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11 de novembro de 2012

Gestos de amor não têm preço! Poema no XXXII domingo comum




De que interessa o que temos
quando não damos o que somos?
A Jesus não importa o dinheiro,
apenas que se seja verdadeiro e inteiro!

Quando a riqueza da aparência
não coincide com a essência,
a riqueza material
é vazio anódino e banal...
Passa o tempo a contar
o menos que pode dar...
E só dá para se ver
quão grande é seu "poder".

Ricos para Deus são os sábios,
que não são escravos do que têm...
São os que sabem
que o caminho de santidade
se faz com a verdade
de ser o que se é
e viver alicerçado na fé.

Para Deus importante é ser,
agir de coração e crer...
que um gesto de amor
não tem preço, só tem valor.


Pe. JAC





4 de novembro de 2012

Uma história de amor entrelaçado! Poema no XXXI domingo comum




De que vale aos homens
Passar os dias a cumprir ordens,
Se não souberem que o Amor
É o caminho proposto pelo Senhor?

De que vale uma fé
Carregada de obrigações,
Se não escutar a voz de Deus
E deixar que Ele molde os corações?

O que diz o mandamento
É convite para escutar
Porque Deus tem sempre algo novo para falar.

Todo e qualquer mandamento
Que oprime e não liberta
Não é mandado por Jesus.

O mandamento maior
É o do Amor entrelaçado
A Deus e aos irmãos.

Quando amar com o amor de Cristo
Não terei histórias de amor para contar.
Serei eu mesmo uma história de amor.


Pe. JAC

6 de outubro de 2012

Liberdade infinita do Amor. Poema para o XXVII domingo comum




Não há outro nome para o Amor.
Toda a definição é (im)perfeita,
qualquer aproximação incompleta...

Amor é tão grande como o tempo,
mas não acaba com os dias nem as horas...
Não é um contrato, muito menos contratempo
como o são as leis ocas e vazias.

Jesus Cristo, Senhor,
ensina-nos o Amor...
verdadeiro e indestrutível,
eterno e indivisível...
sentimento uno,
partilhado (en)canto em uníssono...

Amor é a expressão maior da esperança,
como faz cada criança,
mesmo (des)protegida de plena razão
entrega todo o seu coração,
à liberdade infinita do Amor.


Pe. JAC

15 de setembro de 2012

A fé que leva ao amor

 
 
Jesus pergunta quem é
desafiando, nas respostas, a fé...
para uns é o profeta Elias
para os discípulos, Ele é o Messias.
 
Ele é o Cristo libertador
que veio ao mundo vencer a morte e a dor...
é o Cristo Salvador
que nos pede uma fé que leve ao amor.
 
É preciso saber e perceber
qual o caminho a percorrer:
Caminho cuja meta é a Cruz,
sinal de vida, plena de Luz...,
opção radical pelo amor,
certeza de uma Vida maior.
 
Seguir o Messias, o Senhor
implica renunciar ao conforto da razão...
fazendo com que o bem saído das nossas mãos
não esconda as mãos que fazem todo o bem.
 
Pe. JAC

24 de outubro de 2011

Um coração que não cabe no peito!

Um coração que não cabe no peito!
30.º domingo comum. Ano A

1.Celebramos o 30.º domingo do Tempo Comum e, cumulativamente, o Dia Mundial das Missões. Na Mensagem escrita para este dia, Bento XVI diz que a missão e a evangelização são dimensões essenciais da Igreja e tarefas urgentes, num tempo e num mundo cada vez mais secularizado que faz com que muitas pessoas vivam como se Deus não existisse. «O Evangelho não é uma propriedade exclusiva de quem o recebeu, mas um dom a ser partilhado e comunicado", escreve o Papa, reiterando a ideia de que todo o baptizado é missionário no seu meio e ambiente.

2.Ao ritmo da nossa liturgia semanal, neste esforço semanal de irmos aprendendo com Jesus, a sermos missionários e os discípulos que Ele quer que sejamos, somos confrontados com uma das questões mais fundamentais e centrais para a vivência prática da nossa fé. Qual é, afinal de contas, o mandamento maior pelo qual devemos reger a nossa conduta e a nossa acção?

3. Mergulhemos neste Evangelho, onde se reflecte a continuada “perseguição” dos grupos religiosos do velho Israel a Jesus. Reparemos que, da política ao catecismo, os fariseus continuam a experimentar Jesus em todas as matérias. Eles querem mesmo “fazer-lhe a folha!”. Passamos da questão fiscal (do imposto e do tributo a César, que ouvimos na semana passada), ao problema moral (da lei que deve reger a vida do crente). Agora a dúvida é sobre os mandamentos da Lei de Deus! E é pressuposto que o “Mestre Jesus” tenha uma resposta clara.

4.«Qual é o maior mandamento da Lei de Deus»? - perguntou um doutor da lei a Jesus. Convenhamos, e até entendemos, que numa floresta quase impenetrável de obrigações e proibições da Torá (composta por 613 preceitos), a que o judeu piedoso se obrigava todos os dias, era difícil saber por que mandamento começar, qual deles tinha a primazia e precedência. A pergunta sobre o maior mandamento era no fundo a pergunta sobre «qual mandamento, que, uma vez cumprido, garantia prática de todos os outros»?!

5. Se repararmos com atenção, na resposta de Jesus, não há lá palavras novas. Jesus serve-se de dois textos já muito conhecidos dos velhos livros da Lei do Antigo Testamento. O primeiro, do livro de Deuteronómio, falava-nos do «amar a Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente» (Dt.6,4-5), pondo de parte um amor apenas sentimental ou religioso, para fazer deste amor a Deus uma entrega pessoal e total. O segundo texto, do livro do Levítico, referia-se a «amar o próximo como a si mesmo» (Lev.19,18), fazendo deste amor o critério de verdade do amor a Deus. Onde está então a novidade do ensinamento de Jesus? O que acrescentou Jesus, de novo, àquilo que já sabia o fariseus? A novidade da resposta, poderia resumir-se em dois sentidos:

6. Primeiro, Jesus tira-nos a ilusão religiosa ou sentimental de alguma vez podermos amar a Deus… não amando o próximo. «Os seus discípulos nunca poderão separar estes dois amores. Tal como, numa árvore, não se podem separar as raízes da sua copa: quanto mais amarem a Deus, mais intensificam o amor aos irmãos e às irmãs; quanto mais amarem os irmãos e as irmãs, mais aprofundam o amor a Deus», nas palavras de Chiara Lubich.

7.Por vezes, enganamo-nos, imaginando que é tão grande o nosso sentimento de amor a Deus, ainda que, no fundo do coração, as nossas relações com determinada(s) pessoa(s), possam não ser tão boas e perfeitas como isso. Jesus não nos permite esta veleidade ou “esquizofrenia espiritual”: de pensarmos que podemos amar a Deus, não amando realmente o irmão. São João denunciou esta mentira «piedosa» anos mais tarde, dizendo: «como podes tu dizer que amas a Deus, que não vês, se não amas o teu irmão que vês» (I Jo.4,20)?

8.Em segundo lugar, a novidade da resposta de Jesus, faz-nos ver que, de facto, não temos, dois corações, nem dois tempos, nem dois amores, para amar, tal como pensavam os fariseus. O amor a Deus e o amor do próximo têm uma mesma e única fonte: o amor de Deus. Nós podemos amá-Lo, «porque foi Ele que nos amou primeiro» (I Jo.4,10): o amor que nos é pedido é uma resposta ao Amor, que nos é dado como prenda ou presente. É pela graça deste único amor de Deus, que amamos a Deus e ao próximo. E este amor é único e simultâneo: não há um tempo agora para amar a Deus (uma hora na missa, dez minutos de silêncio ou oração, uma leitura orante da Bíblia…) e outro para amar o próximo (visitar um doente, conversar com um amigo, dar um punhado de horas em voluntariado ou num serviço à comunidade). O amor de Deus é indiviso e simultaneamente nos coloca em relação com Ele e com os irmãos.

9. A pergunta decisiva e inultrapassável que temos a fazer é: se sinto o meu coração dividido, porque estou muito pronto e generoso para amar a Deus, e tão lento e reservado para amar determinada pessoa, o que devo fazer? Só há uma forma de curar esta doença de ilusão de óptica espiritual ou esquizofrenia: a conversão. É a conversão permanente que me leva a reconhecer nesta incapacidade de amar o outro o sintoma da minha resistência a ser amado por Deus. E chagado aí, resta-nos suplicar, de joelhos, diante de Deus: «Senhor, converte-me ao teu amor» e, depois, colocar-me de pé diante dos Homens, em posição de serviço e de atenção. É de Deus que recebemos este mandamento: «quem ama a Deus, ame também o seu irmão» (I Jo.4,21).

10.Oxalá, caros irmãos, possamos ser missionários e testemunhas deste Único Amor de Deus que abraça a todos e nos impele, simplesmente, a amar.

Pe. JAC

3 de outubro de 2011

De joelhos

Relendo os textos de Rina Risitano, sobre a arte de Sieger Köder:

"De joelhos.
O choro e o pecado do mundo pesam sobre ti - sustentáculo do Universo.
A escuridão e o horror precipitam-se sobre a trave da tua Cruz - o implacável e cruel juiz, os corpos atormentados das vítimas da violência e dos vícios: o pecado do mundo.
De joelhos.
O teu corpo, ó Vivente, manchado de sangue...
O teu braço direito em tensão, firme, estendido, sólido - como baluarte.
A mão direita firmemente assente sobre a pedra dura - dando apoio, segurança...
A cabeça inclinada sobre o coração, fonte da tua força.
Determinado como estás a não perder nenhum dos teus pequeninos que te foram confiados.
Tu, a pedra angular.
Tu, o pilar do Universo.
Tu carregas-nos a todos!"

12 de julho de 2011

Caridade cristã, virtude fulcral em tempos de crise


Debruço-me hoje sobre uma das virtudes teologais: a caridade!
Não é novidade para ninguém que vivemos tempos críticos. Tempo de profundas crises. Vemos e ouvimos falar com a frequência de todos os noticiários televisivos e radiofónicos, em todas as estações e canais, e de todas as edições de imprensa escrita de crise e, em especial de crise económica. Parece que já não é dia se não ouvimos algo sobre a crise!
Pois bem: é verdade que a economia é um âmbito da vida das pessoas. Mas não é o único âmbito e nenhuma vida se resume à economia!
O que também é verdade é que o tão badalado termo “crise”, etimologicamente, indica um estágio de alternância, o qual, uma vez percorrido, as coisas diferenciam-se daquilo que costumavam ser. Não existe uma possibilidade de retorno aos antigos padrões. Em si mesma, portanto, crise é uma oportunidade, uma graça, para pensarmos melhor e prepararmos melhor o futuro.
Face ao cenário escuro e tenebroso de crise económica que vamos vivendo, deixai que vos diga, meus amigos, que o Evangelho, o Cristianismo, a Igreja e os Cristãos poderão e deverão ter um papel preponderante de iluminação, de indicação de novos caminhos, de afirmação da esperança, e acima de tudo de manifestação de sinais visíveis e concretos de uma caridade criativa e reinventada.
A exemplo da Rainha Santa Isabel também podemos, nos nossos dias, com mais ou menos bens, com mais ou menos dinheiro, viver a caridade, com tudo o que isso significa.
Não se trata, meus amigos, de uma “caridadezinha”, não se trata de sentirmos “pena” dos pobres e dos excluídos, não se trata de os olharmos como “coitadinhos”. Nada disso. Trata-se de vivermos o Evangelho, na sua radicalidade de boa notícia para todos os homens e mulheres, em especial para aqueles para quem a Palavra, o Verbo de Deus se fez carne. Não foi para os sãos e para os bons que Jesus veio ao mundo, foi para os pequeninos, para os doentes e para os pecadores. É para esses, que também somos nós, que tem que de dirigir a mente e o coração, as palavras e as acções, todos os cristãos, de toda a Igreja, de toda a sociedade.
O Papa Bento XVI dizia recentemente que a acção cristã caritativa “não é apenas uma acção filantrópica, ainda que útil e com mérito”, mas é uma “forma privilegiada de evangelização, à luz do ensinamento de Jesus”.
De facto, é Cristo que nos ensina a ser caridosos e solidários, em tantos ensinamentos, por palavras e por gestos. Deixai que vos diga que também a Rainha Santa Isabel, que de uma forma singular viveu a caridade, aprendeu na escola de Cristo.
A caridade cristã vai além da ajuda material, porque “torna visível a misericórdia infinita de Deus para cada ser humano”.
Esta caridade, diz Bento XVI, consiste em “harmonizar o nosso olhar com o olhar de Cristo, o nosso coração com o coração de Cristo. Desta maneira, o apoio amoroso, oferecido aos demais, traduz-se em participação e em partilha consciente das suas esperanças e dos seus sofrimentos”.
Não estaremos a ser fiéis ao Evangelho se não vivermos a caridade, tal como a Rainha Santa Isabel a viveu e exerceu. “Nós sabemos que a autenticidade da nossa fidelidade ao Evangelho verifica-se também com base na atenção e solicitude concreta que manifestamos ao próximo, especialmente os mais frágeis e marginalizados”, diz Bento XVI.
Viver a virtude da caridade é uma urgência no mundo em que estamos. Além disso, não poderemos esquecer que até a nossa devoção à Rainha Santa Isabel exige de nós o esforço, o compromisso, o empenho, por vivermos a caridade e em caridade. Os cristãos têm que ser testemunhas da esperança neste tempo de crise difundida e generalizada.
Atravessamos uma grave crise de humanidade, de valores. Creio também que a resolução das crises – da económica e de todas as outras – passa por dar atenção aos cidadãos, às pessoas, à Pessoa, na sua unicidade e dignidade sagrada e inviolável.
Por isso, meus amigos, é necessário que saibamos todos “gerir” o melhor património do país que são as pessoas, tal como escrevia recentemente D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro. “O mais importante património a ser bem gerido, são as pessoas concretas: crianças, jovens, adultos e mais idosos; saudáveis, doentes e com deficiências; da cidade, do litoral ou das aldeias do interior; empregadores, trabalhadores e desempregados; residentes, emigrados e imigrados; gente letrada ou apenas de letras gordas”.
E especificava o Prelado: Pessoas para acolher com respeito, para reconhecer as suas capacidades, para propor medidas concretas de apoio e promoção, para proporcionar igual reconhecimento de direitos e deveres. Pessoas, valor incalculável que dá sentido a tudo o que é património histórico, cultural, religioso, artístico. Nada que tenha valor, o tem à margem das pessoas”.
É fundamental que cada pessoa tenha consciência de que somos sociedade e que o caminho da construção de um mundo melhor deve assentar na ideia da solidariedade e do bem comum. Por isso mesmo, a busca do bem-estar individual e pessoal não deve e não pode sobrepor-se à busca do bem comum.
Em tempos de crise, que atinge fortemente os mais pobres, afectando os poucos recursos da sua subsistência, são cada vez mais necessárias “pessoas plasmadas pela atitude da caridade”.
“Mesmo que não sejam ricas em bens materiais, a sua atitude aberta e solidária com os mais pobres, é criadora de confiança e de esperança naqueles que sofrem e provoca neles uma reacção positiva, necessária para vencer as crises que os afectam e não desanimar por isso”. 
Em 2009, o Papa Bento XVI lançou a terceira encíclica do seu pontificado e dedicou-a às questões sociais, dando-lhe o sugestivo título “Caridade na Verdade”.
Nela, o Papa diz que o amor – caritas – é uma força extraordinária que impele as pessoas a comprometerem-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz.
Para Bento XVI, Jesus Cristo testemunhou com a sua vida a caridade na verdade, tornando-a a principal força propulsora para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira.
Nós sabemos que a caridade é a via mestra, trave mestra, da doutrina social da Igreja. Esta doutrina social, iniciada pelo Papa Leão XIII, mas que brota já do Evangelho, proclama a verdade do amor de Cristo.
O Santo Padre afirma que é necessário conjugar a caridade com a verdade. Trata-se da verdade na caridade e da caridade na verdade. A verdade é luz que dá brilho e valor à caridade. Sem verdade a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, sem nada. A verdade liberta a caridade.
A caridade na verdade ganha forma e acção na justiça. E chega mesmo a superar a justiça, porque amar é dar, oferecer aquilo que é “meu”; mas nunca existe sem a justiça, que leva sempre a dar ao outro o que é “dele”, o que lhe pertence.
Não posso “dar” ao outro do que é meu, sem antes lhe ter dado aquilo que lhe compete por justiça. Quem ama os outros com caridade é justo para com ele. Por isso, a justiça é inseparável da caridade.
A caridade na verdade também ganha forma e acção na busca e defesa do bem-comum. Amar alguém é querer o seu bem e trabalhar pelo bem comum, ou seja o bem daquele “nós-todos”, onde nos inserimos. Querer o bem comum e trabalhar por ele é exigência da justiça e da caridade. Ama-se tanto mais eficazmente o próximo, quanto mais se trabalha em prol de um bem comum que dê resposta também às suas necessidades reais.
O amor na verdade é um grande desafio, caros amigos. A partilha dos bens e recursos não é assegurada pelo simples progresso técnico e por meras relações de conveniência, mas pelo potencial de amor que vence o mal com o bem (Rm 12,21) e abre à reciprocidade das consciências e das liberdades.
A Igreja não tem soluções técnicas e nem cabe a ela tê-las. A Igreja também não pretende imiscuir-se na política. Mas ela tem uma missão a cumprir a favor de uma sociedade à medida do ser humano, da sua dignidade e da sua vocação. Por isso ela indica o caminho da caridade na verdade.
Minhas irmãs meus irmãos: precisamos de redescobrir a caridade como a maior virtude, tal como nos diz S. João. Acima de tudo precisamos de a ter como virtude e atitude fulcral nestes tempos difíceis de crise que vamos vivendo.
Sabemos, até pelo Evangelho, que as necessidades e a pobreza de tantos homens e mulheres do nosso tempo nos interpelam: é o próprio Cristo que, nos pobres, nos indigentes, nos marginalizados, nos pede que saibamos aplacar a sua fome, a sua sede, os visitemos nas prisões, nos hospitais.
O conhecido discurso de Mateus sobre o juízo final é sinal alerta para todos os cristãos. Nós sabemos, que no fim de contas seremos medidos com a medida que medirmos, seremos julgados – como dizia S. João da Cruz – pelo amor.
Com Bento XVI, acredito que a caridade é capaz de provocar uma autêntica revolução e uma mudança permanente na sociedade. Como Cristo, vivendo para servir – quem não vive para servir, não serve para viver – podemos dar ao mundo subjugado pela desesperança e pela derrota razões para viver.
A Rainha Santa Isabel ensina-nos a moldar o nosso coração ao jeito e ao modo do de Cristo, para vivermos a caridade e em caridade.
Do Céu, ela também nos desafia e intercede por nós para sermos fortes e valentes na vivência da caridade, num mundo tão sedento de gestos e sinais concretos e visíveis de amor, de caridade. 
Sejamos testemunhas do amor de Deus, em particular por aqueles que são os seus predilectos: os pequeninos, os simples e os pobres.
Ser cristão, ser devoto da Rainha Santa também passa pela nossa vivência da caridade. Ousemos sê-lo neste tempo.
Pe. JAC

15 de setembro de 2010

Loucura de Amor


Quem é que,
tendo muito de qualquer coisa que estima,
E perde um,
Vai à procura do que se perde
E deixa para trás tudo o resto?
Deus!
O nosso Deus!
Só Ele, na sua suprema bondade e amor,
É capaz de deixar tudo o resto
Para ir buscar apenas um que seja e se perde!


Que maravilha de Deus!
Ele deixa noventa e nove ovelhas
Para ir buscar uma que se tresmalha.
Ele agiliza todos os meios
Para procurar uma de dez dracmas que se perde.


Como é reconfortante a certeza de um Deus
Que é capaz de tudo para vir ao meu encontro
A fim de me fazer encontrar.
Sim!
Não é tanto Ele que me encontra
Quanto me faz encontrar-me comigo mesmo.
É este o nosso Deus, revelado por Jesus:
Amável,
Clemente,
Paciente,
Misericordioso
E louco de amor.


Para Deus vale mais a ovelha que se perde
E a dracma que sume
Que todas as que permanecem.
Ele busca as perdidas.
Não as abandona nem esquece e assim faz connosco.


Não valemos menos para Deus quando pecamos,
Quando nos perdemos, sumimos ou desaparecemos.
Na sua bondade, Ele procura-nos para que nos encontremos.
Não temamos quando nos perdemos,
Pois Deus ama-nos sempre se nos abrimos ao Seu Amor.


Que loucura de amor,
Que excesso,
Que medida larga usa Deus connosco.


Que mais queremos
Que um Deus que nos ama como somos?


Que mais queremos de Deus que é Pai Pródigo,
Que respeita a nossa liberdade,
Mas que está sempre de braços abertos para nos acolher.


Obrigado, Deus,
Pela Tua loucura de Amor!

12 de julho de 2009

Coração elevado





Cansado arrasto-me pelo caminho
Meio morto vagueio sem rumo
E não vejo a maneira de alcançar o destino
Sem luz e sem força eu não me aprumo.

A história é feita de passos mal dados
E às vezes vou indo, pensando ir bem
E sinto a tristeza de actos não pensados
E rezo: “Vela por mim, Senhor. Ámen”.

A razão retrai-se, eleva-se o coração
Nos momentos gratuitos à luz do luar
Abraço a ternura e deixo-me envolver.

E sinto o amor na palma da mão
E vejo a fraqueza sempre a triunfar
Mesmo que seja na hora de morrer.



Esta foto foi tirada pelo José Carlos Ferreira. Deixou-me usá-la.
Gosto dos contrastes: a cruz - sinal do amor e da dor - entre a pedra=terra e o céu, entre a rocha e o azul.

Peço desculpa por não ter andado por cá nestes últimos dias. O trabalho tem apertado.

[A propósito da solenidade de Cristo Rei]

  “Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.” Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga nes...