Thursday, April 28, 2011

Laranja Freak - Entre as Moléculas (2002)



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Faixas:
01. Noção do Perigo
02. Entrar em Você
03. Pra lá de Bagdá
04. Sempre Livre
05. Alérgico a Flores
06. Após o Bip



O Laranja Freak nasceu no ano de 97 em Porto Alegre com o intuito de fazer psicodelia. Com o passar do tempo e as inúmeras formações, passou a buscar outro objetivo: música pelo simples prazer da música, não importando estilos ou convenções.

Formada por Ricardo (vocal, guitarra e teclado), Evandro "Wilbor" (baixo/vocais de apoio) e Miro (bateria), a Laranja Freak lançou em janeiro de 2001 o single Após o Bip. A clássica formação guitarra, baixo e bateria une-se a instrumentos não muito convencionais no rock, como flauta transversal, órgão, serrote e cravo, para gerar um som que , por estas concepções, já foi chamado de Vanguarda Jovem, em referência ao som “jovemguardiano” presente na música da banda.

Seu som é uma mistura da Jovem Guarda, psicodelia e rock, tendo criado o estilo denominado Música Psicodélica Frenética. Entre as suas principais influências estavam Beatles, Who, Kinks, Mutantes e Roberto Carlos dos tempos audíveis.

Música Psicológica Frenética é o nome do primeiro EP da Laranja Freak e traduz exatamente o som da banda: uma psicodelia frenética recheada de referências que vão do rock dos 60’s aos 90’s, passando por qualquer tipo de arranjo, vocalização ou instrumento.

A banda se torna uma lenda no universo alternativo, com shows arrasadores, como o que fizeram em Brasília, em uma das edições da Noite Senhor F, no Gate’s Pub. Depois de produzirem o EP Entre As Moléculas em 2002 que trás as pérolas ‘Após o Bip’ e ‘Sempre Livre’, a segunda, especialmente, um dos grandes clássicos do rock nacional dos últimos tempos, chegam ao cd de estréia, pela Baratos Afins, com novas e tão boas canções quanto estas, na melhor tradição lisérgica sessentista.

Classicamente batizado de Brasas Lisérgicas, o álbum do então quarteto, Ricardo (teclado, voz e guitarra), Evandro (baixo), Ivanez (guitarra e voz) e Miro (bateria) , traduz fielmente a mistura de psicodelia e Jovem Guarda, sua marca registrada. ‘Pro Seu Próprio Bem’, ‘Pra Lá de Bagdá’ – mais dois hits poderosos – ‘Fluídos’, ‘Alérgico à Flores’, ‘Lado Avesso’ e ‘Gnomos Vermelhos’ apresentam o lado mais lisérgico. Outras canções como ‘Noção de Perigo’ e ‘Carteiro Pedro’ puxam para o rock clássico, enquanto ‘Terremoto’ faz a ponte – histórica, aliás – da psicodelia com a surf music.

O impressionante no Laranja Freak é a capacidade de escreverem as melhores canções "de meados dos anos sessenta" com um grande senso de atualidade e de modernidade. A concepção dos arranjos também revela grandes achados, dignos das mentes dos melhores e mais alucinados heróis psicodélicos das gerações passadas. A tudo isso, os caras ainda agregam a grande sacada de injetar um clima Jovem Guarda, no instrumental e nas letras simples e sentimentais (sua versão de ‘Prova de Fogo’ ao vivo é arrasadora!).

O álbum ainda traz, como não poderia deixar de ser, a regravação de ‘Após o Bip’ e, como faixa-bônus, ‘Sempre Livre’ e ‘Entrar em Você’ – as duas nas versões originais do EP Entre as Moléculas. Em ‘Alérgico à Flores’, a flauta é de Plauto Cruz, um dos grandes gênios da música gaúcha e do instrumento, ligado à tradição do samba e do chorinho portoalegrense.

O álbum Brasas Lisérgicas concorreu ao prêmio Dynamite/Claro de melhor álbum de rock de 2004 e foi eleitos um dos 50 discos independentes mais importantes dos últimos 10 anos pela revista Senhor F.

Em 2009 lançaram pelo selo Senhor F o EP virtual Albert Hofman. De produção independente, as músicas têm linhas de guitarra estudadas, melodia pop, ambientações sessentistas e aquele clima psicodélico característico da banda.

A banda realizou várias apresentações dentro e fora do Rio Grande do Sul, participando em festivais como Bananada (Goiás), Senhor F Festival (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), 25 Anos de Baratos Afins (São Paulo), Cabron Festival (Santa Catarina), Super Noites Senhor F (Distrito Federal), Gig Rock Porto Alegre (Rio Grande do Sul).

Participou das coletâneas Brazilian Peebles II (Baratos Afins, 2002, Brasil e Japão), Ainda Somos Inúteis! Um Tributo ao Ultraje a Rigor (Monstro Discos, 2005), Clássicos da Noite Senhor F (Senhor F Discos, 2005) e Eu Não Sou Cachorro Mesmo (Allegro Discos, 2006).

Segundo a revista Rock Press, "É uma referência no rock gaúcho com seu estilo psicodélico".


Texto adaptado do blog Durango 95

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Thursday, April 21, 2011

Gasolines - La Shereefa (2000)



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Faixas:
01. King Of Stomp
02. Pigrizia
03. La Shereefa
04. Viva Zapata
05. Gas Pacho
06. Que Honda
07. Hide 'n' Scater
08. Up Rising
09. For A New Dollars More
10. Tornado
11. Get Smart
12. Hotel Loneliness
13. Malaguena
14. L Camino
15. Rumble Mambo
16. Siesta


The Gasolines está na estrada há mais de 15 anos. Reza a lenda que Alexandre Kanashiro, o guitarrista da banda, teve um momento epifânico em um show do Guitar Wolf em 1993 nos EUA e resolveu montar uma banda para tocar Link Wray.

De volta ao Brasil, montou os Gasolines. O que se iniciou com influências de Link Wray foi aumentando seu leque de influências e foram incorporados ritmos latinos, melodias de filmes de Bang Bang, Latin Jazz e, claro, sempre com uma pegada Surf.

Já são 4 CDs e uma demo lançados. A primeira demo, Wild and Primitive, é uma raridade. O primeiro CD demo, Sonido de la Frontera, já mostra a que veio a banda, com a primeira aparição da versão de Tico Tico no Fubá e releituras de músicas de Link Wray e Ennio Morricone, além de composições próprias. O segundo CD, La Shereefa, traz mais releituras de temas de filmes e mais influências de música latina. O terceiro CD, Tanger Hotel, foi o primeiro lançado pela gravadora Baratos Afins, e traz algumas músicas já presentes na demo anterior. O quarto e mais recente CD, Pura Veneta, já tem um leque ainda mais amplo de influências, passando por música italiana, latina, Dub, e uma versão obrigatória da principal influência da banda, Link Wray.

A banda, que hoje conta com Alexandre Kanashiro na guitarra, Fábio Barbosa na bateria, Juliano Camargo no Baixo e Ricardo Granata na guitarra a percussão, já tocou por todo o Brasil e em diversos festivais (incluindo Primeiro Campeonato Mineiro de Surfe, Sons de uma noite de verão) e foi vencedor do primeiro PiB, que ocorreu em 2007.

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Friday, April 15, 2011

Transistors - In Transfuzzion (2001)



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Faixas:
01. Tomorrow
02. Don´t Hurt Me
03. I Don´t Wanna Be Like You
04. Astral Dream
05. Last Time Around
06. Glisten
07. You´re Gonna Miss Me
08. Melting Girl
09. Shadows Of My Mind
10. Texas Garage Punk
11. Gotta Move
12. Fuzz in Saturation
13. Bad Girl
14. Atma 9



Existem dois lados nos Transistors. Um é mais calmo, lisérgico e tem vocais femininos. O outro é mais rápido, urgente e tem vocais masculinos. Em comum, os dois lados compartilham uma paixão irremediável pelos sixties, em especial o lado Nuggets da coisa. Portanto, ao ouvi-los espere muito fuzz, viradas de bateria e órgãos Hammond, além de ternos de brechó, franjinhas e sapatos estilosos.

Zuleika Testone (baixo) e Alberto Zioli (guitarra) compõem a linha de frente dos Transistors, enquanto Fabio Barbosa é o responsável pela bateria. “In Transfuzzion” é o primeiro álbum da banda e foi gravado entre 2000 e 2001, literalmente na garagem da Ordinary sob os olhares atentos de Adriano Cintra e Marco Rocha da banda Thee Butchers’ Orchestra, que também participaram comandando órgãos e pandeiros.

“In Transfuzzion” capta perfeitamente a sonoridade sixties garageira da banda, sem soar demasiadamente revivalista. Os mais atentos encontrarão elementos do indie-rock atual nas canções da banda. Mas não se engane! White Stripes e Hives definitivamente não fazem a cabeça da banda. Eles gostam mesmo é de preciosidades do proto-punk, como Sonics e Seeds, além da postura mod de Creation e Kinks.

Um certo elemento psicodélico paira no ar, principalmente nas letras e num ou outro momento mais lento, como em “Shadows of my Mind” e “Astral Dream”. Ecos de Mutantes podem ser ouvidos por todos os lados, mais obviamente em “Atma 9”, única música em português no álbum. O álbum apresenta cinco covers, que mostram bem quem são as influências da banda. “Don’t Hurt Me” dos Bee-Feeters, “Last Time Around” dos Dell-Vetts e “Gotta Move” dos Kinks, todas com vocais de Zuleika, enquanto “You’re Gonna Miss Me” dos 13th Floor Elevators e “Bad Girl” do Zakary Thaks tem vocais de Alberto.

São nas canções originais que os Transistors realmente empolgam. “I Don’t Wanna be Like You” tem guitarras completamente fora de controle e ritmo empolgante. Uma das prediletas ao vivo. Mas é “Texas Garage Punk” o grande hit do álbum. Com pouco mais de um minuto, Alberto desabafa: “This techno shit, I don’t wanna hear, it’s like a washing machine, get out of my ears, Texas garage punk is what I want”, com direito a gritos e solo empolgante. Tem jeito de hino, assim como “Fuzz in Saturation” com suas guitarras em tremolo entupidas de fuzz, no melhor estilo Their Satanic Majesties Request, clássico álbum psicodélico dos Rolling Stones.

Em 2001, com a saída de Zuleika do país, a banda foi reformulada. Andréia Crispim assumiu o contrabaixo, William Roque ingressou como tecladista e Mary Freefall como guitarrista. Juntos, compuseram novas canções com letras em português e francês, sem perder a sonoridade característica. Mas aí já é uma outra história...

Texto de Gilberto Custódio Jr, publicado originalmente como release da banda.

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Saturday, April 09, 2011

Fuzzfaces - Nós Não Estamos Nem Aí (2001)



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Faixas:
01. Menina do Corcel Vermelho
02. Caminhos Cruzados
03. Depois Daquela Viagem
04. Um Milhão de Anos Luz
05. Agora não Tem Volta
06. I'm Going Home (The Sonics, from Here Aren't The Sonics tribute)
07. Action Speaks Louder Than Words (Fuzztones, from Illegetimate Spawn tribute)



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Sunday, April 03, 2011

Fuzzfaces - Voodoo Hits (2003)



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Faixas:
01. Fita K7
02. Voodoo Hits
03. Cry in the Night
04. Hospício
05. Peste
06. Don't Tread on Me
07. So Nesse Caixão
08. Vendi a Rickenbaker (Com muito gosto)
09. Be a Caveman
10. Autêntico Selvagem
11. Um Cara Normal
12. Eu Já Nem Sei
13. Lie Detector



Hoje em dia um sujeito liga a distorção da guitarra, grita “yeah” e se diz garage; outro bebe vodka vagabunda pura e diz a mesma coisa; pedem carona e se dizem garage; matam uma barata e se dizem garage; roubam laranja na feira e se dizem garage... É a banalização total de um gênero que nasceu das entranhas mais pavorosas da década sixtie. Caras que mal sabiam afinar, que sonhavam com um pedal fuzz e um órgão farfisa e vestiam a rebeldia sonora em seu estado máximo de demência.

Se há um grupo brasileiro hoje que honra estes pioneiros selvagens, este é o FuzzFaces, nascido das entranhas mais pavorosas da zona leste paulistana.

“Ontem era um cara normal, escutou FuzzFaces e se deu mal!”

O grupo começou a tocar o horror em 2000, quando Gregor Izidro (bateria e vocal), Andréia Crispim (baixo) e Wagner “Fuzz” Tal (guitarra) saíram dos Espectros (outro fiel representante da hierarquia garage paulistana, ainda do tempo das fitinhas k-7) e resolveram partir para um som mais autoral. Os shows ensandecidos, com direito a versões para pauladas de Fuzztones, Undertone e Mummies, logo chamaram atenção de muita gente, e garantiram à banda um grande destaque dentro da efervescente cena garage da zona leste de Sampa, nessa época conhecida como “Tropitralha”.

O primeiro rebento foi o EP Nós Não Estamos Nem aí, de 2001, com cinco músicas sensacionais, cheias de fuzz e levadas alucinadas. Um dos grandes diferenciais da banda é a presença do vocalista/baterista Gregor Izidro (são poucos os bateras do mundo que conseguem tocar uma música dos Sonics e soltar aqueles berros ao mesmo tempo). Uma vinheta retirada do raríssimo filme brasileiro “Se Meu Dólar Falasse”, de 1970 - com a voz chapada de Grande Otelo afirmando “depois daquela festinha de ontem, agora eu sou é hippie!” - introduz a já clássica “A Menina do Corcel Vermelho”, que versa sobre uma moça jurada de morte por traficantes. Uma verdadeira crônica de um episódio comum a qualquer periferia do país. Já as outras canções do EP apresentam o lado mais drogado da banda, mas nada de viagens bonitinhas... O que surge são bad trips furiosas e desencontros carregados de ácido. As incríveis “Agora Não Tem Volta”, “Caminhos Cruzados” e “Um Milhão de Anos Luz” acertam o pulo em imagens como “o relógio marcando a hora para trás”. O EP termina com outra vinheta sensacional do “Se Meu Dólar Falasse”, com direito a uma ceia recheada de bolinho de LSD, coquetel de ácido lisérgico, cocada de cocaína, estrogonofe de barbitúrico e marijuana à grega. U-hu!

Depois desse lançamento, o FuzzFaces caiu na estrada e realizou shows memoráveis em vários cantos do Brasil. Brasília, Florianópolis e Rio de Janeiro, entre outras cidades, foram a loucura com a performance anfetaminada dos caras. O segundo lançamento foi o cd Voodoo Hits, de 2003. A temática drogada do EP deu lugar a um legítimo terror brasileiro. As letras do disco, quase todas de Wagner “Fuzz” Tal, poderiam ser roteiros de ótimos filmes de horror. Em “Fita K-7”, há um sujeito que vendeu a alma pro diabo para escutar uma fitinha com sons obscuros, já “Hospício” é um fiel retrato dos tenebrosos manicômios do nosso país. Se a faixa-título traz a história de um cara que fez magia negra para ressuscitar a noiva que, que mesmo com a pele azul e fria se decompondo, satisfez seu amor; “Só Neste Caixão”, voz de Walter Chinaski (do Laboratório SP), assombra com um rapaz completamente apaixonado por uma jovem vampira. O lado negro das drogas volta em “Um Autêntico Selvagem”, de sonoridade tribal sobre a agonia de um sujeito que tomou chá de cogumelo e regrediu até à idade das pedras. O lado mais autoral do grupo surge nos hinos “Um Cara Normal” e “Vendi a Rickenbacker”. Nessas duas músicas, fica claro que para ser um FuzzFace, o ideal é usar bijuteria feita de ossos humanos e cabelo cortado feito casco de tartaruga, além de nunca trocar uma Vox por qualquer outra guitarra. No cd, ainda há excelentes versões para pérolas obscuras de The Avengers, Billy Childish e Q65, entre outras. Uma obra-prima do garage rock brasileiro.

“Chesterfield, The Jam e The Who usavam... Mas eu prefiro a guitarra que os Fuzztones arrebentavam”

Continuando com a mesma pegada, o FuzzFaces pagou tributo a dois de seus grandes heróis. No cd argentino Here Aren´t The Sonics, dedicado ao demente e pioneiro grupo de Seattle, gravaram “I´m Going Home”. O Fuzztones também ganhou homenagem com a sensacional “Action Speaks Louder Than Words”, para o tributo Illegitimate Spawn, organizado pelo próprio líder do grupo Rudi Protrudi. Para 2007, a banda promete algumas novidades; dois discos, um com músicas inéditas – entre elas as já conhecidas de shows “Lobisomem” e “Quarto Escuro” - e outro de versões para hinos obscuros tirados de coletâneas como Peebles e Back From The Grave, além de um compacto duplo em vinil com regravações de canções da pouco valorizada garagem sixtie brasileira. Estas gravações terão a presença do novo integrante Sir Uly, o ser psicodélico responsável pelos órgãos.

Da zona leste de Sampa para o mundo. O FuzzFaces mantém acesa a chama dos loucos admiradores de um som visceral carregado de fuzz. Porque o que o rock garageiro atual do Brasil precisa, eles têm de sobra: autenticidade e selvageria.

Texto de Leonardo Bomfim, publicado originalmente na revista virtual The Freakium!

Fazer o download de Fuzzfaces - Voodoo Hits (2003).