9 de junho de 2011

Era da correria

"Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
"Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa. Uma era que leva esta carta a você e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplismente clicar 'delete'.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre. Lembre-se de dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo se quer.

Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e ás pessoas que ama, mas em primeiro lugar, se ame... se ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vem de lá de dentro. Por isso valorize sua família e as pessoas que estão ao seu lado, sempre."

Texto de George Carlin

Um comentário:

  1. Não saboreamos mais o que comemos, bebemos, assistimos, ouvimos...
    Sempre temos pressa, pensamos na próxima coisa afazer, a pedir, prestamos atenção na mesa ao lado, nos ruídos da rua, da nossa mente, estamos absorvidos em contas, lembranças, planos...além do que está ali, diante de nós.

    Não curtimos as pequenas coisas, perdemos referências, valores.

    Não se mede as palavras.
    Dizemos e escutamos coisas horríveis.
    Mas devemos nos atentar também e muito para as coisas boas serem medidas, ditas com verdade, sentimento, para o que é especial não ser banalizado.

    Tudo é quantidade, comparação, imitação.

    Falando em ter, saborear, em valores, lembrei do Pequeno Príncipe:

    "Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas."

    ResponderExcluir