Tenho reparado que muitos dos contatos que faço através do Blog são com filhos de pilotos ou ex-pilotos. Como alguns exemplos recentes, cito o Renato Dornelles, filho do Délcio, o Roger Franzen, filho do Rejany, o Cláudio Sinibaldi, filho do José Pedro (a quem estou devendo uma visita), o Marcelo Vieira, filho do preparador Marcos entre outros.
Esse fato é muito interessante e é também uma maneira dos filhos prestarem uma pequena homenagem a eles. O Blog estará sempre à disposição.
Foi há alguns dias que recebi um e-mail de mais um filho, no caso o Roberto "Betinho" Freire, filho do Breno Job Freire, piloto que participou de provas entre 1968 e 73. O "Betinho" enviou um farto material sobre a trajetória do pai. Escolhi uma das imagens e publiquei no último domingo na sessão Desafio da Semana.
A resposta veio rápido. Para minha surpresa, o Paulo Schutz me disse que aquele Corcel #71 foi o primeiro carro de corrida no qual ele andou, indo de carona com o "Breninho" para o Tarumã, no tempo em que os carros de corrida iam para o autódromo andando. Faz muito tempo... Em meio às respostas, algumas palavras sobre o preparador daqueles carros, o Ilson Brigoni, mais conhecido como "Tio Guime", do qual noticiamos seu falecimento há algum tempo. Se vocês, assim como eu, não os conheciam, se preparem, pois a partir de hoje vão saber muito sobre a história deles. História de muita paixão e dedicação.
Breno Job Freire começou tarde no automobilismo. Tinha 36 anos quando participou da primeira prova, a última Antoninho Burlamaqui (Porto Alegre - Capão da Canoa) em 1968. Esta prova foi vencida pelas Belinetas da Willys com Luis Pereira Bueno em primeiro e Bird Clemente em segundo. Breno era estreante mas poucos sabiam. Chegou em Capão da Canoa em 9º lugar na geral e 3º na sua categoria. Correu com um Simca Rally/Tufão M-sul com motor emprestado do Rui Souza. Chegou em Capão em sete cilindros, pois havia caído um cabo de vela. Há ainda algumas curiosidades sobre essa prova que serão publicadas em breve. Abaixo alguns registros da prova, publicados no antigo jornal Folha da Tarde e uma imagem da chegada de Breno em Capão.
Depois vieram os 500Km de Porto Alegre, disputados no circuito da Pedra Redonda, que foram vencidos pela dupla "Chico" Landi e Jan Balder com uma BMW. Vejam alguns folhetos distribuídos aos espectadores. Além da listagem com os inscritos, o desenho do traçado da pista, havia um informativo sobre a construção do autódromo de Tarumã.
Nesta prova Breno bateu em um poste na última volta depois de ter quebrada a barra da direção. Estava em 1º lugar e ainda conseguiu cruzar em 5º, atrás de "Chico" Feoli (DKW). Conseguiu fazer parte de uma foto histórica num pódio que tinha "Chico" Landi, Jan Balder, Vitório Andreatta, Henrique Iwers e "Chico" Feoli. Para ele foi o máximo conseguir aquela façanha em sua terceira corrida, no meio de tantos ícones das corridas. Abaixo algumas imagens da prova.
Para um iniciante, os resultados obtidos até aquele momento, demonstravam as ótimas qualidades de "Breninho" como piloto. Com um carro com um motor forte, preparado pelo Guime, as perspectivas eram as melhores possíveis.
Saberemos mais sobre essa história a partir da próxima segunda.
Antes de encerrar essa primeira parte vejam um registro de uma prova de Arrancada em Novo Hamburgo, em 1969. "Breninho" está recebendo o troféu das mãos do... deixo essa para vocês. Há mais gente conhecida nesta imagem.
Fonte das imagens: arquivo Roberto Freire.