31 de janeiro de 2014

Sobre fichas, expressões e equlibrismo

“A ficha caiu” é uma expressão muito usada e por alguns, os mais novos, não entendida, para esses e para os desconhecedores da expressão, ela é usada para quando finalmente percebe-se ou entende-se algo. Diz-se que a ficha caiu pelo mecanismo de funcionamento dos antigos telefones públicos (os orelhões) onde se usavam fichas para fazer a ligação, que só era completada depois que a ficha caísse do buraquinho onde era colada, aparelho adentro.
Com a modernidade já ultrapassada nos tempos atuais os orelhões passaram a funcionar como são hoje, com cartões e sempre a cobrar para quem receber a ligação pagar.
As expressões são indiscutivelmente partes vitais das línguas e além de valer reproduzirmos mesmo sem saber a origem e até mesmo o que querem dizer, penso que vale a curiosidade. Na imagem que selecionei para compor a postagem a periculosidade e engenharia da garotinha para ligar me chamou a atenção, pois hoje em dia as crianças são preliminarmente intimidadas pelos adultos ou preguiçosamente por elas mesmos, vistas poucas vezes fazendo equilibrismos. Eu fiz muitos mal feitos e confesso que ainda faço muitas modalidades circenses, com a expressão na manga, para casos de perder o equilíbrio: Do chão não passa!
Desejo uma sexta-feira de muitas e boa ligações, lembranças, novas histórias para contar, arteirices, malabares, palhaçadas, movimento, equilíbrio, paz e bem.

30 de janeiro de 2014

Apertos, criatividade e riso

Acho criativos, providenciais, práticos e as vezes incríveis os móveis e soluções para espaços pequenos das muitas imagens e demonstrações que são sem discussão um show de designer, em programas de tv e na internet. Há cada vez mais apartamentos tipo studio e lá estão os móveis multi-uso, dobráveis e inventivos a muito presentes nos tradicionais trailers americanos, esse da imagem vale informar é uma casa de passarinhos.
Viajo nas engenhocas, desejo algumas, mas confesso com a consciência da cada vez maior falta de espaço urbano, que sou espaçosa, adoro salas enormes, cozinhas enormes, banheiros, quartos, tudo bem grande. Morar numa fazenda ou num castelo, por exemplo, eu faria gosto.
E não me venham fazer a pergunta: Quem limpa? Ora! Eu, marido, filho, secretárias, vassouras, água, sabão, fazer limpeza é terapêutico, não mata e faz pareja com academia, sem ter que arcar com a mensalidade. Lembrei com essa observação de um amigo que fazia graça por a esposa grávida dizer que tinha vontade disso e daquilo e ele pensar que ela bem podia um dia ou outro acordar e desejar lavar o carro dele.
Voltando para os espaços e móveis compactos, fico pensando na pessoa chegando em casa cansada e tendo que fazer movimentos e posições de yoga para desencaixar a cama de dentro de sei lá onde, para pegar as cadeiras que ficam enfiadas milimetricamente em um canto, sem falar que o sofá  as vezes é encaixado colado no fogão e cair nele com preguiça de cozinhar pode trazer um cheiro de bife da última vez em que se cozinhou de enlouquecer o estômago. Enfim, resolvi compartilhar meus pensamentos para cronicalizar e rir, apelando a máxima de que rir em apertos é o melhor remédio.

26 de janeiro de 2014

B de ...

Bom domingo
Bicicleta
Bloqueador solar
Bondade
Brincadeiras
Balões coloridos
Bater palmas
Palmas da Bahia para Sampa
Um balão soprado de ar e bons desejos 
Solto para que chegue até lá
Uma postagem de homenagem
Pois hoje é dia de um Bernardo e de muito Brigadeiro
Para um menino que era pequeno até outro dia
E agora já tá bem crescidinho
Que era e segue sendo leitor de meu blog
Que tem o mesmo nome do amigo de um passarinho
Sendo ele meu amigo, acho puro alinho
"Bernardo já estava uma árvore quando eu o conheci
Passarinhos já construíam casa na palha do seu chapéu
Brisas carregavam borboletas para o seu paletó"
Poetizou Manoel de Barros
Daqui a pouco o Bernardo que a amiga Ana viu ninho
Hoje árvore que não para de crescer estará de paletó
Com borboletas na barriga 
E penso que sempre na imaginação e no coração
Afinal um menino que ama trilhos e trens
Ainda que um dia venha a pestanejar
Vai sempre ouvir guizos e por dentro e por fora brilhar

23 de janeiro de 2014

Coletivo de maravilhas

Tinha aqui a foto desse bicicleta das antigas
E trouxe para ilustrar
Como referência de preservar
"É coletivo de maravilhas 
Quando junto o conjunto homem brilha
É preciso alcançar o arquipélago
Para que o sonho de um homem 
Não seja assunto de uma só ilha"
Poetizou Elisa Lucinda
E da poesia a objetividade
A dura e destrutiva realidade
Um projeto de bicicletas para a população
Para lazer e para ir e vir para escola, para faculdade
Alguns utilizando até para ir e vir do trabalho
E alguns pichando, roubando peças, vandalizando
A estátua de um poeta vandalizada
Homem e mulher filmados
Para quê?
Para recebimento de uma quantia e pronta dispensa
Valia mais fazer irem limpar o que sujaram
Com direito a notícia no jornal, fotos e filmagem da limpeza
E limpeza de mais outras tantas sujeiras do tipo
Vale apreender cada um dos adolescentes e adultos
Participantes dos chamados rolezinhos
Sem violência ou com se preciso
E escoltados os fazerem fazer um rolezinho humanitário
Em um hospital, clínica, asilo, creche
Concertando coisas pelo avesso de quebrar
Levar uma turma para catar lixo na praia
Outra para pintar muros pichados
Guardas municipais nos monumentos históricos
Denúncias dos vandalismos
Pouca notícia para eles e muitas noticias de benfeitorias
O que é ruim não merece cartaz
Sejamos indivíduos coletivos
Zeladores e divulgadores de maravilhas

21 de janeiro de 2014

Equilibro nosso de cada dia

Fernando Sabino, sabido, bem definiu e descreveu
"Tem de ser equilibrista até o final
Suando muito
Apertando o cabo da sombrinha aberta com medo de cair
Olhando a distância do arame ainda a percorrer 
E sempre exibindo para o público um falso sorriso de serenidade
Tem de fazer isso todos os dias
Para os outros, como se na vida você não tivesse feito outra coisa
Para você, como se fosse a primeira vez e a mais perigosa"

20 de janeiro de 2014

Para todos os dias

Foto de Marcos Bautista
Projeto alegria
Que já teve esse ano nariz na garrafa 
Lançada ao mar para alegrar Netuno e Iemanjá
E outras criações virão
Para que haja sempre no mundo fé, circo e pão
Trouxe como novo post do dia
Para trazer e levar alegria
Proteção, alimento, benção

A grama ao lado

Eu certa vez cheguei a conclusão e contei aqui que eu não ia ser feliz sendo ascensorista, ia me dar uma aflição ver tanta história entrando e saindo pela metade. Deus me livre! Dia desses descobri uma outra ocupação na qual eu não teria sucesso, na verdade, para ser mais precisa, eu não teria lucro.
Passando diante de um conjunto de casas vi que um rapaz aparou a grama da frente de uma delas, um espaço de uns 2 metros apenas, ele já estava guardando o compacto cortador, um cheirinho de grama que adoro exalava no ar e eu pensei no mesmo instante: Não! Eu não ia me sair bem nessa função, não ia levar até ali aquela maquininha maravilhosamente prática, aparadora e melhoradora do visual de casas e ruas e ainda exaladora de cheiro de grama e simplesmente cortaria apenas um pequeno espaço para o qual teria sido paga.
Algo que ia desconsiderar a razão e o tino comercial, algo voluntário iria me mover rumo a poda das gramas das casas vizinhas, rapidinho, sem ninguém me pedir ou pagar, por gosto, por estar tão ao meu alcance.
Sei que tem quem não sabe do que estou falando, muitas pessoas na verdade, mas sou assim. Nos muitos lugares onde trabalhei me davam algo para ser feito para aquele dia e outras coisinhas para os dias seguintes, mês seguinte as vezes e ao terminar de fazer uma coisa a outra já estava pronta, nunca soube ficar com algo necessário a me olhar e seu meu serviço acabasse o da colega era adiantado, quando assim permitido, porque tem gente que gosta de ficar maturando serviço e que não dá um prego numa barra de sabão se não for parte de sua função. além dos que tem gosto por protelar e ter do que reclamar.
A solicitação de um histórico acadêmico por exemplo, com prazo para 8 dias, o definido pela secretaria da Faculdade de Medicina onde trabalhei, chegando as minhas mãos era solicitação recebida, impressa e encaminhada para assinatura da direção na mesma hora ou assim que o que estava na fila saísse. Quase nunca havia nada na fila.
Xícaras de café das mesas vizinhas, iam de carona na ida a copa para levar a minha, que sempre levei, assim como levo a bandeja ou descartáveis no shopping até a lixeira. O inusitado é que algumas colegas se incomodavam e o funcionário da copa que já havia passado umas 12 vezes pela xícara também. No caso das praças de alimentação dos Shoppings, tem quem deixa tudo nas mesas dizendo estar ajudando a manter o emprego do pessoal da limpeza. Ai! Ai!
Enfim, dentre outras coisas, como render crônicas, essas minhas reflexões estão me deixando preocupada de quanto o mercado de trabalho já curto se encurta ainda mais com meus mas. Bom trabalho, boa semana, boa segunda a todos do meu gramado e das gramas de todos os lados.

17 de janeiro de 2014

Receitices



Recebi dia desses pelo correio um jornal
Colorido, cheio de crianças, cartazes, atividades
Foi o jornal da Escola onde estuda um amigo meu
Com fotos dele e sua cobertura de um Projeto de Receitas
Para mim teve sabor de cobertura de chantili com nozes
Tinha enviado, por sintonia, para casa desse mesmo amigo
Para ele e sua irmã, cortadores feitos por meu pai
De lata, com destreza e beleza ímpares
Para fazer biscoitos, cortar massa de comer ou de artesanato
Marcar a terra como que carimbando ou o que der na telha
E as doces imagens do post são das mãos deles e dos cortadores
Retratos de uma das histórias da amizade a distância
Entre mim e essas duas doces crianças
Agora vou contar um segredo:
Tenho guardado rascunhos para um livro
Que imagino com cara de livro de receitas
Com mini colher de pau amarradinha com fitas na capa
E um elástico para amarrar quando ele ficar estufado 
Das receitas contidas e adicionadas
Guardadas soltas, coladas, presas com clipes ou grampo
Com seções de entradas, pratos principais e sobremesas
E ingredientes de sentimentos e comportamentos
Receitinhas de bem viver
Para pessoas doces, apetitosas, decoradas
E também para as tipo cocadinhas de sal
Segue uma das receitinhas de minha autoria
Ideal para sextas-feiras
Para não empelotar o final de semana
Não grudar no fundo do poço, do sofá, da cama
E não entrar numa de querer comer sopa de garfo
Complicar as coisas em bom português
Registro, antes da receitinha, de meu sorriso de orelha a orelha
Feliz como lamber massa de bolo
Pelo projeto do meu amigo Bernardo, as doçuras de Júlia
E todo o apoio logístico e afetuoso da mamãe Ana Paula

Receita para espantar tristeza

Ingredientes:
Uma porção de Sorrisos
100 gramas de caretas
1 pacote de músicas animadas
2, 3 ou mais janelas escancaradas
Sol e chuva a gosto
Braços e coração abertos e muito afeto

Modo de fazer:
 Sorria ou faça careta na frente do espelho
Despeje de frente para alguém o seu melhor sorriso
Ou um tímido que seja, só para decorar
Ouça e cantarole uma música bem animada ou várias
Vale também dançar se a massa estiver firme
Abra as janelas, todas, bem abertas
Se estiver chovendo, como açúcar de peneira
Coloque as mãos ou o braço todo para o lado de fora
Se for chuva grosa que nem pingos de glacê
Vá para o meio da rua tomar chuva da cabeça aos pés
E depois tome banho quentinho, tipo banho Maria
Para rechear plante bananeira ou faça qualquer besteira
Abra as mãos e estique como se pudesse pegar uma estrela
Estenda os braços para uma amiga, um amigo, um parente, seu amor
Não precisa dizer nada ou diz para ficar com mais sabor
Sirva de adoçante com quem cruzar adiante
Tenha sempre afeto para dar e vender
E o mais satisfeito sempre será você

15 de janeiro de 2014

Pequenas grandes memórias

Taboca (ver aqui)
Marido comprou para mim na sinaleira
E do lugar de onde saímos, após essa parada
Antes de chegar no que fomos
Dei um pulinho em minha infância

“Então digo à minha avó: Avó, vou dar por aí uma volta. Ela diz: Vai, vai! Mas não me recomenda que tenha cuidado, nesse tempo os adultos tinham mais confiança nos pequenos a quem educavam.
Não tenho muito por onde escolher: ou o rio, e a quase inextricável vegetação que lhe cobre e protege as margens, ou os olivais e os duros restolhos do trigo já ceifado, ou a densa mata de tramagueiras, faias, freixos e choupos que ladeia o Tejo para jusante, depois do ponto de confluência com o Almonda, ou, enfim, na direcção do norte, a uns cinco ou seis quilómetros da aldeia, o Paul do Boquilobo, um lago, um pântano, uma alverca que o criador das paisagens se tinha esquecido de levar para o paraíso.
Não havia muito por onde escolher, é certo, mas, para a criança melancólica, para o adolescente contemplativo e não raro triste, estas eram as quatro partes em que o universo se dividia, se não foi cada uma delas o universo inteiro.” José Saramago em "As Pequenas Memórias"

14 de janeiro de 2014

Para jurar de mindinho

Acredite que você pode mudar o mundo
Que o mundo pode mudar
Que esforços individuais e coletivos
Grandes e pequenos valem a pena
Vamos acreditar?
Jogar lixo no chão da rua
Mesmo que seja um papelzinho de bombom
Ou um caroço de uva
É muito primitivo
O lixo jogado no chão não fala
Mas diz muito sobre quem joga
Colocar o lixo na calçada no local de recolhimento
Rotina de bairros mais pobres
Sem amarrar a boca do saco
Catadores que querem pegar o sustento
E rasgam tudo e largam espalhado
Não! Bora parar com isso!
Parar de dizer que joga no chão pois não tem lixeira perto
Que joga no chão porque todo mundo joga
Acredita ai no poder do bom exemplo
No exemplo do lírio branco no meio da lama
O homem já foi até a lua
Encontra lugares paradisíacos, distantes
E não é capaz de achar o caminho de uma lata de lixo?
Não há desculpas!
Que tal fazer jura de mindinho?
Nada de jogar lixo por ai
Vale pegar o que algum porcão jogar 
E até uma lata levar
Cobrar por mais latas de lixo em locais públicos
Nos transportes, praias, praças, feiras
Nos bairros comprar em grupo se for necessário
Ou individualmente se puder
Colar a palavra chão na lata de lixo se funcionar
Consciência ambiental e senso de higiene é a jura
Pequeninos e crescidinhos
Todos jurando de mindinho
Mantendo o mundo limpinho

13 de janeiro de 2014

Eu passarinha

Assistindo a um programa ratifiquei o que é senso comum, os artistas gostam de criar a noite, detalhe: eu não. Gosto de escrever, fazer arteirices, colagens, cozinhar, tudo de manhã, de dia, com a mente fresca, sol ou chuva. A noite eu gosto mesmo é de dormir ou de farrear, mas meu processo criativo não se dá muito no horário das sábias corujas e boêmios, sou mesmo passarinha. Lembrei que já havia postado algo com esse título e pesquisando descobri que já é o terceiro eu passarinha, clica aqui e aqui para ver as outras postagens.

10 de janeiro de 2014

Que tal esse picolezinho literalmente da fruta?
Sexta-feira, verão, calorão
Diz ai a quanto tempo você não chupa um picolé?
Quebra um gelinho nos dentes
Ou pisa em areia quentinha
Correndo pro mar ou para sombra pra não torrar a sola do pé
E banho de mangueira 
Ou jogadinha de uma garrafinha d´água na nuca?
E chupar cana ou um caju geladinho?
Comer fruta do pé
Ou na feira logo após comprar
Sem lavar mesmo
Como diz a sabedoria popular para criar anticorpos
Tá feito o desafio
De nem que seja uma das coisas na lista fazer
Hoje ou final de semana
Inté segunda!

7 de janeiro de 2014

Detalhes



Escrever eu acho, é como dispor objetos em uma estante vazia, com suas mil possibilidades. Há quem comece pela disposição das coisas grandes e vá encaixando as pequenas. Há quem pense em expor o que é belo e esconder o que julga feio para si ou para os outros. Há quem não arrume nada e saia colocando a esmo tudo que tem, que ganha, acumula.
E terminada a arrumação a cada coisa que se mexe, o que se vê, não é o mesmo, tanto nas estantes quanto nos textos. Comigo acontece assim: se eu escrever e depois pegar o mesmo texto para refazer, mudo sempre mais do que o que mexo em si, mudanças que fazem grande diferença, para mim ou para quem lê. E um detalhe as vezes, muda tudo.
Falando em detalhes, semana passada em um passeio que não imaginei ser tão legal o lugar, entre pessoas queridas em uma paisagem natural belíssima, fiz uma descoberta simples e encantadora: Eu, consumidora assídua de dendê, me toquei que nunca me perguntei ou vi ou soube de onde vinha o azeite dos deuses e  lá estava eu, debaixo de um dendezeiro achando ser coqueiro.
No chão avistei e peguei um coquinho avermelhado e logo pensei: Sinal de sorte enviado por Iansã, na cor do ano vindouro? Não! O fruto do dendê, que amei conhecer, morder sujinho e assadinho na brasa, receita de Eduardo, cunhado de meu marido.
Detalhes! A vida é feita de detalhes, sementes, frutos, palavras, frases, retalhos, que costurados, adornados, valorizados e por vezes remendados, adaptados, são por nós, pelos que nos cercam e pelo mundo semeados, escritos, lidos, cantados, desenhados, nos fortalecendo, formando, transformando.

6 de janeiro de 2014

Hoje

"Hoje eu quero um dia leve
De seriedades breves
E bobagens intermináveis"
Desejo escrito por Yohana Sanfer
E desejado hoje e muitas vezes por mim
Achei legal trazer
Como um mantra ideal para segundas feiras
Que precedem dias de seriedades longas
E bobagens rápidas
Que haja amor onde houver espinhos
Que haja flexibilidade, fé, força
Afeto, afago, amor
Gentileza, candura, beleza
Dentro e fora de nós