quarta-feira, 30 de novembro de 2016

QUE HIPOCRISIA POLÍTICA?

de Zita Seabra )
·       Zita SeabraSeguir
29/11/2016, 0:091.876
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Nestes dias após a morte de Fidel Castro, temos assistido aos mais espantosos depoimentos, relativizando e branqueando os crimes do regime comunista cubano e de Fidel em particular.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

CORRUPTISSIMA...


"Corruptissima re publica plurimae leges", ou ainda "Corruptissima republica plurimae leges", é uma máxima latina atribuída a Tácito, historiador e político romano. Significa "As leis são muitas quando o Estado é corrupto", ou, mais comumente, "Quanto mais corrupto o Estado, maior o número de leis".

domingo, 27 de novembro de 2016

FIDEL UM DITADOR


Um ditador é um ditador. Ponto final, parágrafo

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O balanço de quase 57 anos de castrismo é trágico. Inimigo das liberdades, apenas ofereceu ao povo uma pobreza resignada. Por isso é intolerável a duplicidade moral com que avalia o legado de Fidel.
Há muito que Fidel Castro não era uma figura deste tempo. Não por estar doente e afastado do poder, que passara ao irmão, mas por representar uma utopia há muito desacreditada, a utopia marxista-leninista, e a mais trágica das ilusões do século passado, a ilusão comunista.
O El Pais tinha ontem um título feliz: El siglo XX queda definitivamente atrás con la muerte de Fidel Castro. O texto centrava-se em Cuba, mas a mensagem serve para o mundo. Mesmo que alguns teimem em não a escutar.
Fidel sobreviveu a todos os demais não apenas porque viveu até aos 90 anos e morreu na cama. Fidel sobreviveu-lhes porque, mesmo tendo cedido as rédeas do poder ao seu irmão Raúl, morreu numa Cuba moldada à sua imagem e semelhança, subjugada à sua vontade, tão pateticamente “revolucionária” como o ancião que já só víamos em raras aparições envergando lustrosos fatos de treino.
Mas Fidel sobreviveu sobretudo porque conseguiu manter viva – ainda que cada vez mais tremelicante – a chama que alimentou o seu mito e o mito do socialismo “gentil” e caribenho. Há nessa sua arte uma mistura de felizes circunstâncias histórias, muito carisma pessoal e uma dose ainda mais considerável de cegueira de gerações de “sonhadores” sempre disponíveis para se deixarem seduzir por ditadores.
O mito castrista começou muito antes de entrar triunfalmente em Havana a 1 de Janeiro de 1959. Começou com um fracasso – o assalto ao quartel Moncada, em 1952 – e continuou com uma aventura – a partida, há exactamente 60 anos (a 25 de Novembro de 1956), do iate Granma da costa de Veracruz, no México, em direcção a Cuba com 81 jovens revolucionários a bordo. Depois aconteceu o milagre: Fidel estava entre os 12 revolucionários que conseguiram escapar a um desembarque catastrófico e, com base nessa minúscula força, conseguiu iniciar na Sierra Maestra um movimento de guerrilha que mais tarde o levaria até Havana.
Foi nesse tempo que a sua imagem romântica começou a ser construída, e por um jornalista do New York Times, Herbert Matthews, que o apresentou ao mundo como o homem que iria resgatar Cuba da ditadura corrupta de Fulgêncio Batista em nome dos mais puros ideais democráticos. Quando finalmente triunfou, não demorou a revelar os seus métodos: os julgamentos populares tornaram-se comuns na Cuba revolucionária, as execuções sumárias banais, muitas delas supervisionadas pelo seu companheiro Che Guevara. Não demoraria muito a abolir todos os partidos políticos, a liquidas a liberdade de expressão e informação, a promover a nacionalização de toda a economia e a sistematicamente ver-se livre de todos os que lhe poderiam fazer frente (Cienfuegos, o primeiro a fazer-lhe frente, morreu num acidente de aviação; Che vaguearia pelo mundo, embaixador da revolução, até ser morto nos confins da selva boliviana).
Só que, entretanto, já nascera o mito da revolução cubana – um mito que teve como primeira fonte tratar-se daquilo a que um antigo embaixador britânico, David Thomas, chamou “um produto crioulo”, isto é, uma revolução made in Cuba, uma revolução bem diferente das que, na Europa, tinham sido impostas pelos tanques soviéticos. Uma revolução que, para mais, era telegénica, com os seus “barbudos” e as suas fardas cor de azeitona. Korda, o fotógrafo revolucionário que captou a icónica imagem de Che Guevara que depressa começou a ser estampada em t-shirts por todo o mundo, imortalizaria também um Fidel de barrete militar e charuto na boca, uma imagem “cool” que contrastava com o cinzentismo das geriatrias que governavam a URSS e os países da Europa de Leste.
Se a tudo isto acrescentarmos a ideia, cuidadosamente cultivada, de um pequeno David (Cuba) e desafiar um poderoso Golias (os Estados Unidos), então temos quase todos os ingredientes necessários para explicar o fascínio que o castrismo teve, e que em parte ainda mantém apesar da evidente decadência do regime e do seu líder.
Mas para termos uma explicação completa é necessário acrescentarmos dois outros factores. O primeiro, foi o génio político de Castro. O segundo a duplicidade moral de boa parte da esquerda e da intelectualidade quando se trata de julgar ditadores socialistas.
O génio político de Castro – que quando entrou em Havana nem era ainda comunista, ao contrário do seu irmão Raúl e do próprio Che Guevara – passou, primeiro, por ter adoptado a ortodoxia que, nos anos da Guerra Fria, lhe permitia ter um aliado disponível para pagar todas as contas de uma Cuba com a economia dizimada pela estatização, e, depois, por ter percebido que só resistindo na ortodoxia e mantendo o regime o mais fechado possível, conseguiria sobreviver, isto é, conseguiria evitar ter o destino ingénuo de Gorbatchov.
Acontece porém que o génio da sobrevivência política nem sempre é um bem para quem tem de o suportar, algo que Portugal sentiu na carne porque Salazar também teve o génio para sobreviver à vitória das democracias na II Guerra e, depois, ao eclodir das guerras coloniais. Sabemos como isso condenou Portugal ao atraso, tal como sabemos como o castrismo condenou Cuba à miséria. Como em tempos disse Eloy Gutiérrez Menoyo, ex-comandante e revolucionário de 1959, “todos queríamos liberdade e justiça social, mas a revolução foi sequestrada por Fidel e o preço que pagámos foi demasiado alto”.
Altíssimo, tanto no que respeita á falta de liberdade – há muito menos liberdade em Cuba do que houve em qualquer período da ditadura salazarista, algo que só por absoluta cegueira se pode negar – como à pobreza generalizada a que condenou a ilha. Aquele que era o país mais desenvolvido da América Latina quando Castro entrou em Havana é hoje um dos mais pobres e nem sequer é verdade que isso tenha sucedido em nome da igualdade – em Cuba são pobres os que só têm pesos, vão-se desenrascando os que têm acesso aos dólares das remessas da emigração ou do turismo – ou por causa do “bloqueio”.
De resto a permanente insistência em atribuir todos os males do país ao “bloqueio” é, ao mesmo tempo, uma demonstração do génio político de Fidel, que sempre soube explorar a obsessão estúpida dos norte-americanos para explicar todos os seus fracassos económicos, e uma demonstração de como dominava as técnicas orwellianas de fazer com que a realidade não fosse o que era, mas a forma como o regime a descrevia. Na verdade Cuba nunca sofreu um “bloqueio”, nunca esteve cercada por navios que bloqueassem a entrada e saída de mercadorias dos seus portos ou F16 que fechassem o seu espaço aéreo. Cuba sempre pode ter relações comerciais com a maioria – a quase totalidade – dos países do mundo e com quase todos os seus vizinhos. Em Cuba pode-se mesmo encontrar produtos norte-americanos nas lojas, mas só nas lojas que só aceitam dólares. O “bloqueio” de Cuba sempre foi outro: uma economia dependente da monocultura da cana-de-açúcar que só sobreviveu com alguma largueza enquanto a URSS comprava as safras a preços muito acima dos de mercado. No entanto ainda hoje boa parte da esquerda (vejam-se as reacções à morte de Fidel do PCP e de figuras como Louçã) ainda nos falam dos sofrimentos do povo cubano como sendo uma consequência do inexistente “bloqueio” em vez de a atribuírem à mais que demonstrada ineficiência da sua economia estatizada.
Esta duplicidade moral da esquerda pode ser ilustrada com uma provocação simples, mas verdadeira: o regime de Castro matou muito mais opositores do que o regime de Pinochet; Castro, ao contrário de Pinochet, nunca permitiu uma consulta livre sobre o seu destino político, nem abandonou o poder respeitando a vontade popular; Castro encontrou uma Cuba corrupta mas economicamente dinâmica e deixa-a empobrecida e corrompida pelos mesmos males que vituperou, como prostituição, enquanto Pinochet recuperou a economia chilena, ainda hoje a mais dinâmica de toda a América Latina. Castro não deveria por tudo isso merecer mais condescendência do que a tolerância zero que justamente dedicamos à ditadura chilena. Sabemos bem como não é isso que acontece e como tantos procuram encontrar justificações e desculpas para continuarem a adular o “barbudo” que alimentou os seus sonhos juvenis, mas que hoje são apenas delírios senis.
Um ditador é um ditador, e quando tantos, à esquerda e até à direita, continuam a desculpar, justificar ou mesmo adular figuras como Fidel Castro, estão apenas a regressar à velha máxima que levou os Estados Unidos a apoiarem vários regimes ditatoriais: “é um filho da puta, mas é o nosso filho da puta”.
Possa a sua morte trazer melhores dias para o sacrificado povo cubano.

PESTE GRISALHA

Idoso condenado a indemnizar deputado recebe donativos (mas não chega)

Uma página destinada a recolher donativos já angariou centenas de euros.

© Montagem Global Imagens/Facebook


País Justiça
Uma página no Facebook está a tentar ajudar António Figueiredo (na foto à esquerda), de 72 anos, a pagar a indemnização que foi condenado a pagar ao deputado Carlos Peixoto (à direita), que o acusa de difamação.
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Entre os dias 2 e 25 de novembro, data da última contagem, foram angariados 1.087 euros em donativos. Não chega. António Figueiredo tem três mil euros para pagar e comprometeu-se a fazê-lo até ao final do mês.
Ana Martins, responsável pela criação da página ‘Peste Grisalha?’, conta que não conhece pessoalmente o idoso. Secretária de direção de 54 anos, “interessou-se” pelo caso e decidiu ajudar.
“Atos de solidariedade sociais que nunca esperei, que me comoveram”, descreveu por sua vez António Figueiredo em conversa com o Notícias ao Minuto.
Com uma reforma a rondar os 500 euros, teria de pedir ajuda à família, diz. Além dos três mil euros de indemnização a pagar ao deputado do PSD tem 1.200 euros a pagar de multa ao tribunal, mais custas de jurisdição. O total ronda os cinco mil euros.
“Se eu devo, tenho de pagar”, diz o pensionista, que olha para a situação em que está envolvido com sentimentos contraditórios: diz-se injustiçado, mas não combalido.
“Sempre fui um cavalo sem freio, isto já não vem de agora. Eu tenho tido muitas chatices mas esta foi aquela que mais prazer me deu. Foi uma maneira de eu testar a sociedade em que vivemos”.
Limites da liberdade de expressão
Tudo começou quando Carlos Peixoto escreveu num artigo de opinião publicado no jornal i onde dizia "a nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha". A frase “incomodou” António. Decidiu responder no seu blog através de uma carta aberta.
"Ainda estou para saber como é que um homolitus de tão refinado calibre conseguiu entrar no círculo governativo. Os intelectuais que o escolheram deviam andar atrapalhados no meio do deserto onde o sol torra, a sede aperta a miragem engana e até um dromedário parece gente”, escreveu.
O septuagenário defende-se: “Não há quaisquer impropérios. Para interpretar a minha carta é preciso uma pessoa saber lidar com a metáfora. Se duvido da inteligência dele, porque acho que tenho o direito, é uma opinião minha. Ele não devia ter-se chateado. Mas ficou, ficou fulo”.
António foi condenado pelo Tribunal de Gouveia. Recorreu para o Tribunal da Relação de Coimbra e este confirmou a decisão. “O direito da liberdade de expressão tem limites", pode ler-se no acórdão, datado de 12 de outubro e tornado público pela agência Lusa.
Tem agora seis meses para decidir se leva o caso ao Tribunal Superior dos Direitos do Homem.
Sem que a Justiça lhe tenha dado razão, António recebe apoio sobretudo através das redes sociais. Sobre Carlos Peixoto, diz que, “se for um indivíduo com bom carácter, deve estar a sofrer muito com a revolta” que se ergueu contra si.
“Não sinto qualquer animosidade contra ele, a única coisa que sinto é pena. Se esse senhor vai mover processos a toda a gente vai mover processos para o resto da vida”.
A 'peste' não são os idosos
“O assassínio de carácter que me querem fazer é profundamente injusto”, disse Carlos Peixoto ao Notícias ao Minuto.
Sobro o texto de António Figueiredo, diz que é “profundamente ofensivo”. “Senti-me insultado e enxovalhado”, e dois dois tribunais distintos deram-lhe razão, recorda.
“Apenas tento que a minha honra seja reposta. Sou uma pessoa igual às outras, só por ser deputado não tenho mais mas também não tenho menos. Tenho o direito à meu bom nome”.
Sobre o seu próprio texto, defende o social-democrata que “a Esquerda o aproveitou para intoxicar, deturpar e descontextualizar junto dos idosos”.
“A expressão ‘peste grisalha’ não tem nenhum destinatário especial, muito menos os idosos. É uma expressão académica, usada em vários livros, o mais conhecido ‘O Envelhecimento da População Portuguesa’, de Maria João Valente Rosa, a maior demógrafa nacional”.
“O fosso entre nascimentos, que são poucos, e o envelhecimento da população, que é cada vez maior, é que é perigoso. A expressão diz respeito a isso, não especificamente aos idosos, até porque eu para lá caminho.

TAL e QUAL

>>>>>  UMA HISTÓRIA EXEMPLAR ! (para rir … claro !)

>>>>> Eu disse ao meu sobrinho: "Você casaria com a "garota" que eu escolher ?"

>>>>> Ele disse: "NÃO !"

>>>>> Então eu disse-lhe: "Olha que ela é filha do Bill Gates !"

>>>>> Então ele respondeu prontamente: "Nesse caso, claro que SIM !"

>>>>> Então eu liguei para o Bill Gates e disse-lhe: "Quero casar o meu sobrinho com a sua Filha !"

>>>>> O Bill Gates disse: "NÃO !"

>>>>> Então eu disse-lhe: "Olhe que ele é Director do Banco Mundial !"

>>>>> O Bill Gates respondeu prontamente: "Nesse caso, "SIM !"

>>>>> Então eu liguei para o Presidente do Banco Mundial e disse-lhe: "Quero que você nomeie o meu sobrinho, "Diretor do seu Banco !

>>>>> Ele disse: "NÃO ! "

>>>>> Então eu disse-lhe: "Olhe que ele é genro do Bill Gates !"

>>>>> Então o Presidente do Banco Mundial respondeu: "Ok, ok. Vou já arranjar-lhe um "gabinete" e ele toma posse no princípio da próxima semana !"

>>>>> É EXACTAMENTE ASSIM QUE FUNCIONA A "POLÍTICA

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

UTILIDADE DOS SACOS DE PLÁSTICO

COMO OS JAPONESES ESTÃO DANDO DESTINO AOS SACOS DE PLÁSTICO...
Olhem os japoneses!      Incrível!
Pelo inusitado da notícia - que não foi divulgada por nenhum grande meio de comunicação, dada a importância da mesma no contexto atual, repasso a vocês.
Vejam o filme: vale a pena.
Sendo o plástico derivado de petróleo, agora podemos inverter!
Uma máquina para processar plástico, podendo ser separado em gasolina, óleo diesel ou petróleo.
Os sacos plásticos dos supermercados vão valer ouro...
O plástico regressa ao petróleo de onde veio.
Engenho e perseverança japonesa.
Ainda bem que há sempre alguém que consegue inventar algo que ajuda a reparar o que estragamos...
O som é todo em japonês. Basta assistir lendo as legendas em inglês. Mesmo para quem não perceber japonês ou inglês, vale a pena assistir.
Grande descoberta!
 
 
 

domingo, 20 de novembro de 2016

SANTA SOFIA MESQUITA

Turquia Transforma a Hagia Sophia em Mesquita
por Robert Jones
Original em inglês: Turkey Converts Hagia Sophia to MosqueTradução: Joseph Skilnik
§         Parece que as cabeças da supremacia islâmica funcionam assim: se você quiser que as igrejas permaneçam igrejas, isso significa que você "fica incomodado com as rezas islâmicas ou com o Alcorão" e você desrespeita e "insulta" o Islã. De acordo com as escrituras islâmicas, aqueles que "insultam" o Islã ou seu Profeta Maomé deverão ser executados.
§         De modo que se alguém quiser sobreviver sob o regime islâmico, é necessário se curvar ao Islã e aceitar o status de inferioridade. Ao que tudo indica não há lugar para diversidade ou coexistência equitativa civilizada entre muçulmanos e não-muçulmanos nas nações islâmicas.
§         "Eu só consigo imaginar uma razão para transformar a Hagia Sophia em mesquita. Um grito do triunfalismo islâmico. Que tremendo equivoco se o for. Os cristãos considerariam isso, e com toda razão, um insulto intencional. A comunidade internacional veria isso como uma rejeição aberta ao seu programa de diversidade. Além disso, acredito que uma medida tão radical, partindo de uma Turquia relativamente secular, irá mostrar ao mundo que, apesar das inúmeras garantias dos muçulmanos moderados do contrário, o Islã contemporâneo é intolerante na sua maneira de ver as coisas, beligerante com respeito aos infiéis e perigosamente hegemonista quanto as suas intenções". − Autor Wesley J. Smith.
§         O Ocidente não protegeu os cristãos de Anatólia durante o genocídio ocorrido entre 1914 e 1923. Pelo jeito o Ocidente também não irá proteger a Europa do que parece ser a atual invasão muçulmana sem derramamento de sangue.
O processo de transformar a histórica igreja depois museu Hagia Sophia de Istambul em mesquita, em andamento há três anos, agora parece estar concluído.
Em 2013, o então vice-primeiro ministro da Turquia Bulent Arinc, enquanto conversava com repórteres, sinalizou que o Museu Hagia Sophia seria usado como mesquita.
"Estamos no momento ao lado da Mesquita Hagia Sophia... estamos em frente a uma triste Hagia Sophia, temos todavia a esperança de vê-la sorrir novamente em breve", salientou Arincna cerimônia de abertura de um novo Museu do Tapete, localizado junto à antiga Hagia Sophia, segundo reportou o jornal Turco Hurriyet.
O jornal turco pró-governo Sabah publicou uma história em 1º de junho de 2016 com o seguinte título: "Momentos Históricos na Hagia Sophia. A saudade está prestes a acabar!... A Mesquita Hagia Sophia irá testemunhar momentos históricos no mês de Ramadã..."
O Ministério das Relações Exteriores grego reagiu com um comunicado por escrito: "obsessões, beirando o fanatismo, com rituais muçulmanos em um monumento do patrimônio cultural são incompreensíveis e revelam uma falta de respeito e conexão com a realidade". O Ministério acrescentou que a prática contradiz os valores das sociedades modernas, democráticas e seculares.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores turco, Tanju Bilgic, respondeu em um comunicado, também por escrito em 8 de junho da seguinte maneira:
"O comunicado do Ministério das Relações Exteriores grego em relação ao programa suhur da TRT Diyanet TV intitulado Hagia Sophia na época da abundância, que será transmitido durante todo o mês de Ramadã, é inaceitável".
A mídia turca pró-governo interpretou a crítica do Ministério das Relações Exteriores grego da seguinte forma: "eles ficaram preocupados com a recitação do Alcorão na Hagia Sophia".
Parece que as cabeças da supremacia islâmica funcionam assim: se você quiser que as igrejas permaneçam igrejas, isso significa que você "fica incomodado com as rezas islâmicas ou com o Alcorão" e ao fazê-lo, você desrespeita e "insulta" o Islã − e de acordo com as escrituras islâmicas, aqueles que "insultam" o Islã ou seu Profeta Maomé deverão ser executados.
De modo que se alguém quiser sobreviver sob o regime islâmico, é necessário se curvar ao Islã e aceitar o status de inferioridade. Ao que tudo indica não há lugar para diversidade ou coexistência equitativa civilizada entre muçulmanos e não-muçulmanos nas nações islâmicas.
Entretanto, o Conselho de Liderança Helênica Americana (HALC) começou uma campanhapara pedir à Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA (USCIRF) que emita um comunicado contra a abominável transformação da Hagia Sophia em mesquita, salientando:
Em 2014 a USCIRF condenou as investidas do Parlamento da Turquia de alterar o status da Hagia Sophia de Museu para mesquita. Em seu comunicado proferido naquela ocasião, a USCIRF ressaltou "... transformar a Hagia Sophia em mesquita seria inequivocamente uma medida desagregadora e provocadora. Enviaria a mensagem segundo a qual o atual governo vê a suscetibilidade das comunidades minoritárias religiosas da Turquia, particularmente a antiga comunidade cristã, como sem valor".
Em vez de seguir as recomendações da USCIRF, a Turquia as ignora, pelo visto preferindo o caminho da "abominável transformação" alterando o status daquele patrimônio histórico.
No entanto, ao que parece, todas as críticas, pedidos e campanhas não resultaram em nada. Poucos meses depois uma decisão por parte das autoridades turcas em permitir que as leituras do Alcorão fossem transmitidas a partir da Hagia Sophia em Istambul, a Turquia decidiu nomear um imã permanente para o local.
De acordo com a agência de notícias Anadolu, financiada pelo governo, a Superintendência para Assuntos Religiosos da Turquia (Diyanet) e o mufti do distrito de Fatih, concordaram em apontar um imã permanente que fará cinco orações islâmicas diárias na Hagia Sophia, em vez das duas realizadas atualmente.

A Hagia Sophia em Istambul foi a maior Catedral do mundo cristão até ser capturada e convertida em mesquita pelos turcos otomanos muçulmanos em 1453. A República Turca transformou a Hagia Sophia em museu em 1935 e o atual governo islamista da Turquia está transformando-a em mesquita. (imagem: Antoine Taveneaux/Wikimedia Commons)
De acordo com as estatísticas de 2015 da Diyanet, há 3.317 mesquitas em Istambul e 86.762 na Turquia. Não há escassez de mesquitas no país. Por que então o governo Turco está transformando a Hagia Sophia em mesquita?
"Eu só consigo imaginar uma razão," ressalta o autor Wesley J. Smith.
"Um grito do triunfalismo islâmico. Que tremendo equivoco se o for. Os cristãos considerariam isso, e com toda razão, um insulto intencional. A comunidade internacional veria isso como uma rejeição aberta ao seu programa de diversidade. Além disso, acredito que uma medida tão radical partindo de uma Turquia relativamente secular, irá mostrar ao mundo que, apesar das inúmeras garantias dos muçulmanos moderados do contrário, o Islã contemporâneo é intolerante na sua maneira de ver as coisas, beligerante com respeito aos infiéis e perigosamente hegemonista quanto as suas intenções".

Constantinopla

Constantinopla, atualmente Istambul, foi reinaugurada pelo Imperador Romano Constantino I (324 - 337).
"Constantino", escreve o estudioso Nikolaos Provatas: escolheu como local da sua nova capital a milenar cidade grega de Bizâncio. Em 324 Constantino transformou Bizâncio na 'Nova Roma' ou seja: 'Constantinopla', a Cidade de Constantino. Muitas vezes se referiam a ela simplesmente como 'A cidade' ou em grego 'Hi Polis'.
"O cristianismo também teve o objetivo de formar uma força coesiva que iria unir os povos do Império Romano do Oriente, independentemente de seus idiomas e origens étnicas. Para os habitantes do Império Romano do Oriente, as palavras 'Romaios' − Romanos - e 'Cristãos' eram frequentemente usadas como sinônimos."
A Igreja da Santa Sabedoria, conhecida como Hagia Sophia, foi projetada para ser a maior Basílica do Império Bizantino e uma obra-prima da arquitetura bizantina, foi construída na cidade por Justiniano I entre 532 e 537 da era cristã.
Quando Constantinopla foi invadida e capturada pelo sultão otomano Mehmed II em uma sangrenta campanha militar em 1453, pôs um ponto final no Império Bizantino.
Steven Runciman, em seu livro A queda de Constantinopla 1453, escreve que fiéis e refugiados viraram espólios de guerra − para serem escravizados, violentados e assassinados. A igreja foi profanada e saqueada, os enfermos e idosos foram massacrados, mulheres e meninas foram estupradas e o restante vendido como escravos.
Mehmed II então transformou a Igreja Hagia Sophia em mesquita.
O nome Constantinopla foi mudado para "Istambul" em 1930 pela Turquia republicana e a Hagia Sophia transformada em museu em 1935.
Hoje não há uma comunidade cristã considerável na Turquia para se opor à opressão e à tirania em curso. De grande Império Bizantino Cristão, menos de 0,2% da população de 80 milhões da Turquia são cristãos.
Este é o resultado do genocídio de cristãos gregos cometido pelos turcos otomanos de 1913 a 1923 − a aniquilação da maioria dos cristãos gregos em Constantinopla e Anatólia, no que outrora foi o coração do cristianismo antes da invasão islâmica.
"A decisão de perpetrar o genocídio contra os gregos", assinalou o estudioso Theofanis Malkidis, foi tomada pelos jovens turcos (Cemal, Enver e Talat pasha) em 1911, posto em prática durante a Primeira Guerra Mundial e concluída por Mustafa Kemal (entre 1919 e 1923).
"As perseguições apareceram inicialmente como casos de violência, destruição, deportações e exílios. Logo em seguida, no entanto, elas se tornaram mais organizadas e extensivas e com força extrema contra os gregos (e contra os armênios)."
Em consequência de séculos de campanhas de jihad violenta e jihad cultural, os cristãos de Anatólia e Constantinopla acabaram sendo exterminados. O Ocidente não protegeu os cristãos de Anatólia durante o genocídio ocorrido entre 1914 e 1923. Pelo jeito o Ocidente também não irá proteger a Europa do que parece ser a atual invasão muçulmana sem derramamento de sangue.
Hoje as igrejas que ainda restam na Turquia também são alvo de serem transformadas em mesquitas. E o Ocidente se mantém em silêncio, submisso e curvado diante dos jihadistas por conta da sua mal concebida e equivocada agenda.
Robert Jones, especialista em Turquia, encontra-se atualmente radicado no Reino Unido
 

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

ESTUDO DE "SÁBIOS" SOBRE A PREVIDÊNCIA...

ESTA É MAIS UMA ATITUDE DEMAGÓGICA DOS POLÍTICOS.
DEVOLVAM O DINHEIRO QUE NOS ROUBARAM, NO PÓS 25 DE ABRIL, QUE OS TRABALHADORES NÃO PRECISAM DAS VOSSAS ESMOLAS.
ROUBARAM, AGORA REPONHAM. O ESTADO NÃO TEM DIREITOS SOBRE ESTAS RESERVAS QUE ERAM DOS TRABALHADORES E ONDE AINDA FALTAVAM AS CONTRIBUIÇÕES DO PATRÃO ESTADO.
NÃO ESTRAGUEM MAIS DINHEIRO EM MANOBRAS DE DIVERSÃO PARA ENGANAR OS PAPALVOS.

O URUGUAI SIM!...

Por que não o Uruguai?
UM FACTO HISTÓRICO POUCO CONHECIDO
Rui Tavares
Passo pelo centro da cidade e vejo de repente, em plena Praça do Comércio,  a bandeira da Guiné Equatorial. Lá estava ela ao lado das outras oito da  Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Para nos lembrar como os  interesses petrolíferos levaram à CPLP uma ditadura brutal onde há uma suposta moratória à pena de morte (que ninguém verifica), e onde o ditador rouba os recursos naturais do país para que o seu filho seja um coleccionador de carros de luxo que não podem andar nas poucas estradas asfaltadas daquela desventurada terra.
Não que faltem razões históricas para uma relação com o povo da Guiné Equatorial, por onde os portugueses também andaram e onde há ainda quem fale um dialecto de base portuguesa na ilha de Ano Bom. Mas se essas fossem razões suficientes para entrar um país na CPLP, eu preferiria ter visto outro na frente da fila: o Uruguai.
Antes que alguém diga: “mas o Uruguai tem como língua oficial o espanhol!” — interrompo para responder que não tem. O Uruguai não tem idioma oficial. E isso não acontece por acaso, mas pela razão histórica de que a República Oriental do Uruguai, como é seu nome constitucional, foi criada como uma espécie de Bélgica da América do Sul, ou seja, para servir de tampão entre o Brasil e a Argentina, sucessores do império português e do império espanhol. Por isso foi deixada propositadamente sem língua oficial, nem português nem espanhol, num esforço de neutralidade.
Muita gente já ouviu falar da uruguaia Colónia do Sacramento, que foi a mais meridional das cidades portuguesas e se situa mesmo em frente a Buenos Aires, na margem uruguaia do Rio da Prata.
Esta cidade foi intermitentemente portuguesa e espanhola durante século e meio, e serviu de moeda de troca nas negociações pela posse do território das Missões, no actual estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Mas há menos quem saiba que todo o Uruguai foi, no início do século XIX, parte do Reino Unido de Portugal, do Brasil e dos Algarves, com o nome de Província Cisplatina. Após 1822, o Uruguai passou a fazer parte do Império Brasileiro. Em 1825, o Uruguai tornou-se independente, não – como muita gente pensa – do império espanhol, mas sim do império brasileiro.
Este é um caso único na América de língua espanhola — mas o Uruguai é também, embora minoritariamente, de língua portuguesa. Há cidades de fronteira com o Brasil, onde o português é língua materna. O “portunhol riverense”, também chamado de “fronteiriço”, é um dialecto de base portuguesa reconhecido pelo estado uruguaio.
E a língua portuguesa é de ensino obrigatório nas escolas do país.
Para mais, o Uruguai é um país democrático e respeitador dos direitos humanos. A pena de morte foi abolida em 1907. E — esta é a melhor — já pediu e repetiu o pedido para ser observador na CPLP. Se tivéssemos sido um pouco mais activos ainda poderíamos ter tido José “Pepe” Mujica nas cimeiras da lusofonia.
É por isso que, cada vez que eu passar pelas bandeiras da CPLP e lá vir a da Guiné Equatorial hei de suspirar e pensar: mal por mal, preferia o Uruguai.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

POLÌTICA

Portugal, "país de corruptos, vigaristas, hipócritas, velhacos e ladrões"

“Os portugueses são roubados todos os dias e respondem com encolher dos ombros”, condena Joaquim Jorge.

© DR

Política Joaquim Jorge
Joaquim Jorge abordou mais uma vez a polémica em torno da recusa de António Domingues em entregar ao Tribunal Constitucional a sua declaração de património e rendimentos antes de assumir funções na Caixa Geral de Depósitos.
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“Nada tenho contra uma pessoa que tenha bens e seja rica, desde, que se saiba de onde vem o dinheiro e que paga os seus impostos”, escreveu num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto.
A propósito de uma notícia do jornal Público que dava conta que Carlos Santos Ferreira nunca declarou ao TC os rendimentos que auferia na CGD, o fundador do Clube dos Pensadores questiona porque não foi este caso parar à Justiça.
“Tenho vergonha de viver neste país faz de conta, em que se faz tudo e mais alguma coisa. Os portugueses são roubados todos os dias e respondem com encolher dos ombros”. “País de corruptos, safados, vigaristas, hipócritas, tratantes, trapaceiros, velhacos e ladrões. Detesto viver neste país que não se faz justiça perante esta gentalha”, acrescenta.
Já sobre António Domingues, Joaquim Jorge diz que terá de passar pelo mesmo escrutínio, já que “ num verdadeiro Estado de direito não pode e não deve haver exceções - a transparência é para todos”
“Se há um acordo entre António Domingues e o Governo de António Costa para isentarem dessa obrigação na Administração da CGD, a culpa é de quem convidou (Governo) e não de quem foi convidado (presidente CGD)”.
António Domingues, parecendo “pessoa honesta”, escreve Joaquim Jorge, “foi enganado com uma promessa que não pode ser cumprida”, pelo que só tem uma fuga possível: “demitir-se”.

domingo, 13 de novembro de 2016

Para relaxar um pouco - pensamentos....




> “Quando Galileu demonstrou que a Terra girava… já os bêbados sabiam disso há séculos!”
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> “As nuvens são como os chefes… quando desaparecem fica um dia lindo…”
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> “97% da população não acredita nos políticos, e os outros 3% são os políticos.”
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> “A hierarquia é como uma prateleira: quanto mais no alto, mais inútil.”
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> “Alguns homens gostam tanto das suas mulheres que, para não as gastarem, preferem usar as dos outros.”
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> “Por maior que seja o buraco em que te encontras, sorri, porque, por enquanto, ainda não há terra por cima.”
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> “Se te estás a sentir sozinho, abandonado, e a achar que ninguém te liga… Atrasa um pagamento.”
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> “Se não puderes ajudar, atrapalha, afinal o importante é participar.”
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> Errar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico.”
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> “Antes eu tinha amnésia, hoje não me lembro.”
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> “Não bebas enquanto conduzes! Porque podes entornar a cerveja.”
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> “Bebo porque sou egocêntrico… gosto quando o mundo gira à minha volta.”
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> “Vivemos tempos em que o fim do mundo não assusta tanto quanto o fim do mês.”
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> “Eu não sou contra nem a favor, muito pelo contrário!”
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> “O pára-quedas é o único meio de transporte que, quando avaria, você chega mais depressa.”
 

sábado, 12 de novembro de 2016

OLIGARQUIAS ESCUTAI O POVO!

A IDADE DIGITAL INICIA A ERA PÓS-FÁTICA – O SENTIMENTO É QUEM MAIS ORDENA
Coisas da Democracia: Trump ganha e Democratas queixam-se da Democracia
Por António Justo
O dia das eleições é aquele em que todos os cidadãos são iguais. No dia seguinte volta-se à divisão dos grupos de interesses do costume, na disputa do terreno público: os que ganharam e os que se sentem com direito a ganhar. Por vezes é custoso aceitar que em democracia quem ganha tem razão, embora nela a verdade seja sistémica, encontrando-se repartida e disseminada por diferentes grupos de interesse.
Uma sociedade de franco-atiradores abandonada a si mesma
O estado da nossa democracia é cada vez mais amedrontador numa sociedade provocada que provoca também; as pessoas cada vez se sentem mais desamparadas e sem fala não se sentindo em casa na própria terra. A desilusão é tanta que, como na América, as pessoas, sem alternativas válidas, já chegam a agir segundo o mote: “mal por mal Marquês de Pombal”. Nos EUA o povo elegeu Donald Trump, não por causa das suas expressões sexistas e xenófobas mas porque o sofrimento e a falta de esperança que sente é tal que os levou a elegê-lo apesar disso..
Não chega rejeitar o discurso do medo, do ódio, da intolerância e da cisão; é preciso iniciar-se uma cultura que não se fique pelo discutir das causas que deram razão a Trump mas que provoque a mudança de atitude e de agir da classe política dominante.
Elites arrogantes incapazes de notar os sinais dos tempos
Os comentadores do mundo já não entendem o que se passa; por isso preferem ficar-se pela coutada que os favorece. No discurso público é comum a arrogância dos que, na falta de argumentos, explicam os fenómenos declarando de estúpidos e populistas quem representa interesses que não os seus. Os eleitores de Trump são declarados bobos e parvos como se não soubessem o que fazem e o que querem nem tivessem direito a defender os seus interesses e a Democracia também não lhes pertencesse. Trump mobilizou os sentimentos dos que geralmente se calam porque não têm oportunidade perante os grupos de interesses da arena política; os Mídias usaram a mesma técnica de Trump ao apelarem aos sentimentos negativos das populações contra Trump em vez de analisarem o que estava por trás da sua posição em relação ao globalismo e à responsabilidade mundial a assumir pela Europa. Não souberam ver que Trump é o símbolo de uma nova época que se anuncia e como tal trará consequências positivas e negativas decisivas para a Europa e para um mundo mais complicado e difícil. Assistimos à sabotagem da opinião pública e, de repente, o povo espectador sente-se desenganado por uma realidade não propagada e como tal não esperada.
Chega-se a ter a impressão que os usuários do sistema político e económico europeu, habituados a viver reconfortados, sem grandes perturbações sob o mandato do pensar politicamente correcto da esquerda, se aproveitam de Trump para fomentar os seus preconceitos contra os americanos ou para indirectamente atacarem uma democracia não forjada à sua imagem e semelhança. O mesmo já se viu na discussão sobre o Brexit! Em vez de analisarem as causas do terremoto americano de que enfermam também, as elites europeias, optam por criticar e difamar o eleito e quem o elegeu e com a sua falta de discernimento serrotam o próprio galho em que se encontram. A própria presunção leva-os a difamar, como inimigos da democracia, outros grupos de interesse surgentes que se organizam, como eles, democraticamente. Preferem falar da maléfica atitude de demagogos do que da própria má vida e da corrupção que é o húmus da demagogia. Esquecem que quando apontam um dedo para os outros têm pelo menos três a apontar para si.
Na era digital o sentimento popular é quem mais ordena
O maculado Trump inicia a derrocada do sistema estabelecido e é um aviso à corrupção das elites dos países da União Europeia que nadam em ideologias e em dinheiro e cada vez deixam mais população a nadar no charco.
Trump é realmente um fenómeno, até qui inédito em democracias consideradas adultas, dado ele ser expressão da nova idade digital que inicia a era pós-fática. Nesta era, como podemos verificar nos resultados das eleições e na opinião pública europeia, o sentimento é quem mais ordena! O sinal de que há uma desfasamento e até contradição entre os interesses ideológicos e económicos estabelecidos e os do sentir do tempo popular, deduz-se também do facto das empresas das novas tecnologias terem apoiado a campanha de Clinton com 35 milhões de Dólares e a de Trump com 300 mil Dólares!... A mesma contradição parece haver numa política até aqui considerada racional afirmada contra as razões de uma política também sentimental.
A discussão pública parece querer ignorar que vivemos numa sociedade em luta e repartida entre os diferentes grupos de interesses, vivemos numa sociedade formada de grupos de interesse a viver uns dos outros e de uns contra os outros; até agora temos vivido em democracias de pensamento bem penteado mas bem divididas entre os que vivem ao sol e os que vivem na sombra: os lá de cima e os cá de baixo. No meio de tanta poeira no ar os beneficiados do sistema nem notam que a democracia já legitima as barbaridades (ordenados horrendos de banqueiros, futebolistas, benefícios vitalícios de políticos, etc., se comparados com os salários mínimos e depois vêm falar ao povo de moral, de justiça e de decência) que condena em regimes autocráticos e antidemocráticos. Desta vez o povo perdedor do sistema, ao ir às urnas, demonstrou que o que se sente também faz parte da realidade. Os sentimentos criaram um facto: Trump como presidente, um homem que pensa através do corpo e da nação e como tal não tão puro como o quereriam formatadores elitistas que só conhecem a realidade filtrada pelos interesses do seu pensamento, que não parece comportar o conhecimento da dinâmica de causas e efeitos; querem tudo menos reformar o próprio sistema; tocar nele significaria autenticidade e a própria renúncia a privilégios, que se tornaram em verdadeiros atentados à democracia e ao bem-comum (em nada inferiores aos das elites do passado e que têm a descaramento de criticar).
Actores sem remorsos produzidos por uma elite sem vergonha
Trump ergueu-se, da parte sombria, num horizonte dominado por raios e coriscos, e confessou querer defender os interesses dos USA, os interesses dos conservadores, os interesses individuais, os interesses de grupos a viver na precaridade. Usou de uma retórica agressiva e discriminadora mostrou, sobretudo a sua face narcisista imprevisível e deste modo dividiu emocionalmente uma nação politicamente já dividida. Trump não sentia remorsos de consciência ao revelar-se como discriminador de grupos porque se sabe num regime que discrimina mas se branqueia e legitima atrás da maioria. Como pessoa entendida em questões de poder afirmou querer defender os interesses da América e nesse sentido querer domar a globalização e analisar os acordos internacionais para ver em que medida servem a América. Conseguiu juntar a si o grupo dos perdedores de uma globalização que não respeita a pessoa, a cultura nem a nação. Tocou o nervo da maioria da população insatisfeita do mundo ocidental. Tem duas coisas que o não ajudarão: o seu caracter impetuoso e o partido republicano dividido em dois. (Se não se acautela ainda o matam antes de tomar posse como presidente. Tanto é o medo de ideologias e economias que se sentem ameaçadas com o pouco que disse de relevância política.
O descontentamento brada aos céus num firmamento nublado
Os mantedores do sistema dominante encontram-se desapontados. Parecem ignorar que na luta não se limpam armas e menos ainda na era digital e que depois da luta tudo vai ao duche e se apresenta asseado. Trump usou na sua retórica os princípio que parecem orientar grande parte da política estabelecida: os fins justificam os meios; na luta vale tudo, só depois vêm os argumentos! Desta vez a maioria silenciosa teve uma efusão de alegria perturbadora das minorias detentoras do sistema. No dicionário da classe estabelecida só parece haver lugar para a linguagem erudita, sem lugar para a linguagem sentimental do calão ou da linguagem considerada populista. Trump, soube verbalizar o descontentamento de muitos que com a globalização se sentem expropriados embora na América só haja cinco milhões de desempregados, o que não é nada em comparação com o desemprego na Europa.
Independentemente dos defeitos de Trump, ele tornou-se no contestador da corrupção do regime político que nos governa. Depois de uma campanha dolorosa fez-se sentir a voz da maioria silenciosa e daquela parte da população que também na Europa não se atreve a manifestar a opinião para não se expor e não ser tachada de populista ou para não ser prejudicada na carreira. A arrogância do pensamento das elites europeias parece não deixar espaço para poder compreender o aviso americano ao quererem reduzi-lo a uma questão de populismo, a uma onda de emoções que passam e se expressam num homem desvairado. Esta arrogância cega de representantes do sistema não deixa sentir os novos ventos que correm e, por isso, persistem em querer manter o espírito na sua garrafa, e também o monopólio da interpretação que não ouve o clamor interno nem o medo dos pequenos cidadãos; estão mais preocupados nos deslizes de Trump do que nos motivos dos suspensos do sistema que o elegeram. Corrijam-se os erros do sistema para pessoas como Trump se tornarem supérfluas. Em Trump, um homem que vem das elites, assistimos a uma verdadeira revolução contra o rígido Estabelecimento das elites e as ideologias que representam. O desespero ganhou largas: todos falam dele mas dizem que não o conhecem. Depois das elicoes Trump já disse: “Agiremos de forma justa com todos”; a justiça depende porém da mão dos mais fortes.
Porque é que a Europa tem medo de Donald Trump
A europa encontra-se preocupada com a Eleição de Trump porque este não é fruto dos quadros da política; porque terá fraquezas de caracter usando palavras sexistas, xenófobas e reage à crítica com agressividade; porque quer travar o globalismo no sentido do nacionalismo, quer permitir métodos de tortura contra terroristas e querer expulsar 11 milhões de imigrantes ilegais, e não reconhecer os problemas das mudanças do clima. O anunciado proteccionismo da economia americana é uma questionação radical ao globalismo. A sua intenção de rever no sentido dos EUA os acordos de livre comércio implica para já um não às negociações TTIP. Não quer continuar a exportar democracia. Não quer pagar os soldados americanos que defendem a Europa. Quer apoiar o presidente Sírio como o legítimo detentor do poder; é contra o aborto. A China confia na nova administração apesar de Trump ter dito que quer uma política comercial menos liberal. O melhorar as relações com Putin embaraça a política da EU que tinha adoptado alguns caminhos impróprios. Com Trump a Nato será reestruturada e a EU obrigada a organizar e assumir a defesa dos próprios interesses estratégicos o que implicará para a EU o assumir de relações amistáveis com a Rússia e responsabilizar-se pela organização caríssima do aparelho militar. A maior regulamentação e intervenção nacional no processo da globalização terá consequências muito graves para a economia alemã. Numa altura em que a EU se preocupa por unir e responsabilizar mais os seus membros, o facto de Trump e com ele a América querer mais patriotismo e menos globalismo obriga a um novo baralhar das cartas da política. Com a nova América Putin ganhou e a esquerda perdeu.
Quando a américa espirra a Europa vai para a cama
Tudo isto não será tão mau como parece. Os USA têm sistemas constitucionais que se controlam mutuamente e o Congresso tem muitos representantes republicanos que não seguem a linha de Trump (partido dividido em duas facções) e o aparelho do governo tem milhares de cargos e estes têm muito a dizer. A Europa já ridicularizou Ronald Reagan, por ser um actor e ele conseguiu um acordo de desarmamento com a União Soviética, exultou Obama como um messias e na sua administração houve mais guerras no mundo do que noutras anteriores. Trump provoca uma mudança no ideário internacional mas terá de seguir a perícia e a inteligência da administração.
Ângela Merkel já puxou as orelhas a Trump dizendo que quer colaborar com quem respeite os tradicionais valores ocidentais. A europa quer ver na Nato uma comunidade de valores mas isso não é tao lineal como parece porque, em política e economia, na base dos valores estão os interesses. Na Europa há muitos Estados que têm uma relação estreita com os USA e isso implicará um contrapeso a Bruxelas: Trump está para o mundo como o Reino Unido para a EU. A Europa terá de organizar uma estratégica própria em colaboração com a Rússia e não na confrontação se não se quiser esgotar economicamente na militarização da sociedade, além do mais tem de reconhecer os erros que obrigaram o Reino Unido ao Brexit.
Moral da história: a classe política europeia deveria reconhecer a base dos seus valores na sua cultura e não ir vivendo do improviso de valores abstractos fabricados ao sabor de ideologias ou dos tempos. Quem quer a globalização deve ter os pés na terra e reconhecer os interesses da própria cultura, aquela que lhe dará sustentabilidade. O progresso e a inovação são muito necessários mas não poderá ir além do comprimento das pernas que temos.
O povo é que paga as favas: paga-as quando alimenta as classes privilegiadas demasiado gordas e paga-as quando estas se queixam de que ele é estúpido. A democracia não se adequa a ter donos, sejam eles partidos ou autocratas. Com a tecnologia digital iniciou-se a era pós-fática em que o sentimento é quem mais ordena!
Resta-nos ficar com a atitude de esperança do Vaticano em relação a Trump: a promessa de rezar por ele e a jaculatória “Que Deus o ilumine”!
António da Cunha Duarte Justo
Reflexão incómoda in Pegadas do Tempo http://antonio-justo.eu/?p=3932