilhando no disco do olhar.

Procure escutar.

Pessoas foram compostas para serem ouvidas, sentidas, interpretadas.
Para tocarem nossas vidas com a mesma força do instante em que foram criadas.
Para tocarem suas vidas com toda essa magia de serem música.

E de poderem alçar todos os vôos,
de poderem vibrar com todas as notas,
de poderem cumprir, afinal, todo o sentido que a elas foi dado pelo COMPOSITOR.

Pessoas são como você que tenho o prazer de conhecer.
Pessoas são música como você,
que terei o prazer de continuar ouvindo.

Pessoas tem que fazer o sucesso que lhes desejamos.

Mesmo que não estejam nas paradas.

Mesmo que não toquem no rádio.

Apenas no coração...


Autor: José Oliva.

quarta-feira, 28 de abril de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 11 - - Amar o Próximo Como A Si Mesmo


Caridade Com Os Criminosos

Elizabeth de França - Havre, 1862

14 – A verdadeira caridade é um dos mais sublimes ensinamentos de Deus para o mundo. Entre os verdadeiros discípulos da sua doutrina deve reinar perfeita fraternidade. Devem amar os infelizes, os criminosos, como criaturas de Deus, para as quais, desde que se arrependam, serão concedidos o perdão e a misericórdia, como para vós mesmos, pelas faltas que cometeis contra a sua lei. Pensai que sois mais repreensíveis, mais culpados que aqueles aos quais recusais o perdão e a comiseração, porque eles quase sempre não conhecem a Deus, como o conheceis, e lhes será pedido menos do que a vós.

Não julgueis, oh! Não julgueis, meus queridos amigos, porque o juízo com que julgardes vos será aplicado ainda mais severamente, e tendes necessidade de indulgência para os pecados que cometeis sem cessar. Não sabeis que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza, mas que o mundo não considera sequer como faltas leves?

A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que dais, nem mesmo nas palavras de consolação com que as acompanhais. Não, não é isso apenas que Deus exige de vós! A caridade sublime, ensinada por Jesus, consiste também na benevolência constante, e em todas as coisas, para com o vosso próximo. Podeis também praticar esta sublime virtude para muitas criaturas que não necessitam de esmolas, e que palavras de amor, de consolação e de encorajamento conduzirão ao Senhor.

Aproximam-se os tempos, ainda uma vez vos digo, em que a grande fraternidade reinará sobre o globo. Será a lei de Cristo a que regerá os homens: somente ela será freio e esperança, e conduzirá as almas às moradas dos bem-aventurados. Amai-vos, pois, como os filhos de um mesmo pai; não façais diferenças entre vós e os infelizes, porque Deus deseja que todos sejam iguais; não desprezeis a ninguém. Deus permite que os grandes criminosos estejam entre vós, para vos servirem de ensinamento. Brevemente, quando os homens forem levados à prática das verdadeiras leis de Deus, esses ensinamentos não serão mais necessários, e todos os Espíritos impuros serão dispersados pelos mundos inferiores, de acordo com as suas tendências.

Deveis a esses de que vos falo o socorro de vossas preces: eis a verdadeira caridade. Não deveis dizer de um criminoso: “É um miserável; deve ser extirpado da Terra; a morte que se lhe inflige é muito branda para uma criatura dessa espécie”. Não, não é assim que deveis falar! Pensai no vosso modelo, que é Jesus. Que diria ele, se visse esse infeliz ao seu lado? Havia de lastimá-lo, considerá-lo como um doente muito necessitado, e lhe estenderia a mão. Não podeis, na verdade, fazer o mesmo, mas pelo menos podeis orar por ele, dar-lhe assistência espiritual durante os instantes que ainda deve permanecer na Terra. O arrependimento pode tocar-lhe o coração, se orardes com fé. É vosso próximo, como o melhor dentre os homens. Sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar. Ajudai-o, pois, a sair do lamaçal, e orai por ele.


*


Lamennais - Paris, 1862

15 – Um homem está em perigo de morte. Para salvá-lo, deve expor a própria vida. Mas sabe-se que é um malvado, e que, se escapar poderá cometer novos crimes. Deve-se, apesar disso, arriscar-se para o salvar?

Esta é uma questão bastante grave, e que pode naturalmente apresentar-se ao espírito. Responderei segundo o meu adiantamento moral, desde que se trata de saber se devemos expor a vida, mesmo por um malfeitor. A abnegação é cega. Socorre-se a um inimigo; deve-se socorrer também a um inimigo da sociedade, numa palavra, a um malfeitor. Credes que é somente à morte que se vai arrebatar esse desgraçado? É talvez a toda a sua vida passada. Porque, pensai nisso, - nesses rápidos instantes que lhe arrebatam os últimos momentos da vida, o homem perdido se volta para a sua vida passada, ou melhor, ela se ergue diante dele. A morte, talvez, chegue muito cedo para ele. A reencarnação poderá ser terrível.

Lançai-vos, pois, homens! Vós, que a ciência espírita esclareceu, lançai-vos, arrancai-o ao perigo! E então, esse homem, que teria morrido injuriando-vos, talvez se atire nos vossos braços. Entretanto, não deveis perguntar se ele o fará ou não, mas correr em seu socorro, pois, salvando-o, obedeceis a essa voz do coração que vos diz: “Podeis salvá-lo; salvai-o!”.

terça-feira, 27 de abril de 2010


AO SOL DO AMOR


Brilhando por luz de Deus, ainda mesmo nas regiões em que a escuridade aparentemente domina, o amor regenera e aprimora sempre.

Podem surgir grandes malfeitores abalando a ordem pública, mas, enquanto existirem pais e mães responsáveis e devotados, o lar fulgirá no mundo, cooperando para que se dissolva a lama da delinqüência na charrua do suor ou na fonte das lágrimas.

Podem surgir crianças-problemas e jovens transviados de todos os matizes, mas, enquanto existirem professores dignos do nome bendito que carregam, erguer-se-á a escola por santuário da educação.

Podem surgir doentes agoniados em todas as estâncias da vida, mas, enquanto existirem cientistas consagrados ao socorro dos semelhantes, levantar-se-á o hospital, como pouso da Bênção Divina para a redenção dos enfermos.

Podem surgir criminosos de todas as procedências, gerando reações populares pelos delitos em que estejam incursos, mas, enquanto existirem juízes compreensivos e humanos, destacar-se-á o instituto correcional por cidadela do bem, onde as vitimas da sombra retornem de novo à luz.

Podem surgir empreiteiros do ateísmo e do ódio, da intolerância e da guerra, como verdadeiros alienados mentais, mas, enquanto existirem sacerdotes e missionários da fé, com bastante abnegação para ajudar e perdoar, luzirá o templo, nas diversas confissões religiosas do mundo, como autêntica oficina de acrisolamento da alma.

É justificável, portanto, que a afeição não repouse, além da morte.

Para lá da fronteira de cinza, agiganta-se o trabalho para todos os corações acordados ao clarão do amor sem mácula.

Mães esquecidas na legenda do túmulo transformam-se em anjos invisíveis de renúncia, ao pé de filhos desmemoriados e ingratos, para que não resvalem de todo nas tenebrosidades do abismo ; esposas renascidas do nevoeiro carnal apóiam companheiros desorientados no infortúnio, para que se restaurem no tálamo doméstico ; filhos, desligados do corpo físico, tornam, despercebidos, à convivência dos pais, arrebatando-os às tentações do desânimo ou do suicídio, e arautos de idéias renovadoras sustentam-se, em espírito, ao lado daqueles que lhes continuam as obras.

Se te encontras, assim, em tarefas de sacrifício, não recalcitres contra os aguilhões que te acicatam as horas, consciente de que a matemática do destino não nos entrega problemas de que não estejamos necessitados.

Humilha-te e serve, desculpa e edifica, diante dos que se fazem complicados instrumentos de tua dor.

A prova antecipa o resgate, a luta anuncia a vitória e a dificuldade encerra a lição.

E embora se te situem as esperanças no agressivo espinheiro do sofrimento, ama os que te não compreendem e ora pelos que te injuriam, porque a Lei conhece o motivo pelo qual cada um deles te cruza os passos, e erguer-te-á o ânimo, aqui e além da Terra, para que prossigas no apostolado do amor, em perpetuidade sublime.


Livro: Religião dos Espíritos – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

segunda-feira, 26 de abril de 2010


CHAMAMENTO DIVINO



... “Disse ao servo: sai depressa pelas ruas e bairros da cidade e
traze aqui os pobres, os aleijados, mancos e cegos”– Lucas, 14:21.


Muita gente alega incapacidade de colaborar nos serviços do bem, sob a égide do Cristo, relacionando impedimentos morais.


Há quem se diga errado em excesso; há quem se afirme sob fardos de remorsos e culpas; há quem se declare portador de graves defeitos, e quem assevere haver sofrido lamentáveis acidentes da alma...


Entretanto, a palavra de Jesus se dirige a todos, sem qualquer exceção.


Pobres de virtude, aleijados do sentimento, coxos do raciocínio e cegos do conhecimento superior são chamados à edificação da era nova. Isso porque, em Jesus, tudo é novo para que a vida se renove.


Espíritos viciados, inibidos, desorientados e ignorantes de ontem, ao toque do Evangelho, fazem-se hoje cooperadores da Grande Causa, esquecendo ilusões, desfazendo cárceres mentais, suprimindo desequilíbrios e dissipando velhas sombras.


Se a realidade espiritual te busca, ofertando-te serviço no levantamento das boas obras, não te detenhas, apresentando deformidades e frustrações. No clima da Boa Nova, todos nós encontramos recursos de cura e reabilitação, reerguimento e consolo.

Para isso, basta sejamos sinceros, diante da nossa própria necessidade de corrigenda, com o espírito espontaneamente consagrado ao privilégio de trabalhar e servir.


Livro: Palavras de Vida Eterna, Lição 127 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

domingo, 25 de abril de 2010


O PODER DA GENTILEZA


Eminente professor negro, interessado em fundar uma escola num bairro pobre, onde centenas de crianças desamparadas cresciam sem o benefício das letras, foi recebido pelo prefeito da cidade que lhe disse imperativamente, depois de ouvir-lhe o plano:

- A lei e a bondade nem sempre podem estar juntas. Organize uma casa e autorizaremos a providência.

- Mas doutor; não dispomos de recursos... – considerou o benfeitor dos meninos desprotegidos.

- Que fazer?

- De qualquer modo, cabe-nos amparar os pequenos analfabetos.

O prefeito reparou-lhe demoradamente a figura humilde, fez um riso escarninho e acrescentou:

- O senhor não pode intervir na administração.

O professor muito triste; retirou-se e passou a tarde e a noite daquele sábado, pensando, pensando...

Domingo, muito cedo saiu a passear, sob as grandes árvores, na direção de antigo mercado.

Ia comentando, na oração silenciosa:

- Meu Deus como agir? Não receberemos um pouso para as criancinhas, Senhor?

Absorvido na meditação; atingiu o mercado e entrou.

O movimento era enorme.

Muitas compras. Muita gente.

Certa senhora, de apresentação distinta, aproximou-se dele e tomando-o por servidor vulgar, de mãos desocupadas e cabeça vazia, exclamou:

- Meu velho, venha cá.

O professor acompanhou-a sem vacilar.

À frente dum saco enorme, em que se amontoavam mais de trinta quilos de verdura, a matrona recomendou:

- Traga-me esta encomenda.

Colocou ele o fardo às costas e seguiu-a.

Caminharam seguramente uns quinhentos metros e penetraram elegante vivenda, onde a senhora voltou a solicitar:

- Tenho visitas hoje. Poderá ajudar-me no serviço geral?

- Perfeitamente – respondeu o interpelado -, dê suas ordens.

Ela indicou pequeno pátio e determinou-lhe a preparação de meio metro de lenha para o fogão.

Empunhando o machado, o educador, com esforço, rachou algumas toras. Findo o serviço, foi chamado para retificar a chaminé.

Consertou-a com sacrifício da própria roupa. Sujo de pó escuro, da cabeça aos pés, recebeu ordens de buscar um peru assado, a distância de dois quilômetros. Pôs-se a caminho, trazendo o grande prato em pouco tempo. Logo mais, atirou-se à limpeza de extenso recinto em que se efetuaria lauto almoço.

Nas primeiras horas da tarde, sete pessoas davam entrada no fidalgo domicílio. Entre elas, relacionava-se o prefeito que anotou a presença do visitante da véspera, apresentando ao seu gabinete por autoridades respeitáveis. Reservadamente, indagou sua irmã, que era a dona da casa, quanto ao novo conhecimento, conversando ambos à surdina.

Ao fim do dia, a matrona distinta e autoritária, com visível desapontamento, veio ao servo improvisado e pediu o preço dos trabalhos.

- Não pense nisto – respondeu com sinceridade -, tive muito prazer em ser-lhe útil.

No dia imediato, contudo, a dama da véspera procurou-o, na sua casa modesta em que se hospedava e, depois de rogar-lhe desculpas, anunciou-lhe a concessão de amplo edifício, destinado à escola que pretendia estabelecer. As crianças usariam o patrimônio à vontade e o prefeito autorizaria a providência com satisfação.

Deixando transparecer nos olhos úmidos a alegria e o reconhecimento que lhe reinavam n’alma, o professor agradeceu e beijou-lhe as mãos, respeitoso.

A bondade dele vencera os impedimentos legais.

O exemplo é mais vigoroso que a argumentação.

A gentileza está revestida, em toda parte, de glorioso poder.


Livro: Alvorada Cristã - Médium: Chico Xavier - Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 24 de abril de 2010


Além da Noite


Por que dizer que a vida é triste,
que o mundo é mera fantasia?
Felicidade não existe
e que o amor é hipocrisia?

Por que viver nessa amargura
e maldizendo o amor de Deus?
Por que chorar só desventura
se existe luz nos olhos teus?

A vida é bela minha amiga...

Por que viver na solidão
se brilha o Sol em seu caminho?
Faça feliz seu coração,
semeando amor onde há espinho...

Até a dor sabe sorrir
e a ave presa vive a cantar!
Por que você não vê florir
estrelas mil junto ao luar ...

A vida é bela minha amiga...

O entardecer em multicores
deixa a saudade no horizonte!
Entre espinhos nascem flores
e entre amores murmura a fonte ...

Além da noite o Sol desponta
e a natureza se enternece!
O amor de Deus é amor sem conta,
embala o mundo em doce prece ...

A vida é bela minha amiga...


Autor: João Cabete

Prece do Livre Arbítrio


Jesus, Mestre e Senhor! Sei que estou submetido à leis soberanas nas quais não posso interferir, cabendo-me apenas acatar e aceitar a tua amorosa vontade como o melhor e o mais justo recurso à minha evolução!...

Mas, dentro destas leis posso movimentar-me à vontade, aceitando ou não a sua influência sobre mim, acertando ou errando conforme o meu desejo e minha inclinação...

Sou livre para escolher o que de melhor me serve no momento, dentro do panorama que Tu me ofereces por aprendizado, tomando o rumo das estrelas ou a estrada do despenhadeiro, sempre de conformidade com o clima espiritual de minha preferência.

Mas a minha vontade ainda é perfectível e nem sempre, ao impulso dela, os resultados são benéficos à minha alma, trazendo-me, bastas vezes, decepções e dolorosas chagas que me cumpre sempre mais tarde medicar...

Por outro lado, e por não compreender-te plenamente, ainda, às vezes não gosto do que me ofereces e por isso nem sempre tomo o caminho que desejarias eu tomasse, para o meu próprio bem...

Olho o mundo em torno e anoto nele deficiências de toda a ordem e meu coração Te censura silenciosamente, infinitas vezes, por não mudares o que considero imoral, injusto e desumano!...

Vejo o caos aos meus pés e clamo por tua intervenção, e ainda assim o mau progride e o violento impera, qual se te fosse mais importante verificar o grau de minha tolerância e o limite de minha fé, perante os acontecimentos, e não o sofrimento e a ruína que estas ações provocam em todos aqueles que lhes sofrem a sinistra influenciação!...

Nesses momentos, Senhor, surge a inconformação e a revolta; um gosto amargo e perene no coração pelo que aí está, situações que Tu não alteras e que não eu não tenho o poder de modificar...

Queria, Senhor, eu o confesso, melhorar em um só toque o mundo em que vivo, e sem me importar com mais nada, entregar paz e harmonia à Terra independentemente de dívidas e devedores, de provas e provações, de durezas espirituais e dolorosos burilamentos...

Mas, impotente e frágil, nada mais posso fazer que chorar muitas vezes, estendendo em torno mãos que não tocam e palavras que não consolam.

E então percebo que só Tu tens o supremo poder de socorrer, modificar, salvar ou punir...

É muito pouco a pouco que compreendo o que significa livre-arbítrio e de que modo posso usufruí-lo em meu benefício.

Aprendo lentamente que existem liberdades e liberdades, dentro das quais posso alterar meu destino para melhor ou dificultar de vez minha passagem pelo mundo...

Sou livre sim, para tomar o rumo que melhor me aprouver tomar, Senhor, porém dentro sempre do que me compete, no momento, e que Tu dispões visando meu aprendizado e progresso.

Se nem tudo corre como deveria, se acontecem alterações de planos, mesmo que trágicos e infinitamente dolorosos, não importa a Ti quem os causou e nem de que forma o fizeram, mas sim a minha reação individual perante o fato, como conseqüência direta e inalienável sobre o meu futuro espiritual...



Não modificas imediatamente a paisagem em torno, salvo condições especialíssimas, mas enxugas minhas lágrimas se me aproximo de ti buscando consolação e força, ou me aguardas maior entendimento para mais além, quando eu compreender que tudo é equilíbrio e harmonia mesmo que sob aparente dor e desordem...

Não me abandonas jamais, Senhor, mas deves aguardar, às vezes, que eu o compreenda para que só então possas me auxiliar efetivamente.

Aprendo, enfim, Senhor, que se não tenho o poder de modificar a marcha natural da Terra, posso fazer muito para minimizar toda a espécie de sofrimento, meu e o alheio, doando amor e solidariedade isentos de revolta e incompreensão, para que minha ajuda seja bênção, e nunca maldição...

Ampara-me, Jesus, para que eu prossiga em meu aprendizado com lucidez e boa vontade, porque também compreendo que de meu gesto individual depende a paz em torno de meus passos, e que minhas opções sempre influenciarão os outros, levando concórdia e alegria ou proporcionando dor e dificuldades, sempre de acordo com meu livre-arbítrio!

Assim seja!


Prece ditada por André Luiz

sexta-feira, 23 de abril de 2010


JUSTIÇA E MISERICÓRDIA


Muitas vezes exclamas: - Justiça! Justiça!

E afirma-te demasiadamente sofredor, perseguido pelas sombras ou desamparado pela Bênção do Céu!

Lembra-te, porém, de que a corrigenda não exclui a presença do pesar e enquanto a provação trabalha em nossas almas, trazemos conosco os remanescentes da culpa.

Antes do apelo à justiça roga clemência e piedade, de vez que pelo socorro do temporário esquecimento na vida física – brando anestésico de que se utiliza a Compaixão do Senhor para extirpar-nos do espírito as raízes do mal – por muito tempo ignoramos toda a extensão de nossos débitos.

Nos dias da aflição e cinza, não te recolhas à blasfêmia e nem peças por maiores manifestações da justiça, em teu campo de ação, porque a justiça mais ampla poderia agravar-te as dores; mas sim roga o acréscimo da Divina Misericórdia, em teu benefício, a fim de que disponhas de ombros fortes para que não venhas a lançar longe de ti os favores da própria cruz.


Livro: Assim Vencerás - Médium: Chico Xavier - Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 22 de abril de 2010


Oportunidade da Paciência


Escuda-te na paciência.

Ninguém improvisa equilíbrio ou logra paz sem o investimento da perseverança, na vivência dos ideais enobrecedores.

A paciência resulta do comportamento ético que a criatura mantém em relação aos ideais que esposa fascinada pela significação deles.

O cristão, e em particular, o espírita, deve escudar-se na paciência a fim de atingir o êxito nos cometimentos a que se propõe.

Paciência é bênção da vida a quem respeita a vida.

Transbordam rios de problemas, ameaçando a barca da tua conduta?

Tem paciência. Amanhã a situação se terá modificado.

Chuvas torrenciais de aflições transformam o teu pomar de alegrias em caos onde abundam destroços?

Tem paciência. O dia novo trará sol amigo e abençoado que refará a paisagem com o auxílio da tua ação.

Enfermidade ultriz surpreende-te os passos quando te candidatas ao apostolado do bem?

Tem paciência. O despertar para a verdade, já é vivê-la, e o confiar nela, é dar início à sua realização.

Inimigos gratuitos forcejam a porta das tuas esperanças assacando calúnias e arrojando-te impropérios?

Tem paciência. Recolhes hoje as tempestades que semeaste, mas o futuro dar-te-á o fruto da sementeira que agora produzes.

A noite sombreia-se de dificuldades levando-te a conclusões pessimistas?

Tem paciência. Além da treva brilha a luz e, longe das tuas percepções débeis, há claridades desconhecidas a apontarem o rumo da vida.

Companheiros desertam do ideal que os sustenta?

Tem paciência. Eles estão comprometidos com a vida e, não podendo segui-lo, agora, avança tu.

Decepções assinalam as tuas atividades, no exercício do bem?

Tem paciência. A edificação do reino de Deus exige o trabalho puro e simples, mais a abnegação e o sacrifício com devotamento total.

Em todo lugar, em qualquer circunstância preserva a paciência.

Com paciência observarás a semente intumescer-se na intimidade da terra, o embrião surgir, a plântula desdobrar-se, agigantar-se o vegetal, coroar-se de flores, bendizer-se com frutos e perpetuar-se em sementes novas.

Pacientemente, o Pai opera sem descanso e o Mestre trabalha sem descoroçoamento. Não têm pressa na modificação das estruturas dos Orbes, da Terra, do homem. Esperam e esperam decisões felizes e a dedicação integral de cada qual.

Com paciência vencer-te-ás a ti próprio, superando limites, aprimorando aspirações, corrigindo imperfeições e, candidato que és à conquista da paz, chegarás além das sombras físicas, à plenitude da vida liberado o ditoso para a tua glória estelar.


Médium: Divaldo Franco – Espírito: Joanna de Angelis.

terça-feira, 20 de abril de 2010


POBREZA E RIQUEZA



O pobre; pobre de humildade e de espírito de serviço, é o irmão dileto do rico, rico de avareza e indiferença.

*

O pobre; rico de resignação e de atividade no bem, é o companheiro ideal do rico, rico de bondade e entendimento.

*

Pobreza e riqueza são portas abertas à glorificação espiritual.

Na primeira, é mais fácil aprender a servir, na segunda, a ciência de dar exige agradável acesso.

*

Não vale a pobreza sem a conformação e ruinosa é a riqueza insensata.

*

Todos os homens, na intimidade de si mesmos, são defrontados por desafios da carência e da fortuna que os convocam ao esforço de sublimação.

Aquele que se empobrece de ignorância e maldade, buscando enriquecer-se de amor e sabedoria, no serviço ao próximo, através do trabalho e do estudo incessantes, adquirindo compreensão e conhecimento, luz e paz, diante das Leis Divinas, é, de todos os pobres e de todos os ricos, o homem mais valioso e mais feliz.



Livro: Caridade – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

segunda-feira, 19 de abril de 2010


MÁGOA


Se a mágoa lhe bate à porta, entorpecendo-lhe a cabeça ou paralisando-lhe os braços, fuja dessa intoxicação mental enquanto pode.

Se você está doente, atenda ao corpo enfermiço, na convicção de que não é com lágrimas que você recupera um relógio defeituoso.

Se você errou, busque reconsiderar a própria falta, reajustando o caminho sem vaidade, reconhecendo que você não é o primeiro e nem será o último a encontrar-se numa conta desajustada que roga corrigenda.

Se você caiu em tentação, levante-se e prossiga adiante, na tarefa que a vida lhe assinalou, na certeza de que ninguém resgata uma dívida ao preço de queixa inútil.

Se amigos desertaram, pense na árvore que, por vezes, necessita de poda, a fim de renovar a própria existência.

Se você possui na família um ninho de aflições, é forçoso anotar que o benefício da educação pede a base da escola.

Se sofrer prejuízos materiais, recorde que, em muitas ocasiões, a perda do anel é a defesa do braço.

Se alguém lhe ofendeu a dignidade, olvide ressentimentos, ponderando que a criatura de bom senso, jamais enfeitaria a própria apresentação com uma lata de lixo.

Se a impaciência lhe marca os gestos habituais, acalme-se, observando que os pequeninos desequilíbrios integram, por fim, as grandes perturbações.

Seja qual for o seu problema, lembre-se de que toda mágoa é sombra destrutiva e de que sombra alguma consegue permanecer no coração que se acolhe ao trabalho, procurando servir.


Livro: Ideal Espírita – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

domingo, 18 de abril de 2010


A TRILOGIA BENDITA


Em tempos remotos, o Senhor vinha ao mundo freqüentes vezes entender-se com as criaturas.

Certa vez, encontrou um homem irado e mau, que outra coisa não fazia senão atormentar os semelhantes. Perseguia, feria e matava sem piedade. Quando esse espírito selvagem viu o Senhor, aproximou-se atraído pela luz d’Ele, a chorar de arrependimento.

O Cristo bondoso, dirigiu-lhe a palavra:

- Meu filho, por que te entregaste assim à perversidade? Não temes a justiça do Pai? Não acreditas no Celeste Poder? A vida exige fraternidade e compreensão.

O malfeitor, que se mantinha prisioneiro da ignorância, respondeu em lágrimas:

- Senhor, de hoje em diante serei um homem bom.

Alguns anos passaram e Jesus voltou ao mesmo sítio. Lembrou-se do infeliz a quem havia aconselhando e buscou-o. Depois de certa procura, foi achá-lo oculto numa choça, extremamente abatido. Interpelado quanto à causa de tão lamentável transformação, o mísero respondeu:

- Ai de mim, Senhor! Depois que passei a ser bom ninguém me respeitou! Fiz-me escárnio da rua... Tenho usado a compaixão e a generosidade, segundo me ensinaste, mas em troca recebo apenas o ridículo, a pedrada e a dilaceração...

O Mestre, porém, abençoou-o e falou:

- O teu lucro na eternidade não será pequeno com o sacrifício. Entretanto, não basta reter a bondade. É necessário saber distribuí-la. Para bem ajudar, é preciso discernir. Realmente é possível auxiliar a todos. Contudo, se a muita gente devemos ternura fraterna, a numerosos companheiros de jornada devemos esclarecimento enérgico. Estimularemos os bons a serem melhores e cooperaremos, a benefício dos maus, para que se retifiquem. Nunca observaste o pomicultor? Algumas árvores recebem irrigação e adubo; outras, no entanto, sofrerão a poda, a fim de serem convenientemente amparadas.

O Senhor retirou-se e o aprendiz retomou a luta para conquistar o conhecimento.

Peregrinou através de muitos livros, observou demoradamente os quadros da vida e recebeu a palma da ciência.

Os anos correram apressados, quando o Cristo regressou e procurou-o, novamente.

Dessa vez, encontrou-o no leito, enfermo e sem forças.

Replicando ao Divino Amigo, explicou-se:

- Ai de mim, Senhor! Fui bom e recebi injustiças, entesourei a ciência e minhas dificuldades cresceram de vulto. Aprendi a amar e desejar em sã consciência, a idealizar com o plano superior, mas vejo a ingratidão e a discórdia, a dureza e a indiferença com mais clareza. Sei aquilo que muita gente ignora e, por isto mesmo, a vida tornou-se-me um fardo insuportável...

O Mestre, porém, sorriu e considerou:

- A tua preparação para a felicidade ainda não se acha completa. Agora, é preciso ser forte. Acreditas que a árvore respeitável conseguiria viver e produzir, caso não soubesse tolerar a tempestade? A firmeza interior, diante das experiências da vida, conferir-te-à o equilíbrio indispensável. Aprende a dizer adeus a tudo o que te prejudica na caminhada em direção da luz divina e distribuirás a bondade, sem preocupações de recompensa, guardando o conhecimento sem surpresas amargas. Sê inquebrantável em tua fé e segue adiante!

O aprendiz reergueu-se e nunca mais experimentou a desarmonia, compreendendo, enfim, que a bondade, o conhecimento e a fortaleza são a trilogia bendita da felicidade e da paz.



Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier - Espírito Néio Lúcio.

sábado, 17 de abril de 2010


TEMAS DO AMOR



Américo Falcão

Quem sente o amor de verdade

Nada espera nem reclama.

Já sente a felicidade

De ver feliz a quem ama


Pedro Silva

Amor na feição extrema

Vive em seu próprio lugar

E não encontra problema

Difícil de suportar


Livio Barrete

Amor puro, amor que eu vejo

Parece um anjo risonho,

Que se alimenta do beijo

Que existe apenas no sonho.


Jaks Aboab

Quando o casal já não quer

O amor em nobre sentido,

O homem perde a mulher

E a mulher perde o marido.


Casimiro Cunha

Afeição que se procura

Entre o ciúme e a paixão,

Às vezes, é só loucura,

Às vezes, obsessão.


Marcelo Gama

No amor mais alto e mais lindo

Ligado à força do bem,

Quanto maior a renúncia,

Maior o amor que se tem.


Múcio Teixeira

O amor vê luzes na treva

Quando a prova se avoluma,

Se mais sofre mais se eleva

Sem ter concessão alguma


Edwar Santana

A união de duas almas

É um laço sublime e forte

Que nos sustenta na vida

E prossegue, além da morte.


Auta de Souza

Do mais nobre aos mais plebeus,

O amor que ampara e perdoa

É sempre a parte de Deus

Vibrando em cada pessoa.



Livro: Tão Fácil - Médium: Chico Xavier – Espíritos Diversos.

PRECE DE AMOR


Como estiveres, Deus te guarde.


Como penses, Deus te use.


Onde te encontres, Deus te ilumine.


Com quem estejas, Deus te guie.


No que fizeres, Deus te ampare.


Em todos os teus passos, Deus te abençoe.


Psicografia de Francisco Cândido Xavier – Espírito: Emmanuel.

sexta-feira, 16 de abril de 2010


AMOR E TEMOR


"O perfeito amor lança fora o temor". (I JOÃO, 4:18.)


Para que nossa alma se expanda sem receio, através das realizações que o Senhor nos confia, não basta o imperfeito Amor que estipula salários de gratidão ou que se isola na estufa do carinho particular, reclamando entendimento alheio.

É necessário rendamos culto ao perfeito amor que tudo ilumina e a todos se estende sem distinção.

O imperfeito Amor, procurando o gozo próprio no concurso dos outros, é quase sempre o egoísmo em disfarce brilhante, buscando a si mesmo nas almas afins para atormentá-las sob múltiplas formas de temor, quais sejam a exigência e o ciúme, a crueldade e o desespero, acabando ele próprio no inferno da amargura e da frustração.

O perfeito Amor, contudo, compreende que o Pai Celeste traçou caminhos infinitos para a evolução e aprimoramento das almas, que a felicidade não é a mesma para todos e que amar significa entender e ajudar, abençoar e sustentar sempre os corações queridos, no degrau de luta que lhes é próprio.

Para que te libertes, assim, das algemas do medo, não basta te acolhas no anseio de ser ardentemente querido e auxiliado pelos outros, segundo as disposições do Amor incompleto.

É indispensável saibas amar, com abnegação e ternura, entre a esperança incansável e o serviço incessante pela vitória do bem, sob a tutela dos quais viverás sempre amando, segundo o Amor equilibrado e perfeito pela força Divina que nos ergue triunfante, dos abismos da sombra para os cimos da luz.


Livro: Palavras de Vida Eterna, lição 4 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 15 de abril de 2010


AMOR A DEUS

Você ama a Deus?
Ou será que você tem medo de Deus?


Ainda nos dias de hoje se ouve a expressão:
"Cuidado, Deus castiga."
Ou então: "Ele é um homem temente a Deus".
Temente quer dizer que teme, que tem medo.


As frases são muito infelizes. E não verdadeiras. Por que temer a Deus?


Se ficarmos com o conceito de Moisés, o grande legislador do povo hebreu, com certeza teremos medo da Divindade.

Porque, ao apresentar a idéia de Deus aos homens daquela época, mais ou menos quatro mil anos atrás, Moisés o apresentou como ciumento e vingativo.

Um Deus injusto, pois punia um povo inteiro pela falta do seu chefe.

Era o Deus dos exércitos que presidia aos combates contra o Deus dos outros povos.

Um Deus que recompensava e punia só pelos bens da Terra. Que fazia se acreditasse que havia felicidade na escravidão dos outros povos.

Mas, depois de Moisés veio Jesus. E uma das partes mais importantes da revelação do Cristo é o ponto de vista pelo qual Ele nos apresentou Deus.

O pai que ama aos seus filhos. Soberanamente justo e bom. Cheio de mansidão e de misericórdia.

Pai que perdoa as faltas dos Seus filhos e dá a cada um segundo as suas obras. O Pai de todas as criaturas, que estende a Sua proteção por sobre todos os Seus filhos.


Deus que diz aos homens: A verdadeira pátria não é deste mundo.

Deus de misericórdia que diz: Perdoai as ofensas se desejais ser perdoados, fazei o bem em troca do mal. Não façais o que não quereis que vos façam.


Deus grande que vê o menor pensamento de Seus filhos e que não dá importância à forma com que esses filhos O honram.

Não é um Deus para temer. É um Deus para amar.

Tudo na criação revela o amor de Deus por Seus filhos. O Universo é um poema de beleza e perfeição.

A Terra preparada até os mínimos detalhes para que o homem nela possa viver e progredir.

As sementes que reproduzem segundo sua espécie e saciam a fome.

Os rios, lagos e vertentes que propiciam o líquido precioso.

As estações com suas características. As variedades infinitas de plantas, de animais.


Deus que cria Espíritos simples e ignorantes e os coloca nas Suas moradas; os mundos, para progredirem, conquistarem sabedoria até a perfeição.

Deus que ama.

Deus quer o seu progresso. Deus quer o seu bem-estar, que seja fruto de uma vida saudável, que resulta de um aprimoramento moral.

Deus quer a sua paz legítima, depois de acalmados os anseios do seu coração e regularizados os débitos da sua consciência.

Deus quer o seu amor, superadas as instabilidades da sua emoção.

Deus quer o melhor para você.

Se você ainda não descobriu como, guarde a certeza de que Ele concede todos os dias os meios para conseguir tudo isto, em definitivo.

Fonte: Internet

quarta-feira, 14 de abril de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 11 – Amar O Próximo Como A Si Mesmo

I - A Lei do Amor LÁZARO - Paris, 1862


8 – O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento. Não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior, que reúne e condensa em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias sociais. Feliz aquele que, sobrelevando-se à humanidade, ama com imenso amor os seus irmãos em sofrimento! Feliz aquele que ama, porque não conhece as angústias da alma, nem as do corpo! Seus pés são leves, e ele vive como transportado fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou essa palavra divina, — amor — fez estremecerem os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo, por sua vez, vem pronunciar a segunda palavra do alfabeto divino. Ficai atentos, porque essa palavra levanta a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, vencendo a morte, revela ao homem deslumbrado o seu patrimônio intelectual. Mas já não é mais aos suplícios que ela conduz, e sim à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito, e o Espírito deve agora resgatar o homem da matéria.


Disse que o homem, no seu início, tem apenas instintos. Aquele, pois, em que os instintos dominam, está mais próximo do ponto de partida que do alvo. Para avançar em direção ao alvo, é necessário vencer os instintos a favor dos sentimentos, ou seja, aperfeiçoar a estes, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões dos sentimentos. Trazem consigo o progresso, como a bolota oculta o carvalho. Os seres menos adiantados são os que, libertando-se lentamente de sua crisálida, permanecem subjugados pelos instintos.


O Espírito deve ser cultivado como um campo. Toda a riqueza futura depende do trabalho atual. E mais que os bens terrenos, ele vos conduzirá à gloriosa elevação. Será então que, compreendendo a lei do amor, que une a todos os seres, nela buscareis os suaves prazeres da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes


FÉNELON
Bordeaux, 1861


9 – O amor é de essência divina. Desde o mais elevado até o mais humilde, todos vós possuís, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. É um fato que tendes podido constatar muitas vezes: o homem mais abjeto, o mais vil, o mais criminoso, tem por um ser ou um objeto qualquer uma afeição viva e ardente, à prova de todas as vicissitudes, atingindo freqüentemente alturas sublimes.

Disse por um ser ou um objeto qualquer, porque existem, entre vós, indivíduos que dispensam tesouros de amor, que lhes transbordam do coração, aos animais, às plantas, e até mesmo aos objetos materiais. Espécies de misantropos a se lamentarem da humanidade em geral, resistem à tendência natural da alma, que busca em seu redor afeição e simpatia. Rebaixam a lei do amor à condição do instinto. Mas, façam o que quiserem, não conseguirão sufocar o germe vivaz que Deus depositou em seus corações, no ato da criação. Esse germe se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência, e embora freqüentemente comprimido pelo egoísmo, é a fonte das santas e doces virtudes que constituem as afeições sinceras e duradouras que vos ajudam a transpor a rota escarpada e árida da existência humana.

Há algumas pessoas a quem repugna a prova da reencarnação, pela idéia de que outros participarão das simpatias afetivas de que são ciosas. Pobres irmãos! O vosso afeto vos torna egoísta. Vosso amor se restringe a um círculo estreito de parentes ou de amigos, e todos os demais vos são indiferentes. Pois bem: para praticar a lei do amor, como Deus a quer, é necessário que chegueis a amar, pouco a pouco, e indistintamente, a todos os vossos irmãos. A tarefa é longa e difícil, mas será realizada. Deus o quer, e a lei do amor é o primeiro e o mais importante preceito da vossa nova doutrina, porque é ela que deve um dia matar o egoísmo, sob qualquer aspecto em que se apresente, pois além do egoísmo pessoal, há ainda o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. Jesus disse: “Amai ao vosso próximo como a vós mesmos”; ora, qual é o limite do próximo? Será a família, a seita, a nação? Não: é toda a humanidade! Nos mundos superiores, é o amor recíproco que harmoniza e dirige os Espíritos adiantados que os habitam. E o vosso planeta, destinado a um progresso que se aproxima, para a sua transformação social, verá seus habitantes praticarem essa lei sublime, reflexo da própria Divindade.

Os efeitos da lei do amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrena. Os mais rebeldes e os mais viciosos deverão reformar-se, quando presenciarem os benefícios produzidos pela prática deste princípio: “Não façais aos outros os que não quereis que os outros vos façam, mas fazei, pelo contrário, todo o bem que puderdes”.

Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano, que cederá, mesmo de malgrado, ao verdadeiro amor. Este é um imã a que ele não poderá resistir, e o seu contato vivifica e fecunda os germes dessa virtude, que estão latentes em vossos corações. A Terra, morada de exílio e de provas, será então purificada por esse fogo sagrado, e nela se praticarão a caridade, a humildade, a paciência, a abnegação, a resignação, o sacrifício, todas essas virtudes filhas do amor. Não vos canseis, pois, de escutar as palavras de João Evangelista. Sabeis que, quando a doença e a velhice interrompem o curso de suas pregações, ele repetia apenas estas doces palavras: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros!”.

Queridos irmãos, utilizai com proveito essas lições: sua prática é difícil, mas delas retira a alma imenso benefício. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: “Amai-vos”, e vereis, muito em breve, a Terra modificada tornar-se um novo Eliseu, em que as almas dos justos virão gozar o merecido repouso.

SANSÃO
Membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863


10 – Meus queridos condiscípulos, os Espíritos aqui presentes vos dizem pela minha voz: Amai muito, para serdes amados! Tão justo é este pensamento, que nele encontrareis tudo quanto consola e acalma as penas de cada dia. Ou melhor: fazendo isso, de tal maneira vos elevareis acima da matéria que vos espiritualizareis antes mesmo de despirdes o vosso corpo terreno. Os estudos espíritas ampliaram a vossa visão do futuro, e tendes agora uma certeza: a do vosso progresso para Deus, com todas as promessas que correspondem às aspirações da vossa alma. Deveis também vos elevar bem alto, para julgar sem as restrições da matéria, e assim não condenar o vosso próximo, antes de haver dirigido o vosso pensamento a Deus.

Amar, no sentido profundo do termo, é ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros aquilo que se deseja para si mesmo. É buscar em torno de si a razão íntima de todas as dores que acabrunham o próximo, para dar-lhes alívio. É encarar a grande família humana como a sua própria, porque essa família irá reencontrar um dia em mundos mais adiantados, pois os Espíritos que a constituem são, como vós, filhos de Deus, marcados na fronte para se elevarem ao infinito. É por isso que não podeis recusar aos vossos irmãos aquilo que Deus vos deu com liberalidade, pois, de vossa parte, seríeis muito felizes se vossos irmãos vos dessem aquilo de que tendes necessidade. A todos os sofrimentos, dispensai pois uma palavra de ajuda e de esperança, para vos fazerdes todo amor e todo justiça.

Crede que estas sábias palavras: “Amai muito, para serdes amados”, seguirão os seus cursos. Esta máxima é revolucionária e segue uma rota firme e invariável. Mas vós já haveis progredido, vós que me escutais: sois infinitamente melhores do que há cem anos; de tal maneira vos modificastes para melhor, que aceitais hoje sem repulsa uma infinidade de idéias novas sobre a liberdade e a fraternidade, que antigamente teríeis rejeitado. Pois daqui a cem anos aceitará também, com a mesma facilidade, aquelas que ainda não puderam entrar na vossa cabeça.

Hoje, que o movimento espírita avançou bastante, vede com que rapidez as idéias de justiça e de renovação, contidas nos ditados dos Espíritos, são aceitas pela metade das pessoas inteligentes. É que essas idéias correspondem ao que há de divino em vós. É que estais preparados por uma semeadura fecunda: a do último século, que implantou na sociedade as grandes idéias de progresso. E como tudo se encadeia, sob as ordens do Altíssimo, todas as lições recebidas e assimiladas resultarão nessa mudança universal do amor ao próximo. Graças a ela, os Espíritos encarnados, melhor julgando e melhor sentindo, dar-se-ão as mãos até os confins do vosso planeta. Todos se reunirão, para entender-se e amar-se, destruindo todas as injustiças, todas as causas de desentendimento entre os povos.

Grande pensamento de renovação pelo Espiritismo tão bem exposto em O Livro dos Espíritos, tu produzirás o grande milagre do século futuro, o da reunião de todos os interesses materiais e espirituais dos homens, pela aplicação desta máxima bem compreendida: Amai muito, para serdes amados!

terça-feira, 13 de abril de 2010


ESPERA E AMA SEMPRE


Quanta aflição desaparecerá no nascedouro, se souberes sorrir em silêncio! Quanta amargura esquecida, se desculpares o fel!

Rogas a paz do Senhor, mas o Senhor igualmente espera por teu concurso na paz dos outros.

Reflete nas necessidades de teu irmão, antes de lhe apreciares o gesto impensado. Em muitas ocasiões, a agressividade com que te fere é apenas angústia e a palavra ríspida com que te retribui o carinho são tão somente a chaga do coração envenenando-lhe a boca.

Auxilia mil vezes, antes de reprovar uma só.

Os charcos emitem correntes enfermiças por não haver encontrado mãos que o secassem e o deserto provoca sede e sofrimento por não ter recebido o orvalho da fonte.

Deixa que a piedade se transforme no teu coração em socorro mudo, para que a dor esmoreça.

Não estendas a fogueira do mal com o lenho seco da irritação e do ódio!

Espera e ama sempre!

Em silêncio, a árvore podada multiplica os próprios frutos e o céu assaltado pela sombra noturna descerra a glória dos astros!...

Lembra-te do Cristo, o Amigo silencioso.

Sem reivindicações e sem ruído, escreveu os poemas imortais do perdão e do amor, da esperança e da alegria no coração da Terra.

Busquemos NELE o nosso exemplo na luta diária e, tolerando e ajudando hoje, na estreita existência humana, recolheremos amanhã as bênçãos da luz silenciosa que nos descerrará os caminhos da Vida Eterna.


Livro: Ideal Espírita – Médium: Chico Xavier – Espírito: Meimei.

segunda-feira, 12 de abril de 2010


Árvore do Amor


O amor, meus amigos, não vai aparecer de repente, como num passe de mágica no teu coração.

É verdade que está lá, latente como uma semente.

Tens, no entanto que planta-lo, cultiva-lo, cuida-lo por muito tempo, para que um dia frutifique.

Inicialmente tens que saber que esta semente esta lá, e te dispores a cultivá-la.

Entender com a tua mente, que é pelo amor que encontraras a felicidade.

O primeiro passo consiste em cavar a terra do teu coração para lá plantares esta semente.

Aduba-la com as putrefações do mundo.

Este cultivo é duro difícil e demorado. Requer que se arregace as mangas e com as próprias mãos se cave a terra.

Aduba-la custa muitas dores e sofrimentos.

Depois o tempo passa e este também é um período difícil, de espera.

Onde não se vê o trabalho recompensado, porque a semente germina escondida.

Tempo duro em que a desesperança toma conta do ser.

Tempo em que se tem que ter Fé!

Quando o sol e a chuva, ainda que não vejamos faz germinar a semente.

Este sol e esta chuva são as lutas de cada dia, daqueles que esperam a germinação da semente que foi plantada.

Muitos se perdem neste sol e nesta chuva.

Um dia, quando menos se espera, aparece na terra o primeiro broto do amor.
Momento de felicidade e esperança, quando a Fé é recompensada.

Este também é um momento perigoso para o ser que evolui, por que muitos neste instante se perdem , param, acham que encontraram o amor.

A árvore existe, porém é frágil e fenece com facilidade, é tempo de mais trabalho, de proteger esta árvore dos ventos, do sol, da chuva e do orvalho.

Tempo de se ser forte para não deixar que as intempéries façam fenecer o amor que nasce.

Outros tantos por fraqueza aqui se perdem!

Com o passar do tempo, a árvore cresce, e vem a formar uma copa frondosa que dá sombra e dá conforto.

Belo momento quando se pode enfrentar as lutas da vida sob esta sombra acolhedora. Neste tempo vem a dificuldade maior daquele que cultiva o amor, é o tempo da poda! De novo tempo de dores e de sofrimentos.

Tempo de amor difícil, duro, reto, mas necessário.

Depois vem o tempo das flores! Primavera do amor! Beleza e perfume!

Ainda tempos difíceis!

Há que se ter controle, neste momento para não se colher as flores, e desta forma impedir que se gerem os frutos.

Destes momentos que cada vez são mais difíceis, este é o pior.

Julgando ter o amor e se julgando merecedor e credor desta árvore e desta flor.

Muitos neste momento se perdem, embriagados pela grandeza do instante.

Colher a flor da árvore do amor, trás simplesmente uma satisfação momentânea, há que se esperar o fruto.

O caminho é longo e duro, tendo uma dificuldade a cada tempo.

Um dia a flor se transforma em fruto.

Neste tempo se compreende que o fruto desta árvore não tem outra finalidade, que não seja, gerar mais sementes de amor, recriando este ciclo.

Então se entende que o verdadeiro amor se basta a si mesmo, não necessita recompensa.

O verdadeiro fruto da árvore do amor vai estar dentro do plantador!

O amor não dá outro fruto que não seja o próprio amor.

O ciclo do verdadeiro amor não tem inicio e nem fim.

Ele é a própria luta pela vida!


A. Brandão

domingo, 11 de abril de 2010


A RECEITA DA FELICIDADE


Tadeu, que era dos comentaristas mais inflamados, no culto da Boa Nova, em casa de Pedro, entusiasmara-se na reunião, relacionando os imperativos da felicidade humana e clamando contra os dominadores de Roma e contra os rabinos do Sinédrio.

Tocado de indisfarçável revolta, dissertou largamente sobre a discórdia e o sofrimento reinantes no povo, situando-lhes a causa nas deficiências políticas da época, e, depois que expendeu várias considerações preciosas, em torno do assunto, Jesus perguntou-lhe:

— Tadeu, como interpreta você a felicidade? — Senhor, a felicidade é a paz de todos.

O Cristo estampou significativa expressão fisionômica e ponderou:

— Sim, Tadeu, isto não desconheço; entretanto, estimaria saber como se sentiria você realmente feliz.

O discípulo, com algum acanhamento, enunciou:

— Mestre, suponho que atingiria a suprema tranqüilidade se pudesse alcançar a compreensão dos outros.

Desejo, para esse fim, que o próximo me não despreze as intenções nobres e puras.

Sei que erro, muitas vezes, porque sou humano; entretanto, ficaria contente se aqueles que convivem comigo me reconhecessem o sincero propósito de acertar.

Respiraria abençoado júbilo se pudesse confiar em meus semelhantes, deles recebendo a justa consideração de que me sinta credor, em face da elevação de meu ideal.

Suspiro pelo respeito de todos, para que eu possa trabalhar sem impedimentos.

Regozijar-me-ia se a maledicência me esquecesse.

Vivo na expectativa da cordialidade alheia e julgo que o mundo seria um paraíso se as pessoas da estrada comum se tratassem de acordo com o meu anseio honesto de ser acatado pelos demais.

A indiferença e a calúnia doem-me no coração.

Creio que o sarcasmo e a suspeita foram organizados pelos Espíritos das trevas, para tormento das criaturas.

A impiedade é um fel quando dirigida contra mim; a maldade é um fantasma de dor quando se põe ao meu encontro.

Em razão de tudo isso, sentir-me-ia venturoso se os meus parentes, afeiçoados e conterrâneos me buscassem, não pelo que aparento ser nas imperfeições do corpo, mas pelo conteúdo de boa-vontade que presumo conservar em minh’alma.

Acima de tudo, Senhor, estaria sumamente satisfeito se quantos peregrinam comigo me concedessem direito de experimentar livremente o meu gênero de felicidade pessoal, desde que me sinta aprovado pelo código do bem, no campo de minha consciência, sem ironias e críticas descabidas.

Resumindo, Mestre, eu queria ser compreendido, respeitado e estimado por todos, embora não seja, ainda, o modelo de perfeição que o Céu espera de mim, com o abençoado concurso da dor e do tempo.

Calou-se o apóstolo e esboçou-se, na sala singela, incontido movimento de curiosidade ante a opinião que o Cristo adotaria.

Alguns dos companheiros esperavam que o Amigo Celeste usasse o verbo em comprida dissertação, mas o Mestre fixou os olhos muito límpidos no discípulo e falou com franqueza e doçura: — Tadeu, se você procura, então, a alegria e a felicidade do mundo inteiro, proceda para com os outros, como deseja que os outros procedam para com você.

E caminhando cada homem nessa mesma norma, muito breve estenderemos na Terra as glórias do Paraíso.


Livro: Jesus no Lar, lição 19 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lucio.

sábado, 10 de abril de 2010


AMOR E HUMILDADE


Nós viveremos, universo a fora

Trazendo dentro d’alma a vida acesa

No ritmo da luz da Natureza

Que é a eterna vibração da eterna autora.

A dor, somente a dor nos aprimora

Nos caminhos da prova e da aspereza

Elevando a nossa alma na grandeza

Da grande claridade redentora.

Somos os lutadores peregrinos,

Sonhando pela estrada dos destinos

Um castelo de paz, ventura e glórias.

Sabemos do passado envolto em ruínas

Que a luz do amor e as rudes disciplinas

Sejam as chaves das últimas vitórias.


Raul de Leoni

Oração por Paciência

Senhor!

Fortalece-nos a fé para que a paciência esteja conosco.

Por tua paciência, vivemos.

Por tua paciência, caminhamos.

Auxilia-nos, por misericórdia, a aprender tolerância, a fim de que estejamos em tua paz.

É por tua paciência que a esperança nos ilumina e a compreensão se nos levanta no íntimo da alma.

Agradecemos todos os dons de que nos enriqueces a vida, mas te rogamos nos resguarde a paciência de uns para com os outros, para que estejamos contigo, tanto quanto estás conosco, hoje e sempre.


Que assim seja!

Graças a Deus.


Autor desconhecido

quinta-feira, 8 de abril de 2010


Teus Olhos


Encontramos nas anotações do Evangelista Mateus, a observação de Jesus: Se teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.

Jesus, com certeza, não quis dizer que os olhos físicos teriam a possibilidade de transformar o corpo em um foco de claridade, mesmo porque o brilho não é qualidade do corpo físico.

O Mestre Se referia às questões espirituais.

Ver é a condição de observação e análise das coisas que nos cercam que, naturalmente, tem a ver com o nível de maturidade, de progresso em que cada um se encontra.

É assim que, para quem vê as coisas do ângulo imediatista, o delinqüente juvenil ou adulto será sempre culpado, merecedor dos castigos da lei humana. Mesmo que o castigo chegue pelas mãos daqueles que se julgam prejudicados.

Para quem tem olhos bons, ou seja, que procura enxergar os fatos pelo lado positivo, o jovem ou o adulto em tal circunstância será sempre a alma que não teve orientação capaz de a libertar das más tendências.

Será o ser que, envenenado pela revolta que lhe causa a injustiça social, não consegue viver com nobreza.

Não que se pretenda aplaudir o erro, mas ver a criatura que erra como alguém carente de educação e amparo, orientação e trabalho, para que se possa renovar.

Para olhos comuns, a mulher que vende o próprio corpo em prazeres e sensações não passa de alguém com marcas da prostituição, merecendo o desprezo.

Para os que possuem bons olhos será a irmã atormentada que se deixa explorar por mentes perturbadas.

Sem pensar em aprovar as práticas erradas, que acabam por destruir os que nelas se envolvem, não podemos deixar de pensar nessas criaturas como carentes de atenção e respeito.

E, se não as pudermos atender com orientação segura, que possam ao menos merecer a suavidade das nossas orações.

Para os olhares comuns, os que se deixaram arrastar para as valas da dependência dos tóxicos são viciados que somente poderão ser detidos por grades em celas de prisão, impedindo que propaguem o mal.

Para os que tenham olhos bons, são os irmãos de jornada que não suportaram conflitos e desejaram fugir deles e de si mesmos, precipitando-se nos poços da dependência química.

Na verdade, o que eles aguardam é o apoio, o amparo para que possam sair dessa loucura, buscando caminhos de reequilíbrio. Esperam por mão amiga. Aguardam o tratamento da medicina, da psicologia e da religião, mesmo que não expressem tal desejo com sua própria voz.

Como vemos, existem olhos que condenam e existem os que auxiliam e cooperam.

Quando nos ajustarmos à seara do amor, do bem e da paz, com olhos de compreensão, mergulharemos na luz, demonstrando que alcançamos um novo estágio de progresso e nos encontramos em marcha para a evolução espiritual, para a conquista do brilho do corpo espiritual, que refletirá nossas virtudes.

Quando tomarmos conhecimento da ignorância que se encontra em toda parte, permitamos que a luz do entendimento possa espalhar instrução e amparo, a fim de que seja afugentada a sombra que enlouquece a Terra inteira, atormentando muitas almas.

Tão logo a criatura se decida por se deixar conduzir pelas leis do bem, a grande noite terrestre dará lugar às auroras sublimes, anunciadoras dos dias de paz.

Texto: Internet

quarta-feira, 7 de abril de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 5 – Bem Aventurados Os Aflitos

Esquecimento do Passado

11 – É em vão que se aponta o esquecimento como um obstáculo ao aproveitamento da experiência das existências anteriores. Se Deus considerou conveniente lançar um véu sobre o passado, é que isso deve ser útil. Com efeito, a lembrança do passado traria inconvenientes muito graves. Em certos casos, poderia humilhar-nos estranhamente, ou então exaltar o nosso orgulho, e por isso mesmo dificultar o exercício do nosso livre arbítrio. De qualquer maneira, traria perturbações inevitáveis às relações sociais.

O Espírito renasce freqüentemente no mesmo meio em que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito. Se nelas reconhecesse as mesmas que havia odiado, talvez o ódio reaparecesse. De qualquer modo, ficaria humilhado perante aquelas pessoas que tivesse ofendido.

Deus nos deu, para nos melhorarmos, justamente o que necessitamos e nos é suficiente: a voz da consciência e as tendências instintivas; e nos tira o que poderia prejudicar-nos.

O homem traz, ao nascer, aquilo que adquiriu. Ele nasce exatamente como se fez. Cada existência é para ele um novo ponto de partida.

Pouco lhe importa saber o que foi: se estiver sendo punido, é porque fez o mal, e suas más tendências atuais indicam o que lhe resta corrigir em si mesmo. É sobre isso que ele deve concentrar toda a sua atenção, pois daquilo que foi completamente corrigido já não restam sinais. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, que o adverte do bem e do mal e lhe dá a força de resistir às más tentações.

De resto, esse esquecimento só existe durante a vida corpórea. Voltando à vida espiritual, o Espírito reencontra a lembrança do passado. Trata-se, portanto, apenas de uma interrupção momentânea, como a que temos na própria vida terrena, durante o sono, e que não nos impede de lembrar, no outro dia, o que fizemos na véspera e nos dias anteriores.

Da mesma maneira, não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança do passado. Pode dizer-se que ele nunca a perde, pois a experiência prova que, encarnado, durante o sono do corpo, ele goza de certa liberdade e tem consciência de seus atos anteriores. Então, ele sabe por que sofre, e que sofre justamente. A lembrança só se apaga durante a vida exterior de relação. A falta de uma lembrança precisa, que poderia ser-lhe penosa e prejudicial às suas relações sociais, permite-lhe haurir novas forças nesses momentos de emancipação da alma, se ele souber aproveitá-los.

terça-feira, 6 de abril de 2010


Ação da Amizade


A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.

A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.

Inspiradora de coragem e de abnegação, a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.

Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!

O egoísmo afasta as pessoas e as isola.

A amizade as aproxima e irmana.

O medo agride as almas e infelicita.

A amizade apazigua e alegra os indivíduos.

A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.

Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.

Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.

Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.

Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.

Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.

Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.

Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.

A amizade é fácil de ser vitalizada.

Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.

Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.

Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.

A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.


Livro: Momentos de Esperança – Médium: Divaldo Pereira Franco - Espírito: Joanna de Ângelis.

segunda-feira, 5 de abril de 2010


APARÊNCIAS


Não acuse o irmão que parece mais abastado. Talvez seja simples escravo de compromissos.

Não condene o companheiro guindado à autoridade. É provável seja ele mero devedor da multidão.

Não inveje aquele que administra, enquanto você obedece. Muitas vezes, é um torturado.

Não menospreze o colega conduzido a maior destaque. A responsabilidade que lhe pesa nos ombros pode ser um tormento incessante.

Não censure a mulher que se apresenta suntuosamente. O luxo, provavelmente, lhe constitui amarga provação.

Não critique as pessoas gentis que parecem insinceras, à primeira vista. Possivelmente, estarão evitando enormes crimes ou grandes desânimos.

Não se agaste com o amigo mal-humorado. Você não lhe conhece todas as dificuldades íntimas.

Não se aborreça com a pessoa de conversação ainda fútil. Você também era assim quando lhe faltava experiência.

Não murmure contra os jovens menos responsáveis. Ajude-os, quanto estiver ao seu alcance, recordando que você já foi leviano para muita gente.

Não seja intolerante em situação alguma. O relógio bate, incessante, e você será surpreendido por inúmeros problemas difíceis em seu caminho e no caminho daqueles que você ama.


Livro: Agenda Cristã – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

domingo, 4 de abril de 2010


NO PASSEIO MATINAL


Dionísio, o moleiro, muito cedo partiu em companhia do filhinho, na direção de grande milharal.

A manhã se fizera linda.

Os montes próximos pareciam vestidos em gaze esvoaçante.

As folhas da erva, guardando, ainda, o orvalho noturno, assemelhavam-se a caprichoso tecido verde, enfeitado de pérolas. Flores vermelhas, aqui e ali, davam a idéia de jóias espalhadas no chão.

As árvores, muito grandes, à beira da estrada, despertavam, de leve, à passagem do vento.

O Sol aparecia brilhante, revestindo a paisagem numa coroa resplandecente.

Reinaldo, o pequeno guiado pela mão paterna, seguia num deslumbramento. Não sabia o que mais admirar: se o lençol de neblina muito alva, se o horizonte inflamado de luz. Em dado momento, perguntou feliz:

— Papai, de quem é todo este mundo?

— Tudo pertence ao Criador, meu filho —esclareceu o moleiro, satisfeito —; o Sol, o ar, as águas, as árvores e as flores, tudo, tudo, é obra d’Ele, nosso Pai e Senhor.

— Para que tudo isto? — continuou o petiz contente.

— A fim de recebermos esta escola divina, que é a Terra.

— Escola?

— Sim, filho — tornou o genitor paciente —, aqui devemos aprender, no trabalho, a amar-nos uns aos outros, aprimorando sentimentos, quanto devemos aperfeiçoar o solo que pisamos, transformando colinas, planícies e pedras em cidades, fazendas, estábulos, pomares, milharais e jardins.

Reinaldo não entendeu de pronto, o que significava “aprimorar sentimentos”; contudo, sabia perfeitamente o que vinha a ser a remoção dum monte empedrado. Surpreso, voltou a indagar:

— Então, papai, somos obrigados a trabalhar tanto assim? Como será possível modificar este mundo tão grande?

O moleiro pensou alguns instantes e observou:

— Meu filho, já ouvi dizer que uma andorinha vagueava só, quando notou que um incêndio lavrava em seu campo predileto, O fogo consumia plantas e ninhos. Em vão, gritou por socorro. Reconhecendo que ninguém lhe escutava as súplicas, pôs-se rápida para o córrego não distante, mergulhando as pequenas asas na água fria e límpida; daí, voltava para a zona incendiada, sacudindo as asas molhadas sobre as chamas devoradoras, procurando apagá-las. Repetia a operação, já por muitas vezes, quando se aproximou um gavião preguiçoso, indagando-lhe com ironia: — “Você, em verdade, acredita combater um incêndio tão grande com algumas gotas d’água?“ A avezinha prestativa, porém, respondeu, calma: — “É provável que eu não possa fazer a obra toda; entretanto, sou imensamente feliz cumprindo o meu dever.

O moleiro fez uma pausa e interrogou o filho:

— Não acredita você que podemos imitar semelhante exemplo? Se todos procedessem como a andorinha operosa e vigilante, em pouco tempo toda a Terra estaria transformada num paraíso.

O menino calou-se, entendendo a extensão do ensinamento e, no íntimo, contemplando a beleza do quadro matinal, desde as margens do caminho até a montanha distante, prometeu a si mesmo que procuraria cumprir no mundo todas as obrigações que lhe coubessem na obra sublime do Infinito Bem.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier - Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 3 de abril de 2010

Hoje, eu tive o prazer de publicar na coluna “Grandes Nomes do Espiritismo” a biografia de EDGARD ARMOND, cuja historia de vida espírita se mistura com a história da Federação Espírita do Estado de São Paulo; casa que eu presto humilde colaboração a mais de dezoito anos no colegiado de médiuns juntamente com o “Espírito Edgard Armond”; biografia esta, com relato detalhado e interessante a todos espíritas.

TROVAS DE AVISO



Duas regras infalíveis

Na santa escola do bem:

Quem não estuda não sabe,

Quem não trabalha não tem.



Alegria de uma casa

Tem este preço comum:

Um tanto de caridade

Da parte de cada um.



Livro: Antologia da Criança – Médium: Chico Xavier – Espírito: Múcio Teixeira.





PRECE



Meu Senhor, Sábio dos Sábios,

Pai de toda a Criação,

Põe a doçura em meus lábios

E a fé no meu coração.



Sol de amor que me conduz

Na vida em que me agasalho,

Enche os meus olhos de luz

E as minhas mãos de trabalho.



Dá-me forças no caminho,

Para lutar e vencer,

Transformando todo espinho

Em flores do meu dever.



Pai, não Te esqueças de mim,

Nas bênçãos da compaixão,

Guarda-me em Teu coração

De paz e de amor sem fim.



Livro: Antologia da Criança – Médium: Chico Xavier – Espírito: João de Deus.