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15 de outubro de 2018

Missão é partir



“Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu. 
É parar de dar volta ao redor de nós mesmos, como se fôssemos o centro do mundo e da vida. 
É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior. 
Missão é sempre partir, mas não devorar quilómetros. 
É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los. 
E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então Missão é partir até aos confins do mundo.” 

D. Hélder Câmara


24 de setembro de 2018

Pároco. Um ano passou!

As palavras que se seguem foram ditas há um ano. Em Fornelos, no dia 23 de Setembro, em Fafe no dia 24, faz hoje precisamente um ano.
E um ano volvido, permanece a verdade de cada uma delas, dentro da imperfeição da minha pessoa que busca cada dia, não o que me agrada, ou agrada aos outros, mas aquilo que agrada a Deus.
Preciso que continuem a rezar por mim!




Eu, Pe. José António Ribeiro de Lima Carneiro ao assumir o Ofício de Pároco da Paróquia Santa Eulália de Fafe, Diocese ou Arquidiocese Braga, prometo conservar sempre a comunhão com a Igreja católica, quer em palavras por mim proferidas, quer em meu procedimento.

Com grande diligência e fidelidade desempenharei os ofícios, pelos quais estou ligado em função da Igreja, tanto universal, como particular, na qual, conforme as normas do direito, sou chamado a exercer meu ofício.
Ao desempenhar meu ofício, que em nome da Igreja me foi conferido, guardarei integralmente o depósito da fé, que com fidelidade transmitirei e explicarei; quaisquer doutrinas, portanto, contrárias a este depósito, serão por mim evitadas.
Hei de seguir e promover a disciplina comum de toda a Igreja, e acatar a observância de todas as leis eclesiásticas, sobretudo aquelas que estão contidas no Código de Direito Canóico.
Com cristã obediência seguirei o que declaram os sagrados Pastores, como autênticos doutores e mestres da fé ou o que estabelecem como orientadores da Igreja, e prestarei fielmente auxílio aos Bispos Diocesanos, a fim de que a ação apostólica, a ser exercida em nome e por mandato da Igreja, se realize em comunhão com a mesma Igreja.
Assim Deus me ajude e os Santos Evangelhos, que toco com minhas mãos.

2 de outubro de 2017

Juntos nos caminhos da missão!



Chego até vós como aquele que serve, como "bendito o que vem em nome do Senhor". Sim, é em nome do Senhor que a Igreja me confia o encargo, o múnus, o serviço da paroquialidade nesta comunidade de Santa Eulália de Fafe, solidariamente com o P. Pedro Daniel, acrescendo ainda a comunidade de Santa Comba de Fornelos. 


Sou padre desta arquidiocese de Braga desde 2010, e estive em missão na diocese de Aveiro desde 2009 até agora. A este propósito, justíssima evocação e penhorada gratidão a D. António Francisco dos Santos, que foi bispo de Aveiro entre 2006 e 2014, recentemente falecido, porque foi alguém fundamental no percurso da minha vida. Portanto, apesar da tristeza da separação, venho até vós com a alegria e o entusiasmo próprio da missão que sempre aprendi especialmente com ele. E Deus me permita, e a todos, aprender dele a bondade, a ternura, o sorriso e a doação da vida toda e até ao fim. 
Chego ao vosso meio imbuído da doçura das gentes dos ovos moles e com a bravura dos que se fazem ao mar e à ria, para dele e dela retirarem o pão para a mesa.Venho para ajudar a construir uma comunidade unida, fraterna e solidária. 

Contai comigo para despertar a esperança, num mundo onde há tantos sinais de desespero, de desesperança, de desilusão. Portanto também conto convosco. Juntos nos caminhos da missão que Deus nos confia. Aqui e agora. Com coragem, com esperança, com alegria.

(primeira mensagem no Boletim Igreja Nova, da Paróquia de Santa Eulália de Fafe.) 

14 de setembro de 2017

"Devo muito mais porque recebi muito mais..." (entrevista ao Correio do Vouga)


A paróquia de Nossa Senhora da Glória e outras pessoas que se quiseram associar despediram-se do P. José António Carneiro no sábado, dia 9 de setembro, com a celebração da Eucaristia e um convívio à volta da mesa. Antes de regressar à arquidiocese de Braga, o sacerdote natural de S. Torcato-Guimarães respondeu a três perguntas do Correio do Vouga. 

1.       Oito anos na Diocese de Aveiro. Certamente, não é ainda o momento do balanço, mas com que estado de espírito deixa a nossa diocese?

José António Carneiro - Parto da diocese de Aveiro com o coração cheio. O meu estado de espírito é, pois, de profunda gratidão e imenso encanto. Parto feliz mesmo que, humanamente já me custe a partida. Foi, absolutamente, uma bênção para mim, uma manifestação da Providência Divina esta minha estadia em Aveiro nestes quase oito anos, quase dois em Águeda e quase seis na Sé. 
Devo exprimir aqui a minha profunda e reconhecida gratidão a D. António Francisco dos Santos, mesmo esmagado pela dor da sua repentina partida, uma vez que neste percurso ele foi inteiramente providencial. Sem ele, estou certo, não teria surgido a possibilidade de vir para Aveiro. Devo isso a D. António Francisco. Parte do que sou hoje, portanto, devo-o ele. 
Portanto se a gratidão me invade nesta hora de regresso a Braga, também sinto profundamente a consternação e a tristeza pela perda daquele que foi, em Aveiro, o meu bispo, e antes e depois disso, felizmente, um grande amigo, um pai em quem sempre pude confiar. 


2.       Presumimos que aprendeu algo em Águeda e Aveiro, como sabemos, pelas diversas manifestações, que muitas aprenderam consigo – e por isso lhe agradecem. Como padre, em duas ou três frases, o que leva de Aveiro?

Levo tanto que não é nada fácil sintetizar. Garanto que, na contabilidade ente o deve e o haver, o dado e o recebido, eu devo muito mais porque recebi muito mais de todos.
Vivo a vida e tenho procurado viver o ministério sacerdotal com a consciência que sempre podemos e devemos ensinar e aprender uns com os  outros. Tento, por isso, ser mestre mas sem deixar de ser aprendiz. Levo, pois, a generosidade das pessoas, a sua bondade, a capacidade de acolher, e de sorrir, assim como a alegria e o espírito positivo frente às agruras.
Levo reforçada a vontade e a abertura para a aventura da missão, que é um estado permanente, de fazer-se ao mar ou à ria, de amarras soltas, como dizia d. António Francisco, na sua despedida de Aveiro.
Levo a experiência de ter feito parte, sobretudo pela Missão Jubilar, de uma Igreja que peregrina, que anuncia, que grita constrói a paz, que visita, que veste a camisola, que é ousada e criativa, mobilizadora, solidária, que faz festa, que conta com todos, que tem lugar para todos, que precisa de todos e que vive em estado permanente de missão. 


3.       Com que expetativas encara a nova missão em terras de Fafe?

O meu regresso à diocese de Braga faz-se não sem algum receio, mas com muita esperança, confiança e entusiasmo. Por vários motivos. 
Todo o meu ministério de padre exerceu-se em Aveiro. Ora estou certo que a adaptação pastoral a novas realidades e a novas geografias irá impõr-se porque apesar de fazermos parte da mesma Igreja de Cristo o modo como se vive pastoralmente é divergente de zona para zona.Também é relevante o facto de ser pela primeira vez na minha vida nomeado pároco in solidum. Essa responsabilidade da missão partilhada solidariamente com outro padre, é uma oportunidade e sempre um desafio para um testemunho de comunhão sacerdotal feito de palavras e sobretudo de ações. 
Ao mesmo tempo sei do dinamismo vivido na diocese de Braga e com certeza o arciprestado de Fafe onde irei trabalhar em duas paróquias não será exceção. 
Conto com a ajuda de todos e o auxílio de Deus, pelo seu Santo Espírito que nos constitui discípulos missionários. Vou para continuar a ser, como em Aveiro, transparência de Deus, rosto de misericórdia e sinal do amor de Deus por todos. Vou, agora mais ainda com a inspiração e a profunda admiração, e por que não dizê-lo até, com a intercessão, desse Bispo D. António Francisco dos Santos que tão bem soube imitar o coração do Bom Pastor, que se não deu às prestações, mas todo inteiro e até ao fim. 




outra notícia aqui

9 de setembro de 2017

Por favor! Obrigado! Desculpe! (Na hora da partida!)




Não gosto de despedidas! Vivo esta hora como hora de partida e como hora de missão! E vivo-a com confiança. Acredito na Igreja de Jesus Cristo sem fronteiras. A minha presença na diocese de Aveiro inscreveu-se nesta convicção. 
A Providência Divina tornou possível, através da solicitude pastoral dos bispos de Braga e de Aveiro, que aqui, entre vós, pudesse crescer, viver e exercer o ministério, primeiro, ainda nas terras de Águeda, como diácono, depois como presbítero, durante quase oito anos, superando até as mais positivas expectativas iniciais. 
Sei que a missão é um estado permanente, é um constante "ir", "sair", "partir", tal como nos ensina Jesus, que foi ao encontro de todos. Seria muito mais fácil navegar na "onda do sucesso" alcançado do que aventurar-se no mar desconhecido, donde, estou certo, resultará a abundância, tão só pela fidelidade obediente à voz do Senhor.
Ao olhar o tempo passado, enquanto se arrumam papéis, deixando-me conduzir pela aragem do Espírito de Deus, que faz novas todas as coisas, e pelo exemplo do Papa Francisco, brotam-me três expressões, que são três atitudes, nesta hora de partida: "por favor, obrigado, desculpe". 
Em primeiro, "desculpe": peço desculpa pelo que não fui capaz de dar e devia ter dado. Reconhecer o "in-conseguido" é passo necessário para se fazer o que a missão impele cada dia! E porque só perdemos aquilo que não damos, lamento aquilo que perdi por não o ter dado!
Em seguida, "obrigado". Agradeço hoje, como em cada noite destes muitos dias, por quanto recebi e que foi sempre muito mais do que aquilo que dei. Eu sou, estou certo, o que mais ganhou e mais lucrou. 
Por fim, "por favor". Por favor, não percam a esperança. Ou como diz, programaticamente, o Papa, na Evangelii Gaudium:"Não deixemos que nos roubem a esperança!” (nº86). Nem "a alegria da evangelização!” (nº83). Nem "o Evangelho" (nº97). Por favor, agarrem o sonho da missão com o "entusiasmo missionário” (nº80) e com "a força missionária!” (nº109). E porque o Senhor Jesus estará onde, fraternalmente, dois ou três se reúnem no Seu nome "não deixemos que nos roubem a comunidade", (nº92) e "não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno" (nº101).
Nos caminhos da missão, em diferentes geografias e na mesma Igreja, como discípulos missionários, sempre nos mova e comova o infinito amor do Senhor. 

texto para o Boletim Paroquial Diálogo.

11 de agosto de 2017

Conversão pastoral




Curiosamente (ou não), a "conversão pastoral" sugerida pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium surge nas palavras introdutórias das nomeações eclesiásticas assinadas pelo Arcebispo de Braga e nas nomeações 2017-2018 assinadas pelo Bispo de Aveiro, ambas para o próximo ano pastoral.  

Em todo o caso, parece-me que na necessária sequência operativa das palavras nem sempre seja esse o caminho seguido... Em ambos os casos.

Posto isto, ao acolher a nomeação de D. Jorge Ortiga para as paróquias de Fafe e Fornelos, no regresso à minha Arquidiocese de Braga, depois de quase oito anos a servir na Diocese de Aveiro (quase seis na Paróquia de Nossa Senhora da Glória-Sé, e quase dois nas nove paróquias da Unidade Pastoral de Águeda), enviado primeiro por D. António Francisco e depois por D. António Moiteiro, quero acolher também esse impulso de conversão, a fim de procurar ter sempre um coração ao jeito do Coração de Jesus, Bom Pastor, disponível e aberto a todos.

Que o Senhor me ajude!




14 de julho de 2017

Oração espontânea




Senhor,

quando tudo à minha volta me convida ao comodismo,
ao tédio e ao marasmo, 
à preguiça e ao conforto do mais fácil 

Dá-me a santa ousadia,
o desejado alento,
e o necessário entusiasmo 

para abraçar a missão de ser Tua transparência,
para todos, 
em qualquer lugar. 

Permite que a minha vida
se conforme só a Ti, 
e se transforme só por Ti. 

Amém. Amém.

29 de novembro de 2013

Uma Igreja em estado de missão!


 
A Missão Jubilar na diocese de Aveiro


1. O plano pastoral que a Diocese de Aveiro viveu este ano chamou-se Missão Jubilar. Tratou-se de um programa preparado e discutido atempadamente, desde as bases, fato que se revelou fulcral para que todos sentissem esta "hora" como sendo a sua, este projeto como sendo seu e de toda a Igreja diocesana. Vive este hora foi lema congregador, grito audível em tantos locais da diocese, palavra visível, escrita e mostrada nas torres das igrejas, edifícios religiosos e nas casas de milhares de pessoas espalhadas entre o mar, a serra e a ria.

Foi intuito deste plano pastoral fazer de toda a ação missão. Disse-o o bispo diocesano: "Somos uma Igreja em estado de missão". Não só com iniciativas pontuais e mensais de anúncio e de evangelização, mas levando cada cristão a viver o seu "ser em Cristo", através de ações simples e concretas, experimentadas no dia-a-dia, dentro e fora do templo, assumindo as bem-aventuranças do Evangelho como caminho dos discípulos de Cristo.

Na mensagem inicial, D. António Francisco disse que este programa pastoral, mais do que pedagogia criativa, é a alma inspiradora do nosso ser igreja, vivendo o nosso ser em Cristo. Porque aquele que experimenta a doçura do amor de Deus, realidade fundante de toda a missão, não pode senão ser anunciador da alegria desse amor dado a todos sem exceção. Porque quem recebe de Deus tantos dons, não os pode enterrar e fechá-los a sete chaves, entre as pregas de um coração egoísta egocêntrico.

Bem a propósito as palavras do Papa Francisco, na sua mais recente exortação apostólica A Alegria do Evangelho: "Porque alguém acolheu este amor [de Deus] que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o comunicar aos outros?" (n.º8).

O ano da Fé foi substrato de toda a missão pastoral vivendo e exprimindo a força da fé e a alegria da confiança, tal como rezamos na oração da Missão Jubilar.

 
2. Ao olhar para trás, em jeito de balanço possível (sim, eu acredito que o mais importante que a Missão Jubilar proporcionou é aquilo que fica no segredo do coração de cada um e que Deus bem conhece), sou levado a crer que se conseguiu iniciar o "choque operativo" pretendido, mesmo sabendo que não fica acabado.

Durante este ano fomos mais capazes de sair do templo para nos encontrarmos com o Homem de hoje na sua situação atual. Não quisemos esperar na sacristia, egoisticamente sós, mas ousamos ser mais Igreja fora da igreja. Fomos capazes de partir como missionários e mensageiros para levar a todos os recantos e a todas as casas a feliz notícia do Evangelho das bem-aventuranças.

Com a abertura das portas, que tanto nos fazem entrar como sair (ou nos fazem entrar para sair), buscamos ser uma Igreja casa de todos, mãe para todos. Com a incursão em zonas desconhecidas, em periferias existenciais, tantas vezes as nossas seguranças são (felizmente!) abaladas e corremos o risco de sofrer acidentes. Mas, diz o Papa Francisco, é preferível uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por sair do que uma Igreja doente por se fechar comodamente.

Durante a Missão Jubilar, foi possível desinstalar muitos, talvez adormecidos e anestesiados numa prática ritualista, fechada no templo, como ovelhas gordas e instaladas confortavelmente nos bancos da igreja. E chegou-se a tantos outros ociosos, tal como os trabalhadores da parábola do Evangelho sentados sem trabalho.

Foi possível chamar para a ação e para a missão, talvez daqueles que hoje, como Zaqueu, estão a espreitar, curiosos, ou daqueles que estão ainda nos "átrios" e que ainda não conseguem ou não querem dar o passo de entrada.

A Missão Jubilar permitiu aproximarmos mais uns dos outros. Conhecemo-nos mais e melhor, somos mais família, cuidamos mais da fragilidade uns dos outros, sentimo-nos mais solidários e mais simpáticos com todos, gostamos mais de trabalhar juntos...

 
3. A Missão Jubilar teve a graça de não criar novas estruturas. Potenciamos as que temos (e já são tantas!) para que vivam com entusiasmo a missão. Creio que todos os que se dispuseram docilmente a viver cada pequena ação proposta tomaram consciência de que Deus conta com cada um para ser rosto de esperança, alegria e transparência do amor de Deus.

Creio que fomos capazes de nos mostrarmos como Igreja de Deus peregrina no meio da peregrinação dos homens deste tempo. Não causamos indiferença. Saímos à rua e às praças e às periferias. Mostramos alegria, mesmo entre as depressões de tristeza e desespero do tempo presente. Mostramos a luz da fé, que arde nos nossos corações, luz pequena, ténue e frágil, mas que ilumina e alumia a escuridão da noite. Mostramos que a fé se exprime e experimenta em obras de caridade, de partilha e de atenção aos mais fracos.
 

4. Claro que nem tudo foi como sonhamos... Mas os sonhos de Deus para a Diocese de Aveiro atravessam os sonhos que persistimos e ainda acalentamos. A hora é de missão, agora, como sempre. Vive esta hora!

 
(texto escrito para o Semanário Digital da Agência Ecclesia, publicado esta semana)
 
Pe. José António Carneiro
Vigário paroquial de Nossa Senhora da Glória-Sé de Aveiro
Comissão Coordenadora da Missão Jubilar

[A propósito da solenidade de Cristo Rei]

  “Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.” Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga nes...