O Festival de Cinema Tribeca foi criado pelo ator
Robert De Niro juntamente com uma produtora local para incentivar e promover a 7ª arte, além de movimentar o sul de
Manhattan. E todo esse agito lá, com gente nossa marcando presença é um
orgulho para mim, contudo tive a decepcionante constatação buscando através do amigo
Google, de poucas e limitadas notícias aparecem pelo nome do festival. Penso que tinha que estar na ponta da digitação e do
clique o evento em si e os premiados, com o reconhecimento dos meios de comunicação de seus países de origem e também nos jornais impressos e televisionados. Cabe um cartaz aqui em Salvador (lugar de origem da produção), em Sampa (capital cultural), no Rio (fomentadora do cinema nacional). Em
tempo real, no mais tardar enquanto ainda está quentinha. Enfim, é pouco, mas, eis-me aqui com uma
poeirinha!
Vale dizer que o documentário já participou de outros festivais e já
ganhou prêmio, mas
por aqui nem nos canais virtuais, nem nos impressos, nem na tv, há divulgação
e reverência a altura. Não falo por meu irmão e amigos fazerem parte do projeto, falo
por ser uma
produção do cinema brasileiro. Falo pelo conteúdo que é bom, tanto que
ganhou em concorrência com produções diversas de qualidade em um festival conceituado. E sendo esse circo sem lonas cheio de estrelas de luz própria e mambembe, ele não para e vai estat entre outros quatro selecionados de todo o mundo na
sessão Rough Cut do Festival Visions du Reel, em Nyon, Suíça, dia 28 agora.
Recortei respostas de uma entrevista concedida por Haroldo
Borges, um dos integrantes da trupe Plano 3 filmes, sobre um outro filme que
fala de sonhos de vida, de infância e dos de comer, que já
trouxe para cá, com o menino
palhaço Jonas no papel principal. Fiz com tais recortes uma colcha de retalhos
que segue como bandeira de aceno e lona do meu aplauso para o espetáculo
que é fazer cinema, que é escolher o circo como carro chefe, fonte de inspiração, de
valores, lições, magia e realidades tão próprias e próximas de qualquer um, em qualquer
idade e continente.
"Nos apaixona contar histórias onde a criança seja a
protagonista. Já realizamos outros filmes para esse público, todos eles com
carreira em festivais e difusão em escolas da rede pública, cineclubes e pontos
de cultura, entre eles “Meninos” que foi o único sul-americano que participou
do Pangea Day, evento transmitido dos estúdios da Sony para todos os
continentes. Teve ainda o “Piruetas”, que integra o Programa Curta Criança, do
Minc/TV Brasil, bem como o “Pequeno”, que também está rodando muitos festivais
agora, entre eles o festival infantil Divercine no Uruguai, o Festival de
Cinema Infanti (FICI), no Brasil, e o Festival de Cine para Ninos y no tan
Ninos, no México."
"É muito importante a realização de obras
representativas da nossa cultura, da nossa identidade, para que nossas crianças
se reconheçam...Minha infância foi vivida nos anos 80. Assistia a todas as
aventuras dos super-heróis dos Estados Unidos. Não existe nenhum problema em
assistir à produção estrangeira...mas algo anda muito mal quando uma geração
ou duas ou até três trazem suas lembranças mais afetivas relacionadas às
culturas estrangeiras."
Jonas no documentário é um menino de 13 anos, seu sonho é
manter o circo criado em seu quintal e enquanto ele vive esse desafio, ele cresce,
como cresce na vida real diante de nossos olhos, como segue obstinado em ser
palhaço, viver e fazer viver o circo, nos ensinando e aprendendo a não perder
os sonhos a medida que crescemos, a sermos emoção e em meio a emoção
descobrirmos a razão. Gato bebe leite, cachorro late e Jonas e a Plano 3 fazem
cinema e circo, com ou sem lonas, com ou sem aplausos.