Recebi do cineasta Guilherme Castro por e-mail e divulgo aqui.
27 DE MARÇO: O DIA DO CINEMA GAÚCHO E A CINEMATECA CAPITÓLIO.
A história do cinema carrega a história de nossa sociedade. Nenhuma outra forma de cultura registra com tamanha proximidade a vida humana no seu tempo. Filmes são preciosidades para a memória, mas precisam ser cuidados, preservados, estudados, disponibilizados. Grande é o esforço e ainda maior a demanda por espaços dedicados à preservação desse imenso patrimônio cultural. Sem o devido cuidado, 100 anos de cinema gaúcho estão se deteriorando rapidamente. Isso é função de uma cinemateca.
Preocupar-se com a memória cultural e com a formação de estruturas avançadas dedicadas à cultura expressa com clareza o grau de desenvolvimento e maturidade de uma sociedade. Ao deixarmos que se apaguem os registros de nossa história, comprometemos a construção de nossa cidade.
A Cinemateca Capitólio, dedicada à preservação, recuperação e abrigo da memória audiovisual dos gaúchos, qualificará de modo especial a vida da cidade. O prédio do cinema Capitólio, no centro de Porto Alegre, teve por destino algo muito mais importante do que tornar-se outro estacionamento. Restaurado, fruto do empenho de muitos, enriquece a cultura e será a cinemateca dos gaúchos. Mas as obras da Cinemateca Capitólio foram paralisadas em 2006, quando estava próxima à conclusão. Faltaram recursos (cerca de 20% do investimento já feito) para a finalização e inauguração. A Cinemateca é gerida por uma ação conjunta da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, a quem pertence o prédio, da Associação de Amigos do Cinema Capitólio, e da Fundação Cinema RS – Fundacine, que faz a coordenação executiva do projeto.
Temos acompanhado de perto e com apreensão a demora por um desfecho aceitável. De fato, parece-nos que a atuação do Poder Público anda em descompasso com os anseios e necessidades culturais da cidade. Não é aceitável que tão perto da conclusão as obras permaneçam paradas, com risco de perda do recurso público já investido.
A construção da Cinemateca tem apoio da Lei Rouanet, ou seja, se dá com recursos federais; mas precisa da adesão de empresas. Neste sentido, muito mais efetiva e interessada deve ser a ação do Poder Público Municipal, indicando com clareza à comunidade empresarial que a Cinemateca Capitólio é prioridade para a cultura de Porto Alegre e dos Gaúchos.
Pela retomada e conclusão das obras da Cinemateca Capitólio. É o alerta e apelo que fazemos na data em que o nosso cinema comemora 100 anos!
Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos e Brasileira de Documentaristas – APTC/ABD-RSPorto Alegre, março de 2009.