28 de dezembro de 2012

Reflexão além mar

"Oxalá pudéssemos meter o espírito de Natal em jarros
 E abrir um em cada mês do ano"
Disse Harlan Miller
Adorei isso
Metamos em nossa cabeça
Em nosso coração
Façamos um estoque natalino e usemos aos poucos
Que tal?
Cada mês, cada dia
Luzes por fora e por dentro
Fraternidade, espiritualidade, tolerância, afeto
E na virada do ano
Pular ondas e pular maus pensamentos, rancores
Receber e jogar no mar jarros cheios de bons desejos e esperança
Para que as ondas levem e tragam
Algas, conchas, cheirinho de maresia e reflexões
Peço licença a Bethânia
Que como Caetano e toda família
Deve estar muito sentida com a partida da rainha Canô
Eu estou sentida, achava ela linda, plena, encantadora
Trechos de beira-mar para ela, para o mar
Para o ano que se finda e o que vai se iniciar
Para cantarolar, rezar, refletir

"Dentro do mar tem rio
Dentro de mim tem o quê?
Vento, raio, trovão
As águas do meu querer

Dentro do raio trovão
E o raio logo se vê
Depois da dor se acende
Tua ausência na canção

Um mar de sim e de não
Dentro do mar tem rio
É calmaria e trovão
Dentro de mim tem o quê?

Dentro da dor a canção
Dentro do guerreiro flor
Dama de espada na mão"

26 de dezembro de 2012

Mensagem de final de ano

Final do ano é sinônimo de reflexão, planos para o ano seguinte, busca de símbolos, sentidos, amuletos, lista de desejos, preparação para o momento da virada, cores, deuses, santos, orixás, animais do horóscopo oriental, que irão reger o ano novinho que temos pela frente. Tom e som de: "Como será o amanhã? Responda quem puder".
E o ano de 2013 se iniciará em uma terça-feira dia da semana devotado a Santo Antonio, símbolo de desejos e práticas de paz e bem, pão para quem tem fome, cultura popular, menino Jesus nos braços. Dia da semana de Ogum, orixá da guerra (vale pontuar que guerras podem e devem ser travadas para o bem, sejam dentro de nós e/ou contra o que for ruim, sem armas ou violência), Ogum do progresso tecnológico (que também não significa alienação e sim ferramenta de apoio), orixá que representa a busca pelo sucesso, por mudar o que precisa ser mudado e que hajam então boas mudanças profissionais, pessoais, sociais.
2013 na astrologia chinesa será o ano da serpente, um ano dado à  reflexão, planejamento, busca de respostas. A dica é de ver onde se pisa e ser mais cauteloso (dica para toda vida e todos os dias creio eu). Uma ano como li nas pesquisas que fiz, para colocarmos cerca, nos protegermos.
Penso que cada ano independente de crença ou simbologias é invariavelmente feito de nossas escolhas lá atrás e do que os que estão a nossa volta escolheram e do que escolheremos aqui e ali adiante, nas muitas situações que se apresentarão. Anos são feitos de chegadas e partidas, despedidas, até logos, choros, sorrisos, abraços, puxar papos, sentir, provar, curtir, comentar, compartilhar sensações, sentimentos.
Anos são feitos de dias, de horas e em cada uma delas muitos minutos e muitas histórias, buscas, desleixos, trabalho, descanso, descobertas, confirmações, perdas, ganhos, conquistas, fé, medo, coragem e vida, a cada minuto mais um minuto de vida.
Que façamos bom uso de estar vivos nesses últimos dias do ano que se encerra e nos próximos 365 do ano novinho que nos aguarda, que 2013 seja azul.

22 de dezembro de 2012

Mensagem de Natal

Feche os olhos
Ou fique com eles abertos
E imagine um bando de pássaros voando
Se imagine um pássaro
Um anjo
Acredito em anjos
E acredito que eles voam, pousam
E andam por todos os lugarares
Deseje que anjos, fé, alegria e ternura
Asas e vôos, pés e terra firme
Céu azul, ensolarado, estrelado ou nublado
Estejam sempre eu seu cenário
Que o Natal faça morada em nossos corações
Nesses dias que antecedem o Natal
Na noite do dia 24 e sempre
"Embora haja quem diga que o Natal passou a existir por influência da festa judaica de Hanuká (Festa das Luzes), parece consensual a versão de que o Natal, propriamente o dia 25 de dezembro, origina-se de Roma, mais especificamente da festa pagã do “dies solis invicti natalis” (“o nascimento do Sol invicto”), em que se homenageavam o “deus Sol”, quando esse começava a se dirigir para o norte. 
Nessa data, era comum as casas serem decoradas com árvores, os amigos trocarem presentes, as pessoas realizarem procissões etc. 
Por se tratar de uma data relevante para aquele povo, e pelo fato de ser praticamente impossível apagá-la de suas mentes, a Igreja Católica decidiu transformar tal cerimônia pagã numa festa cristã.
A figura do Papai Noel foi inspirada no bispo católico Nicolau, que viveu por volta de 350 a.C., o qual tinha o hábito de distribuir presentes para as crianças pobres. 
Após ser canonizado (“santificado”), São Nicolau (Santa Klauss) ganhou fama, transformando-se no “bondoso velhinho” de barbas brancas.
A árvore de Natal, segundo estudiosos, provém de costumes dos povos indo-europeus, os quais muito antes de Cristo, adoravam ao que denominavam de “deusa da fertilidade”, ou seja, a árvore. 
Foi somente a partir do século XVI que o grande vegetal ganhou toda essa simbologia atual, com enfeites coloridos, velas, frutas etc.
Já o presépio tem sua origem no ano de 1223 da Era Cristã, por mãos de São Francisco de Assis, o qual tinha por objetivo comemorar o Natal de um modo mais autêntico."
Autoria: Jaime Nunes Mendes

21 de dezembro de 2012

A vida de cada um de nós é como um fio, como um curioso fio de um macarrão chinês que "conheci" outro dia, não pessoalmente, mas em uma matéria na televisão. Na China, esse macarrão de um gigante e único fio é servido em aniversários e representa o desejo de que o aniversariante tenha uma vida longa.
Ao receber o prato a tradição sugere que o fio seja puxado até onde a pessoa aguentar e só ai se parta com uma mordida ou apertando os lábios, seguido da degustação com toda excitação possível. Como o  assoprar das velas de um bolo. E pedidos são feitos,  soam-se palmas ou curte-se o momento mais sossegadamente.
Desejo que não sejam os prelúdios de final de ano ou anúncios de final de mundo, eminencia de acontecimentos extraordinários ou a falta de acontecimentos que o senso comum julga como extraordinários, pontos de partida, nem de chegada,  que não sejam necessárias desculpas ou motivos para percebermos como nossa vida é um fio, que pode ser longo ou curto, forte ou frágil e também como podemos e devemos tecer, unindo-nos aos fios alheios.
Sejamos fios firmes, com todos os altos ou baixos, esticadas e nós que estiverem acontecendo ou por vir.
Já posso ouvir os guizos das renas e visualizo papai Noel de bermudão, barba feita e boné, os reis magos a caminho da manjedoura, sinto o cheirinho do peru saindo do forno e o gostinho bom de ter uma casa, uma ceia e uma família.
Uma sexta-feira natalícia, branca e santa, sol, verão, brisas, ventos e banhos de mangueira, de tanque, de piscina, de mar, de folha, água geladinha para beber, água benta para benzer a mim e a vocês.

20 de dezembro de 2012

Voltei!

Desde a última postagem foram alguns dias sem computador, sem postagens, sem visitas. Algo errado vinha acontecendo aqui com o computador, era no HD e o resultado final foi ter que trocá-lo por outro.
Estou com idéias, reflexões, letras de músicas, poemas, crônicas, imagens, tudo acumulado e aos poucos vou colocar a casa em dia.Vim só dizer um oi, vou fazer visitinhas, leituras e comentários por ai e quero agradecer a presença na minha ausência, a preocupação e aproveito para dar adeus a primavera e desejar que flores, cores e perfumes permaneçam em nossas almas e vidas, independente de qual estação seja. Que venha o verão e que como girassóis nos voltemos para a luz, para a claridade das palavras, das ações, dos sentidos e sentimentos, da fé. Sejamos ensolarados por fora e por dentro.

14 de dezembro de 2012

Casas e vidas

"Imagino que a vida de cada um seja semelhante a uma casa. Frágil ou sólida depende de como é construída.
Algumas pessoas se preocupam só com os alicerces. Dedicam-se à vida material. Quando venta, não têm paredes para se proteger. Outras não colocam portas. Qualquer um entra na vida delas. 
Tenho um amigo que não sabe dizer não...vive cercado de pessoas que sugam suas energias como autênticos vampiros emocionais. Outro dia lhe perguntei: Por que deixa tanta gente ruim se aproximar de você? Garante que no próximo ano será diferente. Nada mudará enquanto não consertar a casa de sua vida.
São comuns as pessoas que não pensam no telhado. Vivem como se os dias de tempestade jamais chegassem. Quando chove, a casa delas se alaga. Certa vez uma amiga conseguiu vender um terreno valioso recebido em herança. Comentei: Agora você pode comprar um apartamento para morar. Preferiu alugar uma mansão. Mobiliou. Durante meses morou como uma rainha. Quase um ano depois, já não tinha dinheiro para botar um bife na mesa!
Aproveito as festas de fim de ano para examinar a casa que construí.
Alguma parede rachou porque tomei uma atitude contra meus princípios?
Deixei alguma telha quebrada?
Há um assunto pendente me incomodando como uma goteira?
Minha porta tem uma chave para ser bem fechada quando preciso, mas também para ser aberta quando vierem as pessoas que amo?
É um bom momento para decidir o que consertar. Para mudar alguma coisa e tornar a casa mais agradável.
Ao longo dos anos, cada pessoa constrói sua casa. O bom é que sempre se pode reformar, arrumar, decorar! E na eterna oportunidade de recomeçar reside a grande beleza de ser o arquiteto da própria vida."
Esses são trechos de um depoimento de Walcyr Carrasco que eu trouxe para dividir com vocês, com a dica e o desejo de que cada um   pare para olhar a casa que construiu, coloque ordem no que estiver bagunçado, arregace as mangas para o que precisa ser feito ou melhorado, se alegre com o que está bom e que tenhamos todos uma boa morada por fora e por dentro.

13 de dezembro de 2012

Esse é meu filho quando pequeno e arteiro
Luz em nossas vidas
E essa foto cai muito bem no dia de hoje
Pelo chapéu de cangaceiro
E por ser um dia de luz
Dia de Santa Luzia
E aniversário de Luiz Gonzaga
Amei ouvir ele dizer
"Nasci no dia de Santa Luzia
Por isso é que sou Luiz
E no mês que Cristo nasceu
Por isso é que sou feliz"
Foi feliz e fez muita gente feliz
Através de suas música, letras e melodias
Do som inconfundível do baião
Tinha empatia popular
Tenho uma afeição especial por Luizes
Meu avó querido se chamava Luis
E pela visão dele rezei para Santa Luzia
Já pedi também pela retirada de ciscos do olho
E ainda rezo, com a oração cantarolada
Com palavras de graça e fé
"Santa Luzia passa por aqui
Tira esse cisco daqui"
Salve Luiz!
Salve Santa Luzia!
O baião, o sertão, o rubacão
E tudo que nesse mundão há de bão!

12 de dezembro de 2012

Do campo ao Nobel

O escritor chinês Mo Yan, cresceu numa região recôndita da China e  viveu um conto literário na noite dessa segunda-feira com o recebimento do Prêmio Nobel de Literatura, ele disse: “Parece um conto de fadas, que aconteceu mesmo”.
Guan Moye é o nome dele, mais conhecido pelo seu pseudônimo: Mo Yan, que significa "Não fale”, que se refere ao período revolucionário da década de 50, quando seus pais o instruíam a não falar tudo o que pensava em público.
“Sei que a literatura tem uma importância mínima nas disputas políticas e nas crises econômicas no mundo, mas a sua importância para os seres humanos é ancestral. Quando a literatura existe, talvez não notemos como ela é importante, mas quando ela não existe, as nossas vidas tornam-se embrutecidas e cruéis. Por esta razão, tenho orgulho na minha profissão e estou consciente da sua importância.” Palavras de Mo Yan que assino embaixo.

11 de dezembro de 2012

Sabe aquela velha brincadeira com a cantoria: "Lá vai a bola girar, na roda passar a diante, sem demora, pois se, ao fim, dessa canção, você estiver com a bola na mão, depressa, pule, fora"? Pois é bem assim a nossa vida não é?
Como em um jogo que não podemos parar de jogar e onde há regras e onde nem sempre ganhamos, nem sempre perdemos, como diz a canção, mas a cada dia que vivemos temos que aprender a jogar melhor, entender o processo, participar mais ativamente da dinâmica é a regra principal.
A bola vai girando e passa por nossas mãos para que passemos aos outros e se ficarmos com ela na mão, parados, estáticos, depressa caímos fora do jogo.
Que passemos então a bola da amizade, do carinho, do incentivo, do apoio, da delegação de tarefas quando estiverem demais para gente, da alegrias, do conhecimento, da boa energia, para que tudo siga fluindo e a bola siga girando.
Que completando ou não nossa cartela do bingo, com peças ou feijõezinhos, estejamos sempre participando, acompanhando o sorteio, vibrando com as nossas vitórias e também com as dos outros.

10 de dezembro de 2012

Muitos vivas aos palhaços



Eu acho palhaços o máximo, gosto das trapalhadas, piadas, da maquiagem, do nariz vermelho, das roupas, cores e também gosto do lado triste e meio filosófico que nos faz refletir sobre a alegria que sempre se deve ter e transmitir independente da tristeza que todo mundo tem, até palhaços. 
Alegrias e tristezas são próprias do ser humano e saber lidar com as duas e com outros sentimentos adjacentes é como equilibrar pratos, todos girando, sem deixar nenhum cair, habilidade genuinamente circense.
Gosto também da imagem do palhaço limpando a maquiagem, como uma alegoria de tirar o personagem e olhar no espelho a pessoa que se é, que por vezes não tem nada de palhaço, por outras, ainda sem maquiagem é o personagem de cara limpa.
Como Selton Mello no filme "O palhaço", que descobre que os gatos bebem leite, ratos comem queijo e ele é palhaço ou como um palhaço muito simpático que tive o prazer de conhecer e que com ou sem maquiagem era um palhaço convicto e pelo seu tamanho, um tanto quanto reduzido, foi batizado de Palhaço Economia, é ele nas fotos desse post.
Engraçado e maravilhoso o nome, ainda que o dono não economizasse nem nas palhaçadas, nem no amor a profissão, nem em gentilezas, sorrisos e lições de vida.
Preciso citar também um dos aprendizes que Economia não economizou em ensinar, o talentoso Lucas, que me deu um autógrafo ainda pequeno e hoje já é um rapaz, fez vários curtas com meu irmão e sua trupe e tem alma de palhaço.
Clica aqui e aqui para ver, ler, viajar um pouco no mundo da profissão palhaço e conhecer Lucas e toda trupe do palhaço Economia, que trocou as estrelas da lona pelas do céu e deve estar se sentindo em casa por lá e feliz hoje em seu dia, por tudo que fez, pelos aprendizes, amigos, historias, risos e palmas que ainda damos a ele e hoje dedico a todos os palhaços.

Praças, passeios de infância e eu

Quando eu era pequena lembro-me de alguns passeios clássicos como ir a Ribeira, beira mar onde há barquinhos atracados e uma famosa sorveteira que sempre foi de um mesmo dono, um espanhol, mas hoje já não é mais. Íamos também ao Jardim da Piedade, onde tem uma Igreja de Nossa Senhora da Piedade e era a casa de meus tios e padrinho e embaixo a Padaria Piedade, onde hoje é um Shopping. A padaria ainda existe e meu padrinho tá lá, estão também os pães de leite e de milho, os biscoitinhos jesuítas e paciência, sonhos que são um sonho.
Nessa praça da Piedade que me fez viajar até a padaria, algumas coisinhas mudaram, por exemplo os camaleões que haviam por lá, não estão mais lá, em compensação há um lindo gradil novo em volta e a fonte, ainda está lá, adoro fontes.
Outros jardins também eram parte de meu roteiro, como o Campo da pólvora, que se transformou completamente, ficando apenas na memória e o Campo Grande, onde fica o famoso teatro Castro Alves, aonde há muitos pombos e uma imponente fonte, perto de onde caí de joelhos em cima de uma tampinha de metal de refrigerante virada pra cima.  Será que a teoria do infortúnio do biscoito  que teima em cair com a manteiga para baixo, vale para caídas em tampinhas viradas para cima?
Todas essas lembranças vieram se súbito ao passar essa semana que passou pelo Jardim de Alah, que não é um jardim, é orla, antigamente local preferido para piqueniques, hoje ponto de caminhadas, pedaladas, futebol e vôlei de areia e de massagens. Lugar que sempre fui quando pequena e hoje é o ponto de partida das pedaladas de bike minhas e de meu marido aos domingos e nunca me perguntei, por que jardim? Que Alah é esse?
A praia em questão é exibe um lindo coqueiral, grama, areia e marzão. Um retrato de cartão postal e  a história que achei foi que morava em uma cabana nesse coqueiral, que fazia parte de uma fazenda, um muçulmano que cumpria assiduamente suas obrigações religiosas em louvor a Alah (Deus), daí o batismo. Fui atrás dessa história, afinal muita gente sabe que Itapuã (praia famosa aqui) significa “pedra que ronca” e Itaparica (ilha mais popular daqui) significa “cercada de pedra”, nomes de origem tupi-guarani, mas poucos devem saber a origem do nome da praia Jardim de Alah.
Chega de praças e passeios que hoje é segunda-feira. Vamos arregaçar as mangas! Boa semana!

7 de dezembro de 2012

Ganhei essa imagem de Sheilinha
Amiga passarinha
Uma lindeza não acham?
Eu amei!
“Nós nascemos curiosos, nascemos filósofos. E, quando crescemos, todos aprendemos a fazer perguntas. Nisso os adultos têm muito o que aprender com a mente curiosa dos jovens. Os adultos acabam se acostumando com o mundo e ficam acomodados.” Jostein Gaarder disse e eu assino embaixo e essa é minha reflexão e pedido para hoje: não nos acostumemos, nem acomodemos.
Que eu, que nós não nos acostumemos, não deixemos de nos chocar com o que é impróprio, inadequado.
Sejamos questionadores, curiosos, empreendedores e detentores de valores que ninguém, tendências, modinhas ou pressões religiosos, políticas ou sociais nos tome, nos persuada. Façamos perguntas, busquemos respostas, sem pressa, mas com sabedoria.
“Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.” Trechos de um texto de Marina Colasanti.
Hoje é sexta-feira, final de semana a vista, descanso para um uns, badalações para outros, pensei hoje cedo como está próxima a última sexta do ano, imaginei a Colina Sagrada lotada, muito branco, água de cheiro, agradecimentos pelo ano que se encerra, eu tenho muito a agradecer. A propósito: Obrigada! Pelas visitas, comentários, carinho.

6 de dezembro de 2012

"A vida é um sopro"

A frase é de Niemeyer que também disse: “Toda escola superior deveria oferecer aulas de filosofia e história, assim fugiríamos da figura do especialista e ganharíamos profissionais capacitados a conversar sobre a vida.”
Meu filho quando pequeno inventou de gostar de Niemeyer, não lembro se ao ver ele na televisão, alguma matéria no jornal, numa revista, por alguma obra arquitetônica que tenha chamado sua atenção ou simplesmente por puxar a mãe, que tem simpatia latente por idosos. 
Pode também ter sido pelo nome, como eu, ele gosta de nomes, se encanta, acha engraçado ou bonito. Nomes de pessoas, coisas, lugares, sem saber de quem são ou a que se referem. Tem até histórias de criação de palavras por parte dele, não inseridas no dicionário do Word, mas eternizadas nas memórias de sua infância. Tchunco era uma delas, dita só para eu responder, quantas vezes fosse, com cara e tom de espanto: Tchunco? Tchunco não existe!
Rolinho patá-pôtô foi o nome de batismo de um rolo de macarrão sem os cabos laterais que ele fazia descer escada abaixo e nós levamos para ele fazer de novo a mesma coisa. Penso que esse nome se deve ao barulho que o rolo de madeira fazia nos degraus de cimento.
Depois de conversar sobre a vida, volto a Niemeyer para dizer que sou fã das suas construções, da sua lucidez e trabalho na atividade na qual foi mestre até a idade avançada, das suas opiniões sempre coerentes, coletivas, educativas. Um homem que se vai, mas fica, muito além da arquitetura.

5 de dezembro de 2012

Esperando na janela

Garanto que o uniforme de Noel está em dia
E os presentes e carvões também
As renas já estão ensaiando
O instrutor está conferindo os guizos
E seus preparativos?
Decoração da casa
Árvore, presépio, guirlanda
Correspondências, presentinhos
Definição da ceia, ingredientes
Tudo em dia?
Já está esperando na janela pelo Natal?
Com ela bem fechada por causa do frio?
Ou escancarada pois seu endereço não combina com neve ?
Esse é meu caso
Mais ainda passo o Natal onde tem neve
Ainda pego, arremesso, faço anjo
Boneco, bolo, bola
Visto figurino de Natal
Com direito aos Paulos com casaco igual

4 de dezembro de 2012

O mundo precisa de Carolinas

Nasceu no dia de hoje uma menina alegre, forte e amorosa como a cor vermelha de Santa Bárbara, iluminada com um feche de luz, um raio as vezes, outras só um clarão. Um doce de pessoa chamada Carolina, como os docinhos da imagem que tem esse nome e eu adoro. Meu carinho, minha amizade ainda que a distância e meu desejo de muitas realizações para ela.
O mundo precisa de pessoas simples assim
Que pensam e agem coletivamente
Que fundam bibliotecas em áreas carentes
Matéria sobre a ida ao cinema aqui
Boa gente, boa amiga, irmã, filha, sobrinha
O mundo precisa de pessoas que não desistem de seus sonhos
Que persistam até verem seu nome na lista de aprovados
Que colocam o carinho e o afeto acima da riqueza
Que são maiores que seus infortúnios
Que não perdem sua opinião e vontade numa multidão
Que são honestas nas coisas pequenas e nas grandes
Que são atenciosas e prestativas
O mundo precisa de pessoas como Carolina
De pequena, tenho lembrança de Santa Bárbara de um dos muitos dizeres de meu avô. Minha avó e eu, que sou toda tirada a valente, temos medo de trovões, eu sei de toda explicação técnica, metereológica, natural e sobrenatural do fenômeno, mas tenho medo. Ficar longe de espelhos, celulares e metais são as providencias depois de rezar e ai entra o dizer se S. Luis: "Sólo si recuerda de Santa Bárbara cuando truena". Pois é!
A medida que fui me aprofundando na minha religiosidade, lembrava do ditado e dos trovões e resolvi lembra dela mais vezes, para estreitar os laços.
Hoje e todo dia 4 de dezembro aqui na Bahia tem festa para Santa Bárbara, também conhecida como Iansã, orixá dos raios e tempestades. Dia de vermelho, amo a cor vermelha, roupas, flores a energia da cor, dia de sincretismo, orações e oferendas, missa e festa nos terreiros, procissão e caruru.
Que Santa Bárbara nos livre das tempestades e nos proteja dos raios e trovões da vida.

1 de dezembro de 2012

Inspirada em Nando Reis e Marisa Monte
Melodias e letras
Sentidos e sentimentos embalem dezembro
"Para todas as coisas: Dicionário
Para que fiquem prontas: Paciência"
Para subir ou descer: Escada
Para o final de semana: Agito ou Descanso
Para varandas: Redes
Para os belisquetes de Natal: Nozes
Para presente: Afeto e doçura
"Para difíceis contas: Calculadora
Para pular a onda: Litoral
Para lápis ter ponta: Apontador
Para embaixo da sombra: Guarda-sol
Para brincar na gangorra: Dois
Para ferver uma sopa: Graus
Para a luz lá na roça: 220 volts
Para vigias em ronda: Café"
Café para mim também por favor
Para dar e ganhar carinho: Abraço
Para enfeitar: Laço
"Para aumentar a vitrola: Sábado
Para trancar bem a porta: Cadeado
Para a letra torta: Pauta
Para estourar pipoca: Barulho"
Para estourar caixa de achocolatado vazia: Pisão
"Para o telefone que toca
Para a água lá na poça
Para a mesa que vai ser posta
Para você o que você gosta: diariamente"