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01/11/2021

Hoje apeteceu-me


Hoje acordei às 07h30, como é hábito (já não sou madrugadora, na verdade...). Cumpri o meu ritmo matinal, já super enraizado - dei o stick dos dentes aos cães, fiz um café para mim, e fui para a sala.

O portátil estava em cima da mesinha. Geralmente, arrumo-o na secretária, que é o seu sítio. Mas ontem não. Sentei-me no sofá, o sol a iluminar a sala (finalmente voltámos ao horário de inverno, que eu tanto adoro!), olhei para o portátil... e apeteceu-me. Apeteceu-me escrever. Aqui, no blog.

Escrever sobre o quê? Não sei, veremos, à medida que teclo... Muitas coisas me passaram pela cabeça.

O estado atual do minimalismo em Portugal e no mundo. A história do minimalismo na última década. O que mudou na minha vida nos últimos 10 anos, desde que me tornei minimalista. Pois, é que este ano fez 10 anos desde que me tornei minimalista. 

Lembro-me claramente. Setembro de 2011, ilha grega de Rhodes. Foi aí que li o The Simple Guide to a Minimalist Life, do Leo Babauta, e foi aí que decidi tornar-me minimalista. Nessa altura não se falava em minimalismo em Portugal. Este blog foi o primeiro a fazê-lo. Outros se seguiram e o movimento ganhou expressão. Ter deixado de escrever não significa ter deixado de ser minimalista. Como disse no post anterior a este, um minimalista elimina o que não interessa - o blog deixou de ser uma prioridade e, por isso, deixei de gastar tempo com ele. Isso foi há 2 anos.

Mas... as saudades, às vezes, são muitas. Sei que muitos de vós, leitores, também sentem saudades de me ler (recebi muitas mensagens nesse sentido, as quais agradeço).

Voltar a escrever aqui regularmente? Não sei. Qual é a minha posição na blogosfera? Ainda posso dar um contributo significativo para o minimalismo? Aliás, ainda existe blogosfera? Digam-me, ainda leem blogs? Eu leio muito poucos...

Veremos...

16/10/2019

Construindo um armário-cápsula || As minhas regras

Ultimamente tenho lido muito (e visto muitos videos no youtube, sobretudo este canal) sobre roupa, sobre guarda-roupa minimalista e, claro, sobre o armário-cápsula. Quem acompanha o blog há muito tempo sabe que destralhar e minimizar a roupa foi sempre um grande desafio para mim. Ao contrário de coisas como livros, bibelots, louça, etc., ando constantemente a destralhar a roupa, porque continuo a comprar roupa que acabo por não gostar e/ou não usar (mas muito, muito menos que antigamente!!).

Outro problema é ter passado por vários estilos até encontrar o estilo que realmente é a minha cara. Aqui e aqui falei um pouco sobre a evolução do meus estilo (mas são textos já antigos... e a evolução continuou). Há já alguns anos que voltei para o preto, cinzento e branco. São as cores com que me sinto eu. Gosto de ser discreta e gosto de estar confortável - e com a idade vem a constatação de que cada vez me importo menos com regras e com o que os outros pensam ou com o que achamos que é esperado de nós. E fui desenvolvendo as minhas regras (ou seja, podes não concordar com nenhuma delas, nem tens de concordar com elas - é o que funciona, neste momento, para mim):

> Poucas cores. A maioria da minha roupa é preta, branca e cinzenta, e tenho algumas coisas em vermelho e azul, que combinam com o resto. Para que um armário-cápsula ou um guarda-roupa minimalista resultem, as várias peças de roupa devem combinar entre si; se tiver peças de cores muito variadas, isso é mais difícil...

Parece aborrecido... mas eu gosto!

Só uso jeans de cintura baixa - não gosto de medium-rise e muito menos high-rise. Acho horrível e desconfortável, e o rabo fica do dobro do tamanho. Low-rise only. Só consigo encontrar cintura baixa na Salsa. É caro, sim, mas de excelente qualidade. Neste momento tenho 3 calças de ganga (duas azuis, umas pretas) e quero adicionar umas brancas.
Low-rise jeans only!

> Poucos acessórios. Gosto da máxima da Coco Chanel "Before you leave the house, look in the mirror and take one thing off." Por exemplo, sempre foi impensável para mim usar brincos e colar (uma coisa ou outra), ou um colar comprido e um cinto, ou pulseiras nos dois braços, ou anéis nas duas mãos, ou brincos compridos com echarpes, ou echarpe com colar. Estão a ver a ideia? Menos é mais.

Num evento "bem vestido" com a magnífica Mafalda Ribeiro. Vestido preto, casaquinho preto porque foi em março e estava frio, sapatos de salto alto pretos, e um colar de pérolas. Nada de brincos, pulseiras, relógios, nada.

> Os sapatos devem combinar com a mala - exceto com roupa de cocktail/cerimónia, aí os sapatos devem combinar com o resto da roupa. Não cumpro sempre esta regra, mas geralmente, sim, se os sapatos são pretos, a mala é preta, se os sapatos são castanhos, a mala é castanha. Com sapatos de verão é mais difícil (por exemplo, tenho sandálias brancas, mas nenhuma mala branca), mas tento que as coisas sejam harmoniosas.

Uso duas cores no máximo. Preto e branco, preto e cinzento, branco e cinzento, e por aí fora. Custa-me muito usar mais que duas cores, a não ser que a terceira seja ganga (não conta), ou o castanho da mala e dos sapatos, ou ainda se as cores estiverem numa peça só (por exemplo, uma camisola ou sapatilhas estampadas, como na foto), ou se uma das cores for branco (como na foto). Mas usar qualquer coisa como calças pretas, blusa cinzenta e casaco azul, para mim não dá. Demasiada mistura. 

Calças pretas, top vermelho, sapatilhas de várias cores, incluindo preto e vermelho. A mala era preta e tinha também um blusão de ganga.


> Uso só um estampado de cada vez. Nem consigo conceber a ideia de usar, por exemplo, uma parte de baixo às riscas e uma parte de cima às bolinhas, ou misturar um estampado leopardo com um de tigre, nem que seja em peças mais afastadas, como umas calças e uma echarpe estampadas. É coisa que em 40 anos de vida nunca fiz nem me vejo a fazer. O que gosto e uso muito é, por exemplo, calças, blusa, sapatos e mala (e casaco, se houver) da mesma cor (geralmente preto) e uma echarpe estampada colorida para quebrar todo o preto.

> Sair da zona de conforto, às vezes. Às vezes meto-me em aventuras com alguma peça ou alguma cor. Para este outono-inverno, o que me fez sair da minha zona de conforto foi ter finalmente comprado uma peça que queria há muito - um trench coat (ou gabardine, em Português). Primeiro, achava que os trench coats eram só para mulheres mais bem vestidas (que não é o meu caso), mas depois percebi que também ficam muito bem com calças de ganga e sapatilhas. Segundo, saí mesmo da minha zona com a cor. Inicialmente queria um cinzento, para combinar com o resto, depois em bege, porque os trench coats são tipicamente beges, mas acabei por encontrar um maravilhoso em... verde azeitona! É este. Ao vivo é mais bonito que nestas fotos. Estou desejosa de o usar!

Fiquei muito feliz quando vi este video com 10 dicas de estilo das mulheres francesas, e muitas dessas dicas são iguais às minhas - terei uma costela francesa?? Resumidamente, as dicas são:

1. Não misturar preto e castanho - ou um ou outro. Check! Eu só uso castanho e preto se for roupa preta e acessórios castanhos (sapatos e mala, ou casaco de cabedal castanho), mas, por exemplo, umas calças pretas e uma blusa castanha, nem pensar.

2. Não usar mais de duas cores ao mesmo tempo. Exceção - ganga azul. Se usar uma peça estampada, o resto deve ser em cores sólidas.  Check!

3. Não usar roupa de ginásio na rua. Nunca! Check! Esta é mais recente para mim, mas já não me sinto bem a usar leggings, sapatilhas, roupa de ginásio no geral para ir às compras ou para andar por aí ao fim de semana. 

4. Não usar demasiados acessórios, nem misturar ouro e prata. Menos é mais! Check! Como escrevi acima, geralmente só uso brincos ou um colar, e prefiro a prata e pérolas ao ouro.

5. Não andar sempre a mudar de estilo. Quase check! Os últimos anos foram de aprendizagem e descoberta do meu estilo, mas cada vez mais prefiro ter menos coisas, mas ter coisas de boa qualidade, caras, com design intemporal, que nunca saem de moda e ficam sempre bem. 

6. Os sapatos devem combinar com a mala: sapatos pretos com mala preta, sapatos castanhos com mala castanha. Exceção: vestidos de cocktail e de noite; aqui os sapatos devem combinar com o vestido. Check!

7. O guarda-roupa das mulheres francesas é constituído sobretudo por cores neutras, às quais adicionam uma cor forte para quebrar a monotonia, que pode ser uma echarpe à volta do pescoço, um chapéu, uns brincos grandes, um colar vistoso, ou uma grande pulseira num dos braços. Ou um look totalmente preto com um baton vermelho! Check! Tal e qual como eu gosto!

8. Unhas e lábios vermelhos. A Justine diz que as marcas internacionais há anos que tentam lançar em França vernizes e batons de várias cores (como se usa cá), mas a moda não pega. As francesas só usam vermelho, tanto nas unhas como nos lábios. Quase check! Quando pinto as unhas, é só vermelho, e tem de ser um vermelho escuro. Já usei outras cores, mas not anymore... Nos lábios, gosto de rosas escuros e suaves. Vermelho parece-me demais, mas a verdade é que nunca experimentei.

9. Meias pretas com sapatos pretos ou escuros, meias brancas com sapatos brancos ou claros. Não há mais cores de meias. Check! Só tenho meias pretas.

10. A roupa deve assentar bem. Nem demasiado curto nem demasiado comprido, nem demasiado largo nem demasiado apertado. Se necessário, levar a roupa à costureira para ajustar. Check! Faço isto várias vezes, ou ajusto eu a roupa, ou levo à costureira, de forma a que a peça me assente bem. Não faço com todas as peças, mas sobretudo com calças. 

E vocês, têm regras destas??

13/10/2019

O meu quarto minimalista

Tenho um post antigo que mostra a evolução na decoração do meu quarto na minha antiga casa. Na casa nova, onde estou há cerca de ano e meio, o quarto ainda não está perfeito, mas lá chegaremos!
Vejamos o que tenho no quarto:

A cama tem apenas um lençol-capa e a capa de edredão, que agora serve como lençol. Quando tem o edredão posto, a cama fica com um ar muito mais confortável... E, claro, gatos e cão em cima da cama = cama desarrumada (real life!)

> Cama - é um estrado metálico de 160 cm por 200 cm com um bom colchão da Molaflex. Fiz a saia da cama, não para esconder tralha que esteja debaixo da cama (porque não tenho lá nada!), mas sim para tapar o próprio estrado, que é feio. Gostava de arranjar um outro estrado, de madeira, que pudesse estar à vista, para livrar-me da saia - a saia da cama é mais uma coisa para lavar, passar a ferro, tratar...

> Mesa de cabeceira - é uma mesa rebatível do Ikea que uso como mesa de cabeceira (já não tenho os bed pockets) para colocar livros, lenços, coisas dessas, e às vezes abro para trabalhar no computador. Tem um candeeiro para ler na cama. Do lado do J., não há nada. Durante a noite, geralmente deixamos os telemóveis, que usamos como despertador, na casa de banho do quarto.

Na verdade, acho demasiado uma cadeira e um cabide. Quero chegar ao ponto em que arrumo logo a roupa quando a dispo, e assim não ter necessidade de um cabide para a colocar... Já o J.... precisa mesmo da cadeira para por a roupa... Ao lado da cadeira está a porta do quarto.

> Cómoda - é a mesma cómoda Malm do Ikea que já tinha na outra casa. Das 6 gavetas, 5 têm coisas minhas, e a outra tem os lençóis da cama.

> Cadeira - cadeira velha renovada, que veio da casa das Caldas da Rainha. É para o J. por a sua roupa.

> Cabide - ainda está para ser lixado e pintado de branco. É para a minha roupa.

> Roupeiro embutido - Toda a roupa do J. cabe lá, o resto da minha roupa também, o cesto com a roupa para passar a ferro, e na prateleira superior, tudo o que é mantas e edredões que não estão a ser usados.

> Decoração - Dois quadros a óleo grandes em cima da cómoda. Um cortinado na janela. Uma orquídea no parapeito da janela. Duas almofadas grandes na cama que fazem de cabeceira quando a cama está feita (ai o feng shui!!). Um candeeiro de teto em papel que gostava de substituir por um deste estilo (cada vez mais aprecio a qualidade, mesmo que custe mais - mas também dura mais) e um candeeiro de mesa para ler na cama.

> Espaço - Não se vê nas fotos, mas tenho bastante espaço do lado esquerdo da cama. Em vez de colocarmos a cama no centro do quarto, como era suposto, chegámo-la mais para a direita, para o lado da janela, para ficar muito espaço livre entre a cama e a parede oposta à janela (onde está a porta da casa de banho). Uso esse espaço para fazer yoga ou simplesmente para descansar os olhos. Olhar e ver só chão e paredes brancas, nenhuma mobília, nenhuns bibelots, nenhuma tralha, aahh!

> Simetria - Eu tenho uns traços obsessivo-compulsivos, e a mobília tem que estar perfeitamente alinhada, nomeadamente a cama, a cómoda e o quadros. Daria-me uma coisa má se o centro da cómoda não estivesse alinhado com o centro da cama, e se os quadros não estivessem perfeitamente centrados com a cómoda.

> Cores - As cores são o branco e o cinzento, o castanho da madeira do chão e do roupeiro, e alguns detalhes coloridos nos quadros. Cada vez gosto mais de pouca cor, tanto na decoração como na roupa, pois relaxa-me; muitas cores stressam-me. 

O que não tenho no quarto:

> mesas de cabeceira "a sério"
> espelhos
> tapetes
> tralha debaixo da cama
> tralha dentro do roupeiro
> televisão
> rádio-despertador
> montes de almofadas decorativas em cima da cama
> bibelots

08/10/2019

Ainda sou minimalista?


Há algum tempo, alguém perguntou no Instagram se eu ainda sou minimalista. A resposta é afirmativa. Sim, os princípios do minimalismo ainda norteam a minha vida.

Quais são esses princípios e como os aplico na minha vida?

> os minimalistas identificam o essencial e eliminam o resto

"Uma vida minimalista é despojada do desnecessário, de modo a ter espaço para o que nos dá alegria. O minimalismo é uma ferramenta para nos livrarmos do excesso e focarmo-nos naquilo que é importante, de modo a encontrarmos felicidade, realização, liberdade, paz e leveza."

Nunca isto foi tão importante para mim como agora. A verdade é que este ano fiz... 40 anos... e cada vez tenho menos vontade de fazer coisas que não quero ou ter coisas que não me interessam. Já não me preocupo com coisas que não consigo controlar e o que faço, tem de me dar prazer, tem de ser uma fonte de felicidade.

Um exemplo: aquela conversa dos ginásios e de muitos PTs, tem que doer, ou no pain, no gain, para mim é um monte de bullshit. Mas eu vou lá perder tempo a fazer coisas que me fazem sofrer??? Nem pensar!

O que faço, e sobretudo quando não são obrigações, tem de me dar prazer! Caso contrário, é uma perda de tempo. E assim, desisti de vez de tentar correr (não gosto), de fazer aulas de grupo no ginásio (não tenho paciência), de fazer o que dizem os PTs (prefiro ouvir o meu corpo). Em vez destas coisas, foco-me no que gosto: yoga, natação, treinar em casa (desculpem os exemplos com o exercício físico, mas é uma área muito importante na minha vida).

Outro exemplo, a roupa - cada vez tenho menos e cada vez gosto mais do que tenho (mas vou deixar este tópico para outro post).



> os minimalistas estabelecem limites

"Uma estratégia para impedir, não digo a entrada, mas a instalação da tralha em casa é estabelecer limitesEstabelecer, por exemplo, que os livros não podem ocupar mais que 4 prateleiras, a roupa interior não pode ocupar mais que 1 gaveta, os lápis e canetas não podem ocupar mais que 1 copo na secretária, e por aí fora..."

Sim, ainda tenho limites cá em casa. Os livros têm de caber todos em sete prateleiras (na foto), a roupa tem de caber no roupeiro embutido e na cómoda Malm de seis gavetas, e por aí fora... Ao estabelecer limites às coisas que entram em casa, conseguimos manter apenas o essencial. E como sabem, mudei de casa há pouco mais de ano e meio para um apartamento maior, mas com uma cozinha mais pequena -  foi a oportunidade perfeita para destralhar ainda mais!


> os minimalistas poupam dinheiro

"As pessoas gastam dinheiro que não têm, para comprar coisas de que não precisam, para impressionar pessoas de quem não gostam."

Quando penso no dinheiro que gastava em coisas, sobretudo em roupa e sapatos, mas também em livros, ebooks, decoração, cursos online, coisas que, na sua maioria, não aproveitei como devia ser, até me dá arrepios!! Mas isso acabou, ou pelo menos, melhorou bastante!

Em relação à roupa, sapatos e malas, por exemplo, prefiro ter menos, mas de melhor qualidade. Prefiro ter duas malas, uma preta e uma castanha, de boa qualidade, clássicas, com um design intemporal, e, sim, caras, do que ter dez malas de várias cores e feitios que ao fim de alguns meses de uso começam a romper e a descolar. Aliás, tenho andado à procura de duas malas, uma preta e uma castanha, boas, caras, intemporais, que me durem muitos e muitos anos, mas ainda não encontrei nada suficientemente bom. A longo prazo, sim, poupa-se dinheiro optando pela qualidade em vez da quantidade.

> os minimalistas gostam de rotinas

"Geralmente ouvimos que as rotinas são restritivas e que devemos viver cada momento da vida à medida que a vida acontece, em vez de a planearmos. Não concordo. Estabelecer rotinas diárias e semanais ajuda-me imenso. As rotinas são de facto um dos aspectos fundamentais de uma vida simples e produtiva."

Há uns dias estive com motards que falavam do fugir às rotinas, como isso é importante, sair do trabalho, fim-de-semana a entrar, pegar na mota e ir por aí; pessoas que mudaram de vida, deixaram as rotinas que tinham e agora só fazem o que querem. Muitas pessoas falam das rotinas como se fosse uma coisa má. Eu discordo e acabo por me sentir um extraterrestre quando digo que adoro as minhas rotinas.

As rotinas criadas por mim, ajustadas à minha vida, aos meus objetivos, dão-me um conforto imenso. Saber que tenho o dia planeado de maneira a ter tempo para fazer tudo o que quero, saber que vou chegar a casa (no inverno) e tenho a lareira acesa, saber o que vai ser o jantar em cada dia... estas coisas, estas certezas tornam a vida mais fácil. Eu gosto das minhas rotinas. Fugir às rotinas para fazer coisas diferentes de vez em quando, sim, mas querer escapar às rotinas porque são tediosas - nunca!

> os minimalistas vêem as coisas pelo que elas são

"As coisas que temos são úteis, são bonitas ou são emocionais. 
As coisas úteis são, como é óbvio, coisas que utilizamos no dia a dia, coisas que nos fazem falta e coisas que, de facto, tornam a nossa vida mais simples.
As coisas bonitas são aquelas que não são necessárias, mas que mantemos porque são bonitas e gostamos de olhar para elas, ou porque a sua presença faz-nos mais felizes.
As coisas emocionais são aquelas que mantemos porque nos trazem recordações, como lembranças de viagens ou coisas herdadas de familiares."

É como diz a Marie Kondo. Se não é útil e se não me traz alegria, porquê manter essa coisa? Continuo a trabalhar o desapego, a tirar fotos a coisas que deito fora, a esforçar-me por não ter coisas de que não preciso. É um processo e às vezes não é fácil, porque está sempre aquela vozinha cá dentro a perguntar "e se um dia precisar disto??"

> os minimalistas não criam ligações emocionais às coisas

"Os nossos relacionamentos são com as pessoas e é em relação às pessoas que devemos criar ligações. Claro que podemos gostar muito de algum objecto, alguma peça de mobília, alguma peça de roupa, mas daí a criar uma ligação emocional com a coisa que depois será demasiado tentar quebrar... a mim parece-me é que ligações emocionais às coisas são um sinal de problemas mais profundos. As pessoas que se ligam desta maneira aos objectos fazem-no para se sentir seguras (o falso conceito que ter coisas traz felicidade) ou para se agarrarem ao passado e às memórias (as memórias estão dentro de nós, não nas coisas; acho que se uma pessoa precisa de um objecto para se lembrar de alguém que lhe é querido, é muito mau sinal)."

Quando escrevi este texto sobre as ligações emocionais não imaginava sequer que iria estudar psicologia, mas agora que passei por isso, podia discorrer ainda mais sobre este assunto... Não o vou fazer e continuo convicta que o apego é uma fonte de sofrimento. Não sou perfeita nisto. Há coisas que se estragam, que se partem, e eu fico mesmo chateada - mas depois penso, são só coisas, são substituíveis... E as memórias estão cá dentro, não nas coisas.

Ah, o maravilhoso mundo do minimalismo!! ;)

24/07/2019

Para elas menos é mais

É o título de um artigo publicado em janeiro na Revista Sábado, para o qual fui entrevistada... Sei que tenho andado desaparecida - e tenho recebido alguns emails e comentários a pedir o meu regresso (Obrigada!), mas por enquanto aqui fica o link do artigo!


14/02/2018

Eu e a cidade



Eu gosto de cidades. Nasci em Lisboa (apesar de hoje em dia ser muito mais algarvia que alfacinha...) e vivi até aos 18 anos numa rua movimentada da capital. Adormeço muito melhor com o barulho dos carros a passar na rua do que com o silêncio do campo.

Há 14 anos que vivo no Montenegro, uma freguesia de Faro a meio caminho entre Faro e a praia. Mas agora surgiu uma oportunidade de ir viver para Faro, para a cidade - e aproveitei-a!
Perdi a vista para o mar, mas mantenho a vista para a serra. Ganhei uma vista desafogada sobre a paisagem urbana - de que gosto bastante. Continuo a ouvir os pássaros a cantar - esta manhã até passou uma gaivota por uma das minhas varandas! E, mais importante, tenho imenso sol que entra pela casa dentro o dia todo. 


Tenho supermercado, correios, bancos, mercado municipal, piscinas, complexos desportivos, ginásios, tudo a pouca distância a pé. Era o que eu queria - ser menos dependente do carro para me deslocar. No Montenegro, qualquer coisa tinhamos que ir de carro... A única desvantagem é que os miúdos já não podem ir de bicicleta para a escola e eu não posso ir a pé para a universidade... Mas de resto... viver na cidade tem, para mim, muito mais vantagens. Overall, estou contente com a minha casinha nova!

04/01/2018

Profundidade em vez de largura - o problema de ter muitas escolhas

Esta manhã, ao ler este post do Leo Babauta, fiquei muito feliz por alguém estar na mesma onda que eu! Como escrevi no meu post anterior, tenho imensas ideias, quero fazer imensas coisas, e isso só me atrapalha. Pelos vistos, o Leo também sente o mesmo e inspirou-se neste post do David para fazer de 2018 um ano de profundidade.

Diz o David que o Depth Year baseia-se na ideia de mais profundidade, não alcance. Isto traduz-se em não arranjar hobbies novos, não comprar jogos novos nem livros novos. Em vez disso, devemos encontrar valor naquilo que já temos ou naquilo que já começámos. Vamos melhorar as nossas competências em vez de aprender novas. Vamos ler livros que já temos e ainda não lemos, ou reler os favoritos, em vez de comprar novos. Vamos pegar novamente na guitarra em vez de iniciar um novo instrumento. Vamos acabar aquilo que já começámos em vez de comprar outra coisa semelhante só porque está em saldo... A filosofia é ir mais fundo, não mais amplo.

Adoro esta ideia, que está em linha com aquilo que sinto e que está por trás de uma filosofia de vida minimalista. O problema é que nesta era do consumo e da informação em que vivemos temos demasiadas escolhas, em todo o lado. E isso, em vez de nos abrir horizontes, restringe-nos. Em vez de aprofundarmos os nossos conhecimentos, fazemos muitas coisas, sim, mas superficialmente. Há uma expressão inglesa que adoro e que reflete bem isto: we spread ourselves too thin... fazemos tanta coisa que o nosso tempo e a nossa energia não são bem aproveitados. Não criamos valor, não evoluímos. Pelo contrário, quando nos impomos limites, dedicamo-nos a menos coisas e conseguimos aprofundá-las.

Tal como escrevi no post anterior, em 2018 a palavra de ordem é consistência. Quero dedicar-me a poucas coisas, mas fazê-las bem. Vou expandir a ideia um pouco, dando alguns exemplos de áreas da minha vida (tenho outras coisas que quero e não quero fazer, mas ficam estas como exemplo)...

1. YOGA

O que não quero: Fazer aulas com professores que não me dizem muito, praticar estilos que não gosto, gastar dinheiro em retiros, workshops, cursos que vão adicionar pouco valor à minha prática e à minha vida. E sobretudo, pagar subscrições de yoga online que não uso!
O que quero: Ashtanga vinyasa yoga na tradição de Pattabhi Jois. Ponto final. Ao dedicar-me apenas a esta prática, poderei aprofundá-la mais, que é o que pretendo.

2. GINÁSIO

O que não quero: Não gosto de aulas de grupo, não as quero fazer. Não vou fazer planos de treino complicados e longos só porque foi o que o PT me passou. Não vou fazer máquinas de glúteos para ficar com o rabo enorme, embora seja isso que vejo a maior parte das mulheres a fazer. Não vou pagar uma mensalidade para ir só uma vez por semana. 
O que quero: Vou voltar para o ginásio que tem sistema de senhas e assim só pago o que uso. Esse uso, para mim, é ir uma vez por semana fazer exercícios compostos (agachamento, peso morto, supino, elevações, coisas dessas).

3. NATAÇÃO

O que não quero: huum... tenho sido tão dedicada e focada na natação, que não me lembro que coisas que estejam erradas e que não queira fazer... 
O que quero: Continuar a ir assiduamente às aulas e nadar mais uma ou duas vezes por semana sozinha. É tão simples, a natação...

4. ALIMENTAÇÃO

O que não quero: Stressar-me demasiado por causa do chocolate... mas não quero comer chocolate à parva, só porque sim. Há momentos para tudo. 
O que quero: Manter a minha alimentação alinhada com os princípios do paleo/primal. Comer chocolate quando sinto que vai ser benéfico. O chocolate para mim é como o tabaco para muita gente - ajuda a diminuir a ansiedade. Em alturas de maior stress, de exames, de muito trabalho, acalma-me, centra-me, faz-me bem psicologicamente. Por isso, why not?

5. CONSUMISMO

O que não quero: Comprar coisas que não preciso, sobretudo livros para ler quando tenho imensos que ainda não li. Não quero comprar nada que não seja mesmo essencial.
O que quero: Ler todos os livros que tenho em casa que ainda não li. Quando se acabarem, ir buscar livros à biblioteca. Comprar roupa só se precisar mesmo de alguma coisa. 


Estes são alguns exemplos, mas há várias outras áreas da minha vida que quero simplificar. Vou mudar de casa em breve e a mudança vai facilitar a simplificação material - há muita coisa que não vou levar para a casa nova e vou conseguir mudar e simplificar algumas rotinas (embora a logística de outras coisas se vá complicar). Mas isso será assunto para os próximos posts!


30/12/2017

Palavra para 2018 - consistência

Os últimos anos têm sido os mais ocupados de sempre (nunca o título deste blog expressou tão bem o que se passa na minha vida!). Felizmente que tenho apenas mais um semestre de aulas (do mestrado em psicologia clínica) e depois voltamos à programação normal!

Há uns dias encontrei uma imagem que exemplifica na perfeição aquilo com que me confronto diariamente, em todas as áreas da minha vida:


Não é só na minha vida profissional, mas em tudo... eu tenho imensas ideias e quero implementá-las a todas!! Naturalmente que querer fazer tudo, e tudo ao mesmo tempo, não resulta. Já escrevi aqui várias vezes que temos tempo para fazer tudo, mas não tudo ao mesmo tempo, mas parece que tenho vindo a esquecer-me dessa grande verdade.

Também me esqueci que, como minimalista, devemos fazer um exercício regularmente: identificar o essencial e eliminar o resto (como mostro aqui).

Em 2018, quero atacar de frente estes problemas e começar pelo que me perturba mais - a minha falta de consistência. Eu costumava dizer que sou indisciplinada, ou não sou tão disciplinada como gostaria, mas após refletir, percebi que até sou disciplinada, mas nem sempre. Por isso, o que me falta é consistência - ser disciplinada de forma consistente. 

A minha palavra para 2018 é, portanto, consistência.

2018 vai ser um ano de mudanças - literalmente! Vou mudar de casa no fim de janeiro. Comprei um apartamento em Faro e tenho este à venda (é no Montenegro, arredores de Faro, e está na Remax, para quem tiver interesse). Sempre quis viver na cidade (afinal, sou de Lisboa...) para poder andar mais a pé, e por outros motivos; uma boa oportunidade surgiu e aproveitei-a. No fim de janeiro espero partilhar aqui todo o processo de mudança e, sobretudo, como fazer um lar minimalista de raiz. Aliás, esta vai ser uma excelente oportunidade para minimizar ainda mais - apesar da casa nova ser um pouco maior que esta, muita coisa não vai lá entrar!

A minha prática de yoga também encontrou um rumo. Cancelei todas as subscrições em sites de yoga online, desisti da ideia de fazer o curso de yogaterapia (o que me interessava mais no curso era a parte da saúde mental, mas tendo formação em psicologia, parece-me estranho aprender com pessoas que não são psicólogas como é que o yoga pode ser usado como psicoterapia...), e decidi que todo o dinheiro que tiver disponível para o yoga vai ser usado para estudar ashtanga - seja em Milfontes com o Tarik e a Lea, em Cascais com a Vera, ou com muitos outros professores que viajam pelo mundo a ensinar ashtanga. 

A minha prática em casa também se simplificou. Pratico ashtanga. É isso. Não preciso de videos, aulas online, aulas diferentes todos os dias. O ashtanga não precisa de nada disso. Preciso do tapete e de força para acordar cedo todos os dias para praticar. É só isso. À tarde também pratico um pouco, mas em vez de querer fazer tudo e mais alguma coisa, limito-me aos planos de força, através de movimentos de yoga, do Dylan Werner no CodyApp.

Cancelei o ginásio. Este ano abriram dois ginásios grandes em Faro e eu inscrevi-me no primeiro, e depois desisti e fui para o segundo. E depois desisti e fui para um ginásio familiar aqui ao pé de casa. Os ginásios aborrecem-me. Não gosto de aulas de grupo e não gosto de ter que pagar uma mensalidade, quando só vou lá uma vez por semana. Por isso, quando me mudar para Faro, vou voltar para o meu ginásio preferido, que só tem máquinas e um sistema de senhas, e assim só faço o que gosto e só pago o que uso. Aliás, tenho feito muita coisa ao ar livre - até comprei um TRX para usar nas árvores (ou onde der para o prender). Estando no Algarve, há que aproveitar este sol em vez de me enfiar num ginásio!

Continuo com a natação - não falha! Mesmo quando não me apetece ir, pego em mim e vou. Se me tivessem dito há um ano atrás, quando comecei, que iria ser assim tão dedicada, não acreditava! Em termos de evolução, é incrível! Há um ano atrás ficava completamente despachada ao nadar apenas 1 piscina (25 metros). Agora consigo nadar 45 minutos sem parar (ou mais, mas quando vou nadar sozinha marco 45 minutos no relógio). A natação é, sem dúvida, das melhores coisas que faço na vida. 

Em relação ao trabalho, tenho as coisas arrumadas em caixinhas temporais. Ando envolvida em três áreas de estudo diferentes e perturba-me andar sempre a saltar de uma para outra. Por isso, decidi dedicar-me a cada área em exclusivo e só passar para outra quando estiver tudo feito da primeira. Em princípio, este ano também vai ser de grande mudança na minha situação profissional (já ouviram falar da contratação dos doutorados?) e não sei bem o que me espera... Aliás, já nem faço planos para o futuro... Concentro-me e planeio semana a semana. Tenho uma visão geral mais a médio prazo que me orienta, mas sem planos ou objetivos concretos. É como diz no livro Goal-free living do Stephen M. Shapiro - usar uma bússola e não um mapa.

E basicamente, para 2018 é isto. Agora vou estudar, pois tenho dois exames no início de janeiro... ;)

E tu, qual a tua palavra para 2018?

14/12/2017

Entrevista no jornal i

Aqui fica a entrevista que dei ao jornal i sobre... minimalismo, what else? (espero que dê para ler, senão logo tiro fotos melhores...)



16/10/2017

Não quero saber do Feng Shui!


Não é bem assim, eu até gosto de muitos dos princípios do Feng Shui, mas quando isso nos torna um bocadinho obsessivo-compulsivos... é porque algo está errado...

Vem isto a propósito do espelho que tenho no quarto. Há muitos anos que tapo o espelho com um lenço antes de me deitar... Às vezes esqueço-me, e já estou na cama quando me lembro que não tapei o espelho, e levanto-me para o tapar, pois não consigo dormir sem o espelho estar tapado. What?? Isto começou a parecer-me um início de perturbação obsessiva-compulsiva... Então, decidi cortar o mal pela raiz... e livrei-me do lenço! Agora durmo sempre com o espelho destapado!

Na verdade, o problema dos espelhos, de acordo com o Feng Shui, é só quando estão virados para a cama, ou seja, quando refletem a cama - não é o caso do meu, que está ao lado da cómoda e não reflete a cama (a cómoda é que está em frente à cama).

Ser minimalista é isto - perceber o que nos puxa para baixo, o que está a mais, o que não faz falta... e o lenço a tapar o espelho não é necessário... portanto, tirei-o, lavei-o, arrumei-o com os outros, e se não o usar (que é o mais provável), irá fora. E no quarto, é menos uma coisa a acumular pó!

E tu, tapas os espelhos do quarto durante a noite?

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13/10/2017

Grande destralhamento de roupa... outra vez

Destralhar é um processo contínuo. Ou a pessoa é muito disciplinada e não deixa nunca entrar tralha em casa, ou então tem que ir destralhando de vez em quando para eliminar a tralha que conseguiu entrar pela porta. Pela minha porta ainda entra alguma tralha... sobretudo pela porta do roupeiro...

Inspirada pelos videos que vejo no youtube sobre o armário-cápsula, lá fui destralhar mais um pouco a minha roupa... Desta vez, sem apelo nem agravo... às vezes não sou tão corajosa, sinto-me mais apegada às coisas, mas desta vez, fria que nem um cubo de gelo!

Enchi esta mala de viagem com roupa que já não quero. A própria mala também é para ir fora. Lá dentro, além de roupa, estão sapatos e um tapete branco lindo do Ikea que, sendo branco, está sempre sujo, e eu sempre a lavá-lo, e tenho mais que fazer. As coisas não vão propriamente para o lixo, é para dar...


Também enchi um saco com roupa que vou guardar durante algum tempo... se não usar, vai fora.


Nesta gaveta tenho roupa de praia (a que tem a peça branca no topo) e roupa que penso que não vou usar mais, nomeadamente leggings (só preciso de umas pretas boas) e blusas de gola alta (fazem-me impressão no pescoço). Se não usar nos próximos tempos, vai tudo fora também.



Tirando sapatos, casacos e malas (e roupa interior, de dormir e de desporto), a minha roupa cabe agora numa gaveta da cómoda, numa prateleira e num varão do roupeiro.

Na gaveta estão tops e blusas de verão e inverno.


Na prateleira, camisolas de outono/inverno. A prateleira de cima tem roupa do J. e a de baixo tem o cesto com roupa para passar a ferro.


Por fim, vestidos e casacos de verão e inverno pendurados no varão de cima do roupeiro. Também fiz um grande destralhamento aos colares e sobraram os que se vêem na imagem.


Ah, é tão bom destralhar! O conceito do armário-cápsula atrai-me imenso, mas penso que ainda não estou preparada para isso... Veremos... Agora, o que quero é usar toda a roupa que tenho; de certeza que ainda tenho peças que não vou usar e assim ainda vou poder eliminar mais coisas!


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11/10/2017

Roupa de cama minimalista

Lençóis e toalhas que não estão a ser usados cabem nesta gaveta.
Só uso um conjunto de cada vez, por isso para quê ter dúzias de coisas?

No outro dia, em conversa com uma amiga, ela contava-me que tinha sacos e sacos cheios de roupa suja para lavar, incluindo sacos com lençóis da cama dela e da cama do filho; às vezes, dizia ela, nem tem lençóis lavados para mudar as camas, apesar de ter imensos conjuntos de roupa de cama, porque está tudo em sacos para lavar (sacos esses que, juntamente com mais tralha, ocupam uma das casas de banho da casa, de tal forma que essa casa de banho funciona como despensa, e não como casa de banho!). Eu respondi-lhe que se eu fosse assim, estava lixada, porque só tenho 2 conjuntos de lençóis para cada cama... E nisto, fez-se luz na cabeça da minha amiga.

Só dois conjuntos? Mas assim é muito mais fácil! É só mudar os lençóis e pôr os sujos logo na máquina a lavar! Claro, disse eu! A ideia é essa! Assim, só tenho o necessário e o que tenho, ocupa pouco espaço!

De facto, continuo a ter apenas 2 conjuntos de lençóis por cama. Os lençóis da minha cama são em branco e cinzento, o que permite comprar as peças em separado, à medida que preciso. O Ikea é o meu lugar de eleição para essas compras. Ao contrário de há uns anos atrás, já nem uso lençóis de cima. É só a capa de edredão (que serve de lençol de cima no verão), o lençol-capa para baixo e as fronhas das almofadas. Nas camas dos miúdos é a mesma coisa. Quando uma das peças já não está em condições, é substituída (e a velha vai fora ou guardo para fazer de resguardo nas pinturas).

Em relação às toalhas de casa de banho, é a mesma coisa. Cada um de nós tem 2 toalhas de banho e eu tenho mais 2 pequenas para o cabelo; para cada casa de banho temos 2 toalhas para as mãos, 2 toalhinhas para a banheira (para pôr os pés), e nenhuma toalha de bidé (temos bidés, mas não vejo necessidade em ter aquelas toalhas tão pequeninas). Eu tenho ainda uma toalha de banho e uma de cabelo para levar para a piscina. Toalhas de praia, uma por cada pessoa, e o J. não tem nenhuma.

Dito isto, a minha roupa de cama está a precisar de ser substituída... Em agosto substituí um dos conjuntos por uma capa de edredão e fronhas cinzentas (penso que foi este) e agora preciso substituir o outro, que está mesmo encardido... Depois, seguem-se as tolhas de casa de banho. Se for fazendo aos poucos, custa menos...


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04/10/2017

A minha vida simplesmente perfeita - parte II

Há uns anos escrevi um post sobre todas as mudanças que fiz na minha vida e cheguei à conclusão que tinha uma vida perfeita! Esse post era falso, uma brincadeira, um sonho - era, no fundo, como eu gostaria que as coisas fossem... Umas coisas eram verdade, outras (ainda) não.

E hoje, passados 4 anos, onde é que estou? Vou revisitar essa lista de coisas perfeitas e ver se correspondem à realidade...

- Sou madrugadora. Venci a preguiça, levanto-me às 6h da manhã (ou mais cedo), pratico yoga e meditação durante quase 2 horas e consigo despachar-me a mim e aos miúdos nas calmas de modo a chegarmos todos a horas à escola e ao trabalho.

Com muita pena minha, nos últimos tempos não tenho nada de madrugadora... Deito-me tarde e, portanto, não consigo acordar cedo. É uma coisa a mudar, porque sinto-me muito melhor quando funciono ao contrário. Obviamente não tenho tempo para quase 2 horas de yoga e meditação, mas quero mesmo voltar a tornar isto verdade em breve...

- A minha prática diária de yoga não falha; quando me levanto antes das 6h estudo, escrevo, leio, e aquelas duas horas de yoga, relaxamento e meditação são prioritárias na minha vida - e graças a esta prática, nunca andei tão calma e focada como agora.

Muitas vezes pratico à tarde. Tenho praticado menos porque faço natação e musculação e às vezes estou cansada e o corpo pede mesmo descanso. Mas, como já referi, o yoga voltará a ser prioritário em breve.

- Estabeleci vários menus semanais e respectivas listas de compras. Agora, em cada dia da semana sabemos exactamente o que é que vai ser o jantar, quem é que o vai cozinhar e sabemos que temos todos os ingredientes necessários em casa. E como agora vou sempre almoçar a casa (porque descanso meia hora depois do almoço, coisa que ajuda muito os madrugadores), os restos já não vão para o lixo.

Sim! Tenho feito os menus e respetivas listas de compras! Ajuda imenso! E sim, também costumo ir a casa almoçar restos - aproveito tudo! Mas já não descanso meia hora depois do almoço... porque já não me levanto cedo...

- No trabalho sou um ninja da produtividade. Uso o sistema do Zen To Done, o Google Calendar e o Evernote para me organizar, os Pomodoros para me focar, e a motivação de ver as coisas feitas para continuar a trabalhar concentrada e com vontade. Não trabalho horas a mais e consigo fazer imenso - porque já venci a procrastinação e as distracções.

Tem dias. Visto de fora, podem dizer que sim, que eu faço imenso, mas eu, como me cobro sempre muito, acho que... tem dias... Continuo a usar o GCal, os pomodoros, diversas ferramentas digitais, e há dias em que trabalho feita maluca, mas outros dias não faço nada... bipolaridades...

- A minha casa está sempre decentemente limpa e arrumada. Estabeleci uma rotina de limpeza simples (fazemos um pouco todos os dias) e com muito pouca tralha em casa conseguimos deixar tudo a brilhar em pouco tempo. E nem pensar fazer limpezas ao fim de semana.

Estive uns anos sem empregada (quando escrevi o post original não tinha), mas ela voltou e trata das limpezas. Ao fim de semana costumo dar uma aspiradela e vou fazendo as rotinas da roupa. Tenho pouco trabalho nesta área e a casa costuma estar sempre em condições...

- Os fins de semana são para a família. Fiz listas de actividades para fazer com os miúdos em casa e uma de sítios novos que queremos visitar. Assim, há sempre coisas para fazer ao fim de semana. A actividade física ao fim de semana é muito importante para nós, e isso inclui passeios de bicicleta e yoga em família (sim, todos a praticar yoga!).

Ah, ah, os fins de semana são para estudar e fazer trabalhos da psicologia! Mentira, geralmente ao sábado é descanso total, mas ao domingo trabalho. Passeamos de bicicleta (quando está menos calor) e fazemos coisas juntos. Os miúdos já não alinham em certas coisas porque estão naquela fase da pré-adolescência, mas continuamos a fazer atividades em família.

- Cada vez se vê menos televisão em casa. Em vez disso, jogamos mais às cartas e jogos de tabuleiro, ponho os miúdos a fazer desenhos ou a brincar um com o outro, sentamo-nos na varanda a ver o mar lá ao fundo... 

Continuamos com uma televisão na sala, mas agora os miúdos também têm uma no quarto... pré-adolescência. Eu vejo muito pouca; atualmente é só a Teoria do Bing Bang e o Mayday Desastres Aéreos; estou ansiosamente à espera da última temporada do Scandal.

- Leio pelo menos 1 livro por semana; readquiri o hábito de ler um pouco antes de dormir. Também comecei a escrever um diário com os meus pensamentos e reflexões.

Este ano ando a ler menos que o normal, mas leio sempre à noite na cama. Agora estou a fazer uma maratona de João Tordo. Raramente escrevo no diário - só quando estou mesmo preocupada com alguma coisa (por isso, deve ser bom sinal não escrever nada...)

- Sou implacável com o orçamento, que é bem planeado e cumprido. Procuro sempre maneiras de poupar, mas sem perder a qualidade (na comida, por exemplo, prefiro pagar mais por produtos biológicos da região) e priorizando certas coisas (actividades culturais, por exemplo) em detrimento de outras (como roupa...).

Sim, continuo implacável!! É um dos hábitos mais antigos que tenho! Acho que é desde 2010 ou 2011 que faço um orçamento mensal e aponto as despesas todas! Já nem saberia viver doutra forma... Continuo a preferir pagar mais pela qualidade e continuo a investir em experiências e não em coisas.

- Temos ritmos e rituais diários bem definidos e realistas. Mesmos nos dias em que chegamos mais tarde a casa, o jantar já está pensado e nunca mais andámos com correrias de um lado para o outro. Os miúdos também têm os seus ritmos diários, e nunca deixar para amanhã o que se pode fazer hoje é o mote. Todos os membros da família têm tarefas diárias bem definidas e todos as cumprem.

Sim, podemos dizer que sim. Uma máquina bem oleada, mas há sempre espaço para melhorar.

- Destralhei ainda mais a casa e neste momento não tenho nada que não precise ou que não use. E sei o sítio de tudo!

Ando sempre a destralhar! Sou completamente alérgica a tralha. Às vezes custa-me separar-me de certas coisas (como livros ou roupa), mas depois lembro-me do desapego...

- Apesar de ter muito menos roupa do que antes, tenho sempre coisas para vestir. Só compro roupa quando preciso e só uso roupa com a qual me sinto fabulosa. Quando está descosido, arranjo, e penso sempre em maneiras diferentes de usar a mesma peça de roupa - quanto mais versátil, melhor!

Sim, raramente compro roupa e geralmente é quando preciso de alguma coisa. Arranjo o que está estragado e tento usar as mesmas peças de formas diferentes. Voltei ao método sazonal de análise de cores e, portanto, às minhas cores (preto, branco, cinzentos, azul...), o que torna tudo muito mais fácil.

E é isto! Este exercício é giro - pensar em como seria a nossa vida perfeita, pôr no papel, e depois, claro, tentar tornar essa vida realidade, passo a passo...

03/07/2017

De volta à normalidade e planos para o verão

No seguimento do meu último post, estou finalmente de férias! Licenciatura em Psicologia acabada. Tenho agora uns meses para respirar. Mas é inevitável pensar: mas porque é que me meti nisto?? A minha vida antes do curso era tão mais simples. Tinha fins de semana livres, lia imenso, fazia coisas fora de casa. Escrevia imenso neste blog, destralhava a casa, costurava... Agora, estudo aos fins de semana (vá, não são todos os fins de semana, mas quase). Por isso, antes que as aulas do mestrado em psicologia clínica, ao qual vou candidatar-me, comecem em setembro, tenho mil e uma ideias de coisas para fazer - antes que os meus fins de semana sejam tomados de assalto pelo estudo e pelos trabalhos...

Para começar, quero destralhar a casa. O destralhamento é um processo contínuo; quero dar uma grande volta à despensa da cozinha e à arrecadação. Aliás, tenho planos para "redecorar" a despensa com o sistema Algot do Ikea (agora que tenho um Ikea a poucos km de casa!!!) - há poucos meses fizemos um armário no hall de entrada com o Algot e ficou super giro!! (e barato) Esta foto mostra a fase inicial, mas agora está mais composto (só falta arranjar o chão que ficou com umas zonas sem tacos).

A minha roupa está constantemente a ser destralhada. Tenho uma gaveta cheia de tops de verão que praticamente não uso, porque ando mais com vestidos e esses tops ficam bem com calças de ganga (que não uso durante o verão). Portanto, quero ver se arranjo maneira de os usar, senão, terão que ir fora.

Preciso também de renovar os têxteis da casa, sobretudo os lençóis da minha cama, que estão todos rotos!! Tenho apenas dois conjuntos de roupa de cama (lençol capa de baixo, capa de edredon que serve de lençol no verão e de capa de edredon no inverno, e duas fronhas), e portanto, pretendo substituí-los por outros dois. Do Ikea, claro! Eu gosto das coisas simples. Branco e cinzento são as minhas cores. Duas capas de edredon brancas, dois lençóis-capa cinzentos, e quatro fronhas brancas ou cinzentas.

Os lençóis das camas dos miúdos também estavam a precisar de ser substituídos - já comprei um lençol-capa para cada um (no Ikea!); as capas de edredon ainda aguentam mais uns tempos. Os cortinados é que não, estão todos rotos! Em agosto quero fazer um grande destralhamento no quarto deles, porque há muita coisa, sobretudo brinquedos, que eles já não usam e apesar de estar tudo arrumado em caixas, não há necessidade de manter coisas que já não servem para nada...

Também queria renovar o interior do roupeiro deles com... claro, o sistema Algot!! Veremos...

Outra coisa que quero fazer mas que me assusta é destralhar o que tenho guardado na arrecadação. Como a arrecadação é na cave do prédio e só vou lá tirar e pôr bicicletas, não tenho que lidar com a tralha todos os dias... mas sei bem que tenho caixas cheias de coisas, nomeadamente papelada diversa, livros de piano, objetos decorativos, discos de vinil... e muito mais. Por mim, as únicas coisas que tinha na arrecadação eram as bicicletas, as coisas do Natal e as várias caixas de ferramentas do J. Mais nada! (será que consigo?)

Mais coisas giras que tenho planeadas para os próximos tempos? Um curso de inciação ao crossfit! Sim, eu já fiz crossfit, mas quero recomeçar devagar, e o curso aborda os principais movimentos e as técnicas corretas de execução, entre outras coisas. Quero também continuar a nadar, porque as aulas de natação interrompem de 15 de julho a 15 de setembro, e nem pensar ficar 2 meses sem nadar!! Este verão não tenho retiros de yoga nem nada disso planeado, nem estou a pensar ir a mais lado nenhum - quero ficar em casa, a fazer as minhas coisinhas. 

E são estes os meus planos mais imediatos para quando acabarem as férias, no fim deste mês. Agosto costuma ser um mês em que consigo fazer imensas coisas, tanto no trabalho como em casa. Espero que este ano seja igualmente produtivo! Mas agora, deixa aproveitar a praia!

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