Eu sei. Não é novidade alguma eu vir aqui falar que sinto falta dos meus pais.
Todo filho sem um ou sem os dois, não importa a idade, sente-se órfão.
Órfão do afeto, órfão do olhar e órfão até das palavras pai e mãe.
Mesmo quem tem filhos se sente órfão das palavras. Porque ouvir pai e mãe não é o mesmo que dizer pai e mãe. E aqui, que fique claro, não estou a atribuir um juízo de valor.
Mais do que cada um sabe onde seu sapato aperta, cada um sabe onde seu coração aperta.
E o meu, por me apertar tanto, vem me fazendo pensar no que havia de especial na dupla que me fez, no que havia de especial neles juntos e não em suas singularidades.
E a resposta é bem simples. Simples de revelar. Talvez, seja extremamente complexa de construir.
Os meus pais, independentemente de suas origens, de seus gostos, de seus projetos pessoais, de seus dons, de seus tropeços, de suas diferenças etc., sabiam manter a autoestima um do outro.
Não importava a fase, estivessem eles mais ou menos felizes, mais ou menos saudáveis, mais ou menos produtivos, mais ou menos ricos, com mais ou menos problemas, eles mantinham a autoestima do outro em pé e não se afastavam.
O corpo da minha mãe se desmanchou na curva perigosa dos cinquenta, mas ela morreu inteira por causa do meu pai.
Já meu pai morreu despedaçado em todos os sentidos por causa da ausência de minha mãe. Teria sido diferente se ela estivesse aqui não tenho a menor dúvida.
Deve ter sido dificílimo para ele ficar sozinho na trincheira que pertencia aos dois...
Deve ter sido mais do que o fim.
Todo filho sem um ou sem os dois, não importa a idade, sente-se órfão.
Órfão do afeto, órfão do olhar e órfão até das palavras pai e mãe.
Mesmo quem tem filhos se sente órfão das palavras. Porque ouvir pai e mãe não é o mesmo que dizer pai e mãe. E aqui, que fique claro, não estou a atribuir um juízo de valor.
Mais do que cada um sabe onde seu sapato aperta, cada um sabe onde seu coração aperta.
E o meu, por me apertar tanto, vem me fazendo pensar no que havia de especial na dupla que me fez, no que havia de especial neles juntos e não em suas singularidades.
E a resposta é bem simples. Simples de revelar. Talvez, seja extremamente complexa de construir.
Os meus pais, independentemente de suas origens, de seus gostos, de seus projetos pessoais, de seus dons, de seus tropeços, de suas diferenças etc., sabiam manter a autoestima um do outro.
Não importava a fase, estivessem eles mais ou menos felizes, mais ou menos saudáveis, mais ou menos produtivos, mais ou menos ricos, com mais ou menos problemas, eles mantinham a autoestima do outro em pé e não se afastavam.
O corpo da minha mãe se desmanchou na curva perigosa dos cinquenta, mas ela morreu inteira por causa do meu pai.
Já meu pai morreu despedaçado em todos os sentidos por causa da ausência de minha mãe. Teria sido diferente se ela estivesse aqui não tenho a menor dúvida.
Deve ter sido dificílimo para ele ficar sozinho na trincheira que pertencia aos dois...
Deve ter sido mais do que o fim.