quarta-feira, janeiro 30, 2008

EU TE AMO





Eu te amo sem fronteiras
sem espaço demarcado
Eu te amo com a loucura
dos enclausurados
Eu te amo com o prazer de quem
sorve a última gota de vinho da taça
Eu te amo com a infinita paciência
dos monges silenciosos e reclusos
Eu te amo como a estrada que não termina
como quem tenta chegar ao horizonte
Eu te amo com o ruído das tempestades
com as águas revoltas do mar em ressaca
Eu te amo como quem não raciocina
com a pele, com os sentidos
Eu te amo com um resto de mim
com o que permaneceu de vivo
Eu te amo como quem transborda no dia
e morre sempre na noite
Eu te amo com o sentimento de agosto
com as lágrimas de fevereiro
Eu te amo sem me importar com você
sem querer que você me ame
Eu te amo, simplesmente, te amo.


By Inez Sodré - 30/01/2008

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Silvana Duboc...para mim...somente Sil



Eu não conheci a Silvana...eu re-conheci a Silvana.

Eu já lia Silvana Duboc na internet e por algumas coincidências da vida eu também já a tinha visto no orkut, diversas vezes. Então qual não foi a minha surpresa, quando chegando a Arraial do Cabo para passar um final de semana com amigos eu a vi. Estava sentada numa mesa junto com conhecidos meus. Eu, com a minha não discrição fui enchendo ela de palavras do tipo: Nossa, sempre gostei dos seus poemas você é Silvana Duboc. Ela só sorriu e balançou a cabeça e com esse gesto marcou o que seria o início de uma grande amizade.

Durante os dias que passamos lá, conversamos muito, aliás conversamos demais, porque somos ambas donas de uma compulsão por falar. E falamos....de nossas vidas....de nossos problemas....de amenidades. Até de madrugada, até no café da manhã, até no passeio de barco fomos alinhavando histórias. Voltei com ela de carro e continuamos a falar. E a partir daí eu conheci a Sil.

Na volta ao Rio começamos a nos ver com mais freqüência....e a descobrir que gostávamos da nossa proximidade, que o tempo físico não tinha nada a ver com o tempo que parecia que nos conhecíamos.

Sair com a Sil é além de um prazer, uma aventura. Com ela acontecem coisas que nunca vi acontecerem com ninguém. Ela dirige, eu sou co-pilota, mas nunca sabemos o caminho de onde temos que ir...sempre nos perdemos....mas sempre conseguimos chegar em meio a risadas e invariavelmente atrasadas. Com ela acontecem coisas do além, as pessoas desmaiam, são atropeladas, levam tombos e ela está sempre por perto. Com ela um ponto é uma vírgula, tal a criatividade que tem para contar as coisas mais simples...tudo vira história, tudo vira comédia e já são famosas nossas reuniões com outras amigas que vão pela madrugada a fora.

Preciso dizer que Sil tem uma característica marcante....ela é uma pessoa do além ou dualém como dizemos....porque ela nunca sabe de nada, nunca lembra de nada, troca os nomes das pessoas, chama Rodrigo de Rogério, Helena de Jô, Inez de Brenda e vive me dizendo: guarda isso, que eu vou esquecer. Me sinto como o caderninho de anotações dela quando estamos juntas!

Com ela fui a shows, ballet, festas, praia, barzinhos, quiosques, boates e até ao médico, numa interminável programação dessa mulher que esbanja energia e disposição.
Já brigamos com flanelinhas, já fomos praticamente escoltadas por um policial lindão do Bope , já fomos parar dentro da favela da Mangueira por não conseguirmos achar onde ficava a tal da Perimetral, já chorei por um longo tempo abraçada a ela numa manhã de domingo na Lagoa. Já ri até chorar ouvindo ela fazer o relato de uma das festas que fomos.

Mas Sil...Silvana é também uma pessoa séria, com uma vida corrida, matando um leão a cada dia, com responsabilidades e atitudes típicas de mãe, mulher, amiga.
E vai tecendo na tela toda a sua sensibilidade. A escritora que habita dentro dela emerge subitamente, espontaneamente e nascem poemas lindos, textos cheios de emoção.

E assim foi... Já passamos juntas nossos aniversários, o ano novo, vem aí o carnaval.
Juntas vamos construindo um caminho, a cada dia minha admiração e meu carinho por ela aumentam.
Eu e Sil, amigas... e num piscar de olhos minha história, meus sentimentos, meus comentários viraram poemas e a minha solidão virou passado.
A mim cabe somente agradecer a ela por tudo isso.

domingo, janeiro 20, 2008

A Sua Residência


Quase tudo que converso com Silvana vira poesia...ou dela...ou minha...mas vira. Agora a noite, falei para ela umas poucas palavras, uma conclusão, um pressentimento...e acabei de receber por email um lindo poema, que fala de mim, que transfere para o papel um desabafo...
Essa vou postar aqui Sil, as tuas letrinhas poéticas que fazem ficar lindos os meus sentimentos...

A SUA RESIDÊNCIA

Você pensa que se foi da minha vida
e eu tento encontrar a saída
pra da sua me esquivar
e não consigo achar.
Você mora nos meus pensamentos,
é o dono dos meus sentimentos,
está presente em todos os meus momentos.
Mas dos meus sonhos você já partiu,
as minhas ilusões destruiu
e minhas esperanças impediu.
Apesar de tudo, ainda assim,
você insiste em morar em mim.
Não sei exatamente em que lugar
a sua residência você ousou fixar,
se na minha alma ou no meu coração,
se no meu corpo ou na minha imaginação,
se na minha razão ou na minha emoção.

By Silvana Duboc - 20/01/2008

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Eu entendo...


Eu entendo de amor
amor não correspondido
amor escondido
amor sofrido
amor realizado
amor idealizado...

Eu entendo de amor
amor sem limite
amor sem origem
amor sem presença
amor na ausência
amor de saudade...

Eu entendo de amor
amor que não ganhei
amor que entreguei
amor sonhado
amor de fêmea
amor de cama...

Eu entendo de amor
amor de dor
amor que foi
amor que deixei ir
amor que é meu e existe
dentro de todo o meu silêncio...

By Inez Sodré - 18/01/2008
Arte Gráfica: José Canelas

terça-feira, janeiro 15, 2008

Verão no Morro.


Final de semana tristonho....por algumas razões pessoais, mas como sempre a decisão é não ficar em casa, parada, espantando a solidão e os pensamentos. E que bom que posso contar com o chamado da Silvana e com o carinho da Alê, filha dela.

E lá fomos nós na sexta e no sábado para o Morro da Urca assistir ao show de dois sambistas de primeira. A Alessandra tem um grupo de amigos maravilhosos, animadíssimos, o que contribui para que sempre seja divertido estar com eles.

O primeiro show, na sexta, foi de Arlindo Cruz, que durante quase três horas cantou junto com Marcelo D2 e a velha guarda do Império Serranos, vários de seus sucessos. Músicas conhecidas, gravadas por sambistas, tais como, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, entre outros. Esqueci meus problemas, sambando, cantando e rindo com as meninas.

No sábado a vez foi de Mart'nália. Esse show eu queria ver faz tempo. Ela, que é filha de Martinho da Vila, é um dos talentos mais completos que apareceram ultimamente no mundo do samba. Músicas que compõe com pessoas tipo, Zélia Ducan, Paulinho Moska são lindas. Tanto na sonoridade, quanto na letra, quase sempre de uma beleza poética e romântica.

Ela abriu o show com Pretinhosidade e eu abri minha torneirinha de lágrimas....lágrimas de lembrança de um tempo bom. Logo em seguida cantou Benditas, música que fez com a Zélia e que ouvi há pouco tempo. Considero que essa música tem muito a ver com o meu momento atual....e lá estava eu, envolta na melodia, na emoção.

Foi tão bom o show da Mart'nália que nem senti a hora passar e nem o cansaço de ficar duas horas direto em pé....pq o local de shows no Morro da Urca é um anfi-teatro, uma arena, onde se você sentar não consegue ver nada.
Depois do show, a pista de dança foi liberada e o dj que toca eletro mpb começou a animar a festa. Muito bom....gosto desse tipo de som. É dançante e cantante...rsrs

O único ponto ruim do Verão no Morro são os preços. Ganhamos os ingressos, mas se quisermos beber ou comer por lá, temos que saber que vamos deixar uma graninha boa no caixa. Quando não estou bem não gosto de tomar bebida alcoólica, então paguei cinco reais pela Coca Zero e cinco por um cachorro quente.

O tempo voou....e às cinco horas, quando finalmente deitei na minha cama, meu último pensamento foi agradecer ao fato de ter quem me tire de casa para passar uma noite assim...

terça-feira, janeiro 08, 2008

Cirque Du Soleil





Nesse último domingo fui ao Cirque du Soleil. Eu não imaginava que iria até que ganhei da minha prima esse presente de Natal.

Conheci o trabalho deles pela televisão e fiquei fascinada pelo pouco que via na tela. Da primeira vez que vieram ao Brasil, cheguei a ver os preços de ingressos, mas era caro demais para que eu pudesse ir vê-los. Acabei desistindo e esse ano cheguei a comentar com uma amiga que já foi que era um sonho ainda não realizado.

Quando ganhei o ingresso, fiquei olhando feito boba sem acreditar que era mesmo para mim. Do dia 25 de dezembro até o dia 6 de janeiro, eu era só expectativa. Muitos falam sobre o espetáculo que é o Circo, mas ninguém poderia me preparar sobre o que eu iria ver de fato.

Montado no estacionamento de um dos maiores shoppings da América Latina, a estrutura do circo surpreende quem se aproxima. São tendas imensas, onde estão o palco em arena, lojas de brindes, lanchonetes, banheiros...enfim somente vendo para acreditar que aquilo tudo cabe ali dentro.

Não vou contar o que acontece durante o espetáculo...seria como tirar a magia, contar o segredo ou quebrar o encanto. Mas nunca em toda a minha vida vi nada tão belo. Plasticamente perfeito, maravilhosos efeitos de luzes, duas horas de espectativa emocionante pelo que virá a seguir. Uma cantora de voz límpida vai costurando as cenas que não permitem nenhum intervalo entre um artista e outro. Dezenas de atores, malabaristas, palhaços, contorcionistas, trapezistas, dançarinos, se revezam na construção de uma história lúdica, repleta de surpresas.

Eu virei criança e sorria sem conseguir me conter diante dos palhaços. Eu virei pássaro e voei com eles pelo ar. E sonhei, e chorei, e aplaudi muito, de pé, quando chegou ao final.

Fiz o registro da minha presença com fotos e embora não se possa tirar nenhuma dentro da arena eu consegui bater uma meio tremida no final do espetáculo. Posso dizer a quem pensa em ir, que vale todos os centavos dos trezentos reais do ingresso e a prova disso foram minhas lágrimas de pura emoção em alguns momentos em que foi impossível não extravassar o que eu sentia diante da maravilha que eu via.

Agradeço a inspiração da Claudia, minha prima, ao escolher o que me dar nesse Natal e a Deus que me possibilita realizar alguns sonhos...

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Amor que ficou na lembrança



Éramos tão jovens...
Tantos sonhos, tanta paixão
Sob o olhar de Copacabana
eu tive certeza de te amar.
Até que você foi embora
Não queria estar preso
Queria a liberdade
Queria as mulheres diferentes
Não me amava.
Virou as costas e partiu.
O tempo passou arrastado
Por muitos anos te esperei
Achava que um dia você voltaria
Que um dia você descobriria
Que eu era o teu amor.
Você nunca voltou
Eu deixei que virasse lembrança.

Já não somos mais jovens...
Ontem, ao ouvir tua voz no telefone
Admitindo que não me esqueceu
E que sou o teu amor de uma vida inteira.
Emocionada, mas lúcida
Precisei dizer a você, algo que aprendi
Com o tempo que passou.
Não existe prisão no compromisso
Na rotina, na fidelidade
O que nos prende a alguém
São os laços invisíveis,
As teias embaralhadas
Que existem no coração.
E o meu a muito que te deixou livre
E não está mais preso a você.

Que pena...erámos tão jovens
E poderíamos ter escrito
Uma linda história de amor...

By Inez Sodré - 02/01/2008
Foto: Geisa Cruvinel