segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Recordações da casa das bananas
Le O Duplo enquanto toma chá. Como de costume, vai marcando os parágrafos e as palavras. Fervem ideias no samovar que guarda, com zelo, na cabeça. O samovar, apesar de simples, de resistente ao frio e de um pouco machucado, está inteiro. Não vaza. O samovar é made in Brazil, montado a banana, ferro e fogo e solidificado a gelo e a um pouco de cultura. Bom para pinguins, na maior parte do tempo, serve à macadada, isso quando não tem de se render aos gorilas, porque os gorilas batem no próprio peito e, é claro, no samovar. O samovar surgiu do nada em um "aparecimento inesperado e estranho", o samovar entrou à força no círculo de outras existências, o samovar desconfigurou as relações e a distribuição das bandejas de pratas, o samovar veio em forma de embrião, e embrião segue sendo - nem feto nem pessoa - aos olhos inúteis de alguns.
domingo, 29 de novembro de 2009
Planeta dos Macacos
Não consegue escrever e não deu branco. Talvez, tenha dado um preto, um apagão nacional. A cabeça está abalada. Há excesso de nojo, raiva e impotência circulando. Há um cansaço desbloqueado. Denúncias descem corpo abaixo feito as pedras que jamais revidou. O corpo dói o passado de abusos e sem aquecimento de uma família eternamente na era do gelo, de bípedes movidos a urros, à força física e à falta de afeto. O corpo registra os ataques. O corpo lembra do presente de Natal jamais usado, lançado ao lixo pela inveja de alguém do bando. O corpo registra a mão da fêmea barriguda largando um plaft em seu rosto em um momento de descuido. Porque o corpo teve de manter-se em vigília, atento aos inumeráveis sinais, apurando os ouvidos e os olhos para preservar-se um pouco de tanta falta de justiça.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Para Enio e o seu Mar Quente
Se você vier me perguntar por onde andei no tempo em que você escrevia, como uma bípede falante, te direi, amigo, eu me sonhava. Sei que assim escrevendo, pensas, que esse sonho é moda de mãe em bom português, mas eu andava tão contente e sem desespero que para falar de letras eu quase não parava. Tenho 9 anos de sonho e sangue transformados no pequeno bípede que eu sempre quis ter. E se hoje ele faz mais que arte, por força do destino além do blog um livro agora eu possa escrever. Sei que assim escrevendo pensas que nessa história um jeito eu vou dar de vez. Mas pode ser que nada ande e a pobre bípede siga escrevendo apenas parabéns!
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A grama verde do vizinho
Tá bom. Esse lance de rádio de vez em quando dá nos nervos. Eu sempre fui de ouvir e ouvir de novo, mais uma vez, só mais uma, é a última, eu juro, a mesma música. Era tão bom. Putz, dava um ânimo, um devaneio. Dava até pra dizer lá vem a bípede only one song. E eu gostava. Bípede feliz disco arranhado não era problema. Agora é. De manhã, gravei o Yo Yo Máximo; na hora do almoço, ele começou a encolher e, agora, ele está com um jeito tão miudo, mas tão miudinho, que prefiro ir cantarolar pelas gramas verdes dos vizinhos.
Na ponta do lápis
Porque o meu pequeno bípede tem dificuldade motora e lutou bravamente contra o lutador de sumô que segurava o seu braço, uma homenagem a sua força de vontade, disciplina e resistência. Porque a minha Maricota, mesmo carregando o seu notebook para lá e para cá, segue firme com seus postais e acabo de receber mais um, uma homenagem a sua delicadeza. De Umberto Eco:
A arte esquecida da caligrafia
Recentemente, dois jornalistas italianos escreveram um artigo de jornal em três páginas (portanto, impresso) sobre o declínio da caligrafia.
A esta altura já se sabe: A maioria das crianças - com o uso dos computadores e mensagens de texto via celular - não sabe mais escrever à mão, a não ser em suadas letras maiúsculas.
Um professor disse em uma entrevista que os alunos também cometem inúmeros erros de ortografia, o que revela um outro problema: Médicos sabem ortografia, mas escrevem mal; e até o mais experiente calígrafo pode escrever "concerto" em vez de "conserto".
E conheço crianças cuja caligrafia é muito boa. Mas o artigo fala de 50% de crianças italianas - então, eu acho que, graças a um destino indulgente, eu me encaixo nos outros 50% (o que casualmente ocorre comigo na política também).
A tragédia começou muito antes da chegada do computador e do telefone celular.
A caligrafia dos meus pais era um tanto angulosa pela maneira com que o papel era apoiado, e suas cartas eram, pelo menos para os padrões de hoje, pequenas obras de arte.
Na época, algumas pessoas diziam - provavelmente as que tinham letra feia - que a arte da caligrafia era para os tolos. É óbvio que uma boa caligrafia não pressupõe necessariamente inteligência. Mas era muito prazeroso ler anotações e documentos escritos da forma mais tradicional.
A minha geração foi ensinada a ter boa caligrafia, e passávamos os primeiros meses da escola primária aprendo o contorno das letras. O exercício foi depois considerado fútil e repressivo, mas ensinou-nos a manter nossos pulsos firmes na hora de usar a caneta e a escrever as letras firmes e espessas de um lado e precisas de outro. Bem, nem sempre - por causa das canetas-tinteiro, cuja tinta encharcava nossas mesas, cadernos, dedos e roupas, e que deixava uma mancha na caneta que levava 10 minutos de contorcionismo para conseguir remover.
A crise começou com o advento da caneta esferográfica. As primeiras esferográficas também faziam sujeira, e logo depois de escrever, se você passasse o dedo pelas últimas palavras, criaria um borrão. E as pessoas não sentiam mais interesse em escrever bonito com uma esferográfica, mesmo as melhores, porque acharam que a escrita perdia a alma, o estilo e a personalidade.
Por que deveríamos nos envergonhar de passar a boa caligrafia adiante? A capacidade de escrever bem e rapidamente em um teclado encoraja o pensamento rápido e, muitas vezes (mas nem sempre), o corretor ortográfico sublinha os erros.
Apesar de os telefones celulares terem ensinado às gerações mais jovens a escrever "Onde tá VC?" em vez de "Onde está você?", não esqueçamos que nossos ancestrais ficariam chocados em saber que escrevemos "farmácia" em vez de "pharmácia" e "ele" em vez de "êle". Os teólogos medievais escreveram "respondeo dicendum quod", o que faria Cícero revirar no túmulo.
A arte da caligrafia nos ensina a controlar nossas mãos e encoraja a coordenação entre a mão e o olho.
O artigo de três páginas aponta que a escrita à mão nos obriga a compor a oração mentalmente antes de escrevê-la. A resistência da caneta no papel realmente nos faz parar para pensar. Muitos escritores, mesmo acostumados a trabalhar em computadores, prefeririam certamente um método de escrita mais lento para que pudessem pensar com mais calma.
A realidade é que os jovens irão escrever em computadores e celulares cada vez mais. Ainda assim, a humanidade aprendeu a redescobrir na forma de esportes e prazeres estéticos, alguns antigos costumes que a civilização eliminou.
As pessoas não viajam mais a cavalo, mas fazem aulas de equitação; mesmo com os iates a motor, muitas pessoas continuam tão devotadas a barcos à vela quanto os fenícios há 3.000 anos; há túneis e estradas de ferro, mas muitos ainda gostam de caminhar ou escalar os Alpes; as pessoas colecionam selos, mesmo na era do e-mail; nossos exércitos vão para a guerra munidos de rifles Kalashnikov, mas também participam de torneios pacíficos de esgrima.
Seria bom se os pais mandassem as crianças para escolas de caligrafia para que eles pudessem participar de competições e torneios - não apenas para adquirir conhecimento sobre a beleza, mas também para o seu desenvolvimento psicomotor. Essas escolas já existem; basta procurá-las na internet. E talvez para aqueles que têm mão firme e não têm emprego fixo, ensinar essa arte pode tornar-se um bom negócio."
A arte esquecida da caligrafia
Recentemente, dois jornalistas italianos escreveram um artigo de jornal em três páginas (portanto, impresso) sobre o declínio da caligrafia.
A esta altura já se sabe: A maioria das crianças - com o uso dos computadores e mensagens de texto via celular - não sabe mais escrever à mão, a não ser em suadas letras maiúsculas.
Um professor disse em uma entrevista que os alunos também cometem inúmeros erros de ortografia, o que revela um outro problema: Médicos sabem ortografia, mas escrevem mal; e até o mais experiente calígrafo pode escrever "concerto" em vez de "conserto".
E conheço crianças cuja caligrafia é muito boa. Mas o artigo fala de 50% de crianças italianas - então, eu acho que, graças a um destino indulgente, eu me encaixo nos outros 50% (o que casualmente ocorre comigo na política também).
A tragédia começou muito antes da chegada do computador e do telefone celular.
A caligrafia dos meus pais era um tanto angulosa pela maneira com que o papel era apoiado, e suas cartas eram, pelo menos para os padrões de hoje, pequenas obras de arte.
Na época, algumas pessoas diziam - provavelmente as que tinham letra feia - que a arte da caligrafia era para os tolos. É óbvio que uma boa caligrafia não pressupõe necessariamente inteligência. Mas era muito prazeroso ler anotações e documentos escritos da forma mais tradicional.
A minha geração foi ensinada a ter boa caligrafia, e passávamos os primeiros meses da escola primária aprendo o contorno das letras. O exercício foi depois considerado fútil e repressivo, mas ensinou-nos a manter nossos pulsos firmes na hora de usar a caneta e a escrever as letras firmes e espessas de um lado e precisas de outro. Bem, nem sempre - por causa das canetas-tinteiro, cuja tinta encharcava nossas mesas, cadernos, dedos e roupas, e que deixava uma mancha na caneta que levava 10 minutos de contorcionismo para conseguir remover.
A crise começou com o advento da caneta esferográfica. As primeiras esferográficas também faziam sujeira, e logo depois de escrever, se você passasse o dedo pelas últimas palavras, criaria um borrão. E as pessoas não sentiam mais interesse em escrever bonito com uma esferográfica, mesmo as melhores, porque acharam que a escrita perdia a alma, o estilo e a personalidade.
Por que deveríamos nos envergonhar de passar a boa caligrafia adiante? A capacidade de escrever bem e rapidamente em um teclado encoraja o pensamento rápido e, muitas vezes (mas nem sempre), o corretor ortográfico sublinha os erros.
Apesar de os telefones celulares terem ensinado às gerações mais jovens a escrever "Onde tá VC?" em vez de "Onde está você?", não esqueçamos que nossos ancestrais ficariam chocados em saber que escrevemos "farmácia" em vez de "pharmácia" e "ele" em vez de "êle". Os teólogos medievais escreveram "respondeo dicendum quod", o que faria Cícero revirar no túmulo.
A arte da caligrafia nos ensina a controlar nossas mãos e encoraja a coordenação entre a mão e o olho.
O artigo de três páginas aponta que a escrita à mão nos obriga a compor a oração mentalmente antes de escrevê-la. A resistência da caneta no papel realmente nos faz parar para pensar. Muitos escritores, mesmo acostumados a trabalhar em computadores, prefeririam certamente um método de escrita mais lento para que pudessem pensar com mais calma.
A realidade é que os jovens irão escrever em computadores e celulares cada vez mais. Ainda assim, a humanidade aprendeu a redescobrir na forma de esportes e prazeres estéticos, alguns antigos costumes que a civilização eliminou.
As pessoas não viajam mais a cavalo, mas fazem aulas de equitação; mesmo com os iates a motor, muitas pessoas continuam tão devotadas a barcos à vela quanto os fenícios há 3.000 anos; há túneis e estradas de ferro, mas muitos ainda gostam de caminhar ou escalar os Alpes; as pessoas colecionam selos, mesmo na era do e-mail; nossos exércitos vão para a guerra munidos de rifles Kalashnikov, mas também participam de torneios pacíficos de esgrima.
Seria bom se os pais mandassem as crianças para escolas de caligrafia para que eles pudessem participar de competições e torneios - não apenas para adquirir conhecimento sobre a beleza, mas também para o seu desenvolvimento psicomotor. Essas escolas já existem; basta procurá-las na internet. E talvez para aqueles que têm mão firme e não têm emprego fixo, ensinar essa arte pode tornar-se um bom negócio."
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Do Depósito do Maia
O leitor Marco, leitor do Maia, enviou a seguinte observação para ele, em forma de pergunta:
"Você já viu o que aparece quando se digita “mentiroso” no Google?
Não tinha visto. Fiz o teste".
O Maia testou. Do jeito que sou, também tive de ir testar. O primeiro endereço que aparece é: “Luiz Inácio Lula da Silva - Wikipédia -A Enciclopédia Livre”.
E eu vou chorarrrr, lágrimas de crocodiloooo, lalararará... lágrimas de crocodilo...
Today
Situação: uma dorzinha dentro da minha cachola; bichos escrotos fora dos esgotos; leis sobre a mesa, e tempo curto para bloguear no meu lar, meu mar, meu ar.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Coisa mais linda que já vi parada
Umberto Eco disse que é para a gente fazer listas, que as listas nos ajudam a não morrer. Mas ando meio sem vontade de colocar preto no branco as minhas. Então, inauguro minha bípede série Coisa mais linda que já vi Parada, o que não quer dizer que seja uma lista e que só entrem seres inanimados. Entra o que der na cabeça e, como estou em épocas de descacetada, não faço ideia do que pode ser. Qualquer coisa desde que eu ache linda e eu acho um bocado de coisas bonitas, mas um bocado mesmo, não que eu não veja as feias, vejo e até, de vez em quando, acho bem bonitinhas.
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domingo, 22 de novembro de 2009
Objeto do desejo
Porque eu sei que nunca jamais nem vivendo mil vidas terei uma peça Lalique, me contentaria enormemente em ter um parzinho desse aí acima para enfrentar os dias de chuva desse lugar molhado em que vivo. Mas como esse lugar molhado é no sul do sul do continente sul-americano estou prevendo que desejar um é praticamente a mesma coisa que desejar uma peça Lalique. Haja vida.
Criaturas
Não tem problema se foi deus quem criou a mulher. Nós não mantemos contato. Ele fica parado lá no lado de lá. E eu fico aqui na minha, tentando entrar em contato com aquele que criou a outra criatura, a favorita, que tem tanta sorte que nem se depila. E azar se eu nunca consigo chegar mais perto ou se falta bateria. Os contatos não são imediatos, nem de terceiro grau ou por qualquer via. As criaturas são inatingíveis. A tentativa é sempre de quinta, quinta categoria, classificação meia dezena, que o número cinco não é o meu lucky number. Que na verdade nem tenho. Maybe zero, de ponto zero, de outra vez tudo de novo. O que também não é pouco, que um pouco de zero muda tudo e, de zero em zero, a conta vai a um milhão, assim como as fantasias, que começam sempre com os de arrasar um pobre coração. Que eu tenho um dream time feito só de aparência, que dos defeitos eu estou assim, digamos, um tantinho além de farta.
sábado, 21 de novembro de 2009
Good God Help Dom Blog
Não se redima
" Já tem um tempo que eu não escrevo aqui, um mês me parece. Cabecita de vaca atolada pelo medo da queda.
O tempo nos faz ficar rígidos consigo mesmo e eu sou implacável comigo.
Auto-disciplina é uma coisa que só aprende levando tapa na cara, e eu tô aprendendo com os bons e com os maus, e contudo com os que estão além de todo maniqueísmo demodê.
Crise criativa, todo artista passa por esse inferno. Mas uma temporada no inferno pode até ser bem produtiva, é bom está mais uma vez no inferno e rever os companheiros, do inferno eu tenho entrada e saída franca, mas acreditem, há repetentes que não sobrevivem ao inferno e como castigo ainda continuam por lá.
Uma das coisas que eu aprendi nessa temporada Ultra Street Magic Dreamers ( uma vez ou outra pulando as cancelas dos desenganos e chegando do outro lado) é que ser blasé não passa de preguiça, que a estrada da perdição é ostracismo, que a perfeição nada mais é que apenas um truque e que a unica verdade é a morte.
Eu vou sair dessa rapidinho e ainda vou voltar por cima, de cara limpa e na primeira classe do alto da barca,
de asas novas, porque a minha asa esquerda está quebrada, eu estou falando da minha asa esquerda (vulgo; costela), uma dor exorbitante que me assola, e mais ainda as catarradas de sangue velho pela sarjeta, a insônia e o meu ouvido esquerdo que está parcialmente surdo, tudo isso está anexado no pacote do inferno, aquela bagagem pesada que você tem que carregar com a mão.
A asa da dor... Isso foi quando Deus me chutou do céu.
Isso é o extremo paralelo que se encontra entre o lirismo e a realidade.
Asa e costela, lirismo e realidade.
talvez tudo que eu sou, ou seja.
Ou seja, aonde acaba o lirismo e começa a realidade?
E o vice - versa?
Por hora fico assim, okay? sniper total niilista e o caralho A4, observando tudo e a todos como quem observa a linha do horizonte da mediocridade, entretanto gostando do que vê porque nina os olhos."
http://jesusnaotemdrogas.blogspot.com/
" Já tem um tempo que eu não escrevo aqui, um mês me parece. Cabecita de vaca atolada pelo medo da queda.
O tempo nos faz ficar rígidos consigo mesmo e eu sou implacável comigo.
Auto-disciplina é uma coisa que só aprende levando tapa na cara, e eu tô aprendendo com os bons e com os maus, e contudo com os que estão além de todo maniqueísmo demodê.
Crise criativa, todo artista passa por esse inferno. Mas uma temporada no inferno pode até ser bem produtiva, é bom está mais uma vez no inferno e rever os companheiros, do inferno eu tenho entrada e saída franca, mas acreditem, há repetentes que não sobrevivem ao inferno e como castigo ainda continuam por lá.
Uma das coisas que eu aprendi nessa temporada Ultra Street Magic Dreamers ( uma vez ou outra pulando as cancelas dos desenganos e chegando do outro lado) é que ser blasé não passa de preguiça, que a estrada da perdição é ostracismo, que a perfeição nada mais é que apenas um truque e que a unica verdade é a morte.
Eu vou sair dessa rapidinho e ainda vou voltar por cima, de cara limpa e na primeira classe do alto da barca,
de asas novas, porque a minha asa esquerda está quebrada, eu estou falando da minha asa esquerda (vulgo; costela), uma dor exorbitante que me assola, e mais ainda as catarradas de sangue velho pela sarjeta, a insônia e o meu ouvido esquerdo que está parcialmente surdo, tudo isso está anexado no pacote do inferno, aquela bagagem pesada que você tem que carregar com a mão.
A asa da dor... Isso foi quando Deus me chutou do céu.
Isso é o extremo paralelo que se encontra entre o lirismo e a realidade.
Asa e costela, lirismo e realidade.
talvez tudo que eu sou, ou seja.
Ou seja, aonde acaba o lirismo e começa a realidade?
E o vice - versa?
Por hora fico assim, okay? sniper total niilista e o caralho A4, observando tudo e a todos como quem observa a linha do horizonte da mediocridade, entretanto gostando do que vê porque nina os olhos."
http://jesusnaotemdrogas.blogspot.com/
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
French Kiss
Porcarias
Divide a cidade em zona norte e zona sul extra-oficialmente. É chamado de Riacho do Ipiranga. Acompanha a Avenida Ipiranga.Quanta cidadania. Leva até o Guaíba a água podre, podríssima, a mais podre e suja da história. Recebe lixo, lixo e mais lixo, inclusive dejetos humanos, e os caras vão lá surfar em meio ao caos da tempestade, porque são publicitários e aqui não tem mar. Tem merda mesmo. Espaço nos jornais, ganharam, mas um beijo de namorada, quero ver. Talvez da Miss Pig se ela estiver viva.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
O céu que nos protege
O céu que nos protege saiu de férias. Não sabe se volta. Cogita enviar uma carta de demissão. Entendiou-se com tão monótona vista. Chegou a conclusão de que os seres do andar de baixo não passam de pontos ambulantes, algum tipo de pulga. E pouco importa a idade e a essência de cada pulguinha. Menos ainda as mães neuróticas. Coisa que nunca teve, nem de um jeito nem de outro terá. Que, para o céu, mãe não significa nada. E filho menos ainda. Aliás, ele acha graça e chora de rir e inundar quando testemunha mais um gol de tragédia. É um viva quando cai um muro, muitos vivas quando despencam as árvores, uivos quando desmoronam as estradas e ruas e a água tem sede e bebe, gulosa, as pulgas que encontra pela frente. E é, por isso, que sigo sem estrelas, fiel no meu estilo neurótica, lamentando ter de tirar o meu pequeno bípede de casa em um dia desprotegido, porque me aborrece ele estar, nesse exato momento, com os pés e as pernas completamente encharcados, na escola, porque, neurótica que sou, submeto-me e o levo abaixo de chuva, digo tempestade, para aprender coisas indispensáveis do mesmo jeito inútil que minha mãe fazia para eu aprender o mesmo pouco que aprendi. Porque é de gemer com o que eu aprendi na escola e de se contorcer de dor com o que desaprendi do pouco que intuia ou que ia assimilando por outras frentes. Mas isso já nem importa. Importa é que o céu é quem decide e, se ele treme em ventos, e o rádio do carro avisa que ele está chegando a 109 km dentro da cidade, as pulgas que o suportem.
Fotografia: Porto Alegre no exato momento em que as crianças locomovem-se para as escolas.
Fora Battisti
Tem gente dizendo que extraditado para a Itália, o cara morre. Pois que morra e morra fora daqui, que essa história de que o Brasil tem de dar casa e comida e alegria para qualquer um que pedir já não cola. Eu é que não dou abrigo para assassino. Esse terrorista que volte para a Itália e acerte contas com sua gente e com a de quem ele matou.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Elas
Ela não está lá, subindo as escadas da estação à procura da saída. Cansada, não levanta quando o despertador anuncia o horário. Vira para o lado e segue torta nos lençóis amassados. Cancela a vida e volta à parte do pesadelo em que dá de cara com a outra na porta do mercado, justo naquele momento em que sorria por ter flores nos braços. A outra usa aquele vestido que ela hesitou em comprar e tem o rosto maquiado e o cabelo, embora igual ao seu, parece mais sedoso. Talvez, seja uns centímentros mais alta. Pode ser apenas um par de sapatos de salto. Ela não usa salto. Tropeça em si mesma sempre. O pé direito chuta o tornozelo esquerdo. Sabe-se lá o porquê e também isso já não importa mais. Ela nunca tinha encontrado a outra, nem em foto. A outra nunca quis aparecer. Nunca reclamou mãe e pai e irmãos e afeto. A outra não precisa de nada e ninguém e, por isso, mal coloca os olhos sobre ela, por isso, apenase segue em frente, muda e pedante, medíocre como ela, mas sem o mínimo vislumbre de o ser.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Portugal - continuação
Sexta parte - Que bem poderia ser o final da quinta parte. Castelo de São Jorge lá vamos nós! E que fossemos bem rápido porque o danado do sol estava a despedir-se. A ideia era presenciar seu lençinho luminoso dizendo até amanhã para a cidade. Dissemos, praticamente, boa noite, Lisboa. Errando um pouco o caminho, chegamos no exato momento em que ele se escondia. Compramos os ingressos assim mesmo. Deveríamos também ter comprado lanternas. Lá dentro, para não dizer que fomos quase imprudentes, vivemos uma pequenina aventura às escuras. Dá cidade, vimos as luzes. . Do castelo, fragmentos. Como de costume, o senhor bípede lançou-se de guia levando-nos para caminhar na zona da Torre de Ulisses, aquela parte em que as escadas e passagens são, por vezes, estreitas e perigosas e que não há um novelinho de Penélope para a gente se agarrar. Turistas feito a criatura que vos fala tinham poucos. Funcionários, não vimos nenhum. Então, deixamos o espírito medieval tomar conta e percorremos o que foi possível. Feito quando eu era criança e pensava ver índios escondidos sobre as árvores, logo soltei a minha imaginação levemente, apenas levemente, esquizofrênica e imaginei olhos mouros a observar-me. Depois, acabou que a gente deu de cara com uns canhões e os canhões me trouxeram de volta a um mundo mais contemporâneo e o castelo meio que perdeu o seu charme. Fora isso, o horário começava a apertar. Maricota e Leonardo estavam hospedados em Setúbal na casa de um amigo do pai dele, ô amigo, diga-se de passagem, porque havia emprestado para os dois sua BMW conversível, que os dois tinham tido o feliz bom senso, parecem ter bastante, de deixar em um estacionamento lá no Chiado. Podíamos tentar um táxi para ir até lá. Eu gosto muito de andar de táxi. Já o senhor bípede prefere metrô. Não se importa de perder a paisagem. Cada um de um jeito. Acabou que fomos de bondinho. A linha 28 passava ali bem perto. Veio aquela geringonça charmosa e saltitante, e pulamos para dentro feito cupins diante da madeira. Uma delícia, um doce de ovos ambulante, um pastel feito em convento. Pode não ter sido o mais confortável de todos os nossos passeios, mas foi, sem dúvida alguma, o mais lúdico. E eu costumo ser uma criatura lúdica. Sometimes, até demais.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Tender is the moon
Tender is the moon porque o Brasil...
Conforme a Secretaria de Saúde de São Paulo, 40% dos jovens atendidos pelo Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) começaram a usar drogas entre 7 e 11 anos de idade. A primeira substância consumida por 57% deles foi o cigarro. Maconha e álcool também aparecem no topo da lista, sendo consumidos por 51% e 38% dos jovens, respectivamente. Depois vem os inalantes, com 18%, a cocaína, com 17% e, por último, o crack, com 10%.
O novo rei do Brasil
Ele mesmo, Dom Eike Batista I, o cara que deu sete milhões de dólarrrr, meu irrrmão, para a Madona, a senhora de Jesus, neste final de semana, anunciou que fez, nesta segunda-feira, outra descoberta de petróleo em bloco na bacia de Campos, lugarzinho abençoado por Odin e que já foi alvo de descobertas anteriores, estimando assim empilhar mais uns 500 milhões de barris. Com isso, o volume recuperável de petróleo e gás que sua majestade estima existir em apenas dois blocos que operam na bacia de Campos pode chegar a 2 bilhões de barris.
Petisco
Se você está em uma fase de auto-destruição, auto-tortura, louco para ser infeliz, pensando em dar um tiro na testa ou se jogar de uma ponte, com muita raiva de si mesmo, mas muita, compre jornais no Brasil e leia todinhos do começo ao fim. Vai ser uma mão na forca ou no gatilho. No mínimo, você vai ver o tamanho do buraco em que o ônibus do seu filho poderia ter caído e também ficar sabendo que aquela moçinha meiga de 25 anos sedou com uma mistura de morfina e Diazepan 11 bebês recém-nascidos e que agora as crianças que morreram na maternidade em que ela trabalhava nos últimos tempos terão de ser todas exumadas. E isso é só um petisco. Para a refeição principal, o Brasil oferece tantas opções que a gente nem sabe o que fazer com tão grande cardápio.
Eu vou ficar muito feliz se o meu pequeno bípede for morar em Portugal ou na Suiça quando crescer. Primeiro porque se ele for é porque sobreviveu a esta imundice e segundo é porque terá chances renovadas de continuar sobrevivendo.
On the road
As mães são mesmo muito neuróticas. Sofrem pelos seus filhos porque são apenas neuróticas. Então, seguem abaixo, uma fotografia da estrada por onde o ônibus do pequeno bípede (rota de Nova Petrópolis) passou no final da tarde da sexta-feira e parte da matéria publicada na capa do Zero Hora ontem, jornal de maior circulação no sul.
" Chuva e vento causam destruição.
Durante o temporal deste sábado, que atingiu estradas, casas e árvores, estações de meteorologia registraram rajadas de 105 km/h, em Quaraí, e precipitação de 65 milímetros, em São Gabriel. A chuvarada e os ventos da madrugada de sábado provocaram bloqueios em rodovias do Rio Grande do Sul. O caso mais grave ocorreu na estrada Canoas-Nova Petrópolis (BR-116), onde um desmoronamento interrompeu totalmente a pista entre os kms 197,8 e 202, no município de Picada Café.
TEMPO INCLEMENTE
Na manhã de sábado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) orientou os motoristas que viajavam até Nova Petrópolis para fazerem um desvio por Ivoti e Presidente Lucena. Não havia previsão de quando a pista seria liberada em Picada Café.
A BR-116 também sofreu um bloqueio parcial, de meia pista, no km 170, entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul, na região da Serra.
A PRF avisou que a rodovia Canoas-Lajeado (BR-386) também foi interrompida, em meia pista, no km 407, em Montenegro, devido à queda de uma árvore. A expectativa era remover o obstáculo ainda na manhã de sábado.
Pela quarta vez no ano, o Rio Caí transbordou no município de São Sebastião do Caí, forçando a remoção de famílias ribeirinhas do bairro Navegantes. O rio atingiu o nível de 11m14cm, às 13h30min de sábado. O nível de alerta é de 9m30cm.As remoções começaram logo pela manhã de sábado. A Defesa Civil estimava que seria necessário levar de 50 a 70 famílias para os alojamentos do Parque Centenário.
Além das estradas, o temporal de chuva e fortes rajadas de vento teve mais estragos pelo Estado, durante a madrugada de sábado, com alagamentos, queda de árvores, falta de luz e destruição de casas.
" Chuva e vento causam destruição.
Durante o temporal deste sábado, que atingiu estradas, casas e árvores, estações de meteorologia registraram rajadas de 105 km/h, em Quaraí, e precipitação de 65 milímetros, em São Gabriel. A chuvarada e os ventos da madrugada de sábado provocaram bloqueios em rodovias do Rio Grande do Sul. O caso mais grave ocorreu na estrada Canoas-Nova Petrópolis (BR-116), onde um desmoronamento interrompeu totalmente a pista entre os kms 197,8 e 202, no município de Picada Café.
TEMPO INCLEMENTE
Na manhã de sábado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) orientou os motoristas que viajavam até Nova Petrópolis para fazerem um desvio por Ivoti e Presidente Lucena. Não havia previsão de quando a pista seria liberada em Picada Café.
A BR-116 também sofreu um bloqueio parcial, de meia pista, no km 170, entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul, na região da Serra.
A PRF avisou que a rodovia Canoas-Lajeado (BR-386) também foi interrompida, em meia pista, no km 407, em Montenegro, devido à queda de uma árvore. A expectativa era remover o obstáculo ainda na manhã de sábado.
Pela quarta vez no ano, o Rio Caí transbordou no município de São Sebastião do Caí, forçando a remoção de famílias ribeirinhas do bairro Navegantes. O rio atingiu o nível de 11m14cm, às 13h30min de sábado. O nível de alerta é de 9m30cm.As remoções começaram logo pela manhã de sábado. A Defesa Civil estimava que seria necessário levar de 50 a 70 famílias para os alojamentos do Parque Centenário.
Além das estradas, o temporal de chuva e fortes rajadas de vento teve mais estragos pelo Estado, durante a madrugada de sábado, com alagamentos, queda de árvores, falta de luz e destruição de casas.
domingo, 15 de novembro de 2009
sábado, 14 de novembro de 2009
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Quem foi que disse que só as mães são felizes?
Quem disse não era mãe porque não fazia ideia do que é ter um filho pequeno em uma excursão pela serra em dia de chuva, com o alerta de tempestade e ventos fortes na televisão, sabendo que as estradas daqui são, desculpem as palavras, umas bostas cheias de buracos e desmoronamentos. Quem disse não fazia ideia do que é ter de esperar pelo retorno de um filho até a noite, sem poder telefonar porque a escola está cansada de nós, as neuróticas, e não permite que nossas crianças levem celulares em passeios. E quem disse, certamente, se daria muito bem com o senhor bípede, porque enquanto sofro, ele vai jogar tênis e ainda ri de mim e da minha cara, achando de tudo isso a maior graça.
Bipediando
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Do blog Não Leia!
Do blog do Mayrant Gallo, escritor que já li e que estilhaçou-me em partes tão "invisíveis" quanto doloridas, trago o post sobre os livros que deveríamos ler.
http://nonleia.blogspot.com/
"Acho que deveríamos ler apenas os livros que nos ferem e apunhalam... Precisamos dos livros que nos afetam como um desastre, que nos façam sentir sorumbáticos, como a morte de alguém que amávamos mais que a nós mesmos, como ser exilado para o meio de uma floresta, longe de todos, como um suicídio. Um livro pode derreter o mar congelado que há dentro de nós."
FRANZ KAFKA
http://nonleia.blogspot.com/
"Acho que deveríamos ler apenas os livros que nos ferem e apunhalam... Precisamos dos livros que nos afetam como um desastre, que nos façam sentir sorumbáticos, como a morte de alguém que amávamos mais que a nós mesmos, como ser exilado para o meio de uma floresta, longe de todos, como um suicídio. Um livro pode derreter o mar congelado que há dentro de nós."
FRANZ KAFKA
Portugal - mais um pouco de continuação
Quinta parte- Don't let the moment pass. Como no cinema e nos livros, às vezes, a gente, por mais que tenha bons olhos ou boas mãos, também deixa o momento passar. E depois que passa, puff, never more o recupera. Então, apesar do enorme cansaço, mais de 24 horas acordados, nem o senhor bípede nem a senhora bípede (atenção: não somos agentes americanos nem lindos de morrer) queriam dormir assim no meio do dia em plena Lisboa, pagando o ar a euros. Sabe-se lá o que poderia ser perdido, o que foi perdido, mas a verdade é que o corpo merece respeito e não tivemos escolha. Voltar para o hotel e ver se já havia um quarto disponível era a única coisa sensata a fazer, mesmo porque a minha preciosa Maricota estava se deslocando do Porto para passear conosco e ela não teria uma noite agradável ao lado de dois tios zumbis. Então, voltamos. Não sei se de táxi ou se caminhando. Há uma lacuna na minha memória. O que lembro é de estar sentada no sofá enorme do hotel, vendo outros casais chegarem mais podres que a podridão, e de pensar: nem vem que fomos os primeiros, pedimos um quarto às sete e meia e o quarto é nosso. E foi exatamente a uma hora da tarde. Subimos tontos de sono e dormimos até as quatro. Quarto 1123, décimo primeiro andar, vista fabulosa sobre a cidade. A foto está publicada em uma das continuações já publicadas. Pois às quatro horas, o meu estimado bípede, como sempre, acordou, me acordou e foi tomar o seu banho. E eu, renovada, telefonei para a Maricota. Ela já andava a lusitar pela cidade com o seu querido namorado, que como ela anda a estudar, só que em Coimbra. Combinei de encontrá-los na brasileira. Coisa de brasileira essa insistência com a brasileira! Fui tomar o meu merecido banho e lá fomos nós, outra vez, para o mesmo local. E, quando chegamos, ele, magicamente, estava com outro sabor. Lotado de gente, luzes acesas, conversas paralelas em diversos idiomas e com a Maricota iluminando a minha alegria, pareceu ainda melhor. A Maricota é a filha mais velha da minha irmã mais velha. Quis assim o destino. Mas eu pouco me importo com o destino. Não adianta o destino. Deus também escreve certo por barrigas alheias, porque se Maricota e eu não tivemos um casamento umbilical, nos reunimos em uma união estável, e agora não tem quem nos separe. Ela é minha filha única e eu sou a outra mãe e, por isso, fomos contentíssimas com os nossos respectivos bípedes, à pé, para o Castelo de São Jorge e lá andamos quase no escuro, sentindo-nos aquecidas como se estivéssemos flutuando sobre o sol.
Primeira excursão
Colocou a mochila de roupas no bagageiro, embarcou no ônibus e fechou a cortininha. Não havia sol. Ainda não há. Eu fiquei ali em cima do gramadinho alto procurando, procurando um jeito de vê-lo. Ele volta amanhã. Liga à noite, do hotel, para contar como foi o dia. E enquanto isso, sigo meio trêmula sem muita certeza de que ele está se divertindo.
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Leituras a partir de 1 de janeiro de 2012
1. Bilhete seco - Elisa Nazarian
2. Quando fui morto em Cuba - Roberto Drummond
3. O retrato de Oscar Wilde Fragmentos
4. Estrela miúda breve romance infinito - Fabio Daflon
5. Poemas - Wislawa Szymborska
6. Mar me quer - Mia Couto
7. Estive em Lisboa e lembrei de você - Luiz Ruffato
8. O pai invisível - Kledir Ramil
9. Poemas de Eugénio de Andrade - Seleção, estudo e notas de Arnaldo Saraiva
10. Os da minha rua - Ondjaki11. A máquina de fazer espanhóis - Walter Hugo Mãe
12. Vigílias - Al Berto
13. Poemas concebidos sem pecado - Manoel de Barros
14. Face imóvel - Manoel de Barros
15. Poesias - Manoel de Barros
16. Compêndio para uso dos pássaros - Manoel de Barros
17. Gramática expositiva do chão - Manoel de Barros
18. Matéria de Poesia - Manoel de Barros
19. Arranjos para assobio - Manoel de Barros
20. Livro de pré-coisas - Manoel de Barros
21. O guardador de águas - Manoel de Barros
22. Concerto a céu aberto para solos de ave- Manoel de Barros
23. Quinta Avenida, 5 da manhã - S. Wasson
24. A literatura em perigo - Tzvean Todorov
25. O remorso de Baltazar Serapião- Walter Hugo Mãe
26. Lotte & Zweig - Deonísio da Silva
27. Indícios flutuantes (poemas) - Marina Tsvetáieva
28. A duração do dia - Adélia Prado
29. Rua do mundo - Eucanaã Ferraz
30. Destino poesia Antologia - organização Italo Moriconi. Ana Cristina Cesar, Cacaso, Paulo Leminski, Torquato Neto e Waly Salomão
31. Tarde - Paulo Henriques Britto
32. Correnteza e escombros - Olavo Amaral
33. Nelson Rodrigues por ele mesmo
34. A última coisa que eu pretendo fazer na vida é morrer - Ciro Pellicano
35. O encontro marcado - Fernando Sabino
36. O óbvio ululante - Nelson Rodrigues
37. O grande mentecapto- Fernando Sabino
38. O homem despedaçado - Gustavo Melo Czekster
39. Dia de São Nunca à tarde - Roberto Drummond
40. O canto do vento nos ciprestes - Maria do Rosário Pedreira
41. Antes que os espelhos se tornem opacos - Juarez Guedes Cruz
41. Desvãos - Susana Vernieri
42. Um pai de cinema - Antonio Skármeta
43. No inferno é sempre assim - Daniela Langer
44. Crônicas de Roberto Drummond.
45. Correio do tempo - Mario Benedetti
45. Gatos bravos morrem pelo chute - Tiago Ferrari
46. Gesso & Caliça - Alberto Daflon Filho e Fabio Daflon
47. A educação pela pedra - João de Cabral de Melo Neto
48. O fio da palavra - Bartolomeu Campos de Queirós
49. Meu amor - Beatriz Bracher
50. Os vinte e cinco poemas da triste alegria - Carlos Drummond de Andrade
51. A visita cruel do tempo - Jennifer Egan
52. Cemitério de pianos - José Luis Peixoto
53. O amante - Marguerite Duras
54. Bonsai - Alejandro Zambra
55. Diciodiário - Valesca de Assis
56. Não tenho culpa que a vida seja como ela é - Nelson Rodrigues
57. Lero-lero - Cacaso
58. O livro das ignorãças - Manoel de Barros
59. Livro sobre nada - Manoel de Barros
60. Retrato do artista quando coisa - Manoel de Barros
61. Ensaios fotográficos - Manoel de Barros
62. A queda - as memórias de um pai em 424 passos - Diogo Mainardi
63. Junco - Nuno Ramos
64. Os verbos auxiliares do coração - Peter Estérhazy
65. Monstros fora do armário - Flavio Torres
66. Viagem - Cecília Meireles
67. Cora Coralina - Seleção Darcy França Denófrio
68. Instante - Wislawa Szymborska
69. Dobras do tempo - Carmen Silvia Presotto
70. Eles eram muitos cavalos - Luiz Ruffato
71. Romanceiro da inconfidência - Cecília Meireles
72. De mim já nem se lembra - Luiz Ruffato
73. O perseguidor - Júlio Cortázar
74. Paráguas verdes - Luiz Ruffato
75. Todas as palavras poesia reunida - Manuel António Pina
76. Vidas secas - Graciliano Ramos
77. Inferno Provisório Volume II O mundo inimigo - Luiz Ruffato
78. O ano em que Fidel foi excomungado - José de Assis Freitas Filho
79. Boneca russa em casa de silêncios - Daniela Delias
80. As cidades e as musas - Manuel Bandeira
81. Billie Holiday e a biografia de uma canção Strange Fruit - David Margolick
82. Inferno Provisório Volume III Vista parcial da noite - Luiz Ruffato
83. Inferno Provisório Volume V - Domingos sem Deus
84. Inferno Provisório Volume IV - O Livro das impossibilidades - Luiz Ruffato
85. Pedro Páramo - Juan Rulfo
86. Zazie no metrô - Raymond Queneau
87. Fora do lugar - Rodrigo Rosp
88. Salvador abaixo de zero - Herculano Neto
89. Inferno Provisório Volume I - Mamma, son tanto felice - Luiz Ruffato
90. A virgem que não conhecia Picasso - Rodrigo Rosp
91. Claro Enigma - Carlos Drummond de Andrade
92. Tempo dividido - Sophia de Mello Breyer Andersen
93. A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
Leituras a partir de 1 de janeiro de 2011
1.Desgracida - Dalton Trevisan
2.Diário de um banana - Jeff Kinney
3. Poemas escolhidos, seleção de Vilma Arêas - Sophia de Mello Breyner Andresen
4. Oportunidade para um pequeno desespero - Franz Kafka
5. Venenos de Deus, remédios do Diabo - Mia Couto
6. Ventos do Apocalipse - Paulina Chiziane
7. Para gostar de ler - Contos Africanos
8. Vinte e zinco - Mia Couto
9. O Vendedor de passados - José Eduardo Agualusa
10. O Fazedor - Jorge Luís Borges
11. Terra Sonâmbula - Mia Couto
12. Barroco Tropical - José Eduardo Agualusa
13. Quem de nós - Mario Benedetti
14. O último voo do flamingo - Mia Couto
15. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil - Silvio Castro
16. Na berma de nenhuma estrada e outros contos - Mia Couto
17.O reino deste mundo - Alejo Carpentier
18. Como veias finas na terra - Paula Tavares
19. Baía dos Tigres - Pedro Rosa Mendes
20. O português que nos pariu - Angela Dutra de Menezes
21. Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez
22. Vermelho amargo - Bartolomeu Campos de Queirós
23. Meu tipo de garota - Buddhadeva Bose
24. Tradutor de Chuvas - Mia Couto
25. O livro das perguntas - Pablo Neruda
26. O fio das missangas - Mia Couto
27. Luka e o fogo da vida - Salman Rushdie
28. Pawana - J.M.G. Le Clézio
29. O africano - J.M.G. Le Clézio
30. O pescador de almas - Flamarion Silva
31. Um erro emocional - Cristovão Tezza
32. O amor, as mulheres e a vida - Mario Benedetti
33. A cidade e a infância - José Luandino Vieira
34. História do olho - Georges Bataille
35. Destino de bai- antologia de poesia inédita caboverdiana
36. O tigre de veludo- E. E. Cummings
37. Poesia Soviética - Seleção, tradução e notas de Lauro Machado Coelho
38. A cicatriz do ar - Jorge Fallorca
39. Refrão da fome - J.M.G. Le Clézio
40. As avós - Doris Lessing
41. Vozes Anoitecidas - Mia Couto
42. O livro dos guerrilheiros - José Luandino Vieira
43. Trabalhar cansa - Cesare Pavese
44. No teu deserto - Miguel Sousa Tavares
45. Uma canção para Renata Maria - Ediney Santana
46. Sete sonetos e um quarto - Manuel Alegre
47. Trópico de Capricórnio - Henry Miller
48. Sinais do Mar - Ana Maria Machado
49. Carta a D. - Andre Gorz
50. E se o Obama fosse africano? E outras interinvenções - Mia Couto
51. De A a X - John Berger
52. Diz-me a verdade acerca do amor - W.H. Auden
53. Poemas malditos, gozosos e devotos - Hilda Hilst
54. Outro tempo - W.H. Auden
55. nem sempre a lápis - Jorge Fallorca
56. Elvis&Madona - Luiz Biajoni
57. Budapeste - Chico Buarque
58. José - Rubem Fonseca
59. Axilas e outras histórias indecorosas - Rubem Fonseca
60. Instruções para salvar o mundo - Rosa Montero
61. A chuva de Maria - Martha Galrão
62. Rimas da vida e da morte - Amós Oz
63. Aqui nos encontramos - John Berger
64. Pensatempos textos de opinião - Mia Couto
65. Os verbos auxiliares do coração - Péter Esterházy
66. Cartas a um jovem poeta - Rainer Maria Rilke
67. A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristovão Rilke - Rainer Maria Rilke
68. Adultérios - Woody Allen
69. Quem me dera ser onda - Manuel Rui
70. Satolep - Vítor Ramil
71. Homem Comum - Philip Roth
72. O animal agonizante - Philip Roth
73. Paisagem com dromedário - Carola Saavedra
74. Não te deixarei morrer, David Crockett - Miguel Sousa Tavares
75. Orelhas de Aluguel - Deonísio da Silva
90. Uma mulher -Péter Esterházy
2.Diário de um banana - Jeff Kinney
3. Poemas escolhidos, seleção de Vilma Arêas - Sophia de Mello Breyner Andresen
4. Oportunidade para um pequeno desespero - Franz Kafka
5. Venenos de Deus, remédios do Diabo - Mia Couto
6. Ventos do Apocalipse - Paulina Chiziane
7. Para gostar de ler - Contos Africanos
8. Vinte e zinco - Mia Couto
9. O Vendedor de passados - José Eduardo Agualusa
10. O Fazedor - Jorge Luís Borges
11. Terra Sonâmbula - Mia Couto
12. Barroco Tropical - José Eduardo Agualusa
13. Quem de nós - Mario Benedetti
14. O último voo do flamingo - Mia Couto
15. A carta de Pero Vaz de Caminha: o descobrimento do Brasil - Silvio Castro
16. Na berma de nenhuma estrada e outros contos - Mia Couto
17.O reino deste mundo - Alejo Carpentier
18. Como veias finas na terra - Paula Tavares
19. Baía dos Tigres - Pedro Rosa Mendes
20. O português que nos pariu - Angela Dutra de Menezes
21. Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez
22. Vermelho amargo - Bartolomeu Campos de Queirós
23. Meu tipo de garota - Buddhadeva Bose
24. Tradutor de Chuvas - Mia Couto
25. O livro das perguntas - Pablo Neruda
26. O fio das missangas - Mia Couto
27. Luka e o fogo da vida - Salman Rushdie
28. Pawana - J.M.G. Le Clézio
29. O africano - J.M.G. Le Clézio
30. O pescador de almas - Flamarion Silva
31. Um erro emocional - Cristovão Tezza
32. O amor, as mulheres e a vida - Mario Benedetti
33. A cidade e a infância - José Luandino Vieira
34. História do olho - Georges Bataille
35. Destino de bai- antologia de poesia inédita caboverdiana
36. O tigre de veludo- E. E. Cummings
37. Poesia Soviética - Seleção, tradução e notas de Lauro Machado Coelho
38. A cicatriz do ar - Jorge Fallorca
39. Refrão da fome - J.M.G. Le Clézio
40. As avós - Doris Lessing
41. Vozes Anoitecidas - Mia Couto
42. O livro dos guerrilheiros - José Luandino Vieira
43. Trabalhar cansa - Cesare Pavese
44. No teu deserto - Miguel Sousa Tavares
45. Uma canção para Renata Maria - Ediney Santana
46. Sete sonetos e um quarto - Manuel Alegre
47. Trópico de Capricórnio - Henry Miller
48. Sinais do Mar - Ana Maria Machado
49. Carta a D. - Andre Gorz
50. E se o Obama fosse africano? E outras interinvenções - Mia Couto
51. De A a X - John Berger
52. Diz-me a verdade acerca do amor - W.H. Auden
53. Poemas malditos, gozosos e devotos - Hilda Hilst
54. Outro tempo - W.H. Auden
55. nem sempre a lápis - Jorge Fallorca
56. Elvis&Madona - Luiz Biajoni
57. Budapeste - Chico Buarque
58. José - Rubem Fonseca
59. Axilas e outras histórias indecorosas - Rubem Fonseca
60. Instruções para salvar o mundo - Rosa Montero
61. A chuva de Maria - Martha Galrão
62. Rimas da vida e da morte - Amós Oz
63. Aqui nos encontramos - John Berger
64. Pensatempos textos de opinião - Mia Couto
65. Os verbos auxiliares do coração - Péter Esterházy
66. Cartas a um jovem poeta - Rainer Maria Rilke
67. A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristovão Rilke - Rainer Maria Rilke
68. Adultérios - Woody Allen
69. Quem me dera ser onda - Manuel Rui
70. Satolep - Vítor Ramil
71. Homem Comum - Philip Roth
72. O animal agonizante - Philip Roth
73. Paisagem com dromedário - Carola Saavedra
74. Não te deixarei morrer, David Crockett - Miguel Sousa Tavares
75. Orelhas de Aluguel - Deonísio da Silva
76. Travessia de verão - Truman Capote
77. Avante, soldados: para trás - Deonísio da Silva
78. Antes das primeiras estórias - João Guimarães Rosa
79. O outro pé da sereia - Mia Couto
80. O cemitério de Praga - Umberto Eco
81. A mulher silenciosa - Deonísio da Siva
82. Livrai-me das tentações - Deonísio da Silva
83. A mesa dos inocentes - Deonísio da Silva
84. Hilda Furacão - Roberto Drummond
85. A estética do frio - Vitor Ramil
86. Poetas de França - Guilherme de Almeida
87. Tarde com anões 7 minicontistas - Carlos Barbosa, Elieser césar, Igor Rossoni, Lidiane Nunes, Mayrant Gallo, Rafael Rodrigues e Thiago Lins.
88. Pensageiro Frequente - Mia Couto.
89. A palavra ausente - Marcelo Moutinho90. Uma mulher -Péter Esterházy
91. Cartas de amor - Fernando Pessoa
92. A última entrevista de José Saramago - José Rodrigues dos Santos
93. A morte de D.J. em Paris - Roberto Drummond
94. Do desejo - Hilda Hilst
95. Cenas indecorosas - Deonísio da Silva
Leituras a partir de 19 de Julho de 2010
1. La Hermandad de la uva - John Fante
2. Nem mesmo os passarinhos tristes - Mayrant Gallo
3. Um mau começo - Lemony Snicket
4. Recordações de andar exausto - Mayrant Gallo
5. Ladrões de cadáveres - Patrícia Melo
6. O mar que a noite esconde - Aramis Ribeiro Costa
7. Há prendisajens com o xão - Ondjaki
8. E se amanhã o medo - Ondjaki
9. O último leitor - Ricardo Piglia
10. Par e ímpar - Tatiana Druck
11. Paris França - Gertrude Stein
12. Quirelas e cintilações - Luiz Coronel
13. AvóDezanove e o segredo do soviético - Ondjaki
14. Luaanda - José Luandino Vieira
15. Poemas para Antonio - Ângela Vilma
16. Estranhamentos - Mônica Menezes
17. A vida é sonho - Calderón
18. A varanda do Frangipani - Mia Couto
19. Um copo de cólera - Raduan Nassar
20. Antes de nascer o mundo - Mia Couto
21.Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
22- Poemas da ciência de voar e da engenharia de ser - Eduardo White
23. Manual para amantes desesperados - Paula Tavares
24. Materiais para confecção de um espanador de tristezas - Ondjaki
25. Milagrário Pessoal - José Eduardo Agualusa
26. Felicidade e outros contos - Katherine Mansfield
27. Estórias abensonhadas - Mia Couto
28. Fábulas delicadas - Eliana Mara Chiossi
29. O Ulisses no Supermercado - José de Assis Freitas Filho
30. Cartas Exemplares - Gustave Flaubert
31. A Moça do pai - Vera Cardoni
32. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra - Mia Couto
33. Dentro de mim faz sul seguido de Acto Sanguíneo - Ondjaki
34. Bonequinha de Luxo - Truman Capote
35. 125 Poemas - Joaquim Pessoa.
2. Nem mesmo os passarinhos tristes - Mayrant Gallo
3. Um mau começo - Lemony Snicket
4. Recordações de andar exausto - Mayrant Gallo
5. Ladrões de cadáveres - Patrícia Melo
6. O mar que a noite esconde - Aramis Ribeiro Costa
7. Há prendisajens com o xão - Ondjaki
8. E se amanhã o medo - Ondjaki
9. O último leitor - Ricardo Piglia
10. Par e ímpar - Tatiana Druck
11. Paris França - Gertrude Stein
12. Quirelas e cintilações - Luiz Coronel
13. AvóDezanove e o segredo do soviético - Ondjaki
14. Luaanda - José Luandino Vieira
15. Poemas para Antonio - Ângela Vilma
16. Estranhamentos - Mônica Menezes
17. A vida é sonho - Calderón
18. A varanda do Frangipani - Mia Couto
19. Um copo de cólera - Raduan Nassar
20. Antes de nascer o mundo - Mia Couto
21.Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
22- Poemas da ciência de voar e da engenharia de ser - Eduardo White
23. Manual para amantes desesperados - Paula Tavares
24. Materiais para confecção de um espanador de tristezas - Ondjaki
25. Milagrário Pessoal - José Eduardo Agualusa
26. Felicidade e outros contos - Katherine Mansfield
27. Estórias abensonhadas - Mia Couto
28. Fábulas delicadas - Eliana Mara Chiossi
29. O Ulisses no Supermercado - José de Assis Freitas Filho
30. Cartas Exemplares - Gustave Flaubert
31. A Moça do pai - Vera Cardoni
32. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra - Mia Couto
33. Dentro de mim faz sul seguido de Acto Sanguíneo - Ondjaki
34. Bonequinha de Luxo - Truman Capote
35. 125 Poemas - Joaquim Pessoa.