quarta-feira, 31 de agosto de 2016

CARICATURA


QUE MISÉRIA MEUS AMIGOS!

O cartel do fogo

Está a ser notícia na imprensa espanhola o processo judicial contra o “cartel do fogo”, que opera no negócio dos meios aéreos para a extinção de fogos florestais. Centrado na empresa espanhola Avialsa, supostamente manipularia o mercado e subornaria decisores. As suas operações em Portugal, Itália e França aparecem também citadas.
Seria curioso (ou mesmo imperioso) analisar o histórico do negócio do combate aos incêndios florestais no nosso país. Porque se escolheram os helicópteros russos Kamov? Porque ficaram alguns avariados durante anos obrigando a contratações adicionais de milhões de euros, por vezes em ajuste direto? Porquê as cedências de posições contratuais entre supostos concorrentes?
Para lá do problema comum a todas as contratações que saqueiam e delapidam o erário público, aqui há ainda um outro prejuízo brutal e assustador, o causado pelo fogo. Não estou a afirmar, nem sequer a insinuar nada, mas se há negócios que devem ser escrutinados com todas as lupas, este é seguramente um deles.
Carlos J F Sampaio, Esposende

Uma classe sem classe

As férias dos políticos já acabaram. As de Marcelo foram as mais extravagantes. Não pelo luxo das mesmas, mas por ter ido para o Algarve a conduzir o seu próprio carro e parado numa área de serviço para o abastecer, tendo ele próprio feito o abastecimento. As pessoas que o viram ficaram surpreendidas. Quando li a notícia, confesso que também fiquei, embora pouco ou nada me surpreenda neste PR. Chamam a isto ser populista, mas acho que é mais grave. É falta de senso. Nem na república das bananas se veria uma cena como esta - o mais alto magistrado da Nação a meter gasolina ou gasóleo no seu carro, num espaço público, perante o olhar incrédulo dos seus concidadãos. Marcelo, quando diz que o povo é melhor que os políticos, devia começar por se ver ao espelho. Mas tem razão. A nossa actual classe politica, com ele logo à cabeça, e salvo honrosas excepções, é uma classe política sem classe.
Simões Ilharco, Lisboa

terça-feira, 30 de agosto de 2016

ALGO DE NOVO VEM AÍ?

Algo de novo…


Quando há cerca de quatro anos recebi um texto sobre a revolução em curso, mas de que muita gente não dava conta nem, certamente dará, fiquei um pouco surpreso com a novidade.
Agora que essa tal revolução se tornou mais clara fico de facto convencido de que muita coisa irá mudar na vida de toda a gente.
A informática dá passos de gigante de tal forma que os aparelhos que hoje estão no topo de gama, amanhã estarão ultrapassados.
Os carros cada dia nos brindam com novas aplicações numa disputa a alta velocidade.
Os costumes sofrem alterações impensáveis e aquilo que andou escondido durante séculos tornar-se-á banal ou até já está por aí.
A sociedade vai sofrer um grande abanão como talvez nunca tenha sofrido.
De facto Algo de Novo está acontecendo e muitos de nós nem nos apercebemos.
Penso que estamos perante uma nova revolução industrial/mental/social, enfim um frontal corte com o passado, todavia o que me preocupa é que nem tudo será no bom caminho.
Marvila, 19 de Agosto de 2016
António Borges da Cunha



sábado, 27 de agosto de 2016

QUANTO MAIS LEIS MAIOR A CORRUPÇÃO

Corruptissima republica plurimae leges


Portugal é dos países que mais leis tem e até se diz que algumas não servem para nada e até chegam a atrapalhar.
Convenço-me que foram feitas só para mostrarem trabalho, por isso não devemos chorar o dinheiro que se gasta m salários e benesses na Assembleia.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

OS POLÍTICOS QUE TEMOS

https://youtu.be/1tDBdNYujrc

A MINHA CANDIDATURA À CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS

  

A minha candidatura à administração da Caixa

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Tendo os bancos chegado ao que chegaram tendo à frente tão grandes sumidades é certamente este o momento de arriscar em ignorantes. Como eu. Concordaremos que não podemos fazer pior, pois não?
Caro Sr. Mario Draghi,
venho pela presente apresentar a minha candidatura à administração da Caixa Geral de Depósitos. Porquê? – perguntará Vossa Excelência que certamente ignora a minha existência mas doravante e para o futuro certamente me olhará com outros olhos pois estou certa que uma vez lida esta missiva não deixará de concluir que sou a melhor das candidatas a tal função. (E também dos candidatos e d@s candidat@s mas esse é um assunto que fica para depois).
Já sei que mal a cartinha lhe caia na mesa logo lhe dirão e mandarão dizer que eu não sei nada de bancos nem de gestão bancária. Como Vossa Excelência deve estar farto de saber, a inveja, mais que um defeito, é em Portugal uma questão de ADN – está-nos na massa do sangue – mas no caso concreto estão os meus compatriotas cheios de razão: na verdade, eu não sei nada sobre bancos e muito menos sobre gestão bancária e tenho até muito orgulho nisso. Aliás é por isso mesmo, por não saber nada, nadinha mesmo de gestão bancária, que me acho mais que habilitada, habilitadíssima, para o cargo de administradora da Caixa Geral de Depósitos. Pois terá Vossa Excelência, e os mais que lerem esta carta, de convir que tendo os bancos chegado ao que chegaram tendo à frente tão grandes sumidades na sua gestão é certamente este o momento de arriscar em ignorantes. Como eu. Concordaremos que não podemos fazer pior, pois não?
Por outro lado, não sabendo eu nada de bancos (coisa que creio ter demonstrado à saciedade ser no actual estado dos bancos uma vantagem acrescentadíssima), sei muito sobre contas bancárias. Sobre as minhas, por exemplo. E garanto-lhe que se os bancos tivessem gerido o dinheiro que lhes foi confiado com a parcimónia e a cautela com que eu e milhões de outros europeus, ignorantíssimos como eu sobre os altos saberes que têm regido os nossos os bancos, certamente que não andávamos a pagar os calotes que pagamos e temos para pagar. Dir-nos-ão que não vamos além das contas de merceeiro, que não percebemos a dinâmica dos fluxos de capitais aplicados aos planos de negócio com vista ao desenvolvimento de um core business e aplicações em swaps e derivados com activação dos CDS, (não é o CDS gémeo do MPLA mas os dos credit-default swaps) sem esquecer os unit-linked. (Está a ver Vossa Excelência que já domino a linguagem do meio?) Mas é para isso que está aí o INSEAD. Se achar conveniente posso ir frequentar as tais aulas do INSEAD que o BCE recomendou aos meus colegas candidatos com um despropósito que me leva a pensar que os senhores aí no BCE ainda não estão a par da evolução das novas teorias do ensino-aprendizagem defendidas pelo nosso ministro da Educação.
Eu que aguentei diariamente na infância com uma cópia, a conjugação pronominal de um verbo irregular e dezenas de problemas da Colecção Infante sobre torneiras que enchiam e despejavam tanques e depósitos de vinho (não queira saber os exemplos que nos davam na escola!) não vou agora desistir por causa de umas aulas de Gestão Bancária Estratégica, Gestão de Risco na Banca sem esquecer o Risco Financeiro e Regulação. O que para mais deve dar direito a conseguir passear-me com demora pelos corredores de Fontainebleau.
Dirá Vossa Excelência que entre o local das aulas e o castelo que lhe deu o nome medeiam vários quilómetros: logo eu não poderei estar no campus de Fontainebleau na aula de Gestão de Risco na Banca e a admirar o boudoir turco de Maria Antonieta no castelo do mesmo nome. Ou a iniciar-me nos meandros da Gestão Bancária Estratégica enquanto me perco nos jogos de espelhos que permitiam à rainha ver sem ser vista. Tudo isso é verdade mas, vamos lá, meu caro Mario Draghi, a avaliar pelo estado actual dos bancos ou os outros alunos ainda faltaram mais do que eu me proponho faltar ou, faltando tanto ou mais do que eu faltarei, aproveitaram a gazeta para visitar locais bem menos propícios à reflexão sobre a transitoriedade da vida e a volatilidade da riqueza do que os aposentos daquela desgraçada mulher.
Enfim, se fizer muita questão e me pagar as régias propinas, lá irei para França. Mas isto, acredite, resolvia-se muito mais em conta com uns TPC: os senhores mandavam-me os exercícios e eu respondia. Claro que esta minha proposta, muito comezinha, sem visão nem rasgo, se deve ao facto de eu ainda não ter frequentado as tais aulas de gestão estratégica, saber que pelo que me é dado perceber resulta quase sempre num tremendo prejuízo para os bancos e num enorme benefício para os gestores dos mesmos. Mas isto há-de passar-me mal me comece a passear por Fontainebleau, castelo incluído.
Neste momento não duvido que me considere já a administradora ideal. Mas ainda lhe vou dar outras razões. Saiba Vossa Excelência – ou será que já nos podemos tratar por colegas? – que eu conheço muito bem a Caixa pois faço parte de uma geração que se estreou no mercado de trabalho como “professora de mini-concurso”. Coisa que entre vicissitudes várias se traduzia por ser colocada de meia dúzia de meses em meia dúzia de meses numa localidade situada a vários quilómetros quer do local onde residíamos quer do local onde nos tinham colocado anteriormente. Isto obrigava a várias coisas que um dia quando estivermos nos nossos almoços lhe contarei à laia de anedota e quem sabe até acabarei a leccionar no INSEAD uma cadeira sobre Gestão da Vida em Absoluta Mobilidade, com Filhos Pequenos, Sem Ajudas de Custo, Para ter Emprego Durante Alguns Meses em Horários Retalhados pelos Colegas do Quadro com a Conivência dos Colegas Sindicalistas.
Outra particularidade desta por assim dizer carreira era que mal se chegava à terra da nova colocação havia que descobrir um sítio para dormir e abrir uma conta na CGD local. Acumulei cadernetas e cadernetas de vilas pitorescas e pequenas cidades. A minha relação com a caderneta da CGD, documento que presumo desconhecerem muitos dos escolhidos para administrar aquele banco, reforça-me como candidata a administradora e autoriza-me até a que especifique que, diga o INSEAD o que disser, deve haver na administração um lugar para o administrador das cadernetas. E eu sou a pessoa ideal. Idealíssima.
Mas continuemos nos detalhes do meu perfil que me tornam a candidata ideal ao cargo de administradora da caixa. Como sabe ou fica agora a saber sou mulher. E mandam as lei modernas que as mulheres estejam nas administrações das empresas, na liderança das instituições, a presidência dos EUA… (Excepções feitas ao Estado do Vaticano enquanto por lá andar o Papa Francisco e à ONU porque Guterres que é a versão nacional do Papa Francisco está candidato).
Pois voltemos então ao meu sexo. Eu sei que devia escrever género. Mas perdoa-me Mário – o assunto facilita a que nos iniciemos no tu cá tu lá – até me disponho às segundas declarar-me gay, as terças transgender, às quartas mulher heterossexual, às quintas intersexo, às sextas homem e ao fim-de-semana descanso porque com Brexit ou não a semana que vale é a inglesa. A muito estou disposta para ter o perfil certo mas realmente deixar de ter sexo para passar a fazer género não me calha. Compreendes, não?
Assim postas as coisas, que outro candidato arranjam vocês aí no BCE que some um tal repositório de qualidades?
Assim na expectativa da Vossa rápida resposta que não vejo como poderá ser outra que não “Vem Helena que a matrícula no INSEAD já está feita e paga” me despeço.
Atentamente,
Helena Matos
PS. Para o caso de o meu curriculum Vos impressionar ao ponto de a banca privada me disputar esclareço antecipadamente que só aceito ser administradora de bancos públicos. É que ser administrador de um banco público é um sossego, em Portugal. Não há cá perguntas impertinentes das maninhas Mortágua, nem indignações do camarada Tiago, nem verborreias prolixas do dr. Galamba.
E eu, quando for à AR dar conta do meu trabalho, quero ter a certeza de que estas reconhecidas sumidades não me perguntam mais nada além de “Pode a excelentíssima senhora administradora dar-nos conta do seu labor em prol da riqueza da nossa banca pública?”

ÁGUA

https://www.youtube.com/watch?v=rcbl_S14t8k

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

EXPRESSO DIÁRIO

Rui Tentúgal
POR Rui Tentúgal
Jornalista


 
Sobre pódios, direitos humanos, direitos divinos e Justiça Social
O Expresso Diário de hoje está repleto de histórias de pódios e de casos de direitos humanos. Às vezes até se cruzam.
Um gesto político feito num momento chave dos Jogos Olímpicos (ao cortar a meta ou ao subir ao pódio) tem sempre impacto global. O mais famoso de todos ocorreu em 1968, quando os americanos Tommie Smith e John Carlos, no pódio, calçaram luvas pretas e ergueram os punhos em solidariedade com o Black Freedom Movement, um grupo de defesa dos direitos civis nos EUA. Quarenta e oito anos depois, o mundo discute o gesto do etíope Feyisa Lelisa, que levantou os braços cruzados em X ao cortar a meta em segundo lugar na maratona masculina no Rio de Janeiro, no domingo. Na conferência de imprensa que se seguiu, o atleta explicou que o gesto invoca as centenas de pessoas da etnia Oromo, a sua tribo, que têm sido presas e assassinadas na Etiópia. Mariana Lima Cunha explica os contornos desta história e o iminente perigo de vida que corre o atleta e a sua família por causa deste protesto.
Passemos para o pódio da música. Lia Pereira faz o balanço de mais uma edição do Festival de Paredes de Coura. The Tallest Man on Earth emociou-se e saiu de palco de mão no peito e com aquele público no coração, mas, “na hora de distribuir medalhas, difícil será arredar LCD Soundsystem, King Gizzard and the Lizard Wizard e Thee Oh Sees do pódio”.
No campeonato do abuso dos direitos dos trabalhadores, Joana Madeira Pereira conta que há patrões a exigir a jovens “que usufruem dos contratos de estágio profissional promovido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) que lhes devolvam a comparticipação obrigatória da remuneração que, por lei, cabe à empresa – e que varia entre os 20% e os 35% do salário”. Um estagiário que ganhe 691 euros ilíquidos tem de devolver 400 euros.
Cristina Peres escreve sobre a selva de Calais, “esse país estranho entre dois outros que não querem reconhecer-lhe a existência” e cujo número de habitantes chegará em setembro aos 10 mil. “O campo está cada vez mais inseguro porque chegam muitas pessoas todos os dias. Tentam apalpar-nos, acenam com preservativos e perguntam-nos quanto queremos receber para fazermos sexo com eles”, conta uma voluntária. 95% do campo é seguro e do resto ninguém fala.
Não é um pódio, mas tem degraus que levam ao topo das finanças nacionais. O Governo está a estudar a criação de um Conselho Consultivo na Caixa Geral de Depósitos que tenha como membros personalidades do mundo das empresas que deem apoio à administração, contam Isabel Vicente e Pedro Santos Guerreiro. É o plano B ao chumbo do Banco Central Europeu a gestores que haviam sido convidados para serem administradores não executivos da Caixa e que não foram aceites.
A gestora terrena dos assuntos da Santíssima Trindade, que não a do Ouro, Prata e Bronze, queixa-se de cobranças nada piedosas de IMI. “O Ministério das Finanças garante ao Expresso que o Estado não está a violar a Concordata com as notificações a cobrar o Imposto Municipal sobre Imóveis que aumentaram nas últimas semanas e que incidem, em alguns casos, sobre património da Igreja, que nunca pagou até hoje este imposto”, explica Helena Pereira.
Vicente Moura, ex-presidente do Comité Olímpico Português, atribui o desaire nacional nos Jogos do Rio à falta de uma política desportiva de base no país, temendo que em Tóquio, daqui a quatro anos, seja “mais do mesmo ou pior”. E critica os atletas que não assumem culpas na derrota e são pouco gratos na vitória. “Em competições como os Jogos Olímpicos não há milagres”, afirmou à Isabel Paulo.
Em consonância com tudo o que para trás se expôs, na Opinião, Nicolau Santos escreve sobre a Caixa, Daniel Oliveira escreve sobre a Caixa e Henrique Monteiro analisa a eficácias das medidas do Governo para melhorar a Justiça Social.


A CARTA DE BRUGES

Opinião

Os 4 avisos de D. Pedro: 600 anos de atualidade


Volvidos 600 anos, após a Carta de Bruges, perduram as lacunas, os defeitos, os vícios que inviabilizam perspetivas para impedir os desgastes da rotina e estagnação.
        
A vocação da política do Atlântico e da política da Europa voltam a estar na ordem do dia e constituem tema de debates nacionais e internacionais. A descolonização (inevitável mas tardia) e a entrada (necessária e urgente) na União Europeia recolocaram, uma controvérsia que tem percorrido os séculos, que dividiu e continua a dividir henriquistas e pedristas.
Todas as homenagens foram prestadas ao infante D. Henrique mas está por fazer a reparação devida à memória de D. Pedro, traído e assassinado, às portas de Lisboa, o cadáver, entregue à voracidade dos cães e dos milhafres, a apodrecer dias e dias seguidos, nos campos de Alfarrobeira. Só muito depois teve sepultura, ao lado dos pais e dos irmãos, na Capela do Fundador, no mosteiro da Batalha.
Ínclita geração de altos infantes assim celebraram Os Lusíadas, os filhos legítimos masculinos de D João Iº e de Filipa de Lencastre. Além deste verso emblemático, Camões tem outras referências ao Infante D. Henrique e ao Infante D. Pedro, ambos classificados de «generosos», na aceção peculiar atribuída a esta palavra, entendida como genuína estirpe e elevada linhagem. Mas Fernando Pessoa, na Mensagem, já definiu particularidades que singularizaram cada um dos infantes. D. Henrique, surge n'A Cabeça do Grifo «entre o brilho das esferas/ tem aos pés o mar novo e as mortas eras,/ o globo mundo em sua mão». D. Pedro, o infante das «sete partidas», destaca-se «fiel à palavra dada e à ideia tida,/ claro no pensar e claro no sentir/e claro no querer/indiferente ao que há em conseguir/que seja só obter».
Pessoa apresentou nestes termos os protagonistas da política do Atlântico e da política da Europa. D. Fernando, na caracterização de Pessoa, ficou «sagrado em honra e em desgraça».
Nada mais exato. Assim o descubro nas tábuas do políptico de São Vicente de Fora. E qual o retrato de D. Duarte? Pessoa é muito explícito. É o rei que se debate com as angústias interiores, as lutas familiares e as discórdias conjunturais: «A regra de ser rei/ almou meu ser/em dia e letra /escrupuloso e fundo./Firme em minha tristeza/ tal vivi./Cumprir contra o destino/ meu dever/ inutilmente?/ Não, porque o cumpri».
Robert Ricard, no estudo L’Infant D. Pedro de Portugal et “O Livro da Virtuosa Bemfeitoria”, resumiu tópicos essenciais da Carta de Bruges enviada, em 1426,pelo Infante D. Pedro ao seu irmão D. Duarte, antes de ocupar o trono. A Carta de Bruges assenta nos conhecimentos recolhidos, vividos e comprovados por D. Pedro ao percorrer, demoradamente, a Europa, nos contatos em várias cortes, a estabelecer relações diplomáticas e politicas para a consolidação da independência de Portugal após a crise de 1383-1385 e a expedição a Ceuta, em 1416.
A viagem foi, ainda, decisiva para a ação que o infante D Henrique viria a desempenhar. Sem os livros e os mapas, trazidos pelo infante D. Pedro, a aproximação com os cartógrafos judeus e outras informações náuticas e científicas, o infante D. Henrique nunca teria iniciado e prosseguido os descobrimentos marítimos, a expansão de Portugal no mundo. Enquanto D. Pedro, em complementaridade com a política do Atlântica, lançou as bases da política da Europa, cruzamento de afinidades geográficas e de vínculos históricos para formar, acima das pátrias, a união de todas as pátrias, uma consciência universal para o salto qualitativo, na aproximação com as realidades. Encerrado o ciclo do império colonial, representou a solução estratégica para a modernização e desenvolvimento do País, a identificação com os valores da cultura europeia e da civilização ocidental, a busca de um modelo politico, económico e social, para superar fatalidades periféricas, egoísmos nacionais e opções paralisantes.
Por outro lado, a Carta de Bruges, um dos textos doutrinários do pensamento politico, enumera diretrizes para a correta administração pública e dos serviços públicos. O infante D Pedro recomendava a D Duarte, quando tivesse de assumir funções: «O governo do Estado deve basear-se nas quatro virtudes cardeais e, sob esse ponto de vista, a situação de Portugal não é satisfatória. A força começa por indicar — reside em parte na população; é pois preciso evitar o despovoamento, diminuindo os tributos que pesam sobre o povo».
Pondera, noutro passo: «Impõem-se medidas que travem a diminuição do número de cavalos e de armas. É preciso assegurar um salário fixo e decente aos coudéis, a fim de se evitarem os abusos que eles cometem para assegurar a sua subsistência». Exemplifica: «É necessário igualmente diminuir o número de dias de trabalho gratuito que o povo tem de assegurar, e agir de tal forma que o reino se abasteça suficientemente de víveres e de armas». Para verificar incumprimentos de objetivos sugeria: «uma viagem de inspeção, atenta a estes aspetos, deveria na realidade fazer-se de dois em dois anos».
A justiça era outra das causas que mobilizavam D Pedro. Tinha a convicção (e provas inequívocas) que a Justiça «só parece reinar em Portugal no coração do Rei [D. João I] e de D. Duarte; e dá ideia que de lá não sai, porque se assim não fosse aqueles que têm por encargo administrá-la comportar-se-iam mais honestamente. A justiça deve dar a cada qual aquilo que lhe é devido, e dar-lho sem delonga. É principalmente deste último ponto de vista que as coisas deixa a desejar: o grande mal está na lentidão da justiça».
Outra questão que preocupava D. Pedro mereceu este oportuno conselho: «um dos erros que lesam a prudência é o número exagerado das pessoas que fazem parte da casa do Rei e da dos príncipes. De onde decorrem as despesas exageradas que recaem sobre o povo, sob a forma de impostos e de requisições de animais. Acresce que toda a gente ambiciona viver na Corte, sem outra forma de ofício».
Quase 600 anos depois, deparamos os mesmos condicionalismos estruturais. Todos sabemos que os cavalos são outros. São outros os coudéis. E também são outras as bestas. Mudaram, apenas, algumas denominações, transportes e indumentárias. Se a situação de Portugal não era satisfatória confrontámo-nos com uma situação abaixo dos limites aceitáveis. Os últimos governos encerram empresas e fábricas, revogaram contratos, despediram milhares e milhares de trabalhadores. Houve a emigração de desenhas de milhares de jovens qualificados. Foram anuladas conquistas fundamentais na saúde, na educação, na segurança social e na cultura. Agravaram impostos. Atingiram rendimentos e bens reais ou potenciais. Acentuaram o espírito punitivo, com raízes na Inquisição e na PIDE. A banca encontra-se desmantelada. Responsáveis impunes, em liberdade, a coberto de atestados médicos, pagos a peso de ouro.
Portugal está subjugado ao Fundo Monetário Internacional, à Comissão Europeia, ao Banco Central Europeu a multinacionais de telecomunicações e de comunicação. Vivemos sob a ameaça da divida e o terror do défice, que têm de ser reestruturados, a fim de promover crescimento e gerar emprego. A multiplicação de homicídios, abusos sexuais, violência doméstica, roubos, falsificação de documentos, fraudes fiscais, subornos, corrupção e outros crimes económicos e financeiros, requer a operacionalidade da Justiça, a dignificação da magistratura, a eficácia e funcionamento de todos os Tribunais. E em todas as instâncias. Mesmo do Tribunal de Contas e do Tribunal Constitucional. O grande mal da lentidão da justiça, prolonga-se inaceitavelmente. Ultrapassa a morte de centenas de injustiçados. Favorece as prescrições de processos escandalosos.
Mantem-se o «número exagerado de pessoas» ao «serviço do rei e dos príncipes». Sempre os mesmos e que se revezam e aumentam em cada governo, em cada autarquia, em cada legislatura. Chamam-se assessores, técnicos especialistas, facilitadores, intermediários, a trupe dos aparelhos partidários, gente ociosa e incapaz de «outra forma de ofício». Instalados em escritórios de advogados e gabinetes de consultores, para justificar negócios, planear manipulações, exercer tráfico de influências constituem a praga do favoritismo descarado e o vírus da intriga permanente.
Volvidos 600 anos, após a Carta de Bruges, perduram as lacunas, os defeitos, os vícios que inviabilizam perspetivas para impedir os desgastes da rotina e estagnação. A análise e a hierarquização feitas por Robert Ricard não tiveram em vista abranger os governos dos últimos vinte, trinta ou quarenta anos. Datam de 1953. Daí ganharem mais amplitude e significado as advertências de D. Pedro ao rei D. Duarte e a todos quantos lhe sucederam em monarquia ou aos chefes de estado em regime republicano.
Revejo D. Pedro, nestes momentos de crise e incerteza, no poema que lhe consagrou Sophia: nunca choraremos bastante nem com pranto/assaz amargo e forte/aquele que fundou glória e grandeza/e recebeu em paga insulto e morte. Este foi e é o meu D Pedro que regulamentou o povoamento da ilha de S. Miguel, que sempre o desconheceu e levantou outras estátuas. Reencontro-o, mais uma vez, tão vivo quanto o seu legado permanece por cumprir. Modelo de cidadania ativa, de aposta continua no futuro e luta aberta contra as mãos sujas da corrupção.
Jornalista, investigador e membro da classe de Letras da Academia das Ciências

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

MOITA FLORES



 


Enquanto somos distraídos com conversas da treta, todas elas dissimulando e escondendo a realidade, iludindo a verdade e ocupando a paródia politiqueira, tal como esta história de como saímos do esforço comum que fizemos com a troika, se à irlandesa, se à portuguesa, se à grega, outro mundo está aí, bizarro, impune, que dá cada vez mais razão ao autor do livro ‘A Suíça lava mais branco’.

Jean Ziegler, uma das referências mundiais do estudo das estruturas do Estado, admite que a curto prazo a principal organização criminosa de um país, sem referências éticas e judiciais bem firmes, é o próprio Estado. O Estado-Máfia que é, em si próprio, o promotor do crime organizado em grande escala. Não se passa uma semana em que as notícias não confirmem esta caminhada apressada para a evidência absoluta deste Estado-Bandido, cada vez mais dilacerado.

 


Ainda ontem, era noticiado que milhões de euros de fundos comunitários destinados às PME tinham escapado para contas bancárias nas Caraíbas. No arranque da semana, as notícias davam conta de que mais um grupo de funcionários do sistema de Saúde, logo funcionários do Estado, conseguira desviar milhões de euros. Na semana anterior, já fora notícia a absolvição de todos os intervenientes no chamado processo dos submarinos.

Os corruptores presos na Alemanha, os corrompidos, gente inocente aqui, na nossa terra. Na mesma semana, ficámos a saber que o Estado assumiu mais dezenas de milhões de euros desse buraco sem fundo que é o BPN. Das célebres PPP já nem vale a pena falar, embora a sangria de dinheiro do Estado não pare.

Isto é a ponta do icebergue. Se saímos à irlandesa da terrível relação com a troika ou com programa cautelar é coisa irrelevante se esta hemorragia não parar. Se os negócios do Estado continuarem a ser movimentados nos interesses de alguns e bem se sabe até onde o negócio pode levar. Veja-se esta entrada nos PALOP de uma das mais terríveis ditaduras do mundo apenas com a finalidade de salvar um banco. É cada vez mais evidente que não há negócio anunciado que não tenha comprador acertado. É cada vez mais evidente que não fomos nós que vivemos acima das nossas possibilidades durante muitos anos. Cada vez é mais claro que o Estado permitiu que um punhado de gente poderosa roubasse acima das nossas possibilidades, durante muitos anos.

Moita Flores
 

O HUGO E O RICARDO

http://oourico.blogs.sapo.pt/o-hugo-e-o-ricardo-643504

A BROA DOS VELHOS

 Por Alberto Pinto Nogueira
A República vive da mendicidade. É crónico. Alexandre de Gusmão, filósofo, diplomata e conselheiro de D. João V, acentuava que, depois de D. Manuel, o país era sustentado por estrangeiros.
Era o Séc. XVIII. A monarquia reinava com sumptuosidades, luxos e luxúrias. Tal como os políticos.

A rondar o Séc. XX, Antero de Quental, poeta e filósofo, acordava em que Portugal se desmoronava desde o Séc. XVII. Era pedinte do exterior.

A Corte, sempre a sacar os cofres públicos, ia metendo vales para nutrir nobrezas, caçadas, festanças e por aí fora….Tal como os políticos.


Uma vez mais, entrou em bancarrota. Declarou falência em 1892.

A I República herdou uma terra falida. Incumbiu-se de se autodestruir. Com lutas fratricidas e partidárias. Em muito poucos anos, desbaratou os grandes princípios democráticos e republicanos que a inspiraram.

O período posterior, de autoritarismo, traduziu uma razia deletéria sobre a Nação. Geriu a coisa pública por e a favor de elites com um só pensamento: o Estado sou eu. Retrocedia-se ao poder absoluto. A pobreza e miséria dissimulavam-se no Fado, Futebol e Fátima.

As liberdades públicas foram extintas. O Pensamento foi abolido. Triturado.

O Povo sofria a repressão e a guerra. O governo durou 40 anos! Com votos de vivos e de mortos.

A II República recuperou os princípios fundamentais de 1910, massacrados em 1928.

Superou muitos percalços, abusos e algumas atrocidades.

Acreditou-se em 1974, com o reforço constitucional de 1976, que se faria Justiça ao Povo.

Ingenuidade, logro e engano.

Os partidos políticos logo capturaram o Estado, as autarquias, as empresas públicas.

Nada aprenderam com a História. Ignoram-na. Desprezam-na.

Penhoraram a Nação. Com desvarios e desmandos. Obras faraónicas, estádios de futebol, auto-estradas pleonásticas, institutos públicos sobrepostos e inúteis, fundações público-privadas para gáudio de senadores, cartões de crédito de plafond ilimitado, etc. Delírio, esquizofrenia esbanjadora.

O país faliu de novo em 1983. Reincidiu em 2011.        

O governo arrasa tudo. Governa para a 
troika e obscuros mercados. Sustenta bancos. Outros negócios escuros. São o seu catecismo ideológico e político.

Ao seu Povo reservou a austeridade. Só impostos e rombos nas reformas.

As palavras "Povo” e “Cidadão” foram exterminadas do seu léxico.

Há direitos e contratos com bancos, 
swaps, parcerias. Sacrossantos.

Outros, (com trabalhadores e velhos) mais que estabelecidos há dezenas de anos, cobertos pela Constituição e pela Lei, se lhe não servem propósitos, o governo inconstitucionaliza aquela e ilegaliza esta. Leis vigentes são as que, a cada momento, acaricia. Hoje umas, amanhã outras sobre a mesma matéria. Revoga as primeiras, cozinha as segundas a seu agrado e bel- prazer.

É um fora de lei.

Renegava a Constituição da República que jurou cumprir. Em 2011, encomendou a um ex-banqueiro a sua revisão. Hoje, absolve-a mas condena os juízes que, sem senso, a não interpretam a seu jeito!!!

Os empregados da 
troika mandam serrar as reformas e pensões. O servo cumpre.

Mete a faca na broa dos velhos.

Hoje 10, amanhã 15, depois 20%.

Até à côdea. Velhos são velhos. Desossem-se. Já estão descarnados. Em 2014, de corte em corte (ou de facada em facada?), organizará e subsidiará, com o Orçamento do Estado, o seu funeral colectivo.

De que serviu aos velhos o governo? E seu memorando?
 
Alberto Pinto Nogueira é Procurador-Geral – Adjunto  


domingo, 14 de agosto de 2016

IMPERDÍVEL

Assunto:  ABSOLUTAMENTE IMPERDÍVEL! - RECEBERAM???





 


                          Este Papa Francisco é uma bênção para a Humanidade. 

papa-francisco1



SER FELIZ É...

(Uma belíssima mensagem para todos)
 
Podes ter defeitos, estar ansioso e viver irritado algumas vezes, mas não te esqueças que a tua vida é a maior empresa do mundo.

Só tu podes evitar que ela vá em decadência.

Há muitos que te apreciam, admiram e te querem.

Gostaria que recordasses que ser feliz, não é ter um céu sem tempestades, caminho sem acidentes, trabalhos sem fadiga, relacionamentos sem decepções.

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas também reflectir sobre a tristeza.

Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.

Não é apenas ter alegria com os aplausos, mas ter alegria no anonimato.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar actor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no longínquo de nossa alma.

É agradecer a Deus cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um “não”.

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que seja injusta.

É beijar os filhos, mimar os pais, ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que vive dentro de cada um de nós.

É ter maturidade para dizer ‘enganei-me’.

É ter a ousadia para dizer ‘perdoa-me’.

É ter sensibilidade para expressar ‘preciso de ti’.

É ter capacidade de dizer ‘amo-te’.

Que tua vida se torne um jardim de oportunidades para ser feliz…

Que nas tuas primaveras sejas amante da alegria.

Que nos teus Invernos sejas amigo da sabedoria.

E que quando te enganares no caminho, comeces tudo de novo.

Pois assim serás mais apaixonado pela vida.

E podes facilmente encontrar novamente que ser feliz não é ter uma vida perfeita.

Mas usar as lágrimas para regar a tolerância.

Usar as perdas para refinar a paciência.

Usar as falhas para esculpir a serenidade.

Usar a dor para lapidar o prazer.

Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Nunca desistas….

Nunca desistas das pessoas que amas.

Nunca desistas de ser feliz, pois a vida é um espectáculo imperdível!
 

 

sábado, 13 de agosto de 2016

PREPARA-TE PARA GRANDES MUDANÇAS

Moore. Assim como acontece com todas as tecnologias exponenciais, elas foram decepcionantes durante um longo tempo, até se tornarem imensamente superiores e dominantes em uns poucos anos. O mesmo acontecerá agora com a inteligência artificial, saúde, veículos autônomos e elétricos, com a educação, impressão em 3D, agricultura e empregos.

Bem-vindo à quarta Revolução Industrial!

O software irá destroçar a maioria das atividades tradicionais nos próximos 5-10 anos.

O UBER é apenas uma ferramenta de software, eles não são proprietários de carros e são agora a maior companhia de táxis do mundo. A AIRBNB é a maior companhia hoteleira do mundo, embora eles não sejam proprietários.

Inteligência Artificial: Computadores estão se tornando exponencialmente melhores no entendimento do mundo. Neste ano, um computador derrotou o melhor jogador de GO do mundo, 10 anos antes do previsto. Nos Estados Unidos, advogados jovens já não conseguem empregos. Com o WATSON, da IBM, você pode conseguir aconselhamento legal (por enquanto em assuntos mais ou menos básicos) em segundos, com 90% de exatidão se comparado com os 70% de exatidão quando feito por humanos. Por isso, se você está estudando Direito, PARE imediatamente. Haverá 90% menos advogados no futuro, apenas especialistas permanecerão.

O WATSON está ajudando enfermeiras a diagnosticar câncer, com exatidão quatro vezes maior do que enfermeiras humanas. O FACEBOOK incorpora agora um software de reconhecimento de padrões que pode reconhecer rostos melhor que os humanos. Em 2030, os computadores se tornarão mais inteligentes que os humanos.

Veículos autônomos: em 2018 os primeiros veículos dirigidos automaticamente aparecerão ao público. Ao redor de 2020, a indústria automobilística completa começará a ser demolida. Você não desejará mais possuir um automóvel. Nossos filhos jamais necessitarão de uma carteira de habilitação ou serão donos de um carro. Isso mudará as cidades, pois necessitaremos 90-95 % menos carros para isso. Poderemos transformar áreas de estacionamento em parques. Cerca de 1.200.000 pessoas morrem a cada ano em acidentes automobilísticos em todo o mundo. Temos agora um acidente a cada 100.000 km, mas com veículos autodirigidos esse número cairá para um acidente a cada 10.000.000 de km. Isso salvará mais de 1.000.000 de vidas a cada ano.

A maioria das empresas de carros poderá falir. Companhias tradicionais de carros adotam a tática evolucionária e constroem carros melhores, enquanto as companhias tecnológicas (Tesla, Apple, Google) adotarão a tática revolucionária e construirão um computador sobre rodas. Eu falei com um monte de engenheiros da Volkswagen e da Audi. Eles estão completamente aterrorizados com a TESLA.

Companhias seguradoras terão problemas enormes porque, sem acidentes, o seguro se tornará 100 vezes mais barato. O modelo dos negócios de seguros de automóveis deles desaparecerá.

Os negócios imobiliários mudarão. Pelo fato de poderem trabalhar enquanto se deslocam, as pessoas vão se mudar para mais longe para viver em uma vizinhança mais bonita.

Carros elétricos se tornarão dominantes até 2020. As cidades serão menos ruidosas porque todos os carros rodarão eletricamente. A eletricidade se tornará incrivelmente barata e limpa: a energia solar tem estado em uma curva exponencial por 30 anos, mas somente agora você pode sentir o impacto. No ano passado, foram montadas mais instalações solares que fósseis. O preço da energia solar vai cair de tal forma que todas as mineradoras de carvão cessarão atividades ao redor de 2025.

Com eletricidade barata teremos água abundante e barata. A dessalinização agora consome apenas 2 quilowatts/hora por metro cúbico. Não temos escassez de água na maioria dos locais, temos apenas escassez de água potável. Imagine o que será possível se cada um tiver tanta água limpa quanto desejar, quase sem custo.

Saúde: O preço do Tricorder X será anunciado este ano. Teremos companhias que irão construir um aparelho médico (chamado Tricorder na série Star Trek) que trabalha com o seu telefone, fazendo o escaneamento da sua retina, testa a sua amostra de sangue e analisa a sua respiração (bafômetro). Ele então analisa 54 bio marcadores que identificarão praticamente qualquer doença. Vai ser barato, de tal forma que em poucos anos cada pessoa deste planeta terá acesso a medicina de padrão mundial praticamente de graça.

Impressão 3D: o preço da impressora 3D mais barata caiu de US$ 18.000 para US$ 400 em 10 anos. Neste mesmo intervalo, tornou-se 100 vezes mais rápida. Todas as maiores fábricas de sapatos começaram a imprimir sapatos 3D. Peças de reposição para aviões já são impressas em 3D em aeroportos remotos. A Estação Espacial tem agora uma impressora 3D que elimina a necessidade de se ter um monte de peças de reposição como era necessário anteriormente. No final deste ano, os novos smartphones terão capacidade de escanear em 3D. Você poderá então escanear o seu pé e imprimir sapatos perfeitos em sua casa. Na China, já imprimiram em 3D todo um edifício completo de escritórios de 6 andares. Lá por 2027, 10% de tudo que for produzido será impresso em 3D.

Oportunidades de negócios: Se você pensa em um nicho no qual gostaria de entrar, pergunte a si mesmo: “SERÁ QUE TEREMOS ISSO NO FUTURO?” e, se a resposta for SIM, como você poderá fazer isso acontecer mais cedo? Se não funcionar com o seu telefone, ESQUEÇA a ideia. E qualquer ideia projetada para o sucesso no século 20 estará fadada a falhar no século 21.

Trabalho: 70-80% dos empregos desaparecerão nos próximos 20 anos. Haverá uma porção de novos empregos, mas não está claro se haverá suficientes empregos novos em tempo tão exíguo.

Agricultura: haverá um robô agricultor de US$ 100,00 no futuro. Agricultores do 3º mundo poderão tornar-se gerentes das suas terras ao invés de trabalhar nelas todos os dias. A AEROPONIA necessitará de bem menos água. A primeira vitela produzida “in vitro” já está disponível e vai se tornar mais barata que a vitela natural da vaca ao redor de 2018. Atualmente, cerca de 30% de todas as superfícies agricultáveis são ocupadas por vacas. Imagine se tais espaços deixarem se ser usados desta forma. Há muitas iniciativas atuais de trazer proteína de insetos em breve para o mercado. Eles fornecem mais proteína que a carne. Deverá ser rotulada de FONTE ALTERNATIVA DE PROTEÍNA. (porque muitas pessoas ainda rejeitam a ideia de comer insetos).

Existe um aplicativo chamado “moodies” (estados de humor) que é capaz de dizer em que estado de humor você está. Até 2020 haverá aplicativos que podem saber se você está mentindo pelas suas expressões faciais. Imagine um debate político onde estiverem mostrando quando as pessoas estão dizendo a verdade e quando não estão.

O BITCOIN (dinheiro virtual) pode se tornar dominante este ano e poderá até mesmo tornar-se em moeda-reserva padrão.

Longevidade: atualmente, a expectativa de vida aumenta uns 3 meses por ano. Há quatro anos, a expectativa de vida costumava ser de 79 anos e agora é de 80 anos. O aumento em si também está ampliando e ao redor de 2036, haverá um aumento de mais de um ano por ano. Assim possamos todos viver vidas longas, longas, possivelmente bem mais que 100 anos.

Educação: os smartphones mais baratos já estão custando US$ 10,00 na África e na Ásia. Até 2020, 70% de todos os humanos terão um smartphone. Isso significa que cada um tem o mesmo acesso a educação de classe mundial. Cada criança poderá usar a academia KHAN para tudo o que uma criança aprende na escola nos países de Primeiro Mundo.

 

(artigo publicado em 10 Junho 2016)

 

 

 




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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

SUGESTÃO AO GOVERNO

A CRISE PÔS A NU A NOSSA FRAGILIDADE NO CAMPO DOS MEIOS AÉRIOS NO COMBATE AOS FOGOS.
SERIA UMA OPORTUNIDADE TENTAR NEGOCIAR AVIÕES COM A RUSSIA EM TROCA DAS EXPORTAÇÕES HABITUAIS PARA AQUELE PAÍS.
COM OS CANADAIRES TAMBÉM SE PODERIA TENTAR NEGOCIAR.
É PRECISO EQUACIONAR QUANTO CUSTAM ANUALMENTE OS COMBATES A ESSES FOGOS. ESTE VALOR DEVERIA SER LEVADO EM CONTA NESTA EQUAÇÃO E AINDA O FACTO DE ESTARMOS A IMPORTAR MADEIRA.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

PROVA DE AMOR ATÉ AO ÚLTIMO MINUTO.

EUA

Casados há 63 anos morrem com minutos de diferença

Casados há 63 anos morrem com minutos de diferença
Herny e Jeanette de Lange, da Dakota do Sul, nos EUA, morreram no final de julho, em casa, com pouco tempo de diferença. Estavam casados há 63 anos.
A história deste casal norte-americano é digna de um verdadeiro conto de fadas. Depois de uma vida ao lado um do outro, morreram ambos no dia 31 de julho com cerca de 20 minutos de diferença.
À CNN, Lee De Lange, filha do casal, falou de um acontecimento divino. Jeanette, que sofria de Alzheimer, morreu às 17.10 horas num momento em que estava reunida com a família a ler a Bíblia: "Estávamos a ler o salmo 103, que não chegámos a terminar. Morreu em paz".
Um outro filho contou ao pai, Henry, que Jeanette tinha morrido e que este não precisava de lutar mais contra o cancro na próstata que enfrentava. "O meu irmão disse-lhe que ele podia reunir-se com a mulher se assim fosse a sua vontade", explicou Lee.
Às 17.30 horas, 20 minutos depois do óbito de Jeanette, Henry morreu.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

DO CORREIO DA MANHÃ

CHEIRA MAL por Moita Flores no CM de 7 de Agosto
Os episódios da viagem dos secretários de Estado, de alguns deputados, e de mais gente que não se sabe, aos jogos do euro 2016 é, apenas, um afloramento da verdadeira imundície que habita o aparelho de Estado e para a qual assumimos de vez em quando um espasmo de indignação, mas que segue o seu trilho com a paz que habita no céu dos trafulhas.
Num país sério, esta gente estava toda demitida e a ser investigada criminalmente. Aqui, o governo diz que vai criar um código de conduta e ponto final. Assunto encerrado. Não admira. Este é o mesmo governo que pôs um amigo íntimo do dr. Costa a intervir nos grande negócios do Estado.
É claro que tudo isto tem uns gritinhos de protesto das oposições, mas sem grande convicção, porque a mixórdia é generalizada e cheira mal.
O bloco central de interesses é de tal modo promíscuo que apenas se afloram casos mais repugnantes, como o emprego de Portas, ou o de Barroso, e de outro que tais. Porém, se o Ministério Público e a PJ entrassem no mundo das viagens pagas por empresas privadas a dirigentes políticos, a administradores de empresas públicas, das trocas de favores subjacentes a esses prémios, da corrupção que grassa pelos corredores do poder, que não se tenha dúvidas da multidão de criaturas que marchava a caminho da demissão e da prisão.
Não é novidade. A produção da mediocridade instalada revela, de vez em quando, este tipo de dejectos. Este caso só trouxe uma novidade: para a esquerda portuguesa (seja lá isto o que for), há uma corrupção má e outra boa.
Fossem membros de um governo mais à direita, cairia o Carmo e a Trindade. Basta recordar a gritaria no caso do secretário de Estado da lista Vip da autoridade tributária. Desta, foram mansinhos. Compreensivos com censura leve. Ou apenas revelando o cinismo que se esconde por detrás da retórica vazia sobre os princípios morais.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

AS DIFERENÇAS

Divulgue!
 




  É preciso que se saiba:


 
Os portugueses comuns (os que têm a sorte de ter trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro.
 



 
Mas os nossos gestores recebem, em média:
       Mais 32% do que os americanos;
      Mais 22,5% do que os franceses;
       Mais 55 % do que os finlandeses;
   Mais 56,5% do que os suecos;

(dados de Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09)
 
E são estas "inteligências" que chamam a nossa atenção afirmando:

"Os portugueses gastam acima das suas possibilidades."