Aqui, o meu lugar!
❝Recife,
Não a Veneza americana
Não a Maurisstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois...❞
(Manuel Bandeira)
❝Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura.❞
(Manuel Bandeira)
❝Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de
chicote-queimado e partia as vidraças
da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho
e botava o pincenê na ponta do nariz❞
(Manuel Bandeira)
❝Depois do jantar as famílias
tomavam a calçada com cadeiras,
mexericos, namoros, risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!❞
(Manuel Bandeira)
❝À distância as vozes macias das meninas politonavam:
Roseira dá-me uma rosa
Craveiro dá-me um botão
(Dessas rosas muita rosa
Terá morrido em botão...)❞
(Manuel Bandeira)
❝De repente nos longes da noite; um sino
Uma pessoa grande dizia:
Fogo em Santo Antônio!
Outra contrariava: São José!
Totônio Rodrigues achava sempre que era São José.❞
(Manuel Bandeira)
❝Os homens punham o chapéu saíam fumando
E eu tinha raiva de ser menino
porque não podia ir ver o fogo...❞
(Manuel Bandeira)
❝Rua da União...
Como eram lindos os nomes
das ruas da minha infância
Rua do Sol❞
(Manuel Bandeira)
~ e só lembrei da Lu ao clicar essa foto ~
❝A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear.❞
(Manuel Bandeira)
❝(Tenho medo que hoje se chama do Dr. Fulano de Tal)
Atrás de casa ficava a rua da Saudade...
...onde se ia fumar escondido
Do lado de lá era o cais da rua Aurora...
...onde se ia pescar escondido
Capiberibe
- Capibaribe❞
(Manuel Bandeira)
❝A sintaxe lusíada
A vida com uma porção de coisas
que eu não entendia bem
Terras que não sabia onde ficavam
Recife...❞
(Manuel Bandeira)
❝Rua da União...
A casa de meu avô...
Nunca pensei que ela acabasse!
Tudo lá parecia impregnado de eternidade
Recife...
Meu avô morto.
Recife morto, Recife bom,
Recife brasileiro como a casa de meu avô.❞
(Manuel Bandeira)