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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009



AMANDO SEMPRE

Como é bom recordar nossa mocidade quando tínhamos a mania de amar a tudo e a todos. Com o passar dos anos vamos perdendo o entusiasmo porque achamos que amando alguém ou algo devemos ter retribuição.
E não é bem assim. A carência afetiva grita alto em nossos corações e achamos que todo mundo deve nos amar, querer bem, enfim sermos apreciados.
Às vezes percebemos que alguma pessoa nos quer muito bem, quando não esperávamos que isso acontecesse.
Bem...não é lá muito correto viver querendo ser sempre amado. Nunca pensamos que nosso dever maior perante Deus é amar.
Amar nossa família, os que participam conosco de alguma atividade e depois amar a todos que nos rodeiam sem que com isso fiquemos desobrigados de que esse amor venha de volta.
Acertamos em cheio quando olhamos alguém com carinho e com amor. A pessoa sente o sentimento que emana de nós. E isso a faz feliz.
Quando sentimos indiferença dos que nos cercam isso machuca. Então vamos começar a retribuir ou somente enviar vibrações de amor.
Realmente para algumas pessoas é difícil ser carinhoso, cortês, ou amigável, mas por detrás daquela mascara impassível, às vezes, vibra um coração que tem muito amor para dar.
O mais difícil é treinar o amor incondicional. Isto é: amar apesar de...., sem ver os seus defeitos, sem esperar a troca.
É assim que Jesus nos amou. Na cruz, cercado por uma malta de agressores ele não nos julgou, simplesmente pediu ao Pai que os perdoassem porque não sabiam o que estavam fazendo.
Muitos vão dizer: Meu Deus, Jesus era JESUS.
Sei que não chegamos ainda nem na unha de seu pé em matéria de evolução, mas vamos começar a treinar, pois temos a certeza que vai ser a tarefa que vamos abraçar que Ele vai mais gostar.
Vamos então pessoal. Estou enviando muito amor para vocês. Espero que sintam e comecem a amar também.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


Amigos distantes

Ter um bom amigo é um dos maiores prazeres da vida. Contudo, ser bom amigo é um dos mais nobres e mais difíceis compromissos.

Nos dias que vivemos, parece que esse compromisso vai se tornando mais raro.

Crescemos ao lado de alguém, ou nos conhecemos no decorrer da vida, parecendo às vezes que esta amizade vem de outras vidas.

Então, um dia, motivos profissionais, familiares ou outros, nos remetem a outras paragens, muito distantes dos amigos.

Os anos passam, as tarefas se multiplicam, a vida nos envolve com tantas coisas, e o tempo vai se tornando sempre mais curto para os amigos... Tão distantes.

Por isso, algumas dicas podem ser colocadas em prática, a fim de não se perder essa preciosidade que se chama amizade.

Primeiro: marque encontros.

A freqüência com que você poderá fazer isso dependerá de tempo, distância, finanças e muitos outros fatores.

Contudo, se não for possível sempre, procure estar pessoalmente presente ao menos de vez em quando.

Segundo: invista na empresa de telefonia.

O telefone pode se tornar uma linha viva de comunicação entre amigos que estão longe um do outro.

Terceiro: use a tecnologia.

Utilize o SMS, o computador para enviar mensagens. Mande e-mails, mas não fique copiando e-mails enormes da internet, mensagens de outros.

Escreva você mesmo, com suas palavras. Isso vale muito mais.
Mensagens retiradas da internet são recebidas às dezenas, duplicadas ou triplicadas. Não têm o mesmo valor.

O seu e-mail será único e é isso que importa para a amizade.

Quarto: envie fotos
.
Este é um modo excelente do amigo saber como estamos. Faça cópias de fotos suas, em diferentes lugares, em diversas situações e mande, vez ou outra, aos amigos.

Não esqueça de escrever uma notinha no verso. Reconhecer sua letra será sempre emocionante.

Quinto: combinem para encontrar-se.

Encontrem-se em algum lugar, marque um almoço, um breve café, mesmo que seja rápido; renovará a amizade.

Coloquem o papo em dia. Recordem bons momentos e produzam outros tantos para recordar no futuro.

Sexto: pelo menos diga “oi”.

Se você estiver muito ocupado, atolado em papéis e obrigações, sem tempo para respirar;

Se acha que não tem condições de escrever ou telefonar, mesmo assim separe cinco minutos para escrever num cartão postal “oi, tudo bem?”.

Ou então, apanhe o telefone e pergunte: “tudo bem, aí? Estou com saudades!”

Mantenha as linhas de comunicação abertas.

Sétimo: ore pelos seus amigos.

A oração estabelece linhas de comunicação invisíveis, ao tempo em que, igualmente, estará rogando a proteção dos céus ao amigo que, por vezes, está passando por situação dolorosa.

Ore sempre e com fidelidade. Recomende seus amigos a Deus, aos bons espíritos.

É possível que você não consiga seguir todos esses itens, mas tente, começando ao menos com um deles.

Porque o único meio de conservar um amigo é ser amigo.

Invista na bolsa de valores da amizade, todos os dias. Os lucros sempre serão compensadores.

Lembre-se: amigo verdadeiro é aquele que compartilha todas as tristezas e as alegrias.

Seja amigo!

O amigo alegre é como um dia de sol, que lança seu brilho em tudo à volta.

Seja um dia de sol, todos os dias.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009






Olhos

Nos apontamentos do evangelista Mateus, encontramos as seguintes palavras proferidas pelo Mestre de Nazaré: Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.

A frase nos levou a meditar acerca desse patrimônio de todos, que são os olhos.

No mundo encontramos olhos muito diferentes, não somente em formatos e cores, mas em qualidades íntimas.

Encontramos os olhos que veem os quadros da vida pelo prisma da malícia, deturpando tudo que alcançam.

Existem os olhos de ciúme, que despejam chispas de ódio, ante a possibilidade mínima de perderem o que consideram objeto de sua posse.

Há os olhos que ferem, capazes de intimidar subalternos e criaturas de condição social inferior. Olhos de agressão que censuram sem palavras e agridem sem pestanejar.

Olhos de frieza que observam a dor, a desesperança, a miséria sem se comoverem. Despejam tal gelo que impedem o necessitado de estender a mão em súplica ou a expressar o próprio infortúnio em palavras.

Olhos que perturbam quando encaram a outrem e chegam a desencorajar os que estejam tentando realizar algo de bom, e se mostram ainda tímidos.

Olhos de desespero que olham o panorama que os circunda e somente conseguem enxergar aflição e abandono. Levantam o olhar no sentido do firmamento e não percebem as estrelas que iluminam a noite escura, com seus raios brilhantes.

Olhos capazes de registrar os males alheios, desconsiderando as virtudes que se ocultam em todo ser humano.

Olhos de irritação que expressam seu desagrado ante a balbúrdia infantil que extravasa sua alegria de viver, as vozes dos animais que dizem da sua vitalidade, o pequeno esbarrão involuntário na rua, no mercado, na condução urbana.

Olhos de crueldade que ferem a quem atingem, que fazem o animal se encolher a um canto, a criança calar em constrangimento e a própria natureza estabelecer uma pausa no seu concerto constante.
Como serão os nossos olhos?

Se desejamos enobrecer os recursos da visão que nos enriquecem a vida, amemos e ajudemos, aprendamos a perdoar sempre, cultivemos o bem em nós, pois a expressão do nosso olhar fala do que nos vai na intimidade e nos alimenta a alma.

* * *

Cada um vê a paisagem que observa conforme a cor das lentes que tem sobre os olhos. Isto equivale a dizer que os tristes veem panoramas desoladores, enquanto os otimistas descobrem cores vibrantes e alegria em toda parte.

Somos responsáveis pela forma como utilizamos os nossos olhos, desde que eles são um dos talentos que Deus nos concede para instrumento de progresso.

domingo, 22 de fevereiro de 2009


Amigos queridos, Tenho recebido muitos e-mails

de incentivo para que eu continue este novo trabalho fraterno de divulgação da doutrina Espirita; e, nesta semana de carnaval publicarei quase todos os dias mensagens de agradecimento e carinho a todos os amigos que de perto ou de longe alegram minha jornada nesta vida com amizade real.


beijos,


Carlos
AÇÃO DA AMIZADE

A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.
A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.
Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade embeleza as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.
Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!
O egoísmo afasta as pessoas e as isola.
A amizade as aproxima e irmana.
O medo agride as almas e infelicita.
A amizade apazigua e alegra os indivíduos.
A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.
Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.
Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.
Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos seres que se estimam.
Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.
Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.
Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.
Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.
A amizade é fácil de ser vitalizada.
Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alma ou indiferente ao elevo da sua fluidez.
Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.
Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.
A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.

Joanna de Ângelis


sábado, 14 de fevereiro de 2009

Palestra no Expedição Caridade em 17.02.2009

POESIA


IMORTALIDADE


Fagundes Varella

Senhor! Senhor! que os verbos luminosos
Do amor, da perfeição, da liberdade,
Inflamem minhas vozes neste instante!
Que o meu grito bem alto se levante,
Conduzindo a mensagem benfazeja
Das esperanças para a Humanidade!
Senhor! Senhor! que paire sobre o mundo
A luz do teu poder inigualável,
Que os lírios te saúdem perfumando
Os arrebóis, as noites, as auroras;


Hinos de amor, que os pássaros te elevem
Dos seus ninhos de plácida harmonia;
Que as fontes no seu doce murmúrio
Te bendigam com terna suavidade;
Que todo o ser no mundo se descubra
Perante a tua excelsa majestade,
Saturado do amor onipotente
Que promana abundante do teu seio!...


Senhor! que a minha voz altissonante
Se propague entre os homens; que a verdade
Resplandeça na terra da amargura!


Ó Pai! tu que removes o impossível,
Que transmudas em rosas os espinhos,
E que espancas a treva dos caminhos
Com a luz que afirma a tua onipotência,
Permite que minh’alma seja ouvida
Na vastidão do mundo do desterro;
Que os meus irmãos da Terra me recebam
Como o ausente invisível, redivivo!...


Irmãos, eis-me de novo ao vosso lado!
Venho de esferas lúcidas, radiosas,
Atravessei estradas tenebrosas
E sendas deslumbrantes e estelíferas,
Empunhando o saltério da esperança.


Pude transpor abismos de ouro e rosas,
Sendas de sonho e báratros escuros,
Planetas como naus sem palinuros
Nos oceanos do éter infinito!
Contemplei Vias-Lácteas assombrosas,
Visões de sóis eternos, confundidas
Entre estrelas igníferas, distantes;
Vi astros portentosos, desferindo
Harmonias de amor e claridades,
E humanidades entre humanidades
Povoando o Universo esplendoroso...


Descansei sobre as ilhas de repouso,
Em lindos arquipélagos distantes,
Habitei os palácios encantados,
Em retiros de amor calmo e sereno,
Onde o solo é formado de ouro e neve,
Onde a treva e onde a noite são apenas
Recordações de mundos obscuros!
Onde as flores do afeto imperecível
Não se emurchecem como sobre a Terra...
Lá, nesses orbes lúcidos, divinos,
O amor, somente o amor, nutre e dá vida.


Somente o amor é a vibração de tudo!
Vi céus por sobre céus inumeráveis,
Mundos de dor e mundos de alegria,
Em luminosidades e harmonias
Aos beijos arcangélicos da luz,
Que é mensagem de Deus por toda a parte!
E apenas conheci um pormenor,
Um detalhe minúsculo, um fragmento
Da Criação infinita e resplendente!


Ah! Morte!... A Morte é o anjo luminoso
Da liberdade santa, jubilosa,
Quando a esperamos tristes e abatidos;
Quando nos traz imácula e sublime
A chama da esperança dentro d’alma,
Amando-se da vida os bens mais nobres,
Se o mundo abafa em nós toda a alegria,
Roubando-nos afetos e consolos,
Martirizando o coração dorido
Na cruz dos sofrimentos mais austeros.


A morte corrobora as nossas crenças,
As nossas esperanças mais profundas,
Rompendo o véu que encobre à nossa vista
O eterno panorama do Universo,
E aponta-nos o céu, a imensidade,
Onde as almas ditosas se engrandecem,
Choras almas guiando em labirintos
Para a luz, para a vida e para o amor!


Que representa a Terra, ante a grandeza
De tantos sóis e orbes luminosos?
É somente uma estância pequenina
Onde a dor e onde a lágrima divina
Modelam almas para a perfeição;


É apenas um degrau na imensidade,
Onde se regenera no tormento
Quem se afasta da luz e da verdade;
Ela é somente o exílio temporário,
Onde se sofre a angústia da distância
Dos que amamos com alma e com fervor.


Morte! que te abençoem sofredores,
Que te bendiga o espírito abatido,
Já que és a terna mão libertadora
Dos escravos da carne, dos escravos
Das aflições, das dores, da tortura!
Bendigo-te por tudo o que me deste:
Pela beleza da imortalidade,
Pela visão dos céus resplandecentes,
Pelos beijos dos seres bem-amados.


Senhor! Senhor! que a minha voz se estenda,
Como mm canto sublime de esperança,
Sobre a fronte de todos quantos sofrem,
Ansiando mais luz, mais liberdade
No orbe da expiação e da impiedade!


Médium: Francisco Cândido Xavier



HISTÓRIA


28 - A RESPOSTA CELESTE

Neio Lúcio



Solicitando Bartolomeu esclarecimentos quanto às respostas do Alto às súplicas dos homens, respondeu Jesus para elucidação geral:

— Antigo instrutor dos Mandamentos Divinos ia em missão da Verdade Celeste, de uma aldeia para outra, profundamente distanciadas entre si, fazendo-se acompanhar de um cão amigo, quando anoiteceu, sem que lhe fosse possível prever o número de milhas que o separavam do destino.

Reparando que a solidão em plena Natureza era medonha, orou, implorando a proteção do Eterno Pai, e seguiu.

Noite fechada e sem luar, percebeu a existência de larga e confortadora cova, à margem da trilha em que avançava, e acariciando o animal que o seguia, vigilante, dispôs-se a deitar-se e dormir.

Começou a instalar-se, pacientemente, mas espessa nuvem de moscas vorazes o atacou, de chofre, obrigando-o a retomar o caminho.

O ancião continuou a jornada, quando se lhe deparou volumoso riacho, num trecho em que a estrada se bifurcava.

Ponte rústica oferecia passagem pela via principal, e, além dela, a terra parecia sedutora, porque, mesmo envolvida na sombra noturna, semelhava-se a extenso lençol branco.

O santo pregador pretendia ganhar a outra margem, arrastando o companheiro obediente, quando a ponte se desligou das bases, estalando e abatendo-se por inteiro.

Sem recursos, agora, para a travessia, o velhinho seguiu pelo outro rumo, e, encontrando robusta árvore, ramalhosa e acolhedora, pensou em abrigar-se, convenientemente, porque o firmamento anunciava a tempestade pelos trovões longínquos.

O vegetal respeitável oferecia asilo fascinante e seguro no próprio tronco aberto.

Dispunha-se ao refúgio, mas a ventania começou a soprar tão forte que o tronco vigoroso caiu, partido, sem remissão.

Exposto então à chuva, o peregrino movimentou-se para diante.

Depois de aproximadamente duas milhas, encontrou um casebre rural, mostrando doce luz por dentro, e suspirou aliviado.

Bateu à porta.

O homem ríspido que veio atender foi claro na negativa, alegando que o sítio não recebia visitas à noite e que não lhe era permitido acolher pessoas estranhas.

Por mais que chorasse e rogasse, o pregador foi constrangido a seguir além.

Acomodou-se, como pode, debaixo do temporal, nas cercanias da casinhola campestre; no entanto, a breve espaço, notou que o cão, aterrado pelos relâmpagos sucessivos, fugia a uivar, perdendo-se nas trevas.

O velho, agora sozinho, chorou angustiado, acreditando-se esquecido por Deus e passou a noite ao relento.

Alta madrugada, ouviu gritos e palavrões indistintos, sem poder precisar de onde partiam.

Intrigado, esperou o alvorecer e, quando o Sol ressurgiu resplandecente, ausentou-se do esconderijo, vindo a saber, por intermédio de camponeses aflitos, que uma quadrilha de ladrões pilhara a choupana onde lhe fora negado o asilo, assassinando os moradores.

Repentina luz espiritual aflorou-lhe na mente.

Compreendeu que a Bondade Divina o livrara dos malfeitores e que, afastando dele o cão que uivava, lhe garantira a tranqüilidade do pouso.

Informando-se de que seguia em trilho oposto à localidade do destino, empreendeu a marcha de regresso, para retificar a viagem, e, junto à ponte rompida, foi esclarecido por um lavrador de que a terra branca, do outro lado, não passava de pântano traiçoeiro, em que muitos viajores imprevidentes haviam sucumbido.

O velho agradeceu o salvamento que o Pai lhe enviara e, quando alcançou a árvore tombada, um rapazinho observou-lhe que o tronco, dantes acolhedor, era conhecido covil de lobos.

Muito grato ao Senhor que tão milagrosamente o ajudara, procurou a cova onde tentara repouso e nela encontrou um ninho de perigosas serpentes.

Endereçando infinito reconhecimento ao Céu pelas expressões de variado socorro que não soubera entender, de pronto, prosseguiu adiante, são e salvo, para desempenho de sua tarefa.

Nesse ponto da curiosa narrativa, o Mestre fitou Bartolomeu demoradamente e terminou: — O Pai ouve sempre as nossas rogativas, mas é preciso discernimento para compreender as respostas d’Ele e aproveitá-las.

Do Livro Jesus no Lar - Francisco C. Xavier



FONTE VIVA


88 - CAINDO EM SI


"Caindo, porém, em si..."
- LUCAS, 15:17.


Este pequeno trecho da parábola do filho pródigo desperta valiosas considerações em torno da vida.

Judas sonhou com o domínio político do Evangelho, interessado na transformação compulsória das criaturas; contudo, quando caiu em si, era demasiado tarde, porque o Divino Amigo fora entregue a juízes cruéis.

Outras personagens da Boa Nova, porém, tornaram a si, a tempo de realizarem salvadora retificação.

Maria de Magdala pusera a vida íntima nas mãos de gênios perversos, todavia, caindo em si, sob a influência do Cristo, observa o tempo perdido e conquista a mais elevada dignidade espiritual, por intermédio da humildade e da renunciação.

Pedro, intimidado ante as ameaças de perseguição e sofrimento, nega o Mestre Divino; entretanto, caindo em si, ao se lhe deparar o olhar compassivo de Jesus, chora amargamente e avança, resoluto, para a sua reabilitação no apostolado.

Paulo confia-se a desvairada paixão contra o Cristianismo e persegue, furioso, todas as manifestações do Evangelho nascente; no entanto, caindo em si, perante o chamado sublime do Senhor, penitencia-se dos seus erros e converte-se num dos mais brilhantes colaboradores do triunfo cristão.

Há grande massa de crentes de todos os matizes, nas mais diversas linhas da fé, todavia, reinam entre eles a perturbação e a dúvida, porque vivem mergulhados nas interpretações puramente verbalistas da revelação celeste, em gozos fantasistas, em mentiras da hora carnal ou imantados à casca da vida a que se prendem desavisados. Para eles, a alegria é o interesse imediatista satisfeito e a paz é a sensação passageira de bem estar do corpo de carne, sem dor alguma, a fim de que possam comer e beber sem impedimento.

Cai, contudo, em ti mesmo, sob a bênção de Jesus e, transferindo-te, então, da inércia para o trabalho incessante pela tua redenção, observarás, surpreendido, como a vida é diferente.



Livro Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier


O EVANGELHO


CAP.18 - MUITOS OS CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS


Pelas suas obras é que se reconhece o cristão

16. "Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus."
Escutai essa palavra do Mestre, todos vós que repelis a Doutrina Espírita como obra do demônio. Abri os ouvidos, que é chegado o momento de ouvir.
Será bastante trazer a libré do Senhor, para ser-se fiel servidor seu? Bastará dizer: "Sou cristão", para que alguém seja um seguidor do Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras. "Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má pode dar frutos bons." - "Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo." São do Mestre essas palavras. Discípulos do Cristo, compreendei-as bem! Que frutos deve dar a árvore do Cristianismo, árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com sua sombra uma parte do mundo, mas que ainda não abrigam todos os que se hão de grupar em torno dela? Os da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé. O Cristianismo, qual o fizeram há muitos séculos, continua a pregar essas virtudes divinas; esforça-se por espalhar seus frutos, mas quão poucos os colhem! A árvore é boa sempre, porém maus são os jardineiros. Entenderam de moldá-la pelas suas idéias; de talhá-la de acordo com as suas necessidades; cortaram-na, diminuíram-na, mutilaram-na; tomados estéreis, seus ramos não dão maus frutos, porque nenhuns mais produzem. O viajor sedento, que se detém sob seus galhos à procura do fruto da esperança, capaz de lhe restabelecer a força e a coragem, somente vê uma ramaria árida, prenunciando tempestade. Em vão pede ele o fruto de vida à árvore da vida; caem-lhe secas as folhas; tanto as remexeu a mão do homem, que as crestou.
Abri, pois, os ouvidos e os corações, meus bem-amados! Cultivai essa árvore da vida, cujos frutos dão a vida eterna. Aquele que a plantou vos concita a tratá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância seus frutos divinos. Conservai-a tal como o Cristo vo-la entregou: não a mutileis; ela quer estender a sua sombra imensa sobre o Universo: não lhe corteis os galhos. Seus frutos benfazejos caem abundantes para alimentar o viajor faminto que deseja chegar ao termo da jornada; não amontoeis esses frutos, para os armazenar e deixar apodrecer, a fim de que a ninguém sirvam. "Muitos são os chamados e poucos os escolhidos." É que há açambarcadores do pão da vida, como os há do pão material. Não sejais do número deles; a árvore que dá bons frutos tem que os dar para todos. Ide, pois, procurar os que estão famintos; levai-os para debaixo da fronde da árvore e partilhai com eles do abrigo que ela oferece. - "Não se colhem uvas nos espinheiros." Meus irmãos, afastai-vos dos que vos chamam para vos apresentar as sarças do caminho, segui os que vos conduzem à sombra da árvore da vida.
O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: "Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; entrarão somente os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus."
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe; que o Deus de luz vos ilumine; que a árvore da vida vos ofereça abundantemente seus frutos! Crede e orai. - Simeão. (Bordéus, 1863.)




PRECE

Oração de São Francisco




Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz
Onde houver ódio,que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que eu leve a união
Onde houver dúvida, que eu leve a fé
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado
Compreender, que ser compreendido
Amar, que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive para a Vida Eterna.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Palestra no Expedição Caridade em 11.02.2009


POEMA

ESTRELAS

Emmanuel


Senhor:
ante o céu estrelado,
que nos revela a tua grandeza,
deixa que nossos corações se unam
à prece das coisas simples...


Concede-nos, Pai,
A compaixão das árvores,
a espontaneidade das flores,
a fidelidade da erva tenra,
a perseverança das águas que
procuram o repouso nas profundezas,


a serenidade do campo,
a brandura do vento leve,
a harmonia do outeiro,
a música do vale,
a confiança do inseto humilde,


o Espírito de serviço da Terra benfazeja,
para que não estejamos recebendo,
em vão, Tuas dádivas, e para que o
Teu Amor resplandeça no centro de
nossas vidas, agora e sempre.
Assim seja


Do livro: Antologia da Criança. Psicografia: Francisco Cândido Xavier



PRECE

Salmo 23

O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia do Senhor me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.


HISTÓRIA

FADA DO MÁRMORE

Possivelmente poucos têm notícias de que Sócrates, o filósofo grego, era também escultor. De um modo geral, todos o conhecem como o mestre de Platão. O precursor das idéias cristãs. Mas ele era também um escultor muito bom. Um dia, ele recebeu um pedido da prefeitura de Atenas para esculpir em mármore a estátua de uma fada, que deveria ser colocada em um bosque, próximo de uma fonte. Sócrates aceitou a encomenda. Tratou logo de providenciar um bloco de mármore branco e se pôs a trabalhar. Durante algum tempo ficou olhando para o imenso bloco branco. Mentalizou, idealizou intensamente a estátua e, então, colocou mãos a obra. Empunhou o martelo e foi desbastando a pedra. Lascas enormes voavam para um e outro lado da sua oficina. Mais tarde, ele largou o martelo e os outros instrumentos pesados, rústicos, e empunhou ferramentas mais leves como o cinzel. Para o acabamento da estátua serviu-se de uma pedra esmeril, com muita delicadeza. Finalmente, a estátua ficou pronta para admiração do povo. Era a figura de uma jovem esbelta, como os antigos concebiam as divindades dos bosques e das águas. Seu aspecto era tão leve que ela parecia flutuar no ar. E, no entanto, era toda de mármore. Ante os elogios do povo, Sócrates explicou que ele verdadeiramente não esculpira a estátua. Quando olhara o bloco de mármore, ele vira que a ninfa das águas estava pronta, dentro dela. O que fiz, dizia, foi simplesmente retirar o excesso de pedra que a cobria e descobri-la para os olhos de todos.
* * *
Assim também é no ser humano. A maioria das pessoas somente vê o material, o corpo físico. E por essa aparência adjetiva a criatura como feia, bonita, simpática, antipática, etc. Poucos podem ver o invisível, a alma do ser que carrega aquele corpo. E a alma, para se revelar em toda a sua grandeza, necessita passar por um processo semelhante ao do mármore. É assim que temos o martelo da dor, retirando as arestas, o cinzel da disciplina e a pedra esmeril do tempo trabalhando juntos, a fim de que o Espírito mostre toda a sua beleza e seu potencial. É por isso que se torna importante o homem entender o porquê da dor, da disciplina, a sabedoria do tempo para que ele se mostre na sua totalidade: a estátua de beleza e leveza, esplendorosa, oculta sob a capa da matéria bruta.
* * *
Jesus, enquanto na Terra, Se permitiu ver por três dos Seus apóstolos em toda a sua beleza espiritual. O episódio se deu no Monte Tabor, no fenômeno conhecido como Transfiguração e teve como testemunhas oculares, Pedro, Tiago e João.



O EVANGELHO

CAP. 9 – BEM- AVENTURADOS OS MANSOS E PACIFICOS


I - A Afabilidade e a Doçura
LÁZARO
Paris, 1861

6 – A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são a sua manifestação. Entretanto, nem sempre se deve fiar nas aparências, pois a educação e o traquejo do mundo podem dar o verniz dessas qualidades. Quantos há, cuja fingida bonomia é apenas uma máscara para uso externo, uma roupagem cujo corte bem calculado disfarça as deformidades ocultas! O mundo está cheio de pessoas que trazem o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são doces, contanto que ninguém as moleste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, doirada quando falam face a face, se transforma em dardo venenoso, quando falam por trás.
A essa classe pertencem ainda esses homens que são benignos fora de casa, mas tiranos domésticos, que fazem a família e os subordinados suportarem o peso do seu orgulho e do seu despotismo, como para compensar o constrangimento a que se submetem lá fora. Não ousando impor sua autoridade aos estranhos, que os colocariam no seu lugar, querem pelo menos ser temidos pelos que não podem resistir-lhes. Sua vaidade se satisfaz com o poderem dizer: “Aqui eu mando e sou obedecido”, sem pensar que poderiam acrescentar, com mais razão: “E sou detestado”.
Não basta que os lábios destilem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso, trata-se de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, jamais se desmente. É o mesmo para o mundo ou na intimidade, e sabe que se podem enganar os homens pelas aparências, não podem enganar a Deus.

PALAVRAS DE VIDA ETERNA


04 - AMOR E TEMOR



Emmanuel

"O perfeito amor lança fora o temor".
(I JOÃO, 4:18.)



Para que nossa alma se expanda sem receio, através das realizações que o Senhor nos confia, não basta o imperfeito Amor que estipula salários de gratidão ou que se isola na estufa do carinho particular, reclamando entendimento alheio.

É necessário rendamos culto ao perfeito amor que tudo ilumina e a todos se estende sem distinção.

O imperfeito Amor, procurando o gozo próprio no concurso dos outros, é quase sempre o egoísmo em disfarce brilhante, buscando a si mesmo nas almas afins para atormentá-las sob múltiplas formas de temor, quais sejam a exigência e o ciúme, a crueldade e o desespero, acabando ele próprio no inferno da amargura e da frustração.

O perfeito Amor, contudo, compreende que o Pai Celeste traçou caminhos infinitos para a evolução e aprimoramento das almas, que a felicidade não é a mesma para todos e que amar significa entender e ajudar, abençoar e sustentar sempre os corações queridos, no degrau de luta que lhes é próprio.

Para que te libertes, assim, das algemas do medo, não basta te acolhas no anseio de ser ardentemente querido e auxiliado pelos outros, segundo as disposições do Amor incompleto.

É indispensável saibas amar, com abnegação e ternura, entre a esperança incansável e o serviço incessante pela vitória do bem, sob a tutela dos quais viverás sempre amando, segundo o Amor equilibrado e perfeito pela força Divina que nos ergue triunfante, dos abismos da sombra para os cimos da luz.



Livro: Palavras de Vida Eterna. Psicografia: Francisco Cândido Xavier

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Primeira Palestra de 2009 no Expedição Caridade - 04.02.2009


O Evangelho Segundo O Espiritismo

Cap. 6 : O Cristo Consolador


Advento do Espírito da Verdade
ESPÍRITO DE VERDADE
Paris, 1860
5 – Venho, como outrora, entre os filhos desgarrados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, deve lembrar os incrédulos que acima deles reina a verdade imutável: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar as plantas e que levanta as ondas. Eu revelei a doutrina divina; e, como um segador, liguei em feixes o bem esparso pela humanidade, e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis!”
Mas os homens ingratos se desviaram da estrada larga e reta que conduz ao Reino de meu Pai, perdendo-se nas ásperas veredas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana. Ele quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, ou seja, mortos segundo a carne, porque a morte não existe, sejais socorridos, e que não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a voz dos que se foram, faça-se ouvir para vos gritar: Crede e orai! Porque a morte é a ressurreição, e a vida é a prova escolhida, durante a qual vossas virtudes cultivadas devem crescer e desenvolver-se como o cedro.
Homens fracos, que vos limitais às trevas de vossa inteligência, não afasteis a tocha que a clemência divina vos coloca nas mãos, para iluminar vossa rota e vos reconduzir, crianças perdidas, ao regaço de vosso Pai.
Estou demasiado tocado de compaixão pelas vossas misérias, por vossa imensa fraqueza, para não estender a mão em socorro aos infelizes extraviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai todas as coisas que vos são reveladas; não misturem o joio ao bom grão, as utopias com as verdades.
Espíritas; amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana; e eis que, de além túmulo, que acreditáveis vazios, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal; sede os vencedores da impiedade!


ESPÍRITO DE VERDADE
Paris, 1861
6 – Venho ensinar e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem sua resignação ao nível de suas provas; que chorem, porque a dor no Jardim das Oliveiras, mas que esperem, porque os anjos consoladores virão enxugar as suas lágrimas.
Trabalhadores, traçai o vosso sulco. Recomeçai no dia seguinte a rude jornada da véspera. O trabalho de vossas mãos fornece o pão terreno aos vossos corpos, mas vossas almas não estão esquecidas: eu, o divino jardineiro, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, quando a trama escapar de vossas mãos, e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis surgir e germinar em vós a minha preciosa semente. Nada se perde no Reino de nosso Pai. Vossos suores e vossas misérias formam um tesouro, que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas, e onde o mais desnudo entre vós será talvez o mais resplandecente.
Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são os meus bem-amados. Instrui-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos ensina o objetivo sublime da prova humana. Como o vento varre a poeira, que o sopro dos Espíritos dissipe a vossa inveja dos ricos do mundo, que são freqüentemente os mais miseráveis, porque suas provas são mais perigosas que as vossas. Estou convosco, e meu apóstolo vos ensina. Bebei na fonte viva do amor, e preparai-vos, cativos da vida, para vos lançardes um dia, livres e alegres, no seio daquele que vos criou fracos para vos tornar perfeitos, e deseja que modeleis vós mesmos a vossa dócil argila, para serdes os artífices da vossa imortalidade.


ESPÍRITO DE VERDADE
Havre, 1863
8 – Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que a suplicam. Seu poder cobre a Terra, e por toda parte, ao lado de cada lágrima, põe o bálsamo que consola. O devotamento e a abnegação são uma prece contínua e encerram profundo ensinamento: a sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender estas verdades, em vez de reclamar contra as dores, os sofrimentos mortais, que são aqui na Terra o vosso quinhão. Tomai, pois, por divisa, essas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará a tranqüilidade de espírito e a resignação. O coração bate melhor, a alma se acalma, e o corpo já não sente desfalecimentos, porque o corpo sofre tanto mais, quanto mais profundamente abalado estiver o espírito.





LIVRO FONTE VIVA

17 - CRISTO E NÓS

“E disse-lhe o Senhor em visão:
- Ananias! E ele respondeu:Eis-me aqui, Senhor!”
– (ATOS, 9:10)

Os homens esperam por Jesus e Jesus espera igualmente pelos homens.

Ninguém acredite que o mundo se redima sem almas redimidas.

O Mestre, para estender a sublimidade do seu programa salvador, pede braços humanos que o realizem e intensifiquem. Começou o apostolado, buscando o concurso de Pedro e André, formando, em seguida, uma assembléia de doze companheiros para atacar o serviço da regeneração planetária.

E, desde o primeiro dia da Boa Nova, convida, insiste e apela, junto das almas, para que se convertam em instrumentos de sua Divina Vontade, dando-nos a perceber que a redenção procede do Alto, mas não se concretizará entre as criaturas sem a colaboração ativa dos corações de boa-vontade.

Ainda mesmo quando surge, pessoalmente, buscando alguém para a sua lavoura de luz, qual aconteceu na conversão de Paulo, o Mestre não dispensa a cooperação dos servidores encarnados. Depois de visitar o doutor de Tarso, diretamente, procura Ananias. Enviando-o a socorrer o novo discípulo.

Por que razão Jesus se preocupou em acompanhar o recém-convertido, assistindo-o em pessoa? É que, se a Humanidade não pode iluminar-se e progredir sem o Cristo, o Cristo não dispensa os homens na obra de soerguimento e sublimação do mundo.

“Ide e pregai.”

“Eis que vos mando.”

“Resplandeça a vossa luz diante dos homens.”

“A Seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros.”

Semelhantes afirmativas do Senhor provam a importância por ele atribuída à contribuição humana.

Amemos e trabalhemos, purificando e servindo sempre.

Onde estiver um seguidor do Evangelho aí se encontra um mensageiro do Amigo Celestial para a obra incessante do bem.

CRISTIANISMO SIGNIFICA CRISTO E NÓS.

Livro Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier



LIVRO SINAL VERDE


DEVER E TRABALHO



André Luiz



O compromisso de trabalho inclui o dever de associar-se a criatura ao esforço de equipe na obra a realizar.

Obediência digna tem o nome de obrigação cumprida no dicionário da realidade.

Quem executa com alegria as tarefas consideradas menores, espontaneamente se promove às tarefas consideradas maiores.

A câmara fotográfica nos retrata por fora, mas o trabalho nos retrata por dentro.

Quem escarnece da obra que lhe honorifica a existência, desprestigia a si mesmo.

Servir além do próprio dever não é bajular e sim entesourar apoio e experiência, simpatia e cooperação.

Na formação e complementação de qualquer trabalho, é preciso compreender para sermos compreendidos.

Quando o trabalhador converte o trabalho em alegria, o trabalho se transforma na alegria do trabalhador.

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Sinal Verde.
Ditado pelo Espírito André Luiz.





POEMA


COMEÇAR OUTRA VEZ



Maria Dolores



Alma querida, escuta!... Entre os lances do mundo,

Se escorregaste à beira do caminho

E caíste, talvez, em pleno desalinho,

Na sombra que te faz descrer ou desvairar,

Ante a dor de visita, a renovar-te anseios,

Não desprezes pensar! ... Levante-te e confia,

Porque a vida te pede, abrindo-te outro dia:

- Começar outra vez, trabalhar, trabalhar!...



Ergue-te regressando à estrada justa,

Contempla a terra amiga em derredor,

Vê-la-ás, pormenor em pormenor,

Por mãe que sofra e sangra, a recriar ...

Medita na semente à sós, que o lavrador sepulta...

Quando alguém a supõe, humilhada e indefesa,

Ressurge em brilho verde, ouvindo a Natureza:

- Começar outra vez, trabalhar, trabalhar!...



Fita o perfurador rasgando as entranhas da gleba;

O homem que o maneja, a golpes persistentes,
Pesquisa, sem cessar, todos os continentes,

Do deserto escaldante aos recessos do mar...

E eis que a lama oleosa, esquecida há milênios,

Trazida à flor do chão, é ouro e combustível,

Que o progresso conclama em ordem de alto nível:

- Começar outra vez, trabalhar, trabalhar!...



Toda força lançada em desvalia

Quando erguida, de novo, em apoio de alguém,

Retoma posição no serviço do bem,

Utilidade viva a circular...

Olha a pedra moída, em função do cimento

E o barro que assegura a gestação do trigo,

Falando a todos nós, em tom seguro e amigo:

- Começar outra vez, trabalhar, trabalhar!...



Assim também, alma fraterna e boa,

Se caíste em momentos infelizes,

Não te abatas, nem te marginalizes,

Levanta-te e retoma o teu próprio lugar!...

Aceita os grilhões das provas necessárias,

Esquece, age, abençoa, adianta-te e lida,

E escutarás a voz da Lei de Deus na vida:

- Começar outra vez, trabalhar, trabalhar!...


Livro: “Vida em Vida” Psicografia: “Francisco Cândido Xavier” Espíritos Diversos