30 de dezembro de 2014

Amanhã é o último dia desse ano. Depois de amanhã muda o mês e o ano e as coisas e pessoas permanecem do mesmo jeito, ou não.
Não é o que fazemos entre os dias 31 de dezembro e 01 de janeiro que muda nossas vidas é o que fazemos entre os dias 01 de janeiro e 31 de dezembro. Não é o que desejamos e prometemos é o que fazemos a cada dia, cada escolha, renúncia, o que fazemos com o que não fizemos, com o que o destino faz.
Dieta pesada, perder tantos quilos, academia como tábua de salvação ou só cortar pão da alimentação,só não beber mais cervejae nada alcoólico, só não tomar mais refrigerante para começar.
Andar na orla e aproveitar para conversar sem digitar.
Ser mais gentil, fazer alguma ação social ou várias, mudar o status de relacionamento, experimentar novos sabores, ir a lugares diferentes do mundo ou da sua cidade.
Tudo ao alcance e o que as vezes só depende de nós para estar ao alcance todo dia, a cada mês do ano. Mais um dia é o dia que um ano acaba e o dia que um novo ano começa. Todo ano tem 365 dias e cada um bem podia dividir toda a energia, simpatias, euforia por eles. Por que a vida por mais longa que seja, é rápida.

22 de dezembro de 2014

Ho Ho Ho

Não vou ficar aqui pregando no deserto, embora eu esteja em Salvador, neva por aqui, neva em todo o mundo e não quero ficar resfriada com nariz de rena. Gosto de palco, desde pequena, escrever para ficar aqui no relento meus escritinhos não é comigo não.
A época não é de leituras pausadas, nem de visitas virtuais, o mundo real natalino é cheio de demandas caseiras, fraternais, sociais. Tem quem esteja organizando e indo a shows e bares em plena noite de Natal, prefiro não dar cartaz. Tem quem viria aqui ler e tal, mas vou fazer que nem um canal infantil da tv paga fez certa vez no dia das crianças, suspendeu a programação e colocou a mensagem na tela por todo o dia: vá brincar!
Vou brincar, relembrar Natais passados, ver fotos, planejar futuros, ver a decoração da cidade mais um pouquinho (marido outro dia me levou de carro pelas ruas só para isso, como fazíamos antes quando novos, como fizemos com nosso filho e esse ano fizemos romanticamente sozinhos e adorei). Vou ficar atenta e entrar no clima, ver filmes, comer coisinhas típicas, preparar os enfeites e ingredientes da ceia, contemplar minha árvore, papear com os personagens do presépio, passar uma semana mais calma e reflexiva, ficar atenta ao som dos guizos, deixar o leite com biscoitos para o Noel e semana que vem eu posto. Feliz Natal! Sem ilustração e de coração.

19 de dezembro de 2014

Para realizar

Imagem da web
Vi na tv dia desses uma senhora que desejava ver o mar. Cem anos e o desejo realizado com direito a pisar na areia e ondas nos pés. Quem realizou o sonho dela é o que mais gostei da história, foi uma organização sem fins lucrativos que realiza sonhos de idosos. Super!
Sexta-feira, dia de todos os santos, de vestir branco, dia de fé e tradições na Bahia. Dezembro mês de magia, de vermelho paixão, amor, de verde esperança em um mundo melhor, de partilha, de fazer o bem, de realizar sonhos. Divulgando meu desejo colorido de mais grupos, pessoas, de ser viral, tradição realizar sonhos de pessoas idosas, valorizar as pessoas mais velhas, pessoas com limitações físicas, financeiras, de dar carinho, afeto, lições de partilha e simplicidades a pobres crianças e adultos ricos. De fazer o bem, pouco que para muitos é muito. Muito que para muitos é quase nada.
Que fazer o bem seja circular como guirlandas, que esteja na nossa porta de entrada de todos os dias, independente do Natal, de datas pontuais, que seja feita de retalhos de nossas vidas e vidas comuns as nossa ou não, próximas ou distantes. A cada instante podemos fazer alguém feliz, juntos podemos sempre mais, sempre podemos sempre mais.

18 de dezembro de 2014

Doces registros

Chupar cana e assoviar não é para qualquer um, ditado antigo, como antiga é a visão de moços com cestos de vime e buquês de cana cortadinha em rodelas dentro, certo era ter um nas imediações da filial da Padaria de meus tios e dindo, onde meus pais também já tiveram padaria, onde eu ia na infância passear nos finais de semana, catar folhinhas e fazer comidinha na praça, sem medo de violência, de bactérias, sem pressa, sem preço.
Na minha ida a Mucugê fiz o clássico lanche de feira: pastel com caldo de cana, aproveitei e experimentei o caldo com limão, gostei tanto que tomei dois copos. Tomava com meu marido, namorado na época, perto do bar onde ele trabalhou para o tio por muito tempo, quando íamos na praia, caldo de cana com suco de abacaxi. Delícia! Por aqui não há mais muitos carrinhos ou bancas pelas ruas. A cana em rodelas e buquê, não vejo em lugar nenhum, talvez por conta da tal doença do barbeiro, falta de cuidado dos governos e da população de manter as tradições e culturas populares vivas e circulantes, excesso de frescuras ou sei lá mais o que.
Um brinde de caldo de cana a preservação das tradições culinárias, populares, sotaques, artesanato e a adaptação a novos gostos, tradições!
Um brinde extra a criatividade! Essa vasilhinha da fotografia circulava pela barraca, era saladinha para colocar dentro do pastel. Nunca tinha visto! Preciso dizer que achei muito legal? 
Legal e pontual também era o cumprimento do moço da barraca, acompanhando de sua filha que recebia o pagamento e passava o troco, pequena ela. Trabalho infantil? Não! Não vejo assim, não vi assim. Proseei com ela, menina que brinca, estuda e que ajuda o pai, por gosto, por necessidade, por amor. A todos que chegavam, ele cumprimentava, conversava, sem parar um instante de fritar, servir, perguntar o que cada um queria, receptivo e cortês e a todos sem distinção, dava o recado ao entregar o pastel: cuidado que está quente. Quantos comem sempre o pastel ali naquela banquinha e ele sempre tem o cuidado de avisar. Gentileza! Profissionalismo de feirante, de gente educada, gente que muda o mundo, mudaria se fosse colocado nos holofotes essas pequenezas. E que não mudem, fazem o dia-a-dia de quem os cerca um mundo melhor.

12 de dezembro de 2014

Pouso

  





Pousando aqui em plena sexta-feira
Após já ter chegado a alguns dias
E estar colocando ordem na casa, nas coisas
Descansado do cansaço das férias
De subir o Cruzeirão
Esse morro de pedras das fotos acima
De fazer trilha
Com saudade de escrever
De plantar e colher por aqui

4 de dezembro de 2014

Vôo e pausa

Imagem de Less is More by Pinterest

Vou ali, em Andaraí
Espairecer, em Mucugê
Com rima e colo da Tia Nélia
Não, não vou de avião
É de ônibus mesmo ida e vinda
Mas linda achei essa imagem
Me lembrou o avião do Pequeno Príncipe
Vai ser vôo de passarinha
De passarinhices
Venho aqui se sobrar tempo
Se não me perder sentindo com o vento
Tirando fotos a toa
Tomando banho de rio
Comendo fruta do pé
Eita pausa boa!
Prometo resenho depois
Poetizo e cronicalizo
Recheada sei que vou ficar
E agradecida por quem por aqui passar
Por hábito, gosto
Para como de costume ou de primeira vez prozear
Mas carece muito esperar não, volto rapidinho
É só um pulinho
Um banhinho de cachoeira pela primeira vez
Coisa pouca e muita

1 de dezembro de 2014

Nós pessoas

 
Ilustração de Dawanda
Recortes de palavras do Padre Fábio de Melo, a quem sempre ouço, leio e que me faz refletir, semeiam, adubam, me arejam em momentos bons e ruins. Que falam as vezes de mim, para mim e por mim.
“Pessoa, no contexto grego, significa a máscara que o ator usava para interpretar no teatro. Eu tenho que ser eu. Uma pessoa só pode ser pessoa, se ela é dona de si. Nós temos que tomar posse do que somos. Quantas coisas você possui e ainda não tomou posse?
O amor é a capacidade de descobrir no outro o que ele ainda não viu que tem. É como se você tivesse uma grande propriedade e não tivesse a capacidade de andar por ela para demarcá-la, e não a conhece na totalidade. Mas aos poucos vai sendo dono daquilo que já é seu.
Ser pessoa é ser dono de você mesmo, e saber lidar com seu jeito de ser, de amar, de sentir, de pensar, de ter suas limitações e saber o que você pode. Quantas vezes você se dispôs a ser o que não era, dizendo 'sim' onde era para dizer 'não'? Você não teve consciência do que não podia. 
As pessoas que vivem preocupadas com as novelas da vida se desgastam com pessoas que nem conhecem. Não é fácil compreender o território humano. Se investigar e conhecer o 'porquê' de algumas reações, o 'porquê' aquela raiva foi tão grande naquela hora, o 'porquê' eu explodi com aquela pessoa...Deveríamos estar com placas dizendo: 'Estamos em obra, cuidado!"
Desbravemos dezembro, com descobertas nossas e a nossa volta, obras, reformas, mudanças, cuidemos dos jardins, arrancando ervas daninhas, contemplando as borboletas, assobiando para os passarinhos, convivendo com as imperfeições alheias e as nossas, como parte do que somos, do que os outros são e não são, amando o outro com suas limitações e sendo assim amado também. Com o suporte da fé e as bênçãos do menino Jesus. Amém!