Queremos convidar você a fazer uma viagem, uma viagem mágica, por diversos países, culturas, hábitos, épocas, onde sua imaginação quiser e você se permitir...

Viajar pelas páginas de nossos livros, por vários gêneros, escritores anônimos e ilustradores e também os ilustres escritores: romances, aventuras, comédias, mistérios, épicos, auto-ajuda, poéticos, didáticos... toda leitura faz o ser humano conhecer, abranger, crescer...

Neste blog vamos divulgar, sugerir, incentivar, um espaço para interagir com você, que vai ser nosso seguidor ou dar apenas uma espiadinha, mas será sempre bem-vindo, como aquele amigo que senta para tomar um café e conversarmos sobre aquelas páginas de um livro que mais nos marcou, ou aquele que estamos lendo no momento, então fica aqui nosso convite, entre no nosso blog, tome um café, enquanto passeia pelos nossas postagens, interaja conosco sempre, estamos aqui na rede aguardando a sua chegada.


Abraços literários.


Aparecida





Vamos trocar idéias, opiniões, interagir?

Tem algum comentário ou sugestão para fazer?

Escreva para nós no e-mail: cafecomleituranarede@gmail.com



Loja Virtual

A loja virtual "Café com leitura na rede" está a todo vapor, e convidamos você a visitar nossa loja, lá lhe aguardam ótimos preços, opções para todos os gostos e um atendimento muito, muito especial e amigo.

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Abraços


Equipe Café com Leitura na Rede.



terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Feliz 2020



Receita de Ano Novo
Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanhe ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


O Café com Leitura na Rede deseja a todos um Feliz Ano Novo.
Que 2020 traga muitas alegrias, saúde, realizações, amor, amizades, paz, sucesso e muitos livros :)
A todos vocês, e a cada um em particular, que esteve por aqui nesse ano (em que apesar de ter  beeeeeeem poucos posts não desistiram de mim), a cada um que visitou nosso cantinho de leitura,  que dedicou um tantinho de seu tempo para deixar um comentário fofoludo 
o meu muito obrigada.
Gratidão!


Volto em 15 de janeiro, espero vocês, beijos enormes e abraços literários.




terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Feliz Natal



Papai Noel existe sim!

Em 1897, Virgínia O’Hanlon Douglas, de 8 anos, escreveu para o jornal inglês The Sun perguntando se Papai Noel existia, já que alguns de seus amigos diziam que tudo não passava de fantasia.
O jornal publicou a resposta: “Seus amiguinhos estão errados. Provavelmente foram afetados pela descrença de uma época em que as pessoas só acreditam  naquilo que veem.
Papai Noel existe, sim!
Isso é tão certo quanto a existência do amor e da generosidade. Ah, como seria triste o mundo sem Papai Noel!
Não haveria a poesia e a fantasia para fazer a nossa existência suportável. VC poderia até pedir ao seu pai para contratar homens para vigiar as chaminés e assim flagrar Papai Noel, mas, mesmo que VC não o visse descendo por elas, o que isso provaria ????
Nada!
Ninguém vê o Papai Noel, mas não há sinais de que ele não existe.
O fato é: as coisas mais reais são aquelas que ninguém vê. 
Papai Noel sempre existirá, fazendo felizes os corações das pessoas.”

Portanto, sonhe muito, pois é a partir dos sonhos e fantasias de ontem que surgem as grandes realizações de amanhã.


O Café com Leitura na Rede deseja a todos os seus leitores e amigos um Feliz e Iluminado Natal!

Sintam-se fortemente abraçados <3



terça-feira, 19 de novembro de 2019

Novembro Azul Literário


                                                                             
                                                                           
Novembro Azul, que tem como símbolo o laço azul, é uma campanha de conscientização dirigida aos homens que tem como objetivo alertar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce com relação ao  câncer de próstata e outras doenças masculinas.
O bloguito traz hoje uma seleção de livros com capas azuis para compartilhar com vocês e se quiserem dar uma olhadinha nos escolhidos do anos anteriores é só clicarem aqui, aqui e aqui.




Terra Sonâmbula

Um ônibus incendiado em uma estrada poeirenta serve de abrigo ao velho Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra civil devastadora que grassa por toda parte em Moçambique. Como se sabe, depois de dez anos de guerra anticolonial (1965-1975), o país do sudeste africano viu-se às voltas com um longo e sangrento conflito interno que se estendeu de 1976 a 1992.
O veículo está cheio de corpos carbonizados. Mas há também um outro corpo à beira da estrada, junto a uma mala que abriga os “cadernos de Kindzu”, o longo diário do morto em questão.
A partir daí, duas histórias são narradas paralelamente: a viagem de Tuahir e Muidinga e, em flashback,o percurso de Kindzu em busca dos naparamas, guerreiros tradicionais, abençoados pelos feiticeiros, que são, aos olhos do garoto, a única esperança contra os senhores da guerra.
"Terra Sonâmbula" – considerado por júri especial da Feira do Livro de Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX e agora reeditado no Brasil pela Companhia das Letras – é um romance em abismo, escrito numa prosa poética que remete a Guimarães Rosa.
Couto se vale também de recursos do realismo mágico e da arte narrativa tradicional africana para compor esta bela fábula.




Mais Lindo que a Lua

Mais Lindo Que a Lua, primeiro livro da série Irmãs Lyndon, é uma história irresistível sobre sobre reencontro e desafios, romantismo e perseverança.
Foi amor à primeira vista, mas Victoria Lyndon era a filha do vigário, e Robert Kemble, o elegante conde de Macclesfield.
Foi o que bastou para os pais dos dois serem contra a união. Assim, quando o plano de fuga dos jovens deu errado, todos acreditaram que foi melhor assim.
Sete anos depois, quando Robert encontra Victoria por acaso, não consegue acreditar no que acontece: a garota que um dia destruiu seus sonhos ainda o deixa sem fôlego. E Victoria também logo vê que continua impossível resistir aos encantos dele.
Mas como ela poderia dar uma segunda chance ao homem que lhe prometeu casamento e depois despedaçou suas esperanças?



A Filha do Norte

Depois de ter sofrido muito no passado, Michelle agora vive ao lado dos irmãos Vergamini, que foram amaldiçoados há cem anos por Elza e Meredith, as Bruxas do Leste e do Sul. Os monstros — como são vistos — a protegem com todas as forças. Porém, após o retorno do Danton — o líder e irmão mais poderoso — uma corrente de acontecimentos se desdobrará, com consequências devastadoras para todos. Em A Filha do Norte, você irá adentrar no passado dessa protagonista e desvendar as razões dos seus sonhos e medos mais aterrorizantes. No momento em que as feridas de Michelle pareciam prontas para serem cicatrizadas, tudo virá à tona novamente para atormentá-la e ela descobrirá que a verdadeira força, na verdade, sempre esteve ao seu lado, travando uma luta em prol daqueles que ama.




A Casa dos Pesadelos

Dez anos depois de estar cara a cara com aquela assombração, Tiago finalmente concorda em voltar à mesma casa para visitar sua avó. Agora adolescente, ele pretende provar para si mesmo, que a terrível imagem que o aterrorizara nas madrugadas por tanto tempo, não passava de uma criação tenebrosa da infância. Mas, ao chegar no casarão, o jovem se depara com o misterioso quarto de seu falecido avô, agora mantido fechado, e tratado como espaço proibido.
As restrições com relação ao aposento, as sensações e barulhos no meio da noite logo alimentam nele a suspeita de que algo terrível habita o local. Tomado por uma estranha coragem e desejo de ver-se finalmente livre do medo, tudo que o rapaz deseja é descobrir o que há por trás daquela porta. Então, o pesadelo toma novo impulso quando a figura sombria da infância mostra-se real novamente... mas, desta vez, ela quer atacar o seu irmão mais novo. Determinado a impedir que o caçula passe por terror semelhante, Tiago, mesmo apavorado, decide enfrentar a criatura.
E o que descobre expõe terríveis segredos do passado que ninguém poderia imaginar.




O Menino de Alepo

Esse romance, que se passa em meio à guerra da Síria, conta a história de um menino que sofre de Síndrome de Asperger e vive uma vida tranquila com a família em Alepo até estourar o conflito. Seus irmãos são convocados para o exército, seus pais desaparecem, a cidade encontra-se sitiada e ele e a irmã mais velha, sua melhor amiga e guardiã, tentam cruzar o país para tentar encontrar com os irmãos em Damasco. Quando a irmã acaba sequestrada por soldados do Estado Islâmico, o protagonista é obrigado a tentar se comunicar com o mundo através de cores, tintas e pinturas para chegar até seu destino, contando com a solidariedade das pessoas que encontra pelo caminho e encarando os horrores da guerra de forma muito peculiar e emocionante.




O Medo mais Profundo

Na época da faculdade, Myron Bolitar teve seu primeiro relacionamento sério, que terminou de forma dolorosa quando a namorada o trocou por seu maior adversário no basquete.
Por isso, a última pessoa no mundo que Myron deseja rever é Emily Downing. Assim, ele tem uma grande surpresa quando, anos depois, ela aparece suplicando ajuda. Seu filho de 13 anos, Jeremy, está morrendo e precisa de um transplante de medula óssea – de um doador que sumiu sem deixar vestígios. E a revelação seguinte é ainda mais impactante: Myron é o pai do garoto.
Aturdido com a notícia, Myron dá início a uma busca pelo doador. Encontrá-lo, contudo, significa desvendar um mistério sombrio que envolve uma família inescrupulosa, uma série de sequestros e um jornalista em desgraça.
Nesse jogo de verdades dolorosas, Myron terá que descobrir uma forma de não perder o filho com quem sequer teve a chance de conviver.




Frozen: Um Coração Congelado

O amor é uma porta aberta, ou pelo menos era nisso que Anna acreditava. Frozen: Um Coração Congelado conta a história de uma jovem e solitária princesa chamada Anna, que esteve isolada do mundo por boa parte de sua vida. Até que, certo dia, ela encontra o belo príncipe Hans, e por ele se apaixona. A princípio, parece que os sonhos de Anna finalmente se tornaram realidade. Afinal, pelo menos ela achou alguém para amar.
Porém, assim que as reais motivações de Hans vêm à tona, o conto de fadas começa a desmoronar e Anna descobre que o amor verdadeiro é mais poderoso do que ela poderia imaginar.




Casa das Fúrias

Louisa Ditton não tem para onde ir.
Estamos no século XIX. Sozinha e com medo, Louisa acaba de escapar do terrível internato inglês onde repressão e castigos dolorosos eram a principal lição. Assim, quando encontra uma idosa que lhe oferece emprego em uma hospedagem, ela acha que finalmente está segura.
Logo que chega à Casa Coldthistle, entretanto, a jovem nota algo estranho. O misterioso proprietário do lugar – o sr. Morningside e a criadagem, numa espécie de tribunal sombrio executa sua justiça obscura àqueles que vivem impunes, e Louisa será obrigada a fazer parte desse grupo de impiedosos justiceiros.
Diante disso, a jovem começa a temer pela vida de Lee. Ele não é como os demais hóspedes: carismático e gentil, o rapaz desperta nela o ímpeto de salvá-lo do julgamento iminente.
Porém, como Louisa poderá saber quem carrega a verdade?



E aí bebês? Qual desses livros vocês gostariam de ler?
E qual livro com capa azul vocês recomendam a leitura???


Abraços Literários e até a próxima



domingo, 10 de novembro de 2019

20º Projeta Brasil Cinemark


                                                                                  
                                               

Quem aí gosta de cinema nacional???
E quem aí é fã do Projeta Brasil \0/\0/

Iniciativa da Rede Cinemark que promove exibições de longas nacionais a preços promocionais (até rimou) que já levou 2,7 milhões de pessoas aos cinemas para assistir cerca de 500 filmes celebrará 20 anos nessa terça (12/11) com duas novidades:
1) Pela primeira vez o Projeto insere produções antigas digitalizadas como Carlota Joaquina, Minha Mãe é Uma Peça 1, Se Eu Fosse Você 1, Nosso Lar e Divã.
2) Estreia o Projeto BR Nova Geração que no sábado de manhã (16/11) traz para as telonas Cinderela Pop, Detetives do Prédio Azul: O Mistério Italiano e Turma da Mônica – Laços, infantojuvenis para os pequenos, futuros apaixonados pelo cinema nacional.

Os ingressos custam 4 reais e podem ser adquiridos no site, no app cinemark e nas bilheterias.
A arrecadação é revertida para programas de incentivo ao cine nacional.
Eu quero aproveitar para assistir Bacurau que ainda não vi e vocês bebês qual filminho entre os títulos abaixo merece um confere????

A Mata Negra
A Pedra da Serpente
A Quarta Parede
Alaska
Alma Imoral
Bacurau
De Pernas Pro Ar 3
Diários de Classe
Exterminadores do Além: Contra a Loira do Banheiro
Histórias Estranhas
Intimidade Entre Estranhos
Kardec
Marés
Minha Fama de Mau
Minha Vida em Marte
Nada a Perder 2
O Amor Dá Trabalho
O Grande Circo Místico
O Segredo de Davi
Paisagem: Um olhar sobre Roberto Burle Marx
Sai de Baixo - O Filme
Simonal
Socorro! Virei Uma Garota
Tito e Os Pássaros
Ultraje
Vai Que Cola - O Começo
Hebe - A Estrela do Brasil
Ela Disse, Ele Disse
Morto Não Fala
Maria do Caritó


Deixa aí nos comentários que eu quero muito saber!

Informações adicionais, a lista dos filmes que vão ser exibidos e quais salas NÃO vão participar vocês conferem AQUI.

Abraços Literários, beijos cinematográficos e até a próxima bebês.


quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Halloween Literário

       
                                                                                   
 
                                                                                     

Halloween na área e vamos conhecer os bonitos da vez para esse ano.
Se alguém quiser dar uma olhadinha nos livríneos do ano passado é só clicar aqui.




Lady Killers, Assassinas em série

As mulheres mais letais da história em uma edição matadora.
Quando pensamos em assassinos em série, pensamos em homens. Mais precisamente, em homens matando mulheres inocentes.
Mas as mulheres podem ser tão letais quanto os homens e deixar um rastro de corpos por onde passam — então o que acontece quando as pessoas são confrontadas com uma assassina em série?

Quando as ideias de “sexo frágil” se quebram e fitamos os desconcertantes olhos de uma mulher com sangue seco sob as unhas?
Prepare-se para realizar mais uma investigação criminal ao lado da DarkSide® Books e sua divisão Crime Scene®. Esqueça tudo aquilo que você achava que sabia sobre assassinos letais — perto de Mary Ann Cotton e Elizabeth Báthory, para citar apenas algumas, Jack, o Estripador ainda era um aprendiz.

Inspirado na coluna homônima da escritora Tori Telfer no site Jezebel.com, Lady Killers: Assassinas em Série é um dossiê de histórias sobre assassinas em série e seus crimes ao longo dos últimos séculos, e o material perfeito para você mergulhar fundo em suas mentes.
Com um texto informativo, a autora recapitula a vida de catorze mulheres com apetite para destruição, suas atrocidades e o legado de dor deixado por cada uma delas.
Telfer disseca a complexidade da violência feminina e suas camadas e contesta os arquétipos — vovó gentil, mãe carinhosa, dama sensual, feiticeira traiçoeira, entre outros — buscando entender por que as mulheres foram reduzidas a definições tão superficiais.

Além disso, questiona a “amnésia coletiva” a respeito dos assassinatos cometidos por mulheres. Por que falamos de Ed Kemper e não de Nannie Doss, a Vovó Sorriso, que dominou as páginas dos jornais americanos em 1950 por seu carisma e piadas mórbidas (ela matou quatro maridos)?
Por que continuamos lembrando apenas de H.H. Holmes quando Kate Bender recebia viajantes em sua hospedaria (e assassinava todos que ousavam flertar com ela)?

A linha que divide o bem e o mal atravessa o coração de todo ser humano.
Lady Killers: Assassinas em Série faz parte da coleção Crime Scene®: histórias reais, de assassinos reais, indicadas para quem tem o espírito investigador.
Através das páginas de Lady Killers: Assassinas em Série, os leitores vão perceber que estas mulheres eram inteligentes, egoístas e dispostas a fazer o que fosse necessário para ingressar no que elas viam como uma vida melhor.
Foram implacáveis e inflexíveis. Eram psicopatas, mas não eram lobos, não eram vampiros e não eram homens.
Mais uma vez, a ficha mostra: elas eram horrivelmente, e essencialmente, humanas.



                                                                                 

A Chama de Ember

Quinhentos anos atrás, Jack fez um pacto com um demônio e acabou como um lanterna cujo dever era guardar um dos portais que levam ao reino imortal, garantindo que nenhuma alma se infiltrasse onde não era bem-vinda.
Há tempos, Ember, uma simpática bruxinha, tenta enganar Jack para atravessar o portal. Insistente e sem temer os alertas finalmente consegue entrar na dimensão proibida com a ajuda de um vampiro misterioso, e então tem início uma perseguição frenética através de um mundo deslumbrante e perigoso.
Agora Jack precisa resgatar Ember antes que os universos terreno e sobrenatural entrem em colapso e se tornem um caos.

Nessa releitura da história do Jack Lanterna, o cavaleiro que fez um pacto com um demônio para salvar uma cidadezinha, se torna um vigia de uma encruzilhada, cuidando para que nenhuma alma desavisada atravesse a ponte e passe para o outro lado, ou Outro Mundo.
Assim tentando proteger esse local é que ele conhece Ember, uma jovem bruxa que consegue ir para o Outro Mundo com a ajuda de um vampiro e parte em busca da garota para salvá-la.
O livro lembra muito o filme O Estranho Mundo de Jack do Tim Burton e a autora usou referências de histórias de horror clássicas, como Frankenstein, A Ilha do Doutor Moreau, O Homem Invisível, Drácula e A lenda do Cavaleiro sem Cabeça inclusive com a citação do embate com Ichabod.
O próprio Jack, apesar de possuir uma cabeça, mantém um fragmento de sua alma em uma abóbora que paira à sua volta. Essa foi a forma que ele escolheu para manter sua chama.
A abóbora nunca envelhece nem se decompõe, mas pode se quebrar, o que deixaria sua alma vulnerável.
Acredito que para o gênero em questão romance fica um tanto fora do contexto
Sou traumatizada com a autora no que se refere à triângulos amorosos, isso por causa de “A Maldição do Tigre”, aqui ainda há o agravante de ter sido adicionado à narrativa um quadrado amoroso!
Massssssss “A Chama de Ember” é um livro único, então não vou precisar esperar seis livros para o final.

Com um Q de steampunk presente na participação de um Frank com partes do corpo humano e partes robóticas somos apresentados a várias pesquisas científicas unindo ciência e magia, fazendo inclusive um paralelo entre o nosso e o Outro Mundo, que está à nossa frente nessa área.

A autora poderia ter explorado melhor o mundo imortal e a história da Ember, mas o desenvolvimento da narrativa, apesar de ser interessante deixou a desejar.
Fantasia com blend de lenda, romance, aventura e uma pitada de mistério, que se não é perfeita, aqui pelo menos Colleen nos proporciona um final redondinho que merece uma conferida se você é fã do gênero ou do Jack Lanterna :p


Abraços Literários, sustos, travessuras, guloseimas e até a próxima.


sábado, 19 de outubro de 2019

Outubro Rosa Literário


                                                                                


Outubro Rosa, a campanha que tem como símbolo o laço cor-de-rosa, é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

O bloguito traz hoje uma seleção de livros com capas cor-de-rosa para compartilhar com vocês
E se alguém quiser dar uma olhadinha nas indicações dos anos anteriores é só clicar 2018, 2017, 2016.





                                                                               

O reino das vozes que não se calam
(Não é exatamente cor-de-rosa, massss tem rosa)

Se você encontrasse um lugar onde todos o aceitassem... Seria capaz de abandoná-lo? Sophie se esconde de todos e de si mesma: insegura, não consegue enxergar sua beleza e talento, e sente dificuldade em se relacionar com os outros. Seu dia a dia se perde entre os caminhos tortuosos dos que convivem com a depressão e o bullying, e a jovem aos poucos vai se fechando na escuridão de seus pensamentos. Desamparada e sem coragem de lidar com seus problemas, ela acaba descobrindo um lugar mágico: um Reino onde as vozes não se calam e as criaturas encantadas se tornam reais. Um local colorido onde ela finalmente poderá se encontrar. Dividida entre a realidade e a fantasia, Sophie contará com a ajuda preciosa de um rapaz comum e uma guardiã encantada, que lhe mostrarão os segredos da alma e a farão decidir se vale a pena enfrentar seus medos ou viver em um eterno conto de fadas.


                                                                                  

O que há de estranho em mim
(Título rosa também está valendo :p)

Ao internar a filha numa clínica, o pai de Brit acredita que está ajudando a menina, mas a verdade é que o lugar só lhe faz mal. Aos 16 anos, ela se vê diante de um duvidoso método de terapia, que inclui xingar as outras jovens e dedurar as infrações alheias para ganhar a liberdade.
Sem saber em quem confiar e determinada a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de vida hostil.
V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de opressão. Juntas, as cinco amigas vão em busca de uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.



                                                                                  

Capitu vem para o jantar

Bentinho oferece uma cocada a Capitu, mas ela recusa. O amado partirá para o seminário no dia seguinte e ficará fora por muito tempo. Obviamente, não é uma ocasião para devorar doces como se nada estivesse acontecendo.
Essa passagem de Dom Casmurro marca um momento importante na história de Capitu e Bentinho. E traz também uma reflexão: Por que uma cocada? Será que Machado de Assis provava o doce enquanto escrevia esse trecho?
Denise Godinho aproveitou essa dúvida para aprender a cozinhar. Enquanto lia um dos maiores clássicos da literatura nacional, ela decidiu preparar a cocada e, por fim, se rendeu às delícias da cozinha com seus escritores preferidos.
Nas páginas de Capitu vem para o jantar, você vai acompanhar essa aventura e encontrar diversas receitas escondidas em grandes obras da literatura.  E o melhor de tudo: vai aprender a preparar os quitutes!
Como acompanhamento, a autora oferece curiosidades sobre o apetite voraz de alguns escritores e os hábitos alimentares um tanto peculiares de outros…



                                                                                  

Simplesmente o paraíso

Honoria Smythe-Smith é parte do famoso quarteto musical Smythe-Smith, embora não se engane e saiba que o dito quarteto carece sequer do menor sentido musical e tem esperanças postas que esta seja a última vez que se submeta a semelhante humilhação. Esta será sua temporada e com um pouco de sorte conseguirá um marido.
Durante um jantar, põe seus olhos em Gregory Bridgerton, um dos mais jovens da família Bridgerton. Sabe que não está apaixonada, mas ele parece uma opção mais que válida.
Marcus Holroyd é o melhor amigo do irmão de Honoria, Daniel, que vive exilado na Italia. Ele prometeu olhar por ela e leva suas responsabilidades muito seriamente. Odeia Londres e durante toda a temporada, permaneceu vigilante e intermediou quando acreditava que o pretendente não era o adequado.
Honoria e Marcus compartilham uma amizade, pouco atípica, fruto dos anos que se conhecem e que o torna parte da família.
Entretanto, um desafortunado acidente faz que ambos repensem sua relação e encontrem a maneira de confrontar o que surge entre eles, se tiverem coragem suficiente.



                                                                                 

Onde mora o amor

Dexter Yates adora sua vida despreocupada em Londres. Além de lindo e rico, mora em um apartamento chique e está sempre acompanhado de belas mulheres. Mas tudo se transforma da noite para o dia quando a irmã morre, deixando a pequena Delphi, de apenas oito meses.
Sem a menor ideia de como cuidar sozinho de um bebê, ele resolve se afastar da correria da cidade grande e se muda para sua casa em Briarwood.
Dex não está acostumado ao ambiente intimista do vilarejo, em que todo mundo se conhece e todas as histórias se entrelaçam. Os moradores o recebem de braços abertos, sobretudo sua vizinha de porta, a talentosa quadrinista Molly, que se oferece para ajudar com Delphi. Ela tem um passado amoroso catastrófico e muita cautela, mas nasce entre os dois uma inegável conexão.
Se Dex vai conseguir se adaptar a essa nova vida e encontrar o amor de verdade, ele primeiro terá muito a aprender: sobre Molly, sobre Delphi, sobre os segredos dos outros e, principalmente, sobre si mesmo.

                                                                                    

A dama mais apaixonada
(A capa mesmo é azul, massss consideremos as rosas e o vestido)

Entre no mundo cintilante do período da Regência e prepare-se para ter seus corações aquecidos por Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brockway... Durante sua peregrinação anual de Natal à Escócia, para visitar seu tio idoso em seu decrépito castelo, o Conde de Rocheforte e seu primo, Conde de Oakley, recebem presentes únicos: seu tio invadiu a festa de Natal de um lorde inglês - Lorde Bretton - e sequestrou quatro adoráveis mulheres para seus herdeiros escolherem... O castelo fica isolado devido à nevasca e as horas se tornam dias, as intenções mais honrosas revelam tentações tão surpreendentes quanto irresistível.



                                                                                   

Como se livrar de um escândalo
(Cor-de-rosa predomina)

Na noite do baile na Mansão Parkhurst, houve um encontro escandaloso na biblioteca.
Foi Lady Canby, com o empregado, no divã? Ou a senhorita Fairchild, com um amante, contra a parede? Talvez um criado tenha feito isso…
Tudo o que Charlotte Highwood sabe é que não foi ela. Mas os rumores apontam o contrário. A menos que descubra a verdadeira identidade dos amantes, a jovem será forçada a se casar com o marquês Piers Brandon, Lorde Granville – o cavalheiro mais frio, arrogante e lindo que ela já teve a infelicidade de conhecer.
Quando começam a investigação dos verdadeiros amantes envolvidos no escândalo, Piers revela esconder muitos segredos. Mas ainda assim ele guarda ferozmente a verdade sobre seu passado sombrio.
Parecia ser um mistério simples de resolver, mas logo perigos perturbadores surgem na vida de Piers e Charlotte.
A paixão é intensa. O perigo é real. Charlotte arriscará tudo para provar sua inocência nesse caso escandaloso ou irá se entregar a um homem que jurou nunca amar?



E aí bebês já leram algum desses livros??????
Qual gostariam de ler ?????
Qual livro com capa cor-de-rosa vocês indicam ????

Abraços Literários e até a próxima.

sábado, 12 de outubro de 2019

Turma da Mônica Laços- Graphic Novel e Filme


                                                                             


Sinopse- O Floquinho desaparece. Para encontrar seu cachorro de estimação, Cebolinha conta com os amigos Cascão, Mônica e Magali e, claro, um plano infalível.


                              


Laços é uma expansão, com grande qualidade e gostinho de quero mais, da marca dentro de uma mídia que desenvolveu gosto por universos cinematográficos e adaptações de HQs.
Os traços humanizados e a natureza reflexiva dgraphic novel escrita por Lu e Vitor Cafaggi garantem uma excelente adaptação live-action da icônica e amada Turma da Mônica que completou 60 anos em 2019 (a primeira publicação das tirinhas foi em 1959).
Como cada leitor concebe de forma diferente os diferentes personagens, o filme poderia facilmente não agradar a todos, massssss as crianças protagonistas (e promissores como atores mirins) Giulia Benite (Mônica), Kevin Vechiatto (Cebolinha), Laura Rauseo (Magali) e Gabriel Moreira (Cascão) abraçam tão apaixonadamente os personagens, com os mesmos comportamentos que os caracterizam em suas versões originais, que é impossível não se encantar com a obra.
Tamanho o comprometimento que a identificação se dá logo de cara na utilização das cores primárias utilizadas por cada um.

A história é coming of age (ritos de passagem) se materializando no empoderamento feminino e tomando forma no arco do Cebolinha acreditar ser o protagonista, massssssss aos poucos vai aprendendo a valorizar os dons da Mônica como líder natural.
Livremente inspirada em Conta Comigo e Os Goonies, a aventura infantojuvenil tem como missão a busca do Floquinho que foi sequestrado.
A turminha é testada individual e enquanto grupo culminando com uma boa sequência final onde cada um dos quatro realiza um pequeno sacrifício.

Dirigido por Daniel Rezende a trama simples em escala e acontecimentos garante uma overdose de fofurice em tantos easter eggs (referências a outros personagens e histórias) que olhos atentos descobrem durante a narrativa e que vão do Jotalhão e Horácio como bichos de pelúcia ao Louco (interpretado por Rodrigo Santoro) que pode ter sido tanto um sonho quanto uma alucinação. E segue com Titi paquerando a Aninha, o Xaveco e o Jeremias conversando, o Quinzinho oferecendo comida para a Magali, o Maurício de Souza em uma banca de jornais arrumando os gibis do Chico Bento, o Penadinho que é inspiração quando a Mônica e a Magali vestem lençóis para assustar os garotos, Cranícola, Piteco, Papa-Capim e muitos outros que saltam das paginas das HQs para as telonas para alegria dos fãs.


Um feliz e perfeitinho dia das crianças para todos!
Para os pequenos e para aqueles de todas as idades que cuidam com carinho da criança interior que vive em cada um de nós ;p

Abraços Literários e até a próxima.


quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Estive em Lisboa e lembrei de você- Livro e Filme


                                                                             


Sinopse- Luiz Ruffato, lugar de destaque na moderna narrativa brasileira, opera em Estive em Lisboa e lembrei de você um pequeno milagre narrativo, criando uma história ao mesmo tempo densa e veloz a partir das marcas linguísticas presentes na fala de seu personagem-narrador.
Na primeira parte da história, transcorrida no Brasil, acompanhamos Serginho em um malfadado casamento na sequência de uma gravidez indesejada. A partir daí casamento, emprego e a própria vontade de viver entram em perigoso colapso.
Até que alguém saca a panaceia redentora: Portugal. Lá, corre a lenda, é possível um trabalhador dedicado recompor a vida e fazer um belo pé de meia antes de retornar à terra natal. É hora, pois, de Serginho dar as costas à sua Cataguases, cortada pelo rio Pomba, em cujas águas o autor parece ter se inspirado para construir uma prosa de fluxo forte intercalado por rápidos e iluminadores flashbacks.
Livríneo da série Amores Expressos, da Companhia das Letras, que reúne histórias de amor vividas em diferentes cidades do mundo, Estive em Lisboa e lembrei de você conta a história de um homem simples que deixa o interior da Minas Gerais para tentar a vida em Lisboa.
Na obra a história é boa, mas a maneira que o autor Luiz Ruffato escolheu para a narrativa, sem respeitar a pontuação, torna a leitura um pouco cansativa.
                                                                                  


na adaptação a narrativa é apaixonante!
Uma coprodução entre Brasil e Portugal, o filme com direção de José Barahona, mais que uma adaptação é uma interpretação com elementos poéticos que unem as duas cidades e as histórias de maneira bastante interessante, respeitando e guardando aspectos de origem do documentarista.
Dividido entre as partes brasileira (essa mais curtinha onde o protagonista conhece, se apaixona e se casa no melhor estilo macarrão instantâneo, e se separa) e portuguesa (essa muitíssimo bem realizada e conduzida) tratando da realidade de milhares de brasileiros que deixam o país sem planejamento, acreditando em uma suposta vida mais fácil e próspera no exterior, mas que acabam se deparando com situações semelhantes às que viviam.
Assim nosso protagonista Serginho se torna um número na lista de imigrantes e vivencia a realidade dos estrangeiros.
São essas histórias que se cruzam na luta do dia a dia que faz com que tenhamos dimensão da falta que faz um lar para chamar de seu.
Ambas cidades nos proporcionam paisagens encantadoras e vale muito a pena a maneira sensível e reflexiva com o qual o mote faz as considerações sobre o sonho do sucesso lá fora que pode não se realizar.
E quer saber???? Tudo bem se não acontecer!

Abraços Literários e até a próxima.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Meu Livro Violeta



Sinopse: “Meu livro violeta” é uma pequena joia da narrativa curta sobre o crime perfeito (se é que crime perfeito existe).
Mestre do suspense Ian McEwan descreve uma traição literária meticulosamente forjada e executada sem escrúpulos. Publicado em janeiro de 2018 na revista New Yorker, o conto revisita um tema caro ao autor e tratado em livros como Amsterdam: as ambivalências das relações de amizade entre dois artistas, com doses desmedidas de admiração e inveja.
                                                                                


Ao conto que dá título ao livro se segue o libreto “Por você”, escrito para a ópera de mesmo nome, de 2008, de Michael Berkeley. 
Profundo conhecedor de música, McEwan apresenta uma cativante história de amor e traição envolvendo quatro personagens: o regente e compositor Charles Frieth, sua esposa, uma admiradora, e o médico da família.
Em sua primeira incursão no universo da ópera, McEwan mostra que seu talento como criador de histórias segue sendo admirável.


                                                                                 


Em 2018, o autor inglês Ian McEwan completou 70 anos e para comemorar a data, a Companhia das Letras publicou Meu Livro Violeta, que reúne um texto inédito e um libreto, ambos tendo como premissa a traição.
Duas pequenas histórias para uma degustação do autor de “Reparação”, “Sábado”, “Serena”, “Solar”, “A Balada de Adam Henry”, “Amsterdam”, “Black Dogs”, Máquinas como eu” e “Enclausurado”.
O primeiro conto, Meu Livro Violeta, que dá título ao livro, tem a narrativa em primeira pessoa e traz duas marcas registradas da escrita do autor: a ironia e o humor negro, ao estilo britânico.
Aqui o personagem confessa um crime (literário) do qual não se orgulha (nem se arrepende).
A história conta como Sparrow e Tarbet se conheceram na faculdade, como as ambições literárias que eram inerentes aos dois os aproximaram e como o destino os separou.
Apesar das condições relativamente iguais para ambos, o sucesso, fama e dinheiro não acontecem para os dois da mesma forma.
Então em um ato de desespero, um deles toma a decisão de mudar suas vidas para sempre evidenciando as fraquezas humanas em uma crítica às vaidades presentes no meio literário.
A segunda história, Por Você, que pode ser designado como um crime de “falta de amor” conta a trajetória de um maestro que passa a sofrer abalos quando seus atos egoístas começam a refletir em todos à sua volta, em especial sua esposa.
A linha seguida por Ian é a mesma, com personagens que vão à extremos sem se importar em prejudicar o próximo para alcançar seus objetivos.
O roteiro foi escrito para uma ópera de mesmo nome de Michael Berkeley que estreou em 2008.

Para quem quiser conhecer a escrita do autor a obra tem tramas bem amarradas e uma leitura rápida em poucas (128) e boas páginas.
E se você já é fã do autor conta aaaaeeeee qual sua obra favorita dele??????

Abraços Literários e até a próxima.



segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Primavera



Primavera
Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem na rotação da eternidade.
Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa”
Volume 1- pág. 366
Editora Nova Fronteira


Abraços literários e beijos floridos!



quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Escape Room


                                                                           


Sinopse- Seis estranhos estão em circunstâncias fora de controle e devem usar a inteligência para encontrarem as pistas e escaparem ... ou morrerem na tentativa.

Thrill Ride cuja premissa está inserida no conceito específico de escape room, modalidade hypada que teve origem nos jogos eletrônicos criados nas linguagens de programação Flash ou HTML5, lá atrás em 2006 em Silicon Valey, no estilo point and click e inspirados nos romances policias de Agatha Cristhie saiu do virtual para as salas de aulas e o mundo real do entretenimento.

Aqui um grupo de desconhecidos (masssssssssss com algo em comum que é o motivo pelo qual foram escolhidas para participarem do desafio, todos são sobreviventes de alguma catástrofe se encontram em um prédio de escape room mortal, precisando solucionar desafios, quebra-cabeças e enigmas de toda a sorte para sobreviverem. Tudo em sequências bem elaboradas com muita ação.
A quantidade de jogos se multiplicam na medida exata que passeiam pelas coordenadas da matemática imersa em cálculos e raciocínio lógico, biologia, química, símbolos, enigmas, mistérios, reflexões, questões ambientais e encontrar objetos escondidos utilizando o raciocínio e a interatividade para a solução do desafio exposto pelos organizadores que durante todo o tempo observam os jogadores.

Aqui o grande diferencial é que não há uma gota sequer de sangue, o bacanudo mesmo é a dinâmica de acionar os conhecimentos prévios na resolução de problemas reais numa mistureba de ideias com identidade visual apurada e singular como a sala de snooker invertida.
Com trilha sonora eletro e criativa de temas distintos para cada momento da película e apesar das histórias de cada personagem serem assim meio blééééé e com alguns diálogos sofríveis, a narrativa fluída cria a maior empatia nos envolvendo de tal maneira que sinceramente só não torci para um deles, todos os outros em maior ou menor grau ganharam minha torcida :)
Uma pena que o final cria expectativa de sequência ou franquia :( 

Mesmo assim vale muito a pena, eu gostei bastante. Se tiverem a oportunidade confiram ;)

Beijos Literários e até a próxima.



terça-feira, 27 de agosto de 2019

Máquinas Mortais


                                                                               


Sinopse- Neste mundo criado por Philip Reeve, a Terra está destruída, o mundo virou um descampado, a tecnologia foi praticamente extinta e todos os esforços humanos se voltaram para um único objetivo: fazer suas cidades sobreviverem.
Para isso, elas precisam se mover em grandes rodas gigantes, as chamadas Cidades-Tração, e lutarem umas com as outras para conseguirem recursos naturais.
Londres é uma grande cidade que está sempre em busca de outras para se alimentar, como dita o Darwinismo: metrópoles consomem cidades menores, que consomem vilas, assim como as vilas comem vilarejos e vilarejos pegam pequenos assentamentos.
Quando Londres se envolve em um ataque à uma cidadezinha, Hester Shaw, uma menina com uma cicatriz no rosto, tenta matar Thaddeus Valentine, o maior arqueólogo da metrópole que é salvo por Tom Natsworthy, um historiador aprendiz.
Hester e Tom são lançados para fora de Londres e agora no vasto Campo de Caça, sem proteção, os dois precisam unir forças para sobreviver em um caminho cheio de saqueadores, piratas e outras Cidades-Tração. Além disso, ao que tudo indica a metrópole está planejando um ato desumano, envolvendo uma arma que pode dar fim ao pouco que restou do planeta.

                                                                                 


Máquinas Mortais não é original, mas ressignifica o pós-apocalíptico.
Aqui as pessoas buscam sobreviver num futuro imaginado (e sucumbido) em cidades que se movimentam.
Máquinas gigantes sobre rodas, que abrigam diversos níveis sociais, administrativos, militares e culturais, verticalizados, que devoram cidades menores para aumentarem suas riqueza e capacidade de sobrevivência.
                
                                                             


Em termos de imaginação o filme foi mais competente em apresentar essas cidades-tração.

O casal de protagonistas, Tom e Hester, são órfãos que sofrem as consequências da ganância (e de pertencerem a uma classe humilde).
Tom poderia ser facilmente incluído no esteriótipo do politicamente correto, mas ele surpreende indo de garoto sonhador à sobrevivente, aprendendo a ver os mundos estático e de tração, com outros olhos conforme a trama vai se desenrolando e é nítido seu amadurecimento. Compreende que as histórias têm muitas verdades, que são muitos os pontos de vista e que sua relação com Londres talvez estivesse do lado errado do game.

Hester Shaw é uma figura misteriosa e solitária envolta em desejo de vingança que não almeja nada além de matar Valentine, o homem que arruinou sua vida. A história deles foi bem inserida na trama e os motivos que guiaram ambos a fazerem o que fizeram são convincentes; o motivo se torna parte do arco da personagem e seu desenvolvimento é uma das peças principais da narrativa, é o tipo de arco que dá emoção à trama, muito além de apenas fugir e correr - como Tom e ela precisam fazer.

Valentine, é um cientista que faz a descoberta da sua vida e comete o erro de não perceber o quanto isso é nocivo, é um vilão com camadas multifacetadas que carrega toda uma crueldade inerente ao personagem.

Katherine, filha de Valentine, é uma garota que não tem nada a questionar sobre a vida e sobre seu pai - até que começa a questionar tudo numa surpreendente evolução de personagem frágil e delicada aos grandes momentos de coragem.
                                                                             


Adoráveis os personagens secundários Anna Fang (Flor do Vento) e o assassino ressuscitado Shrike que abrilhantaram a narrativa enriquecendo a trama central e servindo de suporte para o desenvolvimento da história em momentos de maior tensão.

Máquinas Mortais é uma ótima pedida se você gosta de aventura, ação, suspense, perseguições, boas tramas paralelas e reviravoltas.
Tudo isso sem compromisso com finais felizes e sem estereótipos onde ninguém é só mocinho ou só vilão.
Com final redondinho dentro da proposta, mais do que uma velha distopia é um sci-fi, pós-apocalíptico e steampunk reflexivo sobre a natureza humana que vale muito a pena uma conferida.

Super recomendo.

Abraços Literários e até a próxima.