domingo, 2 de março de 2014

Motivos para renovar já

Liga: 21 jogos, 13 vitórias, 4 empates e 4 derrotas.

Total da temporada; 31 golos sofridos.

Uma equipa que já teve 5 pontos de vantagem na liderança da Liga está, à 21ª jornada, com 9 de atraso para o primeiro classificado, 4 de atraso para o segundo e apenas 4 de avanço sobre o quarto...

Um treinador que ganha 60% dos jogos e oferece os níveis de incerteza e espectáculo nos jogos, é de manter a todo o custo.

Especialmente se o Presidente quiser marcar os últimos anos do seu legado sendo alvo de uma chacota desta dimensão.

É renovar, Presidente.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Gosto deste gajo


Eintracht/Borussia/Bayern 3 - FCP 3: Bot'acima e bot'abaixo

Este era um daqueles jogos que poderíamos classificar como uma lose-lose situation: 1. a eliminação seria uma desgraça desportiva e financeira, mas tornaria insustentável a permanência do treinador (?); 2. a passagem na eliminatória contra uma equipa fraquíssima seria desportivamente o mínimo exigível para esta época, mas salvaria o treinador e prolongaria a nossa agonia por mais umas semanas.
 
Nenhuma delas era perfeita. Porém, o facto é que passámos a eliminatória e Paulo Fonseca respira mais uns dias. Vamos a análises:
 
  • Bot'acima
- A garra e o querer: mesmo quando se desaprendeu de jogar futebol. Sobretudo na segunda parte, agressividade, a atitude, a perseverança, a garra, tornaram possível este épico resultado quando já poucos acreditavam.
 
- Mangala: pelos dois golos marcados. Valeu a passagem na eliminatória e permite esquecer a exibição defensiva;
 
- Ghilas: um poço de força, de vontade, de acutilância e de energia. Diametralmente o oposto de Jackson, motivo pelo qual considero que é muito melhor opção para titular neste momento. Com confiança, as coisas sairão naturalmente. Este golo dá um injeção de moral que, esperemos, o treinador não saiba estragar.
 
 
  • Bot'abaixo
- O amadorismo: apesar de termos passado, de termos marcado 3 golos fora, ninguém nos respeita. Nem o Estoril, nem o Eintracht, nem os próprios jogadores parecem ter alguma auto-estima. Sofremos, nesta eliminatória, 5 (!) golos risíveis, dignos de uma compilação para palestras a equipas de juvenis sobre como não defender (sendo o 2º golo do Eintracht no Dragão o expoente máximo disto). Perdidos em campo, sem ideias, sem soluções, sem rigor, sem rasgo, com muito querer, vontade e garra, mas se ontem chegou contra uma equipa fraquíssima, é uma receita que não é sustentável numa estrutura profissional como a do FCP;
 
- Jackson: durante o jogo, comentava o nosso amigo Luis C. que, desde que Falcao se lesionou e ficou com o Mundial em risco, que parece que Jackson joga ainda com menos intensidade, com mais receio das bolas divididas, ou seja, "deixa-me tirar o pé, que ainda me aleijo e depois não jogo no Brasil". Pois, e é também por este motivo que está na altura de o treinador ter a coragem de o pôr no banco. A suplente é que não vais mesmo ao Brasil. Queres ir? Joga, corre, marca golos.
 
- Maicon: a culpa não é só tua, rapaz, pois o PF ter posto o Abdoulaye a titular uns minutos depois de ter chegado de Guimarães deve tirar a moral toda a um gajo. Mas não pode ser, são erros a mais num profissional.
 
 
Dito isto, resta uma nota positiva para a boa disposição reinante no balneário depois do jogo...
 
Foto: o Jogo
 
 
Porém, insisto neste ponto: o FCP não é uma equipa de futebol para ser levada a sério neste momento. E o resultado de ontem foi também fruto de muita sorte, sendo de notar que em 8 jogos europeus esta época, o FCP só ganhou 1 (em Viena). Como tal, não sei se o lugar de PF ainda está à disposição - caso esteja, seria um bom momento para dele dispor e tentar salvar o resto da época.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ainda não está claro contra quem / onde jogamos!


By: calcanhar de viena

Leituras do dia

Sendo este Café um espaço ecléctico, por definição, tal reflecte-se nas leituras diárias que disponibilizamos aos nossos clientes.
 
E hoje resolvemos diversificar as propostas, aproveitando para dar descanso aos nossos espíritos: afinal nem tudo são más notícias no reino do Dragão. Também há bons ventos que sopram, mesmo que não sejam desportivos e possam ser quase do foro privado. Mas só que não são.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Paulo Fonseca? Pois... também.

Suponho que por razões profissionais e de alguma 'curiosidade académica' sempre me interessaram os temas ligados ao 'Rise and fall' das organizações. O que leva as organizações (empresas, clubes,...) a atingir níveis de excelência e, posteriormente, a iniciar um declínio que muitas vezes culmina na sua extinção. A amazon está cheia destes títulos, porque a história também. 
Se calhar por isso me interessa um ângulo de análise ligeiramente diferente a este período do nosso clube.
Sem nenhuma especial pretensão, vamos a factos:
1. O fcp vive um período complicado do ponto de vista desportivo, com 3 épocas consecutivas de falhanço europeu (patamar que estava razoavelmente consolidado) a somar a uma época de 2013.2014 em que muito provavelmente não conquistaremos o título nacional e às duas últimas em que precisamos de uma generosa dose de demérito dos nossos adversários.
2. O fcp vive um período muito complicado do ponto de vista financeiro (passivo bancário enorme e empréstimos obrigacionistas a taxas estratosféricas...), com défices consecutivos, apesar das vendas milionárias que a cada época se vão concretizando
3.  São conhecidas as convulsões internas, que se materializaram recentemente na demissão de Angelino Ferreira (estranhamente passou despercebida) em discordância com as posições e o rumo que a SAD tem tomado
4. São conhecidas as convulsões internas na SAD dividida em dois grupos liderados por AH e APC que se degladiam pelo poder de controlar contratações (ver nas contas da SAD os custos de intermediação e agenciamento contabilizados) e marcar já territórios para o pós Pinto da Costa
5. A cada semana que tem passado têm sido batidos recordes negativos de assistências no Dragão, num evidente divórcio e descrença da famosa 'massa associativa' na sua equipa
6.  A qualidade do plantel do FCP é claramente inferior à média, eu diria, das últimas 10 épocas, apesar de orçamentos crescentes
7. É evidente a ausência de líderes e referências fora e dentro de campo (Lucho no Qatar)
8. É evidente a total separação entre a equipa principal e toda a formação do clube (excepção Josué)
9. É no mínimo questionável a política de contratações da SAD (os mexicanos Reyes e Herrera custaram tanto quanto metade do plantel do Sporting)
10. É visível que aos olhos dos jogadores o FCP serve neste momento de montra e plataforma para chegar a outros mercados. Mais, não têm pruridos em verbalizar o desconforto da suplência ou da transferência que afinal ainda não se concretizou. Vestir a camisola? Honrar o clube? Coisas do passado.
Querem despedir o Paulo Fonseca?
Acho bem, porque é penoso perceber o desnorte da equipa e o desequilíbrio que ele vive. Até por respeito pelo homem, que claramente vive uma fragilidade emocional que imagino insuportável (Dortmund, Leverkusen, ...).
Mas gostava realmente que entendessemos que a crise no nosso clube vai muito muito muito para além do treinador.
Fosse assim tão fácil, estaria eu bem mais tranquilo...
Não estou, e voltando ao início deste post, espero não ver à venda proximamente o livro The Rise & Fall of FCP.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O que terá acontecido...

...a Paulo Fonseca entre a flash interview e a conferência na sala de imprensa?

Na flash interview, questionado sobre os lenços brancos, respondeu: "Vamos ver, vou falar com o Presidente. Este é um atraso difícil de aceitar". Uma postura aparentemente conformada, resignada, de quem havia tomado consciência que bater palminhas e gritar "Vamos" não ganha jogos.


Na sala de imprensa, esteve outro homem. Sisudo, fechado, quase monossilábico.. No contexto do que acabara de dizer na flash interview ("Vou falar com o Presidente"), é-lhe perguntado: 

- "Que ideias espera trocar com o Presidente do FCP?". A resposta: "As habituais a seguir a um jogo, como faço sempre". Nota da gerência: o problema é precisamente que se estão a tornar habituais estas conversas...


- Nova pergunta: "Após 4 derrotas no campeonato, em 11 jogos, sente ainda vontade de continuar à frente do clube?". Resposta: "Penso que este jogo, seguindo o seu rumo normal, nós teríamos ganho (...) mas perdemos e as coisas estão mais difíceis". 

- Jornalista insiste: "Sente vontade de continuar a ser técnico do FCP?" Resposta: "Claro"

Sendo verdade que terá (pela 3ª vez) colocado o lugar à disposição da SAD, quem terá telefonado a PF antes da conferência de imprensa a dizer-lhe para moderar o discurso, para que a SAD não se visse obrigada a despedi-lo mesmo???

Dos problemas: os jogadores à Porto

É conhecido o pouco apreço que este membro da gerência do Café das Antas tem pelo (ainda) actual treinador do FCP. Porém, a sua falta de competência e capacidade para dirigir, mais do que treinar, uma equipa do gabarito do FCP não é a única explicação para a paupérrima época que temos feito.

Aproveitando uma visita de Ricardo Carvalho e João Moutinho ao Museu do FCP, o Presidente do FCP, que os acompanhou, teve esta curiosa tirada: "São dois jogadores à Porto".


Talvez seja excesso de interpretação minha, mas achei curioso que o Presidente tenha mencionado este aspecto, por ocorrer numa época e num período particularmente complexo da história recente do FCP.

Ao ver o FCP jogar esta época, constato que este é um dos aspectos centrais do nosso insucesso: ou não temos jogadores à Porto ou, tendo-os, não o estão a ser. Em conversa com um amigo portista há semanas, recordámos que o FCP havia ganho a Taça UEFA com jogadores como Marco Ferreira, Maciel, Nuno Valente ou que ganhou a Liga Europa com homens como Mariano Gonzalez ou Sapunaru.

Este ano, penso que há muitos jogadores que ainda não compreenderam o que é ser um jogador à Porto, ou porque nunca lhe foi incutido, ou porque não há referências no balneário, ou, ainda, porque correspondem deliberadamente a um perfil que não encaixa na mística de um clube como o nosso, estando mais preocupados com o salto seguinte na carreira do que em honrar o compromisso de serem Porto.

Incluo neste lote Danilo, Alex Sandro, Mangala e Jackson Martínez, jogadores cujo valor futebolístico é inegável, mas cuja atitude competitiva levaria qualquer treinador de gabarito a convidá-los a uns jogos de banco..


domingo, 23 de fevereiro de 2014

De hoje não pode passar!

84 minutos, o FCP perde em casa com o Estoril. Opções:

1. O treinador do FCP virá no fim do jogo dizer que foi uma injustiça, só uma equipa quis ganhar, o futebol é traiçoeiro, os adeptos devem estar contentes. O Estoril (ou o Paços de Ferreira, ou o Norwich, todos equipam de amarelo) não fez nada para ganhar;

2. O treinador demite-se;

3. A SAD demite o treinador.


Se a opção for 1, esta época acabou hoje. Se é que alguma vez chegou a começar.. Vamos penar até ao final, de derrota em derrota (quatro delas com o nosso principal rival).

Basta deste amadorismo!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Outra pergunta simples...

...agora ao treinador do FCP que declarou, no final do jogo, que os adeptos "devem estar satisfeitos com o futebol apresentado": conhece algum adepto que esteja satisfeito com o buraco em que V. Exa. meteu o FCP?

Uma pergunta simples...

...a fazer ao Presidente do FCP: se fosse hoje, também renovava com este treinador?

Continua satisfeito com o 2º lugar a 4 pontos de distância, fora da Champions com um record negativo de pontos e com um pé fora da Liga Europa?

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

De acordo com quase tudo. A ler.

http://www.maisfutebol.iol.ptcartao-de-memoria-o-fc-porto-precisa-saber-o-que-quer

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Solução

Tenho duas palavras que solucionariam esta depressão coletiva que se chama FC Porto: Marcelo Bielsa.

domingo, 12 de janeiro de 2014

(Sinto-me) Triste

Esta tarde, já depois do jogo em que o FCP perdeu o 12º ponto da época, um dos nossos fregueses entrou-nos pela porta e atirou este bitaite: "Tanto mal diziam do Pereira, era 100 vezes melhor que este fraquinho!" 

E tem razão!! Olhemos apenas, para dois factos: i) Paulo Fonseca (PF) já perdeu tantos pontos esta época, como Vítor Pereira (VP) em toda a temporada passada; ii) nos dois anos em que esteve à frente do FCP, VP não perdeu nenhum jogo com o adversário de hoje. E isso, para qualquer portista, é do mais valioso que existe.

É conhecido que a gerência deste Café não era apreciadora das características de VP enquanto treinador do FCP. Sofremos muito, em muitos jogos, fomos precocemente eliminados das competições europeias (Apoel Nicósia, anyone?), mas a verdade é que acabámos por ser bi-campeões. Apesar de VP, em minha opinião.

O actual momento do FCP é terreno fértil para comparações desta natureza, mas a verdade é que ter saudades do futebol que o FCP praticava com VP, sendo legítimo, parece-me ser de memória curta e, acima de tudo, um nivelamento por baixo que não abona muito em favor da grandeza e ambições do FCP. Qualquer coisa como: "Este tipo é tão mau que até tenho saudades do VP". 

É um facto que PF é um monumental erro de casting, que apenas a teimosia messiânica do nosso Presidente impede que seja corrigido. Já aqui dissecámos os motivos pelos quais não é treinador ao nível daquilo que os adeptos esperam da equipa, e podemos acrescentar a isso aquela atitude penosa de bater palmas e gritar "Vamos, Vamos" em cada borrada que a equipa faz. Faz-me lembrar alguns "misters" da Liga dos Últimos, depois de 5 minis e duas sandes de courato...

Sobre o jogo de hoje, em nada me surpreendeu. Uma equipa tão macia, com tão pouca intensidade e sem identidade como é o FCP de PF, apenas por milagre ganharia o jogo de hoje. Ou os dois com o Atlético de Madrid, ou com o Zénit.... falta quase tudo a esta equipa. E, apesar dos desequilíbrios do plantel, não é aí que está o problema. 

Tenho saudades de ver o FCP jogar futebol, ter uma ideia de jogo, identidade, ATITUDE, entrar em campo a saber o que fazer, isso sim. Mas deixem-me que vos diga que, se é de saudades que falamos, não é de VP que sinto falta. É de André Villas-Boas.





terça-feira, 31 de dezembro de 2013

(Senti-me) Triste

Foto: Jornal Público


Vi o nosso FCP jogar ao vivo pela segunda vez esta época, muitos jogos depois da única ocasião em que tinha visto os homens orientados (?) por PF  porem em campo tudo aquilo que (não) sabem. E, se em Setúbal, por ser  a primeira jornada, um novo treinador, etc., a paciência e o benefício da dúvida ainda eram grandes, ontem já não.

Ontem senti-me triste. Em conversa com o meu amigo Luís C., durante o jogo, foi esse o adjectivo que encontrámos para melhor caracterizar o sentimento que tivemos durante todo o jogo. Nem zangado, nem decepcionado, nada. Triste. A atitude demonstrada, o pobre futebol apresentado, a falta de ideias e de vontade de ganhar, deixaram-nos tristes. A única coisa que atenuou essa tristeza foi termos assistido ao jogo com dois adeptos do SCP que, pelo facto de não saberem o nome de 90% dos jogadores da própria equipa, tornaram aqueles 90 minutos num calvário ligeiramente menos penoso. E o facto de os bilhetes terem sido de borla, claro..!

Muitos jogos depois de Setúbal, o FCP apresenta três grandes problemas:

1. Equívocos tácticos e técnicos: a gerência deste café já dissertou sobre a inconsistência do sistema do duplo pivô. A 7 de Dezembro, no jogo com o SC Braga, em casa, PF mudou de sistema. Apesar de não o admitir, avançou Herrera, ficando Fernando sozinho na posição 6 e o FCP deixou, durante 45 minutos, de ser o Paços de Ferreira. Nos jogos seguintes, PF começou à procura de um novo triângulo do meio-campo, percebendo duas coisas: o duplo pivô não resulta e Lucho é um jogador menos influente a jogar a n.º 10, atrás do ponta-de-lança. Lucho é um 8 com uma finíssima inteligência na ocupação dos espaços, o que lhe permite aparecer amiúde em zonas de finalização. A

Porém, ao abandonar o equívoco táctico, PF enredou-se numa série de equívocos técnicos. Com Carlos Eduardo a despontar, quem deve jogar no meio-campo? Fernando-Herrera-Carlos Eduardo? Fernando-Lucho-Carlos Eduardo? E Defour, talvez um dos jogadores mais esclarecidos táctica e tecnicamente dos nossos planteis mais recentes, não joga porquê? E Quintero? De herói em Setúbal a não-convocado?

Mas o erro mais gritante é a insistência em Herrera. Se a nossa política é não lançar estes jovens sul-americanos aos lobos, fazendo-os rodar na equipa B (Iturbe, Quintero, Reyes, Carlos Eduardo, Kelvin, Caballero....), porque é que Herrera é excepção? A falta de intensidade, a bola a queimar nos pés, os sucessivos erros, mais do que justificavam que passasse uma longa temporada a aprender....ontem, foi penoso vê-lo falhar passes atrás de passes... Defour, em 3 temporadas de FCP, não falhou tanto como Herrera apenas na noite de ontem;

2. O nível necessário para jogar no FCP e a responsabilidade de jogar no FCP: se por um lado, o actual plantel do FCP conta com jogadores que não têm o nível mínimo para envergar o emblema do nosso clube, como Licá, por outro, vários elementos da equipa principal não sentem devidamente o peso da nossa camisola. Danilo leva um túnel aos 79 minutos e fica parado, a ver o adversário progredir rumo à área...talvez seja por isso que tantos dos nossos jogadores entram em campo de braços estendidos ao céu, pedindo proteçcão divina para o chorrilho de disparates que se preparam para fazer..


3. A total ausência de fio de jogo e de identidade: durante os jogos do FCP, várias vezes dou por mim, em conversa com fregueses deste Café, a tentar responder à seguinte pergunta – o que é que estes gajos fazem durante a semana? O que treinam? Pior do que os equívocos tácticos e técnicos, mais grave do que haver jogadores abaixo do nível ou sem noção do que é ser Porto, é o facto de, muitos jogos depois de Setúbal, o FCP não ser capaz de apresentar uma jogada, um conjunto de automatismos, um fio de jogo e uma identidade que nos permitam tem esperança de que as coisas vão melhorar.

Ver o FCP jogar, ao vivo, dá-nos ainda uma noção mais confrangedora disto: quando a equipa recupera a bola em zona defensiva e se espera que seja capaz de realizar uma transição ofensiva rápida, objectiva, na qual Fernando coloque em Carlos Eduardo, que Varela abra espaço por um flanco e que Danilo ou Alex Sandro progridam pelo outro, e que ao terceiro toque a bola esteja em Jackson para finalizar, o que invariavelmente vemos é Varela rodeado por dois adversários, Danilo a fazer recepções de bola que envergonhariam um central adaptado a lateral nos distritais ou Alex Sandro a querer fintar quatro adversários até colocar a bola nos pés de algum deles.. Sobre Licá, já nem consigo falar...até tive ilusão de que poderia ser uma mais-valia, mas em jogos como o de ontem é que fica patente que jogar no FCP exige muito mais do que energia e garra..


Destes três problemas actuais do FCP, é este último que me preocupa mais. Já era altura de jogarmos mais e de não estarmos, nesta fase da época, à espera que seja sempre um rasgo individual ou um acaso da sorte a fazer-nos ganhar...porém, parece que à medida que a época avança, o nível do futebol apresentado vai decrescendo...

Mas como o nosso treinador acha que empatar em Alvalade é positivo, estaremos todos contentes.  Na verdade, nem a jogar assim, a equipa sensação desta temporada foi capaz de nos ganhar... 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Coisas que deveriam dar que pensar...

...À administração da SAD, à estrutura do futebol e/ou a quem toma decisões no FCP. Não incluo neste lote o treinador pois este, apesar de "confiar inteiramente nas suas capacidades" (sic), parece ser um homem em negação da realidade, incapaz de impor a sua liderança ou sistema (?) de jogo e, do nosso ponto de vista, atingiu já um ponto de não retorno na sua capacidade de fazer do FCP uma verdadeira equipa de futebol.



                                                            Foto: o Jogo

Para a gerência deste Café, o que tem vindo a acontecer nas ultimas semanas e que culminou com o desaire deste fimde-semana, deve dar muito que pensar a todos aqueles que não se podem conformar com o actual estado de coisas:

1. O FCP passou, em três jornadas, de líder isolado com 5 pontos a terceiro classificado com 2 pontos de atraso. Três jogos em que a mediocridade exibicional que tem caracterizado a equipa não beneficiou da sorte ou do acaso, traduzindo-se em três justos resultados contra equipas que, talvez com excepção da Académica, se encontram no lote das mais fracas da liga portuguesa. E o FCP recebe o Braga na próxima jornada;

2. Ao fim de 11 jornadas, já parecem faltar justificações para o pobre futebol apresentado pelo FCP. Ao benefício da dúvida que sempre devemos dar a qualquer treinador que inicia funções, e que este Café corroborou, substitui-se agora uma enorme interrogação sobre o sistema táctico que o FCP 2013/14 apresenta, com um meio campo desorganizado e à procura  de perceber, tal como todos nós, o que é isso do "duplo pivô", uma defesa que soma a uma apatia e desconcentração invulgares, uma sucessão de erros toleráveis numa equipa de juvenis, e um ataque sem imaginação, sem acutilância, sem objectividade e com  muito poucas soluções dignas desse nome;

3."Errare humanus est, perseverare diabolicum". Muita gente conhece e usa, parcialmente, esta expressão latina que começa por dizer que errar é humano. Porém, poucos a usam na sua versão completa, que afirma que, apesar de errar ser humano, persistir no erro é diabólico ("perseverare diabolicum"). Paulo Fonseca tem persistido em dois erros que, a nosso ver, são fatais:

i) o sistema táctico que quer impor não resulta numa equipa como o actual FCP, e

ii)PF persiste em não o reconhecer, por teimosia, incapacidade ou arrogância. Um treinador que afirma que o FCP actual seria uma equipa perfeita se afinasse a finalização, dou por perdido o tempo que possa passar a compreendê-lo;

O sistema do duplo pivô no meio campo, ie, Fernando + 1 jogador de características "semelhantes" a jogar a seu lado (já foram Defour, Herrera e até Josué!) é contra-natura para uma equipa que joga ao ataque em 90% dos jogos (e não no contra-ataque, como o Paços de Ferreira) e tem um duplo efeito negativo: os jogadores do meio campo não encontram o posicionamento correcto em campo e com isso, além de desprotegerem a defesa, deixando imenso espaço para o adversário atacar (o que ajuda a explicar parte dos inúmeros golos sofridos esta época), também não são capazes de acompanhar o ataque com a intensidade necessária para o apoiar e criar situações de perigo, pois a desorganização entre sectores é tal que não ocupam os espaços necessários. 

Se olharmos para o modo como o FCP de Paulo Fonseca defende e ataca, é confrangedor ver o enorme espaço entre os sectores, a desconexão entre os três, e fica-se sempre com a impressão de que, quer o FCP esteja a atacar, quer esteja a defender, está sempre em inferioridade numérica!! E não vale a pena justificar com as elevadas percentagens de posse de bola: estas resultam, quase sempre, de um domínio consentido pelo adversário e que faz parte da respectiva estratégia (como no jogo com o Nacional!);

4. O desequilíbrio do plantel: como é possível o FCP ter, na sua defesa, um lateral (Danilo) de 16 milhões de euros, um central (Reyes) de 8 milhões que nem convocado é, mas não ter extremos? Num sistema táctico que precisaria de jogadores de qualidade nessa posição, para dar acutilância e rapidez, como é que se achou que Licá, Varela e Ricardo seriam suficientes para uma equipa com as aspirações e o nível de exigência do FCP? Como se deixa sair Iturbe, que mais uma vez, brilha em todo o lado menos no FCP, como não se aproveita Kelvin, como é que a prospecção do FCP só encontra laterais de milhões ou um avançado como Ghilas, que afinal tem um passe de 7 milhões do qual o FCP pagou metade, mas que não joga, mesmo que Jackson esbanje a sua arrogância profissional e competitiva jogo após jogo? 

5. A motivação e o prestígio: tem sido tema recorrente no FCP das últimas temporadas a gestão de expectativas dos jogadores. Diríamos que o FCP é vítima do seu próprio sucesso: as sucessivas vitórias e conquistas, sobretudo na última década,  têm resultado em excelentes negócios em termos de vendas de jogadores, e também num trampolim para que estes mesmos jogadores assinem contratos com salários milionários. Esta realidade tem funcionado como atractivo para que os jogadores queriam vir jogar para o FCP, pois às vitórias alcançadas juntar-se uma montra internacional que permitirá o salto para outros voos. 

Ora, a gestão das expectativas dos jogadores é fundamental para o equilíbrio mental e competitivo da equipa: se os jogadores sentem que podem sair, e se a administração entende que ainda não é o momento (inúmeros casos, desde Deco a Falcao, passando por Moutinho e Hulk), é preciso convencê-los de que vale a pena ficar, por fazerem parte de um projecto que é maior que as vontades individuais, mas que é um projecto de mais vitórias e de mais ambição, que resultará em maior projecção e que isso é benéfico para as aspirações individuais de cada um deles. O caso mais exemplificativo esta época é o de Jackson Martinez: a SAD decidiu, e bem, mantê-lo, mas é notório que o jogador está contrariado e insatisfeito. Longe de o querer desculpar, pois sou daqueles que romanticamente acha que jogar no FCP é recompensa suficiente, acho que, se disseram a Jackson que valia a pena ficar pois o FCP ia jogar a sério na Champions, em ano de Mundial, que ia ter uma equipa competitiva e a marcar golos, ele deve estar a perguntar-se onde está tudo isso agora;

6. O planeamento  e a gestão estratégica do futebol: esta (falta de) gestão de expectativas tem tido casos flagrantes de desvalorização de activos, dos quais Rolando e Álvaro Pereira são os casos mais recentes. Porém, parece-nos que o problema é mais fundo: o FCP tem um plantel desequilibrado e isso resulta também do insuficiente estudo do mercado e das necessidades da equipa. Exemplos? O FCP tem 4 centrais que podem ser titulares, mas não tem substitutos para os dois laterais. O FCP tem Fernando, Defour, Herrera, Josué, Carlos Eduardo, Izmaylov (???) mas não tem extremos. O FCP tem Ghilas, mas não joga. Mas não tem mais avançados. Ainda não há muitos tempo, fizemos uma época com Kléber e Walter como opções....Ninguém pensa nisto? Remendámos, há tempos, com Lucho e Janko, em janeiro. Este ano, consta que Quaresma está a caminho, depois de 6 meses parado...;

7. O sentimento dos adeptos: a gerência deste Café nunca poderá endossar actos de violência e intimidação. Mas a reacção à chegada do autocarro do FCP ao estádio do Dragão ontem deve dar que pensar aos jogadores, equipa técnica e direcção: este cluve não está habituado a conformar-se com mediocridade, exige sempre entrega, dedicação e profissionalismo no máximo. Mesmo quando se perde. E essa entrega não existe actualmente;


8. Ser Porto é olhar para que têm sido as últimas épocas e não aceitar que o clube seja palco de experimentalismos. As três última escolhas de treinador (AVB, VP e PF) foram puro experimentalismo: três treinadores sem qualquer crédito firmado e que serviriam para demonstrar a sabedoria e sagacidade estratégica da estrutura do FCP. Se a primeira correu muitíssimo bem, a segunda escapou ao criticismo mais generalizado pois o FCP foi bi campeão apesar de um futebol pobre e de campanhas europeias fracas. PF, por seu lado, esgotou o estado de graça em tempo recorde (12 jornadas e 5 jogos na Champions): a equipa tem vindo a jogar cada vez pior, o treinador nega as evidências ("o melhor FCP da época" depois do jogo com o nacional) e os jogadores cada vez mais displicentes, sem comando, sem organização.


Pinto da Costa não precisa de provar nada a ninguém sobre o carácter certeiro das suas escolhas: a história do FCP fala por si e confunde-se com as decisões acertadas do Presidente. Mas também se engana. Errar é humano. Mas persistir é diabólico. Saber reconhecê-lo a tempo de salvar ainda esta época seria o sinal de que todos precisamos para ter a certeza de que o ciclo de histórica liderança de Pinto da Costa não acabou. E que a SAD do FCP continua a ser a estrutura profissional e orientada para os resultados desportivos que conhecemos e apreciamos.

Desde 2004/05 que o FCP não estava três jogos seguidos sem ganhar. E todos nos lembramos de como essa época foi única, de tão penosa. Substituir o treinador não resolverá todos os problemas do FCP 2013/14. Mas será um sinal de que alguns destes problemas não atingiram a gravidade que muitos de nós receiam..

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Só estamos no intervalo...

...mas o comentário que ouvi na TSF sobre o FCP desta noite resume o que vai ser esta época: "O FCP é uma equipa desconfiada de si mesma". 

Se a administração decidir continuar com este experimentalismo,  Paulo Fonseca vai conseguir repetir a classificação da temporada passada. 

Mas isto é o Porto. Não o Paços de Ferreira.

sábado, 23 de novembro de 2013

Antes que seja tarde demais

É altura de acabar com isto. É mau demais para ser verdade. Ver um jogo do FCP é, hoje em dia, um enorme sofrimento.

O Presidente do FCP já provou tudo o que havia a provar. Até que é possível o FCP ser o Paços de Ferreira por umas jornadas. Mas agora chega. É acabar com isto antes que esta época se torne trágica.



Pinto da Costa fez três apostas de risco nos últimos anos, com AVB, VP e, agora, PF. Cada uma com o seu nível de risco: 

- AVB tinha menos de uma época como treinador principal, mas além do enorme talento, tinha muitos anos de alta competição nas equipas técnicas de Mourinho; 
- VP tinha um passado remoto como treinador do Santa Clara e era bastante inexperiente, mas tinha sido adjunto de AVB e conhecia razoavelmente o clube, jogadores e apostou claramente na continuidade, pois essa era a melhor forma de disfarçar e atenuar as suas fraquezas como treinador;
- e PF? Um ano no Paços, onde fez uma época notável, é certo, mas o FCP recruta assim? Com base em fogachos ou épocas de equipas surpresa? O melhor exemplo, para mim, é a Champions. É admissível que um treinador destes, que nunca na vida esteve presente numa noite europeia, oriente uma equipa que já ganhou este troféu duas vezes? Um treinador incapaz de, ao fim de um terço da época, ter um sistema táctico estabilizado, entre os duplos pivôs (se alguém souber o que isso é, a gerência agradece esclarecimentos), substituições aos 90 minutos, Lucho (quase) aos 33 anos a jogar os jogos todos, a defesa ao nível do distrital, etc etc etc?

Eu sei que sou chato e crítico com os treinadores, mas isto não pode ser apenas para os negócios dos jogadores. Estamos habituados a muito mais e isto não nos serve.

Termino citando PF no final do jogo de hoje: "Sinceramente, vi aqui um jogo melhor do que algum outro que tenhamos feito até à data."

Hoje foi o melhor FCP da época, para PF....

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O pior disto tudo...

...é que nem sequer surpreendeu.


Apesar de ser notório, pelo que corriam e procuravam jogar, que os índices de motivação dos jogadores do FCP são completamente outros na Champions (há jogadores que, se dependesse da sua vontade, só jogavam estes jogos), este jogo dificilmente poderia ter tido outro desfecho que não esta derrota.

Por duas razões muito simples: 

1. o FCP não é o Paços de Ferreira. É preciso estudar o adversário, conhecer-lhe as manhas e ser inteligente na gestão emocional do jogo. E, quando necessário, ser rápido e acutilante a mexer na equipa. Quintero não vai resolver sempre. E se o Paços de Ferreira da época passada tinha o efeito surpresa do seu lado, o FCP não o tem. É uma equipa conhecida e com pergaminhos a nível europeu - quem joga contra nós sabe ao que vai e prepara-se para isso.

2. o Atlético não é o Gil Vicente nem o V. Guimarães. Erros ao nível de juvenis pagam-se caros. Os dois golos que o FCP sofreu (o primeiro começa na perda de bola a meio campo e a falta que se segue: quantos lances destes produz este FCP num só jogo) envergonham a presença da equipa nesta competição. O Atlético é uma excelente equipa e ganhou muito bem.


Há muito, muito trabalho a fazer. E a época vai ser longa. Espero que não seja penosa. Há muito a treinar, muito a trabalhar. E fechar a boca para não dizer disparates..nem distrair do essencial.

sábado, 28 de setembro de 2013

Duplo pivô?

Depois de mais um jogo em que a quantidade de passes falhados foi alarmante e a desorganização a meio-campo preocupante, só posso concordar que o duplo pivô é que vai resolver isto. Mas destes não se arranjam todos os dias...


Eu que nem sou dado a saudosismos, espero que PF encontre rapidamente o modelo táctico e a acutilância competitiva necessários para que nos esqueçamos da falta que este senhor está a fazer. 

Era só um, mas era muito mais que um duplo pivô (quem é que se lembra destas designações tácticas??)

PS - análise do jogo on the way. 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A arte de fazer balanços

A arte de fazer balanços é de personalidade múltipla. Posso dizer, em relação ao Porto, que do início da época até agora a coisa está num título conquistado, vitória na Champions e liderança na Liga. Não é mau. Poderia também dizer que apesar de tudo, o futebol apresentado não é o melhor e que Paulo Fonseca (PF a partir deste momento) ainda não mostrou estaleca total para comandar as tropas.



No fundo, numa de não estar nem muito longe da verdade nem muito perto da incorrecção, posso dizer que os resultados são bons mas que o futebol é assim assim.

Na supertaça nada a dizer. A equipa rebentou com o Guimarães, jogou com uma dinâmica muito boa e foi o Porto habitual das decisões: objectivo e dominador.

Na Champions e na Liga pode dizer-se que a coisa foi mais aos tropeções. O último jogo com o Estoril, apesar dos erros incríveis do árbitro, a equipa não esteve bem e pior esteve o treinador a demorar uma eternidade para mudar algo (será um mal genético dos treinadores tugas?). Sobretudo fora de casa, já deu para entender que o Porto precisa de ser bem melhor. A quantidade de passes falhados é assustadora. Os adversários já perceberam que deixando os centrais azuis e o Fernando soltos não é um problema, porque a qualidade de passe é medíocre. O brasileiro então mete dó. Como se pode ser tão bom numas coisas (posicionamento, recuperação de bola) e tão mau noutras (recepção, passe)? Quanto aos centrais, faltam duas coisas: treino específico no passe longo e sobretudo uma nova mentalidade! Mangala e Otamendi são tão bons, tão bons que por isso falham demasiado. Digo a sério. Se ambos jogassem com metade da impetuosidade com que jogam seriam perfeitos. Se meterem na cabeça que nem todo o lance é para ganhar logo, que nem toda a bola dividida é a final de um Mundial, se doseassem essa raça, a perfeição seria possível. Como ainda não chegaram lá, o Porto vai apanhar sustos e muitos, até porque do lado direito da defesa não está um defesa direito. Que me perdoem os amantes de Danilo, mas ainda hoje me parece o elo mais fraco defensivamente. É curioso que das poucas vezes em que o rapaz faz o que deve o Porto é eficaz, só prova que ele tem valor, muito até, mas que raramente o põe a funcionar.

O meio campo é outra questão. Quintero poderá ser solução sim, e tem de jogar mais tempo, mas acho que para já, tirando um jogo em casa, deve entrar na segunda parte quando o jogo está encaixado. Jogar de início já, é vê-lo mingar. Ainda assim, aquilo ali é um pedaço de talento como já não se via há muito. E depois tem aquela aura de futebol do passado, impossível não gostar.


Defour, o mal amado vai ser o que foi no ano passado: suplente/titular/suplente. Até porque Josué me parece já um jogador feito, tacticamente muito bom (defeito enorme apenas na quantidade de faltas que faz) e esquerdino com toques mágicos. Sim, mágicos. Josué mostrou dois ou três detalhes já que passaram despercebidos, mas são importantes porque o Porto de VP padeceu de falta de magia.

Lucho é um senhor, um capitão não de voz mas de exemplo. Preferia que não tivesse de correr tanto, pensei que este ano fosse diferente, mas já deu para perceber que tem de continuar a fazer correrias escusadas para espevitar o resto.

Jackson é uma máquina. O processo de renovação arrasta-se e talvez por isso pareça menos feliz, mas marca e para mim chega. sim falhou alguns golos, mas um avançado vive deles e ele vai molhando a sopa.

As alas. Pois, as alas. Licá é uma boa surpresa mas falta escola. O esforço é total mas tirando no último terço do terreno, parece-me perdido.
Varela que jogue e sempre. Eu sei que muito portista não gosta dele, mas é de uma utilidade maior do que parece. Não se peça ao Varela que seja o decisor, era bom aparecer mais um ala bom e em forma para animar as faixas.


Dito tudo isto julgo que mais uma vez haverá campeonato até ao fim e o que o Porto estará na decisão. Na Champions dependerá muito da resposta frente ao Atlético para ver o arcaboiço da rapaziada, mas acima de tudo, para ver o arcaboiço do treinador. PF chegou agora, tudo é novo, tudo é fantástico como ele diz... mas agora é que começa a sério, e apesar do Porto ser um clube "fácil" de se treinar, não é para todos, porque a "facilidade" esteve sempre na arte de aproveitar a qualidade existente. E por muito que eu tenha batido em VP no passado, ele lá ganhou duas ligas, não se ficou por uma Supertaça.

domingo, 1 de setembro de 2013

Bot'acima & Bot'abaixo: Paços de Ferreira 0 – FC Porto 1


Não foi brilhante mas, como comentava com o jb e o Zero durante o jogo, também é de vitórias destas que se fazem os campeões. E o facto de termos 9 pontos em outros tantos possíveis. É a única nota de serenidade após um jogo em que alguns aspectos me desassossegaram. 

Vamos aos Bot'acima & Bot'abaixo deste Paços de Ferreira 0 - FC Porto 1:

  • Bot'Acima
- Hélton: disse "presente" alto e bom som, quando Maicon decidiu ver se Sérgio Oliveira conseguia acertar na baliza, ainda na 1ª parte, e na ocasião em que com aquela displicência que me irrita deixou que Carlão ficasse em posição de marcar;

- Quintero: tenho uma predilecção pela sua forma de jogar, admito. Nota-se vontade de afirmação, concentração competitiva, objectividade e rapidez de decisão e uma noção de colectivo que poderá ser essencial na sua afirmação. A isso junta uma visão do jogo e dos espaços singular, que lhe permite mexer rapidamente no jogo e no ataque da equipa e fazer passes como aquele que deixou Jackson em cara a cara com o guarda-redes. Pena que a bola seja tão redonda e que a cabeça de uns esteja noutro lado. Este Quintero tem a cabeça bem no Porto.

  • Bot'Abaixo
- Jackson Martínez: durante o jogo, comentava com o jb e  Zero que lhe daríamos um Bot'Acima pelo golo e um Bot'Abaixo pelos restantes 93 minutos. Porém, as declarações que fez no final do jogo ("Esta fase é complicada para os que têm a possibilidade de sair, mas depois de o mercado acabar as coisas acalmam") deitaram tudo a perder. Até não fez um mau jogo em termos de posicionamento, recepção e condução do jogo, mas falhou quatro golos que um avançado da sua categoria não pode falhar. Desde que tenha a cabeça no sítio;

- Maicon: os dois lances que Hélton literalmente "safou" resultam de uma passividade/displicência inadmissível num central do FCP. Voltará rapidamente ao banco, porque já deve ser tarde para ser vendido;

- Danilo/Fucile: os dois laterais, juntos, fizeram-nos ter saudades de Miguel Lopes durante o jogo. E isso diz quase tudo. Danilo parece que nunca aprendeu a fazer uma recepção sem que a bola levante, pelo menos, à altura da cintura, e Fucile está numa péssima forma física e parece estar a re-descobrir alguns dos piores vícios que o levaram a perder espaço no plantel do FCP. Vai ser um duelo interessante...

- Assimilação do sistema de jogo: continua a parecer-me que a malta anda confusa dentro de campo, com sobreposições em alguns casos (Defour/Fernando) e ausências noutros (Licá/Lucho/Josué), o que se nota particularmente em jogos destes, fora de casa, chatinhos e em que o adversário não tem a menor vontade de passar do meio- campo..

Estive para dar um Bot'Abaixo às declarações de Paulo Fonseca no final do jogo (flash interview), em que revelava a táctica toda, e a Josué, pelo excesso de confiança que pode minar uma afirmação sólida no onze do FCP, mas é cedo para isso...

Mas volto à moral da história: 3 jogos, 9 pontos, missão cumprida. Venha a pausa, o fecho do mercado e alguma serenidade..


(Esta fase é complicada para que tem a possibilidade de sair mas depois de o mercado fechar as coisas acalmam") 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Bot'acima & Bot'abaixo: V. Setúbal 1 – FC Porto 3



O arranque da época 2013/14 é o mote ideal para a reabertura deste estabelecimento, após uma prolongada pausa estival. Esperamos que a nossa clientela retome os velhos e bons hábitos deste balcão e, enquanto o bom tempo durar, da nossa bela esplanada.

Como tal, e tendo tido a felicidade de poder ver ao vivo o primeiro jogo do FCP 2013/14 na I Liga, aqui ficam os Bot’acima & Bot’abaixo do V. Setúbal 1- FC Porto 3:
  • Bot’acima
  
- Quintero: desatou o nó em que o FCP se deixara enredar, mesmo a jogar contra 10. Assim que entra e toca na bola, faz um golo soberbo, em tudo: inicia a jogada com um passe lateral a desequilibrar a defesa, recebe de novo, sofre a carga e aguenta sem se atirar para o chão, para depois desferir aquele remate que me fez saltar da cadeira empoeirada do velhinho Bonfim. É um daqueles jogadores que vê, dentro do campo, o que poucos conseguem: as linhas, os desequilíbrios, as desmarcações;

- Josué: gostei. Vê-se que gosta daquela camisola e que quer aproveitar o facto de, como o Filipe aqui notou já, ser o menino do treinador, para se afirmar. Nunca teve medo de procurar e assumir o jogo, o que se materializou na coragem de marcar o penálti que Lucho e Jackson não quiseram bater. Tem um pé esquerdo notável, boa visão, bom posicionamento e espero que continue a assumir esta atitude à Porto, de que tanto precisamos;

Futebol ofensivo: uma das coisas que mais de desagradava no FCP bicampeão de Vítor Pereira era a ausência de fulgor ofensivo, um futebol muito previsível e denunciado no ataque, apesar dos elevados índices de posse de bola. Este FCP de Paulo Fonseca (PF) parece ser mais solto e acutilante no ataque, criando mais oportunidades de golo e desequilibrando mais;

- Otamendi: numa noite de grande atabalhoamento defensivo, manteve a concentração e o discernimento em momentos decisivos, como naquele corte em cima da linha após um canto, com o resultado ainda em 1-2.


  • Bot’abaixo 

- O mercado: durante o jogo, comentava o nosso freguês Luís C. que, enquanto o mercado de transferências não fechar, há gente que não está com a cabeça a 100% no FCP. Neste jogo, isso foi notório em 3 casos: Mangala, Fernando e Jackson. Cada um no seu sector e com as devidas nuances, estiveram com excesso de confiança (Mangala, nas várias disputas com o Cardozo dos sadinos) desconcentrados, displicentes e ausentes (todos se aplicam a Fernando e a Jackson). Seria bom que esta história de começar o campeonato com o mercado ainda aberto fosse revisitada...;

- Futebol defensivo: demos imenso espaço a meio campo e fomos sempre muito macios e mal posicionados na defesa, contra uma equipa com muito poucos recursos ofensivos. Bem sei que estamos ainda no início da época, mas contra adversários mais atrevidos (como o Marítimo, na próxima jornada), pode causar dissabores. Há muito trabalho a fazer aqui...e não é por falta de soluções;

- Gestão de expectativas: o FCP é um clube sóbrio e equilibrado, onde o colectivo é sempre o mais importante. Somos avessos a heróis e estrelas de ascensão meteórica. Digo isto a propósito da gestão de expectativas sobre Licá, na semana que antecedeu este jogo e depois do excelente jogo na final da Supertaça. Vamos com calma.

Em síntese, é o começo de época e o mais importante foi ganhar. Porém, parece-me que ainda há uma distância considerável entre as ideias e o sistema táctico de PF e a assimilação que deles fazem os jogadores.  Porém, é precisamente com a competição que essas rotinas se desenvolvem.

PS: este Café deve um post sobre o final do campeonato passado e um elogio devido a Vítor Pereira. Deixem-nos só arrumar a mercadoria que logo voltaremos a esse tema.


PS 2: apesar da excelente foto tirada pelo nosso simpatizante BRS e que faz  o Bonfim parecer um estádio, nota negativa para as fracas condições de acesso, de movimentação no estádio e de conforto. Sobretudo para os preços de bilhetes praticados.... 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

FC Porto 2013/2014



Muita coisa nova. Jogadores e, sobretudo, treinador. Nova aposta de Pinto da Costa num jovem treinador português, sem experiência em clubes grandes. Deu frutos no passado, espero que assim continue.

Deste novo Porto apenas vi dois jogos. Porto-Celta e Porto-Napoli. Do que se viu deu para perceber uma coisa: o triângulo do meio campo inverteu e o Porto vai, ao que parece, jogar com duplo pivot "defensivo".

No plantel muita malta nova. Nova em idade e no clube. Saíram duas peças importantes, James e Moutinho, e, verdade seja dita, nenhum nome de peso foi, até ao momento, contratado.

De dizer também, que isto do mercado fechar muito tarde, qualquer antevisão do plantel é arriscada. Não faço ideia quem ainda vai chegar e quem eventualmente poderá sair.

Dito isto, é importante dizer que o FC Porto vai defender um Tri-Campeonato em que a soma de derrotas nessas três ligas é de 1 jogo! Temos por isso pela frente algo de muito complicado.

Do Porto do VP espero que se mantenha a força de, jogando bem ou mal, vencer. Paul Fonseca parece querer uma equipa mais solta, mais rápida, mas tem ainda muito trabalho pela frente, sobretudo porque o ADN do Porto desde Jesualdo baseia-se em Fernando, rei e senhor à frente da defesa. Com a colocação de outro jogador ao lado do polvo, tudo muda. Fico contente e curioso de ver o Porto a jogar com um possível 10. Seja Lucho, solução imediata, seja Quintero. De qualquer forma, não me alongo mais sobre a questão táctica sem antes ver mais jogos.

Passo ao plantel um a um:

Guarda-redes:

Hélton - Patrão. Dele peço mais do mesmo. Toda uma carreira baseada na regularidade. Sim, um erro aqui e ali, sobretudo em jogos de Champions, mas um guarda-redes que aguenta a titularidade numa equipa vencedora, que sofre sempre poucos golos, que é uma voz de comando, só pode merecer muito respeito. Já aqui escrevi que não é o estilo de guarda-redes que gosto, mas é o meu guarda-redes sem qualquer dúvida. Um ano de cada vez, é o número 1.

Fabiano - Gostava que fosse emprestado. Para mim seria o futuro titular mas tenho sempre medo de jovens guarda-redes que passam mais de um ano sem jogar. Mas a emprestar que seja a um clube de jeito, se não, mais vale ficar e esperar pelos joguitos das Taças.

Bolat - Todo um tratado sobre o meu desconhecimento, mas é sempre bom ter por perto um turco alto e careca, há túneis perigosos no futebol nacional.

Defesas:

Danilo - O meu ódiozinho. Mil vezes repito que ali há qualidade, mas a atitude é mais de metade do que um jogador pode ser. Tem de mudar. Pela pré-época parece ir no bom caminho. Tem de atacar, tem de se mostrar e bater os livres em jeito e não à Eusébio. Mas sobretudo, e aí acho que divirjo de muitos, tem de melhorar a defender e muito.

Fucile - Bom regresso... se o psicólogo não largar. Dele espera-se a entrega total... infelizmente com as pauladas escusadas. Se souber controlar o temperamento temos ali um óptimo remendo para qualquer altura. Pode mesmo ser titular em muito jogo se tiver cabecinha. O meu medo é as paragens cerebrais, mas o sangue é uruguaio, nada a fazer.

Alex Sandro - Um craque. Não pode adormecer e continuar a progredir. Prevejo ali uns milhões num futuro breve. A lesãozita atrasou-lhe a forma, mas julgo que em breve estará a 100%. Espero que desequilibre ainda mais ofensivamente, e um golito de vez em quando ficava-lhe bem.

Otamendi - Qualidade acima da média. Milhões à vista se mantiver a presença forte e a inteligência. Na minha opinião só precisa de gerir a intensidade. Não é necessário ganhar todos os lances como se fosse o último lance do jogo.

Mangala - Mais ainda do que o colega argentino, se dosear a força, se juntar ao poderio atlético um pouco mais de leitura de jogo pode ser dos melhores do mundo. Estamos a falar de um miúdo ainda.

Maicon - Ingrata tarefa para um central que já tinha estatuto. Lesões e concorrência são grandes obstáculos, vamos ver se de facto tem estaleca.

Abdoulaye - Sei lá. Tem em potência todas as qualidades dos colegas defesas, mas tem já adquiridos todos os defeitos! Bruto e burro, ou aprende ou pode ir à vidinha dele.

Diego Reyes - Nome bonito, estilo e mais não sei. Novinho, é para rodar.

Rolando - Pois, ainda lá anda. Não sei o que aconteceu a um jogador que já ganhou muita coisa.

Médios:

Fernando - O polvo. Jogador fundamental. Mais um fim de época e pré-época com as novelas habituais. Este ano tem o desafio de se adaptar a um novo esquema. Tanta qualidade na leitura de jogo e na recuperação tornam o desafio fácil, a questão é a cabecinha. Estará no sítio? Por certas atitudes nos jogos que vi, parece demasiado preocupado em discutir com os árbitros. Mas em forma, não há melhor médio a jogar a 6.

Castro - Para cumprir as quotas de portugueses e uma certa mística, para mim não é mais que isso.

Defour - Tem de assumir um papel de qualidade. Moutinho deixou ali um espaço que o belga com a experiência que tem (e o futebol) tem de aproveitar. Quero mais intensidade, mais desequilíbrio e golos.

Josué - Menino do treinador. Bom pé esquerdo, português e novo. Gosto. Mas é ano de pedalar.

Herrera - Qualidade sem dúvida. Feio quanto baste. Quero ver mais.

Carlos Eduardo - Não sei. Jeito tem, mas lentidão também parece. Mas não é fácil.

Tiago Rodrigues - Emprestar e deixá-lo jogar.

Lucho - Ícone. O papel que poderá ter este ano, mais solto a 10, pode ser muito melhor para ele. Não vai precisar de correr tanto e poderá marcar ainda mais golitos. De resto já tem lugar no panteão do Dragão.

Quintero - Craque mas verde. De qualquer forma é para meter lá para dentro sempre que possível. Pelo que vi apenas precisa de reagir mais rápido à perda de bola. Aquele pé esquerdo não engana, é à antiga.

Alas:

Izmailov - Caladinho, ao contrário do tempo no Sporting nunca está lesionado, apenas em gestão de esforço. Pois. Mas não sei porquê, o me palpite é ele jogar um ou outro joguito mais importante e resolver.

Licá - Gosto do toque de bola e do cabelo. Mas não me parece que tenha arcaboiço para o Porto.

Varela - O mal amado é a partir de agora o meu jogador favorito. A minha mania para esta época. Não me aborreçam.

Ricardo - Pode ir com o Tiago Rodrigues.

Kelvin - Pois. Aquele golo... pode ficar dez anos no plantel. Mostrou alguma evolução até ter começado a dar chutos ao Nolito.

Iturbe - Para ficar!!! Não preciso de ver mais. Aquela velocidade e objectividade são muito precisas. Sim defeitos aos trambolhões, mas para isso está o Alex Sandro nas costas. Pode ser a bomba do ano.

Avançados:

Ghilas - Uma opção nem que seja meia opção já é muito. Há ali coisa boa, mas o caminho é longo e complicado. Um golito a cada duas entradas ficava-lhe bem.

Jackson - O melhor jogador do ano passado tem novo desafio. Muito respeito tenho por este homem. Golos, isso pede-se. Qualidade em catadupa, humildade também, siga para a venda a 45 Milhões para o ano.

Treinador:

Paulo Fonseca - Esperar para ver. Aquela barba aparadinha não gosto muito, mas até lhe aprecio a energia positiva. Importante é ganhar a supertaça já. O resto é exigir que mantenha o que de bom havia e mudar um pouco a genica da equipa.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O balanço - Porto 2012/2013

Tri

Finalmente com algum tempo para fazer as contas da época 2012/2013.

Há algumas semanas atrás o campeonato estava longe. Escrevi na altura que esta liga, a cair para o lado azul, seria mais perdida pelo Benfica que conquistada pelo Porto, mas a crueza dos números têm do seu lado a evidência do mérito de que conquista: campeão invicto com apenas 6 empates cedidos.

É certo que o futebol apresentado não conquistou a maior parte dos adeptos, este incluído, mas em dois anos o Porto perdeu apenas um jogo (e contando com o ano de Villas Boas ficamos pelo mesmo solitário desaire).

A aposta no "equilíbrio da equipa" foi total por parte de VP. Se nas competições a eliminar os resultados foram maus, é bom dizer que para o consumo do nosso campeonato essa aposta deu dois títulos em dois.

A vitória ao cair do pano sobre o Benfica foi o momento do ano, Jesus de joelhos no Dragão, a correria de VP a chorar e o pontapé de Kelvin são imagens para a eternidade.


Mas mais importante é que logo após a confirmação do título frente ao Paços, o próprio clube lança a imagem que o define.

O Porto é isto, querer mais, sempre.

Um a um:

Hélton - a solidez é um conceito que, à primeira vista, poderá não ser facilmente atribuído ao brasileiro, mas tem de o ser. Hélton não tem um estilo que eu goste, mas está lá sempre. Sei das falhas que vai tendo, mas depois olho para outros e vejo mais falhas ainda. Hélton é um pilar, tem-no sido nesta equipa há anos. 7 ligas conquistadas, 4 Taças de Portugal, 3 Supertaças e 1 Liga Europa... quem tem mais?

Fabiano - o futuro? Gostei desde o primeiro momento que o vi no Olhanense. Um ano a olhar o Hélton. O futuro dono da baliza? Veremos.

Danilo -  a pior coisinha na equipa. Entendam-me, pior no sentido do que de mau houve este ano. Um defesa direito tem de saber defender. Este não sabe muito. Não falo do que custou ou deixou de custar, isso a mim interessa-me pouco. Não gosto do futebol que tem nas pernas. Muito bem expulso na última jornada, o que vai fazer que pelo menos no primeiro jogo alguém vai ter de lá jogar, espero que seja melhor.

Alex Sandro - craque. Basta isto. Sólido e desequilibrador. Talento não falta. Apenas tem de cuidar um pouco o excesso de confiança que apresenta, mas a verdade é que resulta na maior parte das vezes. De guardar muitos e bons anos.

Maicon - muitas lesões afastaram-no da equipa. É aposta de marketing do Porto. Tem qualidade, mas a concorrência é muito forte.

Otamendi - o patrão este ano. Época de alto nível. Na minha opinião apenas necessita de gerir melhor a impetuosidade do seu jogo. Um dos homens do ano.

Mangala - revelação confirmada. Temo que se vá, é demasiado novo e bom para não chegar um russo com guita para o levar. Tal como Otamendi apenas precisa de gerir melhor a genica. Em forma não vejo nenhum avançado a ter a vida facilitada.

Abdoulaye - burro. Demasiado para ter aspirações sérias em ser carta no baralho. Exemplo típico de que o físico e o talento não chegam para se ser bom jogador. é novo, ainda haverá esperança.

Quiñones - Quem?

Fernando - desde os anos dourados de Costinha, passando por Paulo Assunção, Fernando é a "razão" do domínio do Porto a nível nacional. O ADN táctico da equipa vive dele. Não há muitos trincos assim no mundo. Mais do que qualquer outro jogador, se Fernando sair, um ciclo pode de facto terminar e obrigar o Porto a redefinir o seu tipo de futebol.

Castro - sim o espírito, sim a entrega, sim até alguma qualidade, mas ser preponderante no Porto não me parece. No entanto, um plantel faz-se com gajos assim também.

Defour - óptimo como segunda linha. Época interessante onde foi chamado muitas vezes para tapar buracos de habituais titulares. Não vejo o Porto a viver dele, mas vejo-o como peça interessante a manter.

Moutinho - preponderante como sempre. A vantagem de nunca "jogar mal" é uma mais valia. Não foi sempre o relógio suíço mas foi sempre bom. Vai embora, seja. Obrigado por tudo.

Lucho - impressionante. Em tudo. Foi dos jogadores que mais me surpreendeu. Um pilar e uma época que se acabou bem foi muito devido a ele. Um jogador que já está na história do Porto ao lado de outros grandes. É olhar aos títulos: sempre campeão nacional pelo Porto, em todos os anos que vestiu a camisola. El comandante!

Izmailov - olhem, sei lá. Chegou, deu umas nozadas e depois desapareceu. No fundo como acontecia no Sporting... a diferença é que foi campeão.

Varela - muitas vezes o mal amado, na minha opinião injustamente. É certo que quando não está bem não consegue gerir o seu futebol, mas é injusto pedir que seja o Varela a carregar o Porto. Luta total sempre, e verdade seja dita que nos bons momentos da época é dos que desequilibra na frente. Eu gosto do Drogba da Caparica, da ginga e da bunda.

Atsu - poucos minutos. Velocidade estonteante mas verdinho ainda. Quer ir para Inglaterra. Força.

James - excelente início de época. Depois da lesão foi mau. Não gosto de piscineiros. Talento não falta, mas parece-me que a evolução vai no pior dos sentidos. Boa viagem até ao Mónaco.

Kelvin - decidiu dois jogos fundamentais (Braga e Benfica). Depois de decidir no primeiro jogo escrevi que nunca mais ouviríamos falar dele. Não porque o ache com falta de talento, mas porque não pensei que o VP lhe fosse dar mais oportunidades. Deu-lhe uma mais... e foi tão bom, tão bom que dei comigo a festejar o golo ao minuto 92 virado para uma parede, em silêncio breve antes de dar um grito. Vale pelo golo claro e pelo penteado, mas reescrevo: não ouviremos falar mais do Kelvin... (espero me enganar de novo).

Hulk - ah pois. Jogou no início, marcou uns golos e foi morrer para a Rússia. Uma pena a nível desportivo. Mas bom, ainda foi campeão. Uma última vez na carreira? (como é possível, um jogador daqueles não estar  num campeonato de jeito?)

Liedson - seis meses de muito banco. Pena minha. Não sei como está o joelho ou a cabeça ou o que seja, mas gostava de o ver a jogar mais. Valeu, e muito, por aquele passe para o Kelvin. Obrigado.

Jackson - jogador do ano. A tolada na supertaça, ao melhor estilo da NBA, foi bom prenúncio. Golos e mais golos, e muito trabalho na frente onde jogava sozinho no meio de 4 defesas. Um controlo emocional impressionante, um cabedal de respeito e golos de rara beleza. Um senhor. Cha Cha Cha...

Vítor Pereira - dois anos, dois títulos nacionais. Obrigado. Sem ironias.





Nova palavra de ordem: TETRA.